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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO<br />

DO RIO GRANDE DO SUL<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS<br />

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO<br />

UM SISTEMA DE AUXÍLIO À COLETA DE DADOS NA<br />

ÁREA DE AGRICULTURA DE PRECISÃO BASEADO EM<br />

APLICAÇÕES MÓVEIS<br />

SABRINA FERON KIRSCHNER<br />

Matrícula nº: 577713<br />

ORIENTADOR: Prof Me. Vinicius Maran<br />

Dezembro <strong>de</strong> 2012


UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO<br />

DO RIO GRANDE DO SUL<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS<br />

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO<br />

UM SISTEMA DE AUXÍLIO À COLETA DE DADOS NA<br />

ÁREA DE AGRICULTURA DE PRECISÃO BASEADO EM<br />

APLICAÇÕES MÓVEIS<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

PROF. ORIENTADOR. ME. VINÍCIUS MARAN<br />

PROF. DR. GERSON BATTISTI<br />

__________________________________<br />

SABRINA FERON KIRSCHNER<br />

Matrícula nº: 577713<br />

Dezembro <strong>de</strong> 2012


Dedico este trabalho aos meus pais Ari e Neusa, que sempre estiveram ao<br />

meu lado, me apoiando, me incentivando e ajudando em todos os momentos<br />

e tanto contribuíram para minha formação. Dedico também aos meus<br />

irmãos Magali e Felipe que foram amigos, conselheiros e sempre me<br />

encorajaram a seguir em frente.


AGRADECIMENTOS<br />

Primeiramente agra<strong>de</strong>ço <strong>à</strong> Deus por estar sempre comigo me ajudando e il<strong>um</strong>i<strong>na</strong>ndo os<br />

meus caminhos. Aos meus pais, por estarem comigo em todos os momentos, sejam eles os felizes<br />

ou difíceis.<br />

Agra<strong>de</strong>ço aos meus irmãos que muitas vezes me ajudaram com alg<strong>um</strong>as duvidas e<br />

colaboram com o meu aprendizado. Ao meu orientador Vinicius Maran por sempre estar <strong>à</strong><br />

disposição para tirar minhas duvidas, pelo incentivo durante o trabalho e por aprimorar os meus<br />

conhecimentos com <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicativos para Android.<br />

Agra<strong>de</strong>ço a todos os meus colegas que estiveram comigo durante estes anos todos e pela<br />

amiza<strong>de</strong> que conquistamos. Á todos os professores do curso <strong>de</strong> ciência da computação pelos<br />

conhecimentos sabiamente transmitidos e pelas dicas passadas que foram adquiridas através <strong>de</strong> suas<br />

experiências, e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram.


RESUMO<br />

A computação está evoluindo constantemente e está sendo usada <strong>na</strong>s mais diversas <strong>área</strong>s<br />

para auxiliar as pessoas em suas ativida<strong>de</strong>s diárias. Na <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão a computação se<br />

tornou indispensável, pois existem muitas fontes <strong>de</strong> <strong>dados</strong> e há <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

processamento para análise <strong>de</strong>stes <strong>dados</strong>. Além disso, novas formas <strong>de</strong> uso da computação têm sido<br />

propostas para auxiliar as pessoas <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s rurais. Este trabalho aborda <strong>um</strong> estudo sobre as<br />

principais tecnologias envolvidas no processo <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão e que são propulsoras <strong>de</strong>sta<br />

técnica como a evolução dos hardwares e programas, GPS, SIGs, sensoriamento remoto e sensores,<br />

além da computação móvel e Computação Pervasiva. Desta forma, este trabalho propõe o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>auxílio</strong> <strong>à</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong>, o qual possibilita a<br />

<strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> em <strong>um</strong> dispositivo móvel que será sincronizado automaticamente com servidores,<br />

permitindo o processamento dos <strong>dados</strong> <strong>coleta</strong>dos e a realização <strong>de</strong> análises sobre estes <strong>dados</strong>, <strong>de</strong>sta<br />

forma auxiliando o produtor <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. A ferramenta <strong>de</strong>senvolvida neste trabalho<br />

agiliza o processo <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, encurtando o tempo entre a <strong>coleta</strong> dos <strong>dados</strong> e o<br />

processamento dos mesmos. Desta forma disponibilizando as informações mais rápido, para serem<br />

utilizadas como métodos alter<strong>na</strong>tivos e com isso a<strong>um</strong>entando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> das<br />

lavouras.<br />

Palavras chave: Computação Móvel, Computação Pervasiva, Agricultura <strong>de</strong> Precisão.


ABSTRACT<br />

The computer is constantly evolving and is being used in several areas to help people in<br />

their daily activities. In precision farming computing has become indispensable because there are<br />

many sources of data and there is a great <strong>de</strong>mand for processing power to a<strong>na</strong>lyze these data. In<br />

addition, new forms of use of computing have been proposed to help people in rural activities. This<br />

work <strong>de</strong>als with a study of the major technologies involved in precision agriculture and that are<br />

propelling this technique as the evolution of hardware and software, GPS, GIS, remote sensing and<br />

sensors, as well as mobile computing and pervasive computing. Thus, this paper proposes the<br />

<strong>de</strong>velopment of a system to aid data collection in agriculture, which e<strong>na</strong>bles the collection of data<br />

on a mobile <strong>de</strong>vice that syncs automatically with servers, allowing the processing of the collected<br />

data and a<strong>na</strong>lyzes on these data, thereby assisting the producer in <strong>de</strong>cision making. The tool<br />

<strong>de</strong>veloped in this work expedites the process of data collection, shortening the time between data<br />

collection and processing them. Thus providing the information faster, to be used as alter<strong>na</strong>tive<br />

methods and thereby increasing the ability to crop productivity.<br />

Keywords: Mobile Computing, Pervasive Computing, Precision Farming.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

3G Extensible Messaging and Presence Protocol<br />

A2DP Advanced Audio Distribution Profile<br />

AP Agricultura <strong>de</strong> Precisão<br />

API Application Programming Interface<br />

APK Android Package File<br />

CENPES Centro <strong>de</strong> Pesquisas "Leopoldo Miguez"<br />

CNPTIA Centro Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Pesquisa Tecnológica em Informática para Agricultura<br />

DEX Dalvik Executable<br />

DGPS Differential Global Positioning System<br />

DLNA Digital Living Network Alliance<br />

DPI Divisão <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Imagens<br />

EDGE Enhanced Data rates for GSM Evolution<br />

GB Gigabyte<br />

GPS Global Positioning System<br />

GSM Global System for Mobile Communications<br />

HSDPA High-Speed Downlink Packet Access<br />

HSUPA High-Speed Uplink Packet Access<br />

INMET Instituto Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Meteorologia<br />

INPE Instituto Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais<br />

IOS iPhone operating system<br />

KML Keyhole Markup Language<br />

LEGAL Linguagem Espaço-Geográfica baseada em Álgebra<br />

MB Megabyte<br />

MHz Mega-hertz<br />

OHA Open Handset Alliance<br />

OSI Open Systems Interconnection<br />

OWL-DL Web Ontology Language<br />

PC Perso<strong>na</strong>l Computer<br />

PDA Perso<strong>na</strong>l Data Assistant<br />

PH Potencial Hidrogeniônico<br />

RIM Research In Motion<br />

SDK Software Development Kit<br />

SGL Scalable Graphics Library<br />

SIG Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica<br />

SMS Short Message Service<br />

SOAP Simple Object Access Protocol<br />

SQL Structured Query Language<br />

SSD Sistema <strong>de</strong> Suporte a Decisão<br />

TECGRAF Grupo <strong>de</strong> Tecnologia em Computação Gráfica da PUC-Rio<br />

URL Uniform Resource Locator<br />

VM Virtual Machine<br />

VRT Variable Rate Technology<br />

WIFI Wireless Fi<strong>de</strong>lity<br />

XML Extensible Markup Language<br />

XMPP Extensible Messaging and Presence Protocol


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1: Arquitetura Android (Aquino, 2007) ................................................................................. 17<br />

Figura 2: Ciclo <strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Activity (Lacheta, 2010) ................................................................. 20<br />

Figura 3: Ciclo <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> Precisão (Arvus, 2012) ................................................................ 25<br />

Figura 4: Satélites do GPS (Santos, 2011) ........................................................................................ 27<br />

Figura 5: Receptor GPS (Coelho et al, 2004) ................................................................................... 28<br />

Figura 6: Tela do SPRING 5.2 (Lopes, 2010) ................................................................................... 30<br />

Figura 7: Sistema <strong>de</strong> Detecção Remota (Coelho et al, 2004) ........................................................... 31<br />

Figura 8: Diferentes fases da Agricultura <strong>de</strong> Precisão (Santos, 2011)............................................. 33<br />

Figura 9: Diagrama Lógico da Mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> Informações ............................................................ 41<br />

Figura 10: Estrutura <strong>de</strong> Funcio<strong>na</strong>mento (Adaptado <strong>de</strong> Boemo, 2011) ............................................. 43<br />

Figura 11: Arquitetura <strong>de</strong> Software................................................................................................... 44<br />

Figura 12: Diagrama <strong>de</strong> Pacotes do Sistema <strong>de</strong> auxilio ................................................................... 45<br />

Figura 13: Diagrama <strong>de</strong> Classes do Pacote Interfaces ..................................................................... 46<br />

Figura 14: Diagrama <strong>de</strong> Classes do pacote Conexão ....................................................................... 49<br />

Figura 15: Diagrama <strong>de</strong> Classes do pacote Mo<strong>de</strong>lo ......................................................................... 50<br />

Figura 16: Diagrama <strong>de</strong> Classes do Pacote Banco .......................................................................... 51<br />

Figura 17: Diagrama <strong>de</strong> classe do Pacote Planejamento ................................................................. 53<br />

Figura 18: Desenho da Rota no Mapa .............................................................................................. 55<br />

Figura 19: Diagrama <strong>de</strong> Classe ........................................................................................................ 56<br />

Figura 20: Formato xml para a sincronização dos bancos............................................................... 57<br />

Figura 21: Tela Inicial do Sistema <strong>de</strong> Auxilio ................................................................................... 60<br />

Figura 22: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro Produtor .......................................................... 60<br />

Figura 23: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro Proprieda<strong>de</strong>s e Glebas .................................... 61<br />

Figura 24: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro do Planejamento .............................................. 61<br />

Figura 25: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro <strong>de</strong> Visitas ......................................................... 62<br />

Figura 26: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Visita do Tipo Monitoramento ........................................ 62<br />

Figura 27: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Sincronização .................................................................. 63<br />

Figura 28: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Visita do Tipo Eventos Climáticos .................................. 63<br />

Figura 29: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Visita do Tipo Cultivares ................................................ 64<br />

Figura 30: Smartphone utilizado para testes .................................................................................... 65


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1: Resultado do Teste <strong>de</strong> Desempenho: Importação <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das Geográficas ............. 65<br />

Tabela 2: Resultado do Teste <strong>de</strong> Desempenho: Abrir Mapa ............................................................. 66<br />

Tabela 3: Resultado do Teste <strong>de</strong> Desempenho: Iniciar Visita ........................................................... 67


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 12<br />

1.1. PROBLEMAS E OBJETIVOS ................................................................................................... 12<br />

1.2. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ................................................................................................... 13<br />

2. COMPUTAÇÃO MÓVEL E PERVASIVA ........................................................................... 15<br />

2.1. COMPUTAÇÃO MÓVEL E A PLATAFORMA ANDROID .......................................................... 15<br />

2.1.1. Plataforma Android ....................................................................................................... 16<br />

2.1.2. Arquitetura ..................................................................................................................... 17<br />

2.1.3. Maqui<strong>na</strong> Virtual Dalvik ................................................................................................. 18<br />

2.1.4. Activity ........................................................................................................................... 19<br />

2.1.5. Persistência <strong>de</strong> Dados .................................................................................................... 20<br />

2.1.6. Mapas e GPS .................................................................................................................. 22<br />

2.2. COMPUTAÇÃO PERVASIVA ................................................................................................... 22<br />

3. AGRICULTURA DE PRECISÃO .......................................................................................... 24<br />

3.1. DEFINIÇÃO E CONCEITO DA AGRICULTURA DE PRECISÃO ................................................ 24<br />

3.2. COMPONENTES BÁSICOS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO ................................................ 26<br />

3.2.1. Computadores e Programas .......................................................................................... 26<br />

3.2.2. Sistema <strong>de</strong> Posicio<strong>na</strong>mento Global – GPS .................................................................... 27<br />

3.2.3. Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica – SIG ..................................................................... 28<br />

3.2.4. Sensoriamento Remoto ................................................................................................... 30<br />

3.2.5. Sensores ......................................................................................................................... 31<br />

3.2.6. Controladores Eletrônicos <strong>de</strong> Aplicação ....................................................................... 32<br />

3.3. ETAPAS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO ............................................................................ 33<br />

3.4. LEVANTAMENTO DE DADOS NA LAVOURA .......................................................................... 34<br />

4. UM SISTEMA DE AUXILIO À COLETA DE DADOS NA ÁREA DE AGRICULTURA<br />

DE PRECISÃO BASEADO EM APLICAÇÕES MÓVEIS ........................................................ 37<br />

4.1. INFORMAÇÕES NA AGRICULTURA DE PRECISÃO ................................................................ 37<br />

4.2. DEFINIÇÃO DA ARQUITETURA DE AUXILIO ......................................................................... 42<br />

4.3. APLICAÇÃO MÓVEL DE AUXILIO ........................................................................................ 44<br />

4.3.1. Pacote Interface ............................................................................................................. 45<br />

4.3.2. Pacote Conexão ............................................................................................................. 48<br />

4.3.3. Pacote Mo<strong>de</strong>los .............................................................................................................. 49<br />

4.3.4. Pacote Banco ................................................................................................................. 50<br />

4.3.5. Pacote Mapas ................................................................................................................. 53<br />

4.3.6. Pacote Utils .................................................................................................................... 55<br />

4.4. INTERLIGAÇÃO ENTRE RECURSOS E COMPONENTES ......................................................... 56<br />

5. CENÁRIO DE USO E REALIZAÇÃO DE TESTES ............................................................ 58<br />

5.1. CENÁRIO DE USO .................................................................................................................. 58<br />

5.1.1. Definição do Cenário <strong>de</strong> Uso......................................................................................... 58<br />

5.1.2. Execução do Cenário <strong>de</strong> Uso ......................................................................................... 59<br />

5.2. REALIZAÇÃO DE TESTES ...................................................................................................... 64


6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 69<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 71


1. INTRODUÇÃO<br />

O constante crescimento <strong>na</strong>s <strong>área</strong>s <strong>de</strong> telefonia móvel, re<strong>de</strong>s locais sem fio e serviços via<br />

satélite possibilitam o acesso a informações e recursos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do lugar on<strong>de</strong> estejam<br />

situados. O ambiente computacio<strong>na</strong>l formado pela capacida<strong>de</strong> que os equipamentos portáteis têm <strong>de</strong><br />

se comunicar com outros computadores, sejam eles fixos ou móveis, através <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sem fio é<br />

chamado <strong>de</strong> computação móvel (Ribeiro, 2002).<br />

Os telefones celulares <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser utilizados ape<strong>na</strong>s para fazer ligações, enviar<br />

mensagens via SMS, ou outras tarefas triviais, hoje, eles possuem serviços associados e são<br />

conectados a re<strong>de</strong>s e a internet. Este novo paradigma formado pela computação móvel revolucio<strong>na</strong><br />

o <strong>de</strong>senvolvimento e o uso <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s distribuídos (Ribeiro, 2002).<br />

A informação é <strong>um</strong> dos bens mais importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções <strong>na</strong>s<br />

diversas <strong>área</strong>s do conhecimento. Como exemplo, po<strong>de</strong>mos citar a <strong>área</strong> <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão,<br />

que necessita <strong>de</strong> acesso <strong>à</strong>s gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>dados</strong> que são processados por <strong>sistema</strong>s, gerando<br />

informações que po<strong>de</strong>m ser usadas para ajudar <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>na</strong>s lavouras (Boemo, 2011).<br />

A prática da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão só é possível com o uso <strong>de</strong> <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> tecnologias<br />

(computadores, programas, GPS, SIG’s, Sensoriamento Remoto, Sensores, Controladores remotos<br />

<strong>de</strong> aplicação, entre outros) (Coelho, 2005).<br />

Além disso, novas tecnologias como a Computação Pervasiva trazem para a <strong>agricultura</strong><br />

novas formas <strong>de</strong> comunicação e interação, on<strong>de</strong> os meios <strong>de</strong> computação estão distribuídos no<br />

ambiente, seja <strong>de</strong> forma perceptível ou imperceptível aos usuários. Além disso, através do uso <strong>de</strong><br />

sensores, computadores po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e extrair <strong>dados</strong> do ambiente, ajudando os usuários <strong>na</strong><br />

realização <strong>de</strong> suas tarefas.<br />

A integração entre a Computação Móvel e Computação Pervasiva, é chamada <strong>de</strong><br />

Computação Ubíqua, e propõe a utilização da computação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a forma imperceptível ao usuário,<br />

inteligente e integrada com as aplicações para o beneficio dos usuários.<br />

1.1. Problemas e Objetivos<br />

As tecnologias disponíveis atualmente po<strong>de</strong>m ser utilizadas <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> para tor<strong>na</strong>r as<br />

ativida<strong>de</strong>s rurais mais eficientes. Dentre as tecnologias existentes, <strong>de</strong>staca-se a aplicação <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong> GPS, hardware e software <strong>de</strong>dicados, conceitos <strong>de</strong> Computação Móvel,<br />

Computação Pervasiva, uso <strong>de</strong> sensores e controladores. Estas tecnologias integradas em <strong>um</strong>a<br />

12


ferramenta po<strong>de</strong>m fornecer ao agricultor <strong>um</strong>a forma <strong>de</strong> melhor administrar os seus negócios,<br />

po<strong>de</strong>ndo contribuir positivamente nos resultados da empresa rural.<br />

Os profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> assistência, como Técnicos Agrícolas e engenheiros agrônomos têm<br />

auxiliado os produtores em suas empresas rurais, mas o processo <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> <strong>na</strong>s lavouras e<br />

o acompanhamento das mesmas, realizadas <strong>de</strong> forma tradicio<strong>na</strong>l, po<strong>de</strong>m gerar problemas, tais<br />

como:<br />

• Preenchimento manual <strong>de</strong> informações: O preenchimento manual po<strong>de</strong> acarretar em<br />

problemas como redundância <strong>de</strong> <strong>dados</strong> (a mesma informação estar representada em dois ou<br />

mais lugares), ambiguida<strong>de</strong> da informação (ocorre quando há erros <strong>de</strong> digitação ao transferir<br />

a informação do papel para o <strong>sistema</strong> computacio<strong>na</strong>l), além da <strong>de</strong>mora e <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>ste<br />

processo até o uso <strong>de</strong>stes <strong>dados</strong> em <strong>sistema</strong>s computacio<strong>na</strong>is;<br />

• Falta <strong>de</strong> variação dos locais das <strong>coleta</strong>s: Atualmente, não há <strong>um</strong> controle geo-referênciado<br />

dos locais on<strong>de</strong> são realizadas as <strong>coleta</strong>s <strong>de</strong> informações sobre solos e plantas para a<br />

aplicação <strong>de</strong> fertilizantes e ins<strong>um</strong>os. Desta forma, os produtores não sabem com exatidão a<br />

condição da lavoura em diferentes locais, ou esse controle é feito manualmente, permitindo<br />

com que ocorram erros <strong>de</strong> interpretação.<br />

Estes problemas afetam diretamente o acompanhamento das lavouras e consequentemente a<br />

produtivida<strong>de</strong>. Deste modo, faz-se necessária a utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ferramenta <strong>de</strong> auxilio para <strong>coleta</strong><br />

<strong>de</strong>stes <strong>dados</strong>.<br />

Deste modo, propõe-se neste trabalho <strong>um</strong>a ferramenta <strong>de</strong> auxilio aos Computação Pervasiva<br />

Técnicos Agrícolas e Engenheiros Agrônomos <strong>na</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> das empresas rurais além <strong>de</strong><br />

oferecer aos produtores rurais resultados em relação <strong>à</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

A ferramenta será disponibilizada para utilização em dispositivos móveis que possuem GPS.<br />

Desta forma, os <strong>dados</strong> po<strong>de</strong>m ser <strong>coleta</strong>dos diretamente no dispositivo, permitindo a sincronização<br />

dos mesmos com servidores <strong>de</strong> forma automatizada. Entre os benefícios da utilização <strong>de</strong>sta<br />

ferramenta estão <strong>à</strong> precisão dos <strong>dados</strong> e o geo-referênciamento dos <strong>dados</strong>, <strong>de</strong>sta forma, a aplicação<br />

possibilita a geração <strong>de</strong> mapas para a aplicação localizada <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os, tor<strong>na</strong>ndo possível a<br />

aplicação <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os e corretivos em doses variadas e somente nos locais necessários.<br />

1.2. Organização do Texto<br />

Este trabalho esta organizado da seguinte forma: O Capítulo 2 apresenta estudos realizados<br />

sobre as <strong>área</strong>s <strong>de</strong> Computação Móvel e Pervasiva. O Capitulo 3 <strong>de</strong>screve a <strong>área</strong> da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong><br />

13


precisão e seus componentes básicos. Além disso, são apresentadas as etapas da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong><br />

precisão e o processo <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> <strong>dados</strong> realizado atualmente <strong>na</strong>s lavouras.<br />

No Capitulo 4 é realizado o levantamento das informações importantes para os processos <strong>de</strong><br />

acompanhamento <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão e é apresentada a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>um</strong>a arquitetura <strong>de</strong><br />

software para o <strong>auxílio</strong> <strong>na</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> lavouras.<br />

No Capitulo 5 é feita a <strong>de</strong>finição e execução <strong>de</strong> cenários <strong>de</strong> uso para a validação do<br />

protótipo <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>sta proposta. O Capitulo 6 apresenta as conclusões obtidas neste trabalho<br />

e a proposta <strong>de</strong> trabalhos futuros <strong>na</strong> <strong>área</strong>.<br />

14


2. COMPUTAÇÃO MÓVEL E PERVASIVA<br />

A integração entre tecnologias como a Computação Móvel e Pervasiva permite que usuários<br />

utilizem <strong>sistema</strong>s computacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> novas formas. Assim possibilitando aos usuários trabalhar fora<br />

<strong>de</strong> ambientes fixos, permitindo a interação com serviços e servidores <strong>de</strong> forma imperceptível. Neste<br />

cenário, a computação centra o usuário em sua tarefa, e não <strong>na</strong>s tecnologias envolvidas nestes<br />

processos.<br />

2.1. Computação Móvel e a Plataforma Android<br />

A Computação Móvel surgiu por volta dos anos 80, quando iniciou a fabricação <strong>de</strong><br />

computadores pessoais mais leves, e que permitiam aos usuários transportá-los <strong>de</strong> forma mais fácil<br />

(Coulouris et al, 2007). A partir <strong>de</strong>ste período, dispositivos menores e mais leves foram sendo<br />

criados, <strong>de</strong>vido a constante miniaturização <strong>de</strong> componentes e do surgimento <strong>de</strong> novas tecnologias<br />

<strong>de</strong> conexão sem fio, como o WiFi, Bluetooth, 3G, entre outras, que permitiram a mobilida<strong>de</strong> <strong>na</strong><br />

execução das tarefas em <strong>sistema</strong>s computacio<strong>na</strong>is (Araújo, 2010).<br />

A Computação Móvel possui três características principais: (i) comunicação móvel, (ii)<br />

hardware móvel e (iii) software móvel (Lecheta, 2010). O primeiro aspecto aborda os problemas <strong>de</strong><br />

comunicação em ad-hoc e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> infraestrutura, bem como características <strong>de</strong> comunicação,<br />

protocolos, formatos e tecnologias <strong>de</strong> <strong>dados</strong> concretos. O segundo aspecto está relacio<strong>na</strong>do ao<br />

hardware, como por exemplo, dispositivos móveis ou componentes <strong>de</strong>stes dispositivos. O terceiro<br />

aspecto se refere <strong>à</strong>s características e requisitos <strong>de</strong> aplicações móveis, que diferem em muitas<br />

questões das aplicações para computadores convencio<strong>na</strong>is (Lecheta, 2010).<br />

As tecnologias envolvidas nos <strong>sistema</strong>s móveis são provenientes principalmente da evolução<br />

das <strong>área</strong>s <strong>de</strong> comunicação sem fio e tecnologias da computação. A comunicação sem fio trata do<br />

suporte para a comunicação entre dispositivos móveis e servidores (Lima, 2000). Sistemas móveis<br />

<strong>de</strong> comunicação se baseiam em sua gran<strong>de</strong> maioria <strong>na</strong> transmissão via rádio (Ribeiro, 2002).<br />

Os smartphones (telefones inteligentes) são dispositivos móveis com funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s<br />

avançadas que po<strong>de</strong>m ser estendidas por meio <strong>de</strong> programas executados em seu <strong>sistema</strong><br />

operacio<strong>na</strong>l. Os <strong>sistema</strong>s operacio<strong>na</strong>is dos smartphones, em sua maioria, são "abertos", o que<br />

significa que é possível que <strong>de</strong>senvolvedores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes possam <strong>de</strong>senvolver aplicações para<br />

estes <strong>sistema</strong>s operacio<strong>na</strong>is, fato que não acontecia em gerações anteriores (Lacheta, 2010).<br />

15


Entre as plataformas com maior <strong>de</strong>staque no mercado da computação móvel atual, estão:<br />

Android, iOS (Apple), Windows Mobile (Microsoft), BlackBerry (RIM), Symbian (Nokia) e Maemo<br />

(Nokia).<br />

A empresa Google juntamente com <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong> empresas da telefonia formaram <strong>um</strong>a<br />

aliança chamada Open Handset Alliance (OHA) com a intenção <strong>de</strong> padronizar <strong>um</strong>a plataforma <strong>de</strong><br />

código aberto para celulares. Desta união, surgiu a plataforma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento Android, que<br />

consiste em <strong>um</strong>a plataforma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para aplicativos móveis (Lecheta, 2010).<br />

2.1.1. Plataforma Android<br />

O Android é <strong>um</strong>a plataforma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para aplicativos móveis, baseado no<br />

<strong>sistema</strong> operacio<strong>na</strong>l Linux (Schemberger et al, 2009). As principais funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s da plataforma<br />

são:<br />

• Framework <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicações: Disponibiliza classes com diversas<br />

funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s, proporcio<strong>na</strong>ndo a reutilização <strong>de</strong> código e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a recursos e<br />

exclusivos e manutenção.<br />

• Maqui<strong>na</strong> virtual Dalvik: Máqui<strong>na</strong> virtual Java otimizada para execução em dispositivos<br />

móveis;<br />

• Navegador Web integrado: Baseado no projeto open source webkit;<br />

• Biblioteca <strong>de</strong> gráficos otimizada para dispositivos móveis: Possui bibliotecas para<br />

gráficos 2d e 3d;<br />

• SQLite: Banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> relacio<strong>na</strong>l que ocupa pouca memoria, projetado para ambientes<br />

móveis;<br />

• Suporte multimídia: Possui compatibilida<strong>de</strong> com vários formatos <strong>de</strong> áudio e ví<strong>de</strong>o, <strong>de</strong>ntre<br />

os principais <strong>de</strong>stacam-se mpeg4, h.264, mp3, aac, amr, jpg, png e gif;<br />

• Telefonia com tecnologia GSM: Permite a manipulação <strong>de</strong> informações disponibilizadas<br />

em operações telefônicas;<br />

• Bluetooth, EDGE, 3G e WiFi: Possui suporte as principais formas <strong>de</strong> comunicação sem fio;<br />

• Câmera e GPS: Possui ferramentas para a integração do hardware <strong>de</strong> câmera e GPS com<br />

aplicações (Schemberger et al, 2009).<br />

A estrutura da plataforma esta dividida em camadas, que compõe <strong>um</strong>a arquitetura. Na<br />

próxima seção será apresentada a arquitetura da plataforma Android, além do <strong>de</strong>talhamento das<br />

camadas que compõem esta arquitetura.<br />

16


2.1.2. Arquitetura<br />

A arquitetura da plataforma Android é dividida em quatro camadas (Figura 1). A base do<br />

Android é <strong>um</strong>a versão modificada do Kernel Linux v2.6, que provê vários serviços essenciais<br />

(Bordin, 2012). Esta camada é responsável por gerenciar os processos, threads, arquivos, além <strong>de</strong><br />

realizar o controle <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, drivers dos dispositivos e toda a memoria do dispositivo (Schemberger<br />

et al, 2009).<br />

Figura 1: Arquitetura Android (Aquino, 2007)<br />

Acima da camada <strong>de</strong> Kernel, fica <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> bibliotecas C/C++, utilizada por diversos<br />

componentes da plataforma. Alg<strong>um</strong>as das bibliotecas <strong>de</strong>finidas nesta camada são: Surface Maneger,<br />

3D libraries, SGL, media libraries, FreeType, SSL, SQlite, LibWebCore, System C Library<br />

(Aquino, 2007).<br />

O Android Runtime é composto pela maqui<strong>na</strong> virtual chamada Dalvik VM, on<strong>de</strong> as<br />

aplicações são executadas e também por <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> bibliotecas que fornece funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s<br />

semelhantes as encontradas <strong>na</strong>s bibliotecas padrão da linguagem Java para o controle <strong>de</strong> execução<br />

<strong>de</strong> aplicações (Bordin, 2012).<br />

As aplicações <strong>na</strong> plataforma Android são escritas <strong>na</strong> linguagem Java e executadas máqui<strong>na</strong>s<br />

virtuais isoladas, que são executadas relacio<strong>na</strong>das posteriormente a processos no Linux, <strong>de</strong>sta<br />

forma, as aplicações são executadas <strong>de</strong> forma isolada em relação a outras aplicações (Bordin, 2012).<br />

17


Na camada acima fica o Framework <strong>de</strong> aplicações, que foi <strong>de</strong>senvolvido para simplificar a<br />

reutilização dos componentes da linguagem Java. Os componentes po<strong>de</strong>m publicar suas<br />

capacida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m ser usados por outros componentes (Aquino, 2007).<br />

O Framework é <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> bibliotecas utilizadas para <strong>de</strong>senvolver aplicações. O<br />

Framework do Android é conhecido como SDK (Software Development Kit) e possui além das<br />

bibliotecas, <strong>um</strong> emulador para simular o celular, ferramentas utilitárias e <strong>um</strong>a API completa para a<br />

linguagem Java, com todas as classes necessárias para <strong>de</strong>senvolver aplicações. Alg<strong>um</strong>as das<br />

bibliotecas do Framework são: Activity Ma<strong>na</strong>ger (Gerenciador <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s), Package Ma<strong>na</strong>ger<br />

(Gerenciador <strong>de</strong> pacotes), Window Ma<strong>na</strong>ger (Gerenciador <strong>de</strong> janelas), Telephony Ma<strong>na</strong>ger<br />

(Gerenciador <strong>de</strong> telefonia), Content Provi<strong>de</strong>rs (Provedores <strong>de</strong> conteúdo), Resource Ma<strong>na</strong>ger<br />

(Gerenciador <strong>de</strong> recursos), View System (Visão do <strong>sistema</strong>), Location Ma<strong>na</strong>ger (Gerenciador <strong>de</strong><br />

localização), Notification Ma<strong>na</strong>ger (Gerenciador <strong>de</strong> notificações) e XMPP Service (Serviço XMPP)<br />

(Lecheta, 2010).<br />

A camada Applications fornece <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> aplicações básicas, como por exemplo <strong>um</strong><br />

cliente <strong>de</strong> e-mail, programas para SMS, calendário, mapas, entre outras (Aquino, 2007). Além<br />

<strong>de</strong>stas peças fundamentais em <strong>um</strong>a aplicação, existem os recursos, que são compostos por layouts,<br />

strings, estilos e imagens e o arquivo <strong>de</strong> manifesto, que <strong>de</strong>clara os componentes da aplicação e os<br />

recursos do dispositivo que ela irá utilizar (Bordin, 2012).<br />

2.1.3. Maqui<strong>na</strong> Virtual Dalvik<br />

As aplicações para Android são <strong>de</strong>senvolvidas <strong>na</strong> linguagem <strong>de</strong> programação Java. Para<br />

rodar as aplicações no <strong>sistema</strong> operacio<strong>na</strong>l Android é utilizado <strong>um</strong>a maqui<strong>na</strong> virtual chamada<br />

Dalvik (Lecheta, 2010).<br />

Ao <strong>de</strong>senvolver aplicações para Android é utilizada a linguagem Java com todos os seus<br />

recursos, mas <strong>de</strong>pois o byteco<strong>de</strong> (.class) é compilado e convertido para o formato (.<strong>de</strong>x) (Dalvik<br />

Executable), que correspon<strong>de</strong> a aplicação do Android compilada (Lecheta, 2010).<br />

Depois disso, os arquivos (.<strong>de</strong>x) e outros recursos como imagens são compactadas em <strong>um</strong><br />

único arquivo com a extensão (.apk) (Android Package File), que representa a aplicação fi<strong>na</strong>l<br />

(Lecheta, 2010).<br />

18


2.1.4. Activity<br />

Activity é <strong>um</strong>a das classes mais importantes do Android. Esta classe geralmente representa<br />

<strong>um</strong>a tela da aplicação. Cada activity é responsável por controlar os eventos da tela e <strong>de</strong>finir qual<br />

view será responsável por <strong>de</strong>senha <strong>à</strong> interface gráfica do usuário (Lecheta, 2010).<br />

A classe Activity herda os métodos da classe android.app.Activity ou alg<strong>um</strong>a subclasse <strong>de</strong>la.<br />

Cada activity <strong>de</strong>ve implementar o método onCreate(bundle), que é obrigatório e responsável por<br />

realizar a inicialização necessária para executar a aplicação, como, por exemplo chamar o método<br />

setContentView(view) para <strong>de</strong>finir a interface do usuário. Obrigatoriamente todas as activitys <strong>de</strong>vem<br />

ser <strong>de</strong>claradas no arquivo AndroidManifest.xml, isso é feito por meio da tag , como no<br />

exemplo a seguir:<br />

<br />

A Activity po<strong>de</strong> se encontrar em três estados que são: executando, temporariamente<br />

interrompida em segundo plano ou completamente <strong>de</strong>struída. É importante <strong>de</strong>stacar que é o <strong>sistema</strong><br />

operacio<strong>na</strong>l que cuida do ciclo <strong>de</strong> vida da activity, ou seja, seus possíveis estados (Figura 2)<br />

(Lacheta, 2010).<br />

19


Figura 2: Ciclo <strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Activity (Lacheta, 2010)<br />

O ciclo <strong>de</strong> vida da activity é bem <strong>de</strong>finido. Quando iniciada, ela é inserida no topo da pilha<br />

<strong>de</strong> processos <strong>de</strong> execução (activity stack), gerenciada pelo <strong>sistema</strong> operacio<strong>na</strong>l. A activity do topo<br />

da pilha é a que esta em execução as <strong>de</strong>mais po<strong>de</strong>m ser executadas em segundo plano, estar no<br />

estado <strong>de</strong> pausa ou totalmente paradas. Os métodos da classe activity utilizados para controlar o<br />

estado da aplicação são: onCreate(bundle), onStart(), onRestart(), onRes<strong>um</strong>e(), onPause(), onStop()<br />

e onDestroy() (Lacheta, 2010).<br />

2.1.5. Persistência <strong>de</strong> Dados<br />

20


A persistência <strong>de</strong> <strong>dados</strong> refere-se ao armaze<strong>na</strong>mento dos <strong>dados</strong> em <strong>um</strong> dispositivo físico<br />

para que possam ser recuperados posteriormente. Na plataforma Android a persistência dos <strong>dados</strong><br />

po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> várias formas, alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong>las são:<br />

• Shared Preferences: Armaze<strong>na</strong> <strong>dados</strong> primitivos em pares key-value (chave-valor). É usado<br />

principalmente para armaze<strong>na</strong>mentos simples como, por exemplo, salvar os <strong>dados</strong> atuais da<br />

activity quando ela é interrompida por outra aplicação;<br />

• Inter<strong>na</strong>l Storage: Armaze<strong>na</strong> os <strong>dados</strong> <strong>de</strong> forma privada <strong>na</strong> memória inter<strong>na</strong> do aparelho;<br />

• Exter<strong>na</strong>l Storage: Armaze<strong>na</strong> os <strong>dados</strong> <strong>de</strong> forma pública em <strong>um</strong> repositório externo<br />

(geralmente, cartão SD);<br />

• Network Connection: Armaze<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> <strong>dados</strong> utilizando <strong>um</strong> servidor externo;<br />

• SQLite Database: Armaze<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> <strong>dados</strong> <strong>de</strong> forma estruturada utilizando o banco <strong>de</strong><br />

<strong>dados</strong> relacio<strong>na</strong>l SQLite (incorporado ao Android).<br />

O SQLite é <strong>um</strong>a biblioteca <strong>na</strong> linguagem C que implementa <strong>um</strong> banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> SQL<br />

embutido. O SQLite lê e escreve diretamente no arquivo <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>. Cada aplicação po<strong>de</strong><br />

criar <strong>um</strong> ou mais banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>. A criação do banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> várias formas as<br />

principais são:<br />

1. Utilizado a API do Android para SQLite: Nesta forma é utilizado <strong>um</strong> cliente SQLite<br />

(SQLite Expert Perso<strong>na</strong>l ou SQLite Plus) para criar o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>. O banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong><br />

<strong>de</strong>ve ser importado para o dispositivo no caminho /data/data//. No emulador o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> po<strong>de</strong> ser importado facilmente utilizando a<br />

ferramenta File Explorer do Eclipse, mas em <strong>um</strong> celular real isto se tor<strong>na</strong> mais complicado.<br />

Abaixo segue exemplo <strong>de</strong> código para abrir o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> <strong>na</strong> aplicação.<br />

SQLiteDatabase db =<br />

SQLiteDatabase.openDatabase("/data/data/nomeDoPacote/PlanejSafra”,<br />

null, SQLiteDatabase.CREATE_IF_NECESSARY);<br />

2. Utilizar o Sqlite3 pelo console do emulador: O banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> e suas tabelas po<strong>de</strong>m ser<br />

criados diretamente pela API Java abaixo segue exemplo do código.<br />

SQLiteDatabase db = ctx.openOrCreateDatabase(“PlanejSafra”,<br />

Context.MODE_WORLD_READABLE, null);<br />

O Banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> SQLite permite a execução <strong>de</strong> alguns comandos como a criação, alteração<br />

e remoção <strong>de</strong> tabelas, índices, triggers, visões e consultas. Porém possui seus recursos limitados se<br />

comparado a outros bancos <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, utilizados em servidores.<br />

21


2.1.6. Mapas e GPS<br />

O Android possui integração com o Google Maps e oferece a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

aplicações <strong>de</strong> localização com o GPS, <strong>de</strong> forma simples. As aplicações <strong>de</strong> localização são baseadas<br />

em serviços <strong>de</strong> localização que permitem que estes dispositivos utilizem informações através da<br />

re<strong>de</strong> móvel ou GPS do dispositivo para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r sua localização.<br />

Os mapas utilizados para mostrar a localização muitas vezes não são precisos, isso se <strong>de</strong>ve<br />

pelo fato que a localização nos dispositivos é informada pelo <strong>sistema</strong> operacio<strong>na</strong>l que po<strong>de</strong> ter<br />

origem do GPS do dispositivo ou da ante<strong>na</strong> da operadora. Para escolher a localização a ser<br />

informada no mapa o <strong>sistema</strong> operacio<strong>na</strong>l Android a<strong>na</strong>lisa alguns recursos como nível <strong>de</strong> bateria do<br />

aparelho e tempo <strong>de</strong> resposta do GPS.<br />

Muitas vezes o dispositivo móvel se encontra em locais on<strong>de</strong> não existe cobertura <strong>de</strong> GPS<br />

(<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa, prédios, garagem, etc...) e nesse caso é utilizada a localização informada pela<br />

triangulação <strong>de</strong> ante<strong>na</strong>s <strong>de</strong> celular (estas informações são repassadas pela operadora).<br />

Para utilizar o serviço do Google Maps é preciso obter <strong>um</strong>a chave <strong>de</strong> acesso. Essa chave <strong>de</strong><br />

acesso só é fornecida através do certificado digital da aplicação. As aplicações compiladas pelo<br />

eclipse geram esse certificado.<br />

2.2. Computação Pervasiva<br />

A Computação Pervasiva é <strong>um</strong> paradigma computacio<strong>na</strong>l que alia tecnologias <strong>de</strong><br />

comunicação e informação, <strong>de</strong> forma que permita o acesso a informação em qualquer lugar,<br />

acessível por qualquer pessoa (Saha et al, 2003). Foi <strong>de</strong>rivada da proposta Computação Ubíquam,<br />

<strong>de</strong>finida por Mark Weiser (1991).<br />

Neste paradigma, os computadores estariam distribuídos no ambiente, e através <strong>de</strong> sensores<br />

espalhados pelo ambiente, os dispositivos e <strong>sistema</strong>s seriam capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e extrair <strong>dados</strong> das<br />

variações do ambiente, gerando automaticamente mo<strong>de</strong>los computacio<strong>na</strong>is, e controlando,<br />

configurando e ajustando aplicações conforme as necessida<strong>de</strong>s dos usuários e dos <strong>de</strong>mais<br />

dispositivos (Domingues, 2012).<br />

As iterações nos <strong>sistema</strong>s po<strong>de</strong>riam ser compartilhadas entre diferentes usuários. Desta<br />

forma, cada integrante (usuário) do ambiente seria capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar a mútua presença, tanto <strong>de</strong><br />

outros usuários como dos <strong>de</strong>mais dispositivos, e interagir automaticamente entre eles construindo<br />

<strong>um</strong> contexto inteligente para sua melhor utilização (Domingues, 2012).<br />

22


Com o <strong>de</strong>senvolvimento dos hardwares e os avanços das tecnologias <strong>de</strong> sensores <strong>de</strong><br />

localização, comunicação sem fio, re<strong>de</strong> global dos últimos anos já se tem a visão avançada <strong>de</strong><br />

Computação Pervasiva, mas ainda está distante da visão <strong>de</strong> Weiser (Saha et al, 2003).<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Computação Pervasiva envolve quatro gran<strong>de</strong>s <strong>área</strong>s (Wolski, 2009):<br />

(i) Dispositivos: Para que a Computação Pervasiva esteja presente em todo o meio é<br />

necessário que os dispositivos (mouses, teclados, PDA, telefones celulares, eletrodomésticos, pisos<br />

com sensores, sensores biológicos, etc.) permitam a interação com o ambiente (através <strong>de</strong><br />

atuadores) possibilitando a comunicação entre os dispositivos.<br />

(ii) Re<strong>de</strong>: Ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> comunicação entre dispositivos. As re<strong>de</strong>s precisão ser <strong>de</strong> curto, médio e<br />

longo alcance para satisfazer a onipresença da Computação Pervasiva como as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> telefonia<br />

celular e sem fio (wi-fi e Bluetooth);<br />

(iii) Middleware: O middleware <strong>na</strong> Computação Pervasiva precisa ser capaz <strong>de</strong> medir<br />

interações entre o usuário e o núcleo do <strong>sistema</strong>, <strong>de</strong>sta forma tor<strong>na</strong>ndo a Computação Pervasiva<br />

invisível ao usuário. Além <strong>de</strong> fornecer suporte no modo cliente-servidor e no modo ponto-a-ponto.<br />

(iv) Aplicações: As aplicações Pervasivas são centradas no ambiente, sofrendo gran<strong>de</strong><br />

influencia do middleware e da re<strong>de</strong>. Para que as aplicações possam atingir o conceito <strong>de</strong><br />

Computação Pervasiva <strong>de</strong>finida por Weiser é necessário resolver alg<strong>um</strong>as questões e <strong>de</strong>safios<br />

como: escalabilida<strong>de</strong>, heterogeneida<strong>de</strong>, integração, invisibilida<strong>de</strong>, percepção e gerenciamento <strong>de</strong><br />

contexto (Wolski, 2009).<br />

A Computação Pervasiva po<strong>de</strong> ser aplicada em diversas <strong>área</strong>s, como <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong><br />

precisão <strong>de</strong> forma a tor<strong>na</strong>r a interação das pessoas com as maqui<strong>na</strong>s imperceptível. Um exemplo <strong>de</strong><br />

utilização da Computação Pervasiva <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão po<strong>de</strong> ser a utilização <strong>de</strong> sensores<br />

espalhados <strong>na</strong>s lavouras que são responsáveis por captar <strong>dados</strong> do solo e plantas e transmiti-los para<br />

computadores com softwares específicos que são responsáveis por processar estes <strong>dados</strong>, ou<br />

controladores que transmitem comandos <strong>à</strong>s bombas ou válvulas que acio<strong>na</strong>m ou regulam os<br />

mecanismos <strong>de</strong> distribuição.<br />

Com isso é possível aplicar os conceitos <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão que são apresentados <strong>na</strong><br />

próxima seção, também será apresentado <strong>à</strong>s tecnologias envolvidas no processo <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong><br />

precisão, que sem elas seria inviável a pratica da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão.<br />

23


3. AGRICULTURA DE PRECISÃO<br />

Para maximizar a produção física e econômica das culturas, os agricultores utilizam a<br />

aplicação variada <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os <strong>de</strong> acordo com os tipos <strong>de</strong> solos e <strong>de</strong>sempenho das culturas <strong>na</strong>s suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s.<br />

Antigamente era possível observar a variabilida<strong>de</strong> espacial das proprieda<strong>de</strong>s e solos, pois se<br />

explorava peque<strong>na</strong>s <strong>área</strong>s, <strong>de</strong>sta forma era possível manejar cada cultura <strong>de</strong> acordo com as<br />

diferenças encontradas <strong>na</strong>s <strong>área</strong>s cultivadas. Com a mecanização da <strong>agricultura</strong>, as <strong>área</strong>s exploradas<br />

passaram a ser muito maiores, e <strong>de</strong>sta forma, só é possível realizar o manejo com a aplicação<br />

uniforme <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os (Coelho, 2005).<br />

Este tipo <strong>de</strong> aplicação uniforme propicia o <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os e a<strong>um</strong>enta o impacto das<br />

lavouras no meio ambiente. Com os avanços tecnológicos e com a utilização <strong>de</strong> tecnologias como<br />

GPS (Sistema <strong>de</strong> Posicio<strong>na</strong>mento Global), softwares e hardwares específicos, foi possível realizar a<br />

aplicação <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os a taxas variáveis <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada <strong>área</strong>, possibilitando<br />

assim <strong>um</strong> manejo <strong>de</strong> culturas mais especifico.<br />

Os fundamentos da Agricultura <strong>de</strong> Precisão mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong> foram criados no inicio do século XX,<br />

mas ela só se tornou viável para os produtores <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1980, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

microcomputadores, sensores e softwares (Lamparelli, 2012).<br />

3.1. Definição e Conceito da Agricultura <strong>de</strong> Precisão<br />

Agricultura <strong>de</strong> Precisão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> técnicas para aplicação dos<br />

fatores <strong>de</strong> produção (sementes, fertilizantes, fitofármacos, reguladores <strong>de</strong> crescimento, água, entre<br />

outros) e execução das operações culturais, <strong>de</strong> acordo com a variabilida<strong>de</strong> do meio. Estas técnicas<br />

permitem gerir <strong>área</strong>s diferentes que possuem características distintas, evitando a aplicação uniforme<br />

<strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> produção (Santos, 2011).<br />

O conceito <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão está normalmente associado <strong>à</strong> utilização <strong>de</strong> soluções<br />

integradas <strong>de</strong> hardware e software. Estes equipamentos são utilizados para monitorar ou avaliar as<br />

condições n<strong>um</strong>a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da parcela <strong>de</strong> terreno, permitindo a aplicação dos fatores <strong>de</strong> produção<br />

conforme a necessida<strong>de</strong> (Coelho et al, 2004).<br />

A Agricultura <strong>de</strong> Precisão tem como objetivo a<strong>um</strong>entar o rendimento dos produtores através<br />

da redução dos custos <strong>de</strong> produção e a<strong>um</strong>ento da produtivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> das culturas, além da<br />

redução do impacto ambiental com as ativida<strong>de</strong>s agrícolas através do controle da aplicação dos<br />

24


fatores <strong>de</strong> produção que <strong>de</strong>verá ser feita, <strong>na</strong> medida das necessida<strong>de</strong>s das plantas (Coelho et al,<br />

2004).<br />

A principal característica da Agricultura <strong>de</strong> Precisão é permitir que seja possível a aplicação<br />

no local correto, no momento a<strong>de</strong>quado, as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os necessários <strong>à</strong> produção<br />

agrícola, para <strong>área</strong>s cada vez menores e mais homogêneas, tanto quanto a tecnologia e os custos<br />

envolvidos permitirem. A Figura 3 mostra simplificadamente os ciclos da Agricultura <strong>de</strong> Precisão.<br />

Figura 3: Ciclo <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> Precisão (Arvus, 2012)<br />

As técnicas utilizadas <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão, tais como monitorização e aplicação<br />

diferenciada, exigem a utilização <strong>de</strong> tecnologias como: hardware, software, Sistema <strong>de</strong><br />

Posicio<strong>na</strong>mento Global (GPS), Sistema <strong>de</strong> informação Geográfica (SIG), sensores eletrônicos,<br />

controladores. As próximas subseções explicam cada <strong>um</strong>a <strong>de</strong>stas tecnologias e como são utilizadas<br />

<strong>na</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão.<br />

25


3.2. Componentes Básicos da Agricultura <strong>de</strong> Precisão<br />

A tecnologia vem se mostrando <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> aliada ao <strong>de</strong>senvolvimento e a prática da<br />

Agricultura <strong>de</strong> Precisão. Novas tecnologias vem proporcio<strong>na</strong>ndo <strong>à</strong> <strong>agricultura</strong> novas formas <strong>de</strong> ver a<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma mais <strong>de</strong>talhada, subdividindo-a em outras sub<strong>área</strong>s, cara <strong>um</strong>a com<br />

proprieda<strong>de</strong>s diferenciadas em relação as outras (Tschie<strong>de</strong>l et al, 2002).<br />

A integração <strong>de</strong> várias tecnologias, como (i) Computadores e programas; (ii) GPS – Sistema<br />

<strong>de</strong> Posicio<strong>na</strong>mento Global; (iii) SIG’s – Sistemas <strong>de</strong> Informação Geográfica; (iv) Sensoriamento<br />

Remoto; (iv) Sensores; (vi) Controladores Eletrônicos <strong>de</strong> Aplicação, permitiu aos pesquisadores,<br />

consultores e agricultores fazer coisas que nunca tinham sido feitas antes, pois eram impossíveis <strong>de</strong><br />

se fazer, e quando estas tecnologias usadas corretamente permite obter <strong>um</strong>a qualida<strong>de</strong> nunca<br />

atingida (Fortin & Pierce, 1998).<br />

3.2.1. Computadores e Programas<br />

Agricultura <strong>de</strong> Precisão requer a aquisição, manejo, processamento e análise <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> que variam no espaço e no tempo. Alg<strong>um</strong>as ativida<strong>de</strong>s como mapeamento da<br />

colheita, levantamento <strong>de</strong> <strong>dados</strong> <strong>de</strong> culturas e amostragem <strong>sistema</strong>tizada <strong>de</strong> solos fornecem <strong>dados</strong><br />

sobre a variabilida<strong>de</strong> das culturas e solos em <strong>um</strong>a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da <strong>área</strong>.<br />

Os programas tem a função <strong>de</strong> processar estes <strong>dados</strong> e fornecer informações (relatórios e<br />

mapas) para serem usados <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. No entanto sem os computadores velozes que<br />

temos hoje esse processamento seria praticamente impossível (Coelho, 2005).<br />

A utilização <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> computação móvel é necessária para trabalhos em condições <strong>de</strong><br />

campo. Esses <strong>sistema</strong>s móveis são utilizados para armaze<strong>na</strong>r gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>dados</strong> e<br />

informação para utilização em campo <strong>de</strong>sta forma é importante que estes aparelhos móveis sejam<br />

dotados <strong>de</strong> microprocessadores que possam operar a altas velocida<strong>de</strong>s e memória expansiva. Assim,<br />

po<strong>de</strong>-se esperar que os computadores direcionem o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico que irá permitir a<br />

implementação das tecnologias da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão (Coelho, 2005).<br />

Outra tecnologia fundamental para implementação da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão é o <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong><br />

Posicio<strong>na</strong>mento Global - GPS. Este <strong>sistema</strong> permite que as informações sobre o manejo das culturas<br />

sejam geo-referênciadas, pois para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a variabilida<strong>de</strong> espacial <strong>de</strong> <strong>um</strong>a característica do solo<br />

ou <strong>de</strong> <strong>um</strong>a cultura é necessário conhecer a localização geográfica precisa <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> dos ponto<br />

utilizados <strong>na</strong> amostragem (Coelho et al, 2004).<br />

26


3.2.2. Sistema <strong>de</strong> Posicio<strong>na</strong>mento Global – GPS<br />

O Sistema <strong>de</strong> posicio<strong>na</strong>mento Global (GPS) é <strong>um</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>na</strong>vegação composto por 24<br />

satélites (Figura 4), que fornece a receptores móveis (Figura 5) a posição on<strong>de</strong> eles se encontram <strong>na</strong><br />

terra. O GPS foi <strong>de</strong>senvolvido inicialmente pelo Departamento <strong>de</strong> Defesa dos Estados Unidos da<br />

América tendo início em 1973 e <strong>de</strong>clarado totalmente operacio<strong>na</strong>l em 1995. Inicialmente, era <strong>de</strong> uso<br />

exclusivo dos militares, mas logo foi disponibilizado para civis (Coelho et al, 2004).<br />

Figura 4: Satélites do GPS (Santos, 2011)<br />

Cada <strong>um</strong> dos satélites po<strong>de</strong> enviar e receber si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> radio. As forma como as orbitas dos<br />

satélites estão dispostas, fazem com que existe pelo menos quatro satélites visíveis (si<strong>na</strong>is que<br />

po<strong>de</strong>m ser captados por aparelhos <strong>na</strong> terra) <strong>de</strong> qualquer ponto <strong>à</strong> superfície do globo terrestre<br />

(Coelho et al, 2004).<br />

Os receptores móveis (Figura 5) possuem três componentes principais: <strong>um</strong> receptor <strong>de</strong> rádio,<br />

<strong>um</strong> relógio e o software para efetuar os cálculos que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> sua localização ou posição<br />

geográfica (Coelho et al, 2004).<br />

27


Figura 5: Receptor GPS (Coelho et al, 2004)<br />

O GPS proporcionou <strong>à</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão a aplicação dos conceitos <strong>de</strong> manejo<br />

localizado. Antes da utilização do GPS <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão, a posição relativa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

cultura no campo era <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da por estimativas, utilizando-se <strong>um</strong> método simples, no qual a<br />

posição era tomada em relação a <strong>um</strong> ponto previamente fixado, medindo-se as distâncias utilizando-<br />

se radar, ultrassom, entre outros métodos (Coelho, 2005).<br />

Os GPS são importantes para a Agricultura <strong>de</strong> Precisão, pois são necessários para<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a variabilida<strong>de</strong> espacial das características do meio para que as parcelas não sejam<br />

consi<strong>de</strong>radas unida<strong>de</strong>s uniformes, mas sejam divididas em subunida<strong>de</strong>s homogêneas, com<br />

características diferentes (Santos, 2011).<br />

A integração do GPS com tecnologias como SIG permite a criação <strong>de</strong> estruturas complexas<br />

<strong>de</strong> <strong>dados</strong> que fazem parte dos <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão. Os SIGs permitem associar<br />

informação <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza espacial e informação alfan<strong>um</strong>érica (Coelho et al, 2004).<br />

3.2.3. Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica – SIG<br />

Sistemas <strong>de</strong> Informação Geográfica são <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> informação baseados em computador<br />

que permitem captar, mo<strong>de</strong>lar, manipular, recuperar, consultar, a<strong>na</strong>lisar e apresentar soluções com<br />

28


<strong>dados</strong> geograficamente referenciados e previamente armaze<strong>na</strong>dos em bancos <strong>de</strong> <strong>dados</strong>. Os SIGs são<br />

compostos por softwares e hardwares interligados (Pitz et al., 2001).<br />

Os SIGs possuem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipular informações com base em atributos<br />

geográficos. Esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>r camadas <strong>de</strong> <strong>dados</strong> através <strong>de</strong> atributos geo-referênciados<br />

comuns, permite combi<strong>na</strong>r, a<strong>na</strong>lisar e cartografar os resultados. Esta característica do SIG é a<br />

gran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> outros <strong>sistema</strong>s (<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> informação não geográficos) (Coelho et al, 2004).<br />

Os SIGs possuem duas características muito importantes como a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização<br />

em <strong>área</strong>s diversas e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise. Permitindo criar mapas temáticos, integrar informações<br />

das mais diversas <strong>na</strong>turezas, visualizar múltiplos cenários, resolver problemas complexos,<br />

apresentar i<strong>de</strong>ias e propor soluções.<br />

Além disso, o SIG po<strong>de</strong> ser utilizado para varias questões com dimensão espacial como:<br />

excesso <strong>de</strong> população em muitas <strong>área</strong>s, poluição, <strong>de</strong>sertificação, <strong>de</strong>sastres <strong>na</strong>turais, etc. Entre outros<br />

problemas que po<strong>de</strong>m ser tratados com SIG se <strong>de</strong>stacam, a localização <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo negocio, a<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção do melhor solo para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da cultura e a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> <strong>um</strong>a melhor rota para <strong>um</strong><br />

dado <strong>de</strong>stino (Coelho et al, 2004).<br />

Existem vários SIGs disponíveis <strong>na</strong> internet <strong>de</strong>ntre eles se <strong>de</strong>staca o SPRING por ser <strong>um</strong><br />

software freeware (distribuição livre), multiplataforma e estar disponível nos idiomas português e<br />

inglês. O SPRING é <strong>um</strong> projeto do INPE / DPI (Instituto Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais / Divisão<br />

<strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Imagens) e conta com a participação da EMBRAPA/CNPTIA (Centro<br />

Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Pesquisa Tecnológica em Informática para Agricultura), IBM Brasil (Centro Latino-<br />

Americano <strong>de</strong> Soluções para Ensino Superior e Pesquisa), TECGRAF - PUC Rio (Grupo <strong>de</strong><br />

Tecnologia em Computação Gráfica da PUC-Rio) e PETROBRÁS/CENPES (Centro <strong>de</strong> Pesquisas<br />

"Leopoldo Miguez") (Câmara et al, 1996).<br />

O <strong>sistema</strong> SPRING (Figura 6) possui as seguintes características:<br />

• Opera com banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> e suporta gran<strong>de</strong>s vol<strong>um</strong>es <strong>de</strong> <strong>dados</strong>;<br />

• Base <strong>de</strong> <strong>dados</strong> única, não havendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> <strong>dados</strong>;<br />

• Possui mesma interface para <strong>sistema</strong> operacio<strong>na</strong>l Windows e Linux.<br />

• Administra <strong>dados</strong> vetoriais, matriciais e realiza a integração <strong>de</strong> <strong>dados</strong> sensoriamento remoto<br />

em <strong>um</strong> SIG;<br />

• Ambiente <strong>de</strong> trabalho amigável e po<strong>de</strong>roso com <strong>um</strong>a linguagem espacial facilmente<br />

programável (LEGAL - Linguagem Espaço-Geográfica baseada em Álgebra) (Lopes, 2010).<br />

29


3.2.4. Sensoriamento Remoto<br />

Figura 6: Tela do SPRING 5.2 (Lopes, 2010)<br />

Sensoriamento Remoto também conhecido como <strong>de</strong>tecção remota po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como o<br />

processo <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> objetos sobre ou próximos da superfície terrestre, por <strong>um</strong><br />

sensor <strong>de</strong> radiação eletromagnética colocada acima da superfície terrestre (Coelho et al, 2004).<br />

Um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Detecção Remota (Figura 7) possui três componentes básicos:<br />

• Emissor <strong>de</strong> Radiação: No caso <strong>de</strong> fotografia, o emissor <strong>de</strong> radiação po<strong>de</strong> ser <strong>na</strong>tura como<br />

sol e terra e no caso artificial po<strong>de</strong> ser radar;<br />

• Superfície Terrestre: Interagem com a radiação em função do tipo da radiação e das<br />

características dos objetos que a constituem;<br />

• Sensor: Responsável por captar e registrar a energia emitida ou refletida pela superfície<br />

terrestre (Coelho et al, 2004).<br />

30


Figura 7: Sistema <strong>de</strong> Detecção Remota (Coelho et al, 2004)<br />

O principal foco <strong>de</strong> sensoriamento remoto <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> é a interação <strong>de</strong> solos e plantas com<br />

energia eletromagnética. No campo da <strong>agricultura</strong>, a tecnologia <strong>de</strong> sensoriamento remoto tem sido<br />

usada para <strong>um</strong>a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a avaliação do estado nutricio<strong>na</strong>l e hídrico<br />

em plantas até a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> plantas daninhas e insetos (Coelho, 2005).<br />

3.2.5. Sensores<br />

Sensores são dispositivos que transmitem impulsos elétricos em resposta a estímulos físicos<br />

(calor, luz, magnetismo, movimento, pressão e som), e estes impulsos são utilizados em aplicações<br />

especificas. Com a utilização <strong>de</strong> computadores para realizar o armaze<strong>na</strong>mento e processamento dos<br />

<strong>dados</strong> emitidos por sensores, em combi<strong>na</strong>ção com GPS (para medir posições) e SIGs (para a<strong>na</strong>lisar<br />

e mapear os <strong>dados</strong>), qualquer informação gerada pelos sensores po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>talhadamente mapeada<br />

(Coelho, 2005).<br />

As proprieda<strong>de</strong>s dos solos passíveis <strong>de</strong> serem quantificadas com o uso <strong>de</strong> sensores incluem:<br />

matéria orgânica; PH; <strong>um</strong>ida<strong>de</strong>; profundida<strong>de</strong> do horizonte superficial. Já as variáveis relacio<strong>na</strong>das<br />

para as culturas que po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificadas para o manejo são: tipo e intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />

plantas daninhas para aplicação intermitente <strong>de</strong> herbicidas; estresses abióticos, para aplicação <strong>de</strong><br />

fertilizantes; população <strong>de</strong> plantas e produção das culturas (Pierce & Nowak, 1999).<br />

Em relação <strong>à</strong> forma como são medidas as variáveis, os sensores mais utilizados são óticos,<br />

térmicos e elétricos:<br />

31


• Sensores ópticos: São espectrómetros que utilizam <strong>um</strong>a ranhura existente n<strong>um</strong> disco <strong>de</strong><br />

entrada que <strong>de</strong>fine, juntamente com as lentes, <strong>um</strong>a linha estreita da imagem do objeto<br />

(campo), que faz com que a luz ao se dispersar forme <strong>um</strong>a imagem bidimensio<strong>na</strong>l que é<br />

projetada no sensor da câmara, estes sensores permitem medir as características do solo e<br />

também servem para orientação <strong>na</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> zo<strong>na</strong>s on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve efetuar a recolha <strong>de</strong><br />

<strong>dados</strong> (Santos, 2009);<br />

• Sensores térmicos: São baseados <strong>na</strong> reflexão das superfícies, resultante da incidência da luz<br />

do sol, que tem <strong>um</strong>a elevada correlação com o si<strong>na</strong>l térmico emitido. Como diferentes<br />

temperaturas correspon<strong>de</strong>m diferentes bandas térmicas, a utilização <strong>de</strong> sensores para medir<br />

aqueles valores, permite i<strong>de</strong>ntificar as várias superfícies da camada terrestre (Santos, 2009);<br />

• Sensores elétricos: Consiste <strong>na</strong> emissão <strong>de</strong> <strong>um</strong>a corrente elétrica por dois discos, <strong>de</strong>tectando<br />

os outros a diferença <strong>de</strong> potencial que ocorre no campo eletromagnético gerado no solo<br />

resultante da corrente eléctrica aplicada. Esta tecnologia usa, assim, a energia<br />

eletromagnética para medir a condutivida<strong>de</strong> eléctrica do solo, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da concentração<br />

<strong>de</strong> iões; a h<strong>um</strong>ida<strong>de</strong>, a quantida<strong>de</strong> e tipo <strong>de</strong> iões <strong>na</strong> água do solo, a quantida<strong>de</strong> e tipo <strong>de</strong><br />

argila, influenciam, igualmente, a condutivida<strong>de</strong> eléctrica do solo. Desta forma a<br />

caracterização das proprieda<strong>de</strong>s físicas e químicas do solo é feita baseando-se <strong>na</strong><br />

condutivida<strong>de</strong> elétrica do solo (Santos, 2009).<br />

Com a utilização <strong>de</strong> sensores a aplicação variada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecnologias para controlar as<br />

taxas <strong>de</strong> aplicação dos fatores <strong>de</strong> produção. Estas tecnologias são chamadas <strong>de</strong> controladores.<br />

3.2.6. Controladores Eletrônicos <strong>de</strong> Aplicação<br />

Os controladores são microprocessadores que utilizam a informação dos sensores, que po<strong>de</strong><br />

ser fornecida diretamente ou através do SIG, para calcular a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> dado fator <strong>de</strong><br />

produção que é necessário aplicar em cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>área</strong> (Santos, 2011).<br />

Estes cálculos são efetuados com a utilização <strong>de</strong> algoritmos com o objetivo <strong>de</strong> otimizar a<br />

aplicação do fator <strong>de</strong> produção. Os resultados dos cálculos são transmitidos pelos controladores <strong>à</strong>s<br />

bombas, válvulas, etc. que acio<strong>na</strong>m ou regulam os mecanismos <strong>de</strong> distribuição, <strong>de</strong>sta forma fazendo<br />

varias as taxas <strong>de</strong> aplicação conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>área</strong> (Santos, 2011).<br />

O controle <strong>de</strong>ve ser atingido no tempo e no espaço, para variar a aplicação <strong>de</strong> <strong>um</strong> ou mais<br />

ins<strong>um</strong>os a diferentes doses, em diferentes profundida<strong>de</strong>s no solo e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a maneira uniforme e<br />

específica <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da <strong>área</strong> (Coelho, 2005).<br />

32


3.3. Etapas da Agricultura <strong>de</strong> Precisão<br />

O processo a <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão (Figura 8) possui basicamente quatro etapas:<br />

Recolhimento e processamento da informação; Análise dos <strong>dados</strong> <strong>coleta</strong>dos; Tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em<br />

função da análise <strong>de</strong> <strong>dados</strong>; Execução das operações <strong>de</strong> acordo com as variações dos <strong>dados</strong> no<br />

tempo e no espaço (Santos, 2011).<br />

Figura 8: Diferentes fases da Agricultura <strong>de</strong> Precisão (Santos, 2011)<br />

O processo <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão inicia <strong>na</strong> etapa <strong>de</strong> recolha da informação, pois é<br />

necessário primeiramente conhecer as variabilida<strong>de</strong>s do meio. Estas informações po<strong>de</strong>m ser obtidas<br />

diretamente do campo (rendimento da cultura, grau <strong>de</strong> infestação, etc.) ou indiretamente através <strong>de</strong><br />

estações meteorológicas, satélites, a<strong>na</strong>lise <strong>de</strong> solos em laboratórios, etc. (Santos, 2011).<br />

Vários métodos têm sido recomen<strong>dados</strong> e utilizados para i<strong>de</strong>ntificar, caracterizar e enten<strong>de</strong>r<br />

a variabilida<strong>de</strong> espacial das culturas em <strong>um</strong>a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da <strong>área</strong> como monitor <strong>de</strong> colheita, mapa <strong>de</strong><br />

solos, fotografia aérea, amostragem <strong>sistema</strong>tizada <strong>de</strong> solos, sensores eletrônicos e sensoriamento<br />

remoto (Coelho, 2005).<br />

33


As tecnologias da Agricultura <strong>de</strong> Precisão e as praticas relacio<strong>na</strong>das, permitem a <strong>coleta</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações e <strong>dados</strong> das <strong>área</strong>s agrícolas. Alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong>stas informações<br />

po<strong>de</strong>m ser as proprieda<strong>de</strong>s físicas e químicas dos solos, <strong>dados</strong> climáticos, incidência <strong>de</strong> pragas,<br />

doenças, ervas daninhas e produção das culturas (Coelho, 2005).<br />

A segunda etapa da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão é a a<strong>na</strong>lise das informações colhidas <strong>na</strong> primeira<br />

etapa para isso é usado <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> ferramentas. As informações <strong>de</strong>vem estar geo-referênciadas,<br />

ou seja, os <strong>dados</strong> medidos <strong>de</strong>vem estar associados a <strong>um</strong> dado local, que é <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do por <strong>um</strong><br />

<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Posicio<strong>na</strong>mento Global Diferencial – DGPS e suas a<strong>na</strong>lises são efetuadas por <strong>um</strong> <strong>sistema</strong><br />

<strong>de</strong> informações Geográficas – SIG (Santos, 2011).<br />

As tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão terceira etapa pressupõe o conhecimento da origem da variação das<br />

características intra e entre parcelares, seu impacto <strong>na</strong> operação cultural a realizar (<strong>de</strong>cisão<br />

operacio<strong>na</strong>l), fatores <strong>de</strong> produção a aplicar (<strong>de</strong>cisão econômica) e impacto no meio ambiente<br />

(Santos, 2011).<br />

Os Sistemas <strong>de</strong> Informação Geográfica (SIGs) convertem os <strong>dados</strong> em mapas <strong>de</strong><br />

variabilida<strong>de</strong> que, juntamente com os mo<strong>de</strong>los agronômicos a<strong>de</strong>quados (Sistema <strong>de</strong> Suporte a<br />

Decisão - SSD), vão ajudar a sua interpretação e a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões sobre as condições <strong>de</strong><br />

funcio<strong>na</strong>mento dos equipamentos <strong>de</strong> aplicação variável (VRT- variable rate technology) para se<br />

utilizarem ape<strong>na</strong>s as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> produção certas, nos locais a<strong>de</strong>quados (Santos,<br />

2011).<br />

A quarta etapa é a execução das operações <strong>de</strong> acordo com a variação dos <strong>dados</strong> no espaço e<br />

no tempo. Esta etapa consiste <strong>na</strong> implementação, no terreno, da tomada das <strong>de</strong>cisões, para que os<br />

equipamentos apliquem diferentes quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> produção ou se realizem as operações<br />

culturais <strong>de</strong> acordo com a característica do meio (Santos, 2011).<br />

3.4. Levantamento <strong>de</strong> Dados <strong>na</strong> Lavoura<br />

Os <strong>dados</strong> importantes são aqueles que em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das condições afetam o crescimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das culturas. Na análise do solo, por exemplo, <strong>de</strong>vem ser a<strong>na</strong>lisados as seguintes<br />

variáveis (Coelho et al, 2004):<br />

• Fertilida<strong>de</strong>: teor <strong>de</strong> macro nutrientes essenciais (N, P e K), macro nutrientes secundários<br />

(Ca, Mg e S) e micronutrientes (B, CI, Cu, Mo, e Zn).<br />

• PH: Diretamente relacio<strong>na</strong>do com a disponibilida<strong>de</strong> da maior parte <strong>de</strong> micronutrientes para<br />

serem utilizados pelas plantas.<br />

• Profundida<strong>de</strong>: profundida<strong>de</strong> para possibilitar a <strong>de</strong>composição da semente para sua<br />

germi<strong>na</strong>ção;<br />

34


• Teor em Matéria Orgânica: A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica necessária varia <strong>de</strong> acordo<br />

com cada cultua;<br />

• Textura: Refere-se, <strong>à</strong>s proporções relativas das partículas ou frações <strong>de</strong> areia, argila <strong>na</strong> terra<br />

fi<strong>na</strong> seca ao ar;<br />

• Espessura: A espessura do solo é classificada <strong>de</strong> acordo com sua camada arável (que po<strong>de</strong><br />

ser utilizada para o cultivo);<br />

• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> água: Capacida<strong>de</strong> que o solo tem <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>r água;<br />

• Dre<strong>na</strong>gem inter<strong>na</strong> e exter<strong>na</strong>: Processo <strong>de</strong> remoção do excesso <strong>de</strong> água, muito importante<br />

em épocas com muita chuva;<br />

• Permeabilida<strong>de</strong>: É <strong>um</strong>a proprieda<strong>de</strong> do solo on<strong>de</strong> permite que a água consiga fluir entre<br />

seus espaços vazios;<br />

• Compactação: Se refere <strong>à</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do solo;<br />

• Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Troca Catiônica: utilizada como medida <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> dos solos;<br />

• Declive: É importante a<strong>na</strong>lisar o <strong>de</strong>clive do terreno pois em alguns casos não são indicados<br />

para plantação;<br />

• Exposição do terreno: Se refere <strong>à</strong> exposição solar do terreno;<br />

Com a utilização <strong>de</strong> GPS para geo-referênciar os locais que foram colhidas <strong>à</strong>s amostras, é<br />

possível conhecer a localização exata que correspon<strong>de</strong> a cada análise <strong>de</strong> solo. Os resultados <strong>de</strong>stas<br />

análises po<strong>de</strong>m ser utilizados para criar mapas <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> (em SIG), aos quais, entre outros,<br />

po<strong>de</strong>rão estar associados diferentes níveis <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> fertilizantes (Coelho et al, 2004).<br />

Outros <strong>dados</strong> que são importantes e precisam <strong>de</strong> <strong>um</strong> levantamento para que sejam a<strong>na</strong>lisados<br />

posteriormente são as características das culturas como pragas, doenças, infestantes, mobilizações,<br />

etc. Estes <strong>dados</strong> utilizados em conjunto com outras tecnologias como GPS e SIG possibilitam a<br />

i<strong>de</strong>ntificação das limitações da lavoura, permitindo corrigir os problemas e a<strong>um</strong>entar as produções<br />

no ano seguinte (Coelho et al, 2004).<br />

É muito importante que estes <strong>dados</strong> sejam <strong>coleta</strong>dos da forma correta, pois é a partir <strong>de</strong>les<br />

que são geradas as informações que serão utilizadas para ajudar <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Sendo que o<br />

Assistente técnico responsável pela <strong>coleta</strong> dos <strong>dados</strong> <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração toda á <strong>área</strong> da<br />

lavoura para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r os pontos das amostras e assim po<strong>de</strong>r mapear todas as suas <strong>de</strong>ficiências.<br />

Além <strong>de</strong> tomar cuidado com a integrida<strong>de</strong> dos <strong>dados</strong> <strong>coleta</strong>dos, bem como a localização<br />

exata da <strong>coleta</strong>. Esse processo po<strong>de</strong> se tor<strong>na</strong>r inviável se realizado <strong>de</strong> forma manual sem o auxilio<br />

<strong>de</strong> tecnologias. Uma forma <strong>de</strong> agilizar o processo <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> dos <strong>dados</strong> e garantir que estes <strong>dados</strong> são<br />

35


<strong>coleta</strong>dos <strong>de</strong> forma correta é com a utilização <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as tecnologias como computação móvel,<br />

GPS entre outras.<br />

Na próxima seção é apresentada <strong>um</strong>a proposta <strong>de</strong> solução para estes problemas encontrados<br />

durante o levantamento dos <strong>dados</strong> no acompanhamento das lavouras. Esta solução tem por<br />

fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> integrar tecnologias como computação móvel e GPS para garantir que as <strong>coleta</strong>s sejam<br />

realizadas em pontos estratégicos para que toda a lavoura seja a<strong>na</strong>lisada além <strong>de</strong> serem geo-<br />

referênciados.<br />

36


4. UM SISTEMA DE AUXÍLIO À COLETA DE DADOS NA ÁREA DE<br />

AGRICULTURA DE PRECISÃO BASEADO EM APLICAÇÕES MÓVEIS<br />

Este trabalho tem como principal objetivo fornecer aos Engenheiros Agrônomos e<br />

produtores rurais <strong>um</strong>a ferramenta <strong>de</strong> auxilio <strong>à</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> no acompanhamento das lavouras,<br />

visando <strong>um</strong> controle mais a<strong>de</strong>quado das ervas daninhas, dos fungos e pragas que atacam as<br />

sementes, plantas e micronutrientes.<br />

Na ferramenta, as análises <strong>de</strong> solos e plantas são geo-referênciadas, <strong>de</strong>sta forma, é possível<br />

obter <strong>um</strong>a <strong>um</strong> mapa <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ficiências para cada <strong>área</strong> selecio<strong>na</strong>da po<strong>de</strong>ndo ser aplicado os<br />

conceitos <strong>de</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão.<br />

Para que se tenha <strong>um</strong> resultado satisfatório com o uso da ferramenta é necessário alimentar o<br />

<strong>sistema</strong> com <strong>dados</strong> e informações que posteriormente serão a<strong>na</strong>lisadas. Na próxima seção é <strong>de</strong>scrito<br />

o processo <strong>de</strong> levantamento das informações importantes <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão e como elas<br />

foram utilizadas <strong>na</strong> mo<strong>de</strong>lagem do <strong>sistema</strong> proposto.<br />

4.1. Informações <strong>na</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão<br />

Em entrevistas realizadas com Engenheiros Agrônomos da empresa COTRIJUI, foi<br />

i<strong>de</strong>ntificada que a única forma <strong>de</strong> reduzir custos é a<strong>um</strong>entar a produtivida<strong>de</strong> por ha (Colher mais<br />

grãos <strong>na</strong> mesma <strong>área</strong>). Segundo eles, reduzir o uso <strong>de</strong> ins<strong>um</strong>os como <strong>de</strong>ssecantes, fungicidas,<br />

inseticidas e fertilizantes compromete o rendimento das culturas, <strong>de</strong>sta forma, eles confirmaram que<br />

a única maneira <strong>de</strong> diminuir custos é a<strong>um</strong>entando a produtivida<strong>de</strong> das culturas.<br />

Foram i<strong>de</strong>ntificados mais <strong>de</strong> 50 eventos que po<strong>de</strong>m interferir direta ou indiretamente no<br />

rendimento fi<strong>na</strong>l das culturas. Destes, <strong>de</strong>stacam-se três principais fatores que ocorrem com mais<br />

frequência, são eles:<br />

• Eventos que possuem alta influência do Agricultor e seu Assistente Técnico;<br />

• Eventos on<strong>de</strong> o Agricultor e seu Assistente Técnico possuem baixa influência sobre os<br />

mesmos;<br />

• Eventos sobre os quais o Agricultor e seu Assistente Técnico tem média influência sobre os<br />

mesmos.<br />

Dos fatores que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito ou tem alta influência do agricultor e seu assistente<br />

técnico, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacados, por exemplo, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas por ha, a qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

regulagem correta da semea<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> e da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio. Além<br />

37


disso, a <strong>de</strong>ssecação, a correta amostragem <strong>de</strong> solo, escalo<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> plantio, controle <strong>de</strong> invasoras,<br />

<strong>de</strong> pragas, <strong>de</strong> doenças, regulagem <strong>de</strong> colheita<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Dentre os eventos em que o agricultor e seu assistente técnico possuem pouca ou nenh<strong>um</strong>a<br />

influência sobre os mesmos, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar os eventos climáticos, como estiagens, granizo,<br />

fogo, inundações, excesso <strong>de</strong> chuvas durante o <strong>de</strong>senvolvimento da cultura e pré-colheita, alta<br />

nebulosida<strong>de</strong> e outros eventos <strong>na</strong>turais que ocorrem frequentemente em lavouras.<br />

Dentre os fatores em que o associado possui média interferência, po<strong>de</strong>mos citar, por<br />

exemplo, o melhoramento genético das cultivares. Neste caso os engenheiros entrevistados<br />

<strong>de</strong>stacam que nos últimos anos as cultivares tiveram <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> avanço em ganho <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>,<br />

através do tratamento das sementes básicas e ou certificadas. Sendo assim estas sementes possuem<br />

<strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> influência no resultado fi<strong>na</strong>l das culturas, pois disso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o stand <strong>de</strong> plantas<br />

(Cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> sementes por ha), agregando cada vez maior produtivida<strong>de</strong>, com ganhos significativos<br />

para o agricultor.<br />

De acordo com os Engenheiros Agrônomos entrevistados, a Agricultura <strong>de</strong> Precisão não se<br />

res<strong>um</strong>e ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> confecção <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> colheita ou <strong>na</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> solo geo-referênciada com seus<br />

mapas <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> e aplicação. Na verda<strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> precisão po<strong>de</strong> ser entendida como <strong>um</strong><br />

conjunto <strong>de</strong> técnicas e procedimentos, que permite conhecer, localizar geograficamente e <strong>de</strong>limitar<br />

<strong>área</strong>s <strong>de</strong> diferentes produtivida<strong>de</strong>s, através da utilização da informática, GPS, assistência técnica<br />

entre outras operações <strong>de</strong> manejo da cultura, que se esten<strong>de</strong> do pré-plantio até a colheita, cujo<br />

objetivo fi<strong>na</strong>l é agregar renda aos produtores.<br />

Através da Agricultura <strong>de</strong> Precisão é possível i<strong>de</strong>ntificar pontos com baixa, média e alta<br />

fertilida<strong>de</strong> do solo, e assim gerar mapas <strong>de</strong> aplicação <strong>à</strong> taxa variável, utilizando os corretivos nos<br />

locais corretos e <strong>na</strong>s doses a<strong>de</strong>quadas.<br />

No manejo conhecido como convencio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> solo os corretivos e<br />

fertilizantes são aplicados a doses uniformes, como resultando <strong>de</strong>sta pratica ocorre aplicações<br />

excessivas em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das partes da <strong>área</strong> e insuficientes em outras.<br />

Os Engenheiros explicaram que a diferença entre <strong>um</strong>a amostragem <strong>de</strong> solo convencio<strong>na</strong>l e<br />

<strong>um</strong>a amostragem <strong>de</strong> solo no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão está no tamanho da <strong>área</strong><br />

representada pela amostra. Na amostragem convencio<strong>na</strong>l, tomando como exemplo <strong>um</strong>a <strong>área</strong> <strong>de</strong> 30<br />

ha, serão feitas <strong>coleta</strong>s entre 10 a 12 pontos <strong>de</strong>sta <strong>área</strong>, formando ape<strong>na</strong>s <strong>um</strong>a única amostra que irá<br />

representar estes 30 ha. Já <strong>na</strong> amostragem através do <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão, esta<br />

mesma <strong>área</strong> será dividida em 30 quadros <strong>de</strong> 1,0 ha cada, e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste ha, serão retiradas <strong>de</strong> 10 a<br />

12 sub amostras que representarão este ha, e no fi<strong>na</strong>l teremos 30 amostras em vez <strong>de</strong> <strong>um</strong>a como no<br />

38


<strong>sistema</strong> convencio<strong>na</strong>l. Com isso, as correções da fertilida<strong>de</strong> do solo po<strong>de</strong> ser recomenda por ha, que<br />

reduz a margem <strong>de</strong> erro e colocando os corretivos on<strong>de</strong> realmente se fazem necessários.<br />

A Amostragem do solo realizada no Sistema <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Precisão é consi<strong>de</strong>rada mais<br />

cara que <strong>na</strong> amostragem convencio<strong>na</strong>l, mas a diferença <strong>de</strong> preço o produtor recupera fazendo a<br />

correção dos nutrientes somente nos locais em que realmente há necessida<strong>de</strong>.<br />

Os Eventos que possuem alta e baixa influência do Produtor e Assistentes técnicos foram<br />

mo<strong>de</strong>los em <strong>um</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> auxilio para dispositivos móveis <strong>de</strong> forma ha encurtar o tempo entre a<br />

<strong>coleta</strong>, processamento e análise, e também para disponibilizar os resultados <strong>de</strong> forma mais rápida.<br />

Este <strong>sistema</strong> é utilizado durante o acompanhamento da lavoura em que o Técnico Assistente<br />

precisa ter disponível para consulta as informações referentes ao produtor como <strong>dados</strong> pessoais,<br />

en<strong>de</strong>reço, localida<strong>de</strong> e <strong>área</strong> das proprieda<strong>de</strong>s e glebas para que possa efetuar o acompanhamento<br />

a<strong>de</strong>quado.<br />

No <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> auxilio a <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> proposto neste trabalho estas informações estão<br />

disponíveis no modulo do produtor que contêm as seguintes informações: nome do produtor, data<br />

<strong>de</strong> <strong>na</strong>scimento, CPF ou CNPJ, o nível <strong>de</strong> assistência que po<strong>de</strong> ser assistido (para os produtores que<br />

tem assistência técnica), focalizado (produtores que tem assistência e que será dada <strong>um</strong>a atenção<br />

especial) ou geral (produtores que não possuem assistência), além disso, é informado o tipo <strong>de</strong><br />

cadastro (produtor ou <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte), a situação do cadastro (ativo ou i<strong>na</strong>tivo), sexo (masculino,<br />

feminino) e o técnico responsável pela assistência ao produtor. Este modulo também conta as<br />

informações <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço e contato como e-mail e telefone.<br />

É muito importante para o Técnico assistente ter em mão o en<strong>de</strong>reço e localida<strong>de</strong>s das<br />

proprieda<strong>de</strong>s e suas glebas bem como suas <strong>área</strong>s e <strong>área</strong> arrendada. Desta forma o técnico tem<br />

conhecimento total das <strong>área</strong>s disponíveis para plantio e suas localizações.<br />

No <strong>sistema</strong> estas informações também estão disponíveis no modulo <strong>de</strong> produtor, sendo que<br />

<strong>um</strong> produtor po<strong>de</strong> ter varias proprieda<strong>de</strong>s e cada proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter varias glebas. Para <strong>um</strong>a<br />

melhor visualização da gleba o <strong>sistema</strong> conta com o auxilio <strong>de</strong> mapas, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido o<br />

perímetro da gleba e os pontos on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser retiradas as amostras, com os pontos selecio<strong>na</strong>dos<br />

no mapa é possível ter <strong>um</strong>a melhor distribuição dos mesmos, assim po<strong>de</strong>ndo mapear toda a <strong>área</strong>.<br />

Estas <strong>de</strong>finições po<strong>de</strong>m sem feitas diretamente no dispositivo ou se o técnico preferir po<strong>de</strong><br />

estar <strong>de</strong>finindo estes perímetros e pontos no seu computador com o auxilio da ferramenta Google<br />

Earth, ao concluir o mapeamento <strong>de</strong>verá ser salvo em <strong>um</strong> arquivo com extensão kml e enviado para<br />

o cartão <strong>de</strong> memoria do dispositivo, para que possa ser importado e visualizado no <strong>sistema</strong>.<br />

Para o Técnico iniciar o planejamento <strong>de</strong> safra é necessário <strong>de</strong>finir alguns parâmetros com a<br />

safra que está sendo planejada, a espécie <strong>de</strong> controle (Consolidada ou individual), a produção<br />

39


estimada e as glebas que fazem parte <strong>de</strong>ste planejamento, para que no fi<strong>na</strong>l da safra possa estar<br />

sendo feita <strong>um</strong>a comparação com a produção realizada e a produção entregue.<br />

O <strong>sistema</strong> conta com <strong>um</strong> modulo <strong>de</strong> planejamento on<strong>de</strong> estes parâmetros são <strong>de</strong>finidos. O<br />

planejamento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a safra é informado <strong>um</strong>a única vez por produtor e safra e po<strong>de</strong> ser visualizado e<br />

alterado quando necessário.<br />

Foi mapeado <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência técnica através <strong>de</strong> entrevistas com engenheiros<br />

agrônomos da COTRIJUI, este mo<strong>de</strong>lo será <strong>de</strong>scrito a seguir. As visitas são realizadas em períodos<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos pelo programa <strong>de</strong> assistência da empresa, e po<strong>de</strong> ser realizada também quando o<br />

produtor solicitar.<br />

Na primeira visita (inicio da safra) são recolhidas amostras do solo para a<strong>na</strong>lise em<br />

laboratório, e <strong>de</strong> acordo com o resultado da a<strong>na</strong>lise o engenheiro estará indicando os adubos e<br />

colagem (adição <strong>de</strong> calcário para a correção da aci<strong>de</strong>z do solo) necessários para a plantação. Além<br />

disso, o engenheiro estará orientado o produtor com o manejo da cultura, nesta etapa é a<strong>na</strong>lisado<br />

questões sobre a forma <strong>de</strong> semeadura, época <strong>de</strong> plantio, espaçamento, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e outras questões<br />

que são particulares <strong>de</strong> cada espécie <strong>de</strong> cultura.<br />

As próximas visitas do engenheiro po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas em três tipos:<br />

• Monitoramento, on<strong>de</strong> serão recolhidas amostras <strong>de</strong> plantas verificando a existência <strong>de</strong><br />

doenças, plantas invasoras, e pragas. O Engenheiro também estará orientando o produtor<br />

com ins<strong>um</strong>os mais indicadas para a situação;<br />

• Eventos Climáticos (Granizo, estiagem, tromba d’água, chuva, geada, vendaval) para que<br />

sejam a<strong>na</strong>lisadas as estimativas <strong>de</strong> perda ou se for o caso a precipitação pluviométrica;<br />

• Cultivares, on<strong>de</strong> estará sendo verificado o estágio da cultura, produção estimada e entrada<br />

estimada.<br />

Através <strong>de</strong>stas entrevistas e pesquisas foi realizado o levantamento dos requisitos<br />

necessários para a mo<strong>de</strong>lagem das informações. A (Figura 9) representa o Diagrama Lógico das<br />

tabelas do <strong>sistema</strong> e seus relacio<strong>na</strong>mentos.<br />

40


Figura 9: Diagrama Lógico da Mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> Informações<br />

Na criação da base <strong>de</strong> <strong>dados</strong> foi utilizado o Sistema <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Banco <strong>de</strong> Dados<br />

SQLite Expert Perso<strong>na</strong>l 3 que é relacio<strong>na</strong>l e <strong>de</strong> distribuição livre. Primeiramente foram criadas as<br />

tabelas cida<strong>de</strong>, técnico e produtor. A tabela produtor contem os atributos para cadastro dos <strong>dados</strong> do<br />

produtor e seu en<strong>de</strong>reço e possui chaves estrangeiras das tabelas cida<strong>de</strong> e técnico, sendo que cada<br />

produtor po<strong>de</strong> ter ape<strong>na</strong>s <strong>um</strong> técnico responsável e <strong>um</strong>a cida<strong>de</strong>. Para as proprieda<strong>de</strong>s foi criada<br />

outra tabela, pois <strong>um</strong> produtor po<strong>de</strong> ter varias proprieda<strong>de</strong>, da mesma forma <strong>um</strong>a proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

ser dividida em varias glebas. A tabela Gleba também possui <strong>um</strong> relacio<strong>na</strong>mento com a tabela<br />

cida<strong>de</strong>, pois elas po<strong>de</strong>m estar localizadas em cida<strong>de</strong>s diferentes da residência do produtor.<br />

A tabela planejamento possui os atributos referentes ao planejamento <strong>de</strong> safra como:<br />

<strong>de</strong>scrição do planejamento, espécie <strong>de</strong> controle, a produção estimada e os atributos produção<br />

realizada e produção entregue que serão preenchidos no fechamento da safra, além disso, a tabela<br />

planejamento possui relacio<strong>na</strong>mento com a tabela safra que por sua vez esta relacio<strong>na</strong>da com as<br />

tabelas ano agrícola e cultura. A tabela Glebas vinculadas faz a ligação entre as glebas do produtor<br />

com o planejamento, <strong>de</strong>sta forma é possível informar <strong>à</strong>s glebas que fazem parte do planejamento <strong>de</strong><br />

safra.<br />

41


Durante o acompanhamento das lavoras o Assistente técnico realiza visitas <strong>na</strong>s glebas<br />

vinculadas ao planejamento <strong>de</strong> safra, estas visitas estão separadas <strong>na</strong>s tabelas, monitoramento,<br />

eventos climáticos e cultivares. Sendo que estas três tabelas possuem relacio<strong>na</strong>mento com a tabela<br />

ponto amostra on<strong>de</strong> são informadas as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das geográficas do local da <strong>coleta</strong>.<br />

Cada tabela do banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> com seus atributos e relacio<strong>na</strong>mentos estão representados no<br />

diagrama da Figura 9. Sendo estes <strong>um</strong>a parte fundamental para o funcio<strong>na</strong>mento do <strong>sistema</strong>, são<br />

nestas tabelas que será armaze<strong>na</strong>das as informações <strong>coleta</strong>das durante o acompanhamento e também<br />

serão sincronizadas com <strong>um</strong> banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do servidor responsável pelo processamento dos <strong>dados</strong>.<br />

A próxima seção explica a arquitetura <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento do projeto bem como a arquitetura <strong>de</strong><br />

software proposta neste trabalho.<br />

4.2. Definição da Arquitetura <strong>de</strong> Auxilio<br />

A arquitetura <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento do <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> auxilio <strong>à</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> <strong>na</strong> <strong>agricultura</strong><br />

(Figura 10) po<strong>de</strong> ser dividida em duas partes, <strong>de</strong>scritas a seguir:<br />

• Estações Móveis: É a <strong>área</strong> <strong>de</strong> campo (lavoura do produtor assistido), nestas estações os<br />

engenheiros ou técnicos assistentes <strong>de</strong>vem estar dotados <strong>de</strong> <strong>um</strong> dispositivo com <strong>sistema</strong><br />

operacio<strong>na</strong>l Android, GPS e o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, assim eles estarão <strong>coleta</strong>dos os<br />

<strong>dados</strong> brutos referentes <strong>à</strong> lavoura diretamente no dispositivo;<br />

• Estações <strong>de</strong> Referência: Na estação referência estarão os servidores com o software para<br />

processamento dos <strong>dados</strong>.<br />

42


Figura 10: Estrutura <strong>de</strong> Funcio<strong>na</strong>mento (Adaptado <strong>de</strong> Boemo, 2011)<br />

A Figura 10 representa a arquitetura <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento, os <strong>dados</strong> são <strong>coleta</strong>dos <strong>na</strong> estação<br />

móvel e po<strong>de</strong>m ser sincronizados com a estação referência se a cobertura da telefonia móvel<br />

permitir, caso contrario estes <strong>dados</strong> serão armaze<strong>na</strong>dos no banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> SQLite, presente nos<br />

dispositivos móveis e serão sincronizados posteriormente através <strong>de</strong> web services com os servidores<br />

das bases <strong>de</strong> referência.<br />

A partir da arquitetura <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento, foi <strong>de</strong>finida a arquitetura <strong>de</strong> software que esta<br />

representada <strong>na</strong> Figura 11. Ela é composta por <strong>um</strong>a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensores que são espalhados <strong>na</strong>s<br />

lavouras com a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captar informações dos solos e plantas e transmiti-las via re<strong>de</strong> wireless<br />

para os atuadores, que recebem estas informações e as filtra.<br />

Além disso, eles convertem os <strong>dados</strong> em informações com semântica (utilizando<br />

ontologias). Outra forma <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> dos <strong>dados</strong> <strong>na</strong>s lavouras é através dos coletores i<strong>de</strong>ntificados <strong>na</strong><br />

arquitetura como dispositivos móveis (Smartphones ou Tablets) que são utilizados como<br />

auxiliadores no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, sendo responsáveis pela aquisição dos <strong>dados</strong> no<br />

acompanhamento das lavouras (esta parte da arquitetura é o foco <strong>de</strong>ste trabalho). Estes <strong>dados</strong><br />

<strong>coleta</strong>dos são transmitidos via re<strong>de</strong> wireless a <strong>um</strong> servidor com banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> que são<br />

responsáveis pelo processamento e análise dos mesmos.<br />

43


Figura 11: Arquitetura <strong>de</strong> Software<br />

Este trabalho possui como foco principal <strong>de</strong>senvolver <strong>um</strong>a solução para <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> para<br />

os dispositivos móveis. Além disso, propomos <strong>um</strong>a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> arquitetura para a integração do<br />

protótipo <strong>de</strong>senvolvido neste trabalho com outras aplicações e <strong>sistema</strong>s para a realização do<br />

gerenciamento completo <strong>de</strong> lavouras.<br />

4.3. Aplicação Móvel <strong>de</strong> Auxilio<br />

A aplicação móvel <strong>de</strong> auxilio <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>-se ao <strong>auxílio</strong> <strong>na</strong> execução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> campo,<br />

como a obtenção <strong>de</strong> <strong>dados</strong> geo-referênciados, mapeamento <strong>de</strong> <strong>área</strong>s, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> pontos para<br />

amostragem entre outros. O aplicativo se <strong>de</strong>staca pela utilização <strong>de</strong> mapas e GPS que possibilita<br />

obter as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das geográficas como latitu<strong>de</strong> e longitu<strong>de</strong> do local on<strong>de</strong> está sendo <strong>coleta</strong>da a<br />

amostra, além <strong>de</strong> permitir realizar o mapeamento da gleba diretamente no mapa.<br />

No <strong>de</strong>senvolvimento do aplicativo as classes foram divididas em pacotes conforme suas<br />

funções. A Figura 12 representa o diagrama <strong>de</strong> pacotes da aplicação.<br />

44


Figura 12: Diagrama <strong>de</strong> Pacotes do Sistema <strong>de</strong> auxilio<br />

O <strong>sistema</strong> é composto pelos pacotes, interface, conexão, mo<strong>de</strong>lo, mapas, banco, utils, estes<br />

pacotes serão apresentados <strong>de</strong>talhadamente <strong>na</strong>s próximas seções.<br />

4.3.1. Pacote Interface<br />

A plataforma Android permite a criação das interfaces visuais utilizando a linguagem xml ou<br />

diretamente no código-fonte <strong>na</strong> linguagem Java. Neste trabalho, foi optado pela utilização <strong>de</strong> xml,<br />

pois a criação da estrutura em xml tor<strong>na</strong> a aplicação mais leve do que criado em Java. Além <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ixar o código mais limpo e permitir a separação entre a parte visual da aplicação e sua lógica <strong>de</strong><br />

negócios.<br />

As classes do pacote Interfaces são extensões da classe Activity, e usam as interfaces visuais<br />

criadas em xml. O método responsável por fazer a ligação do arquivo xml com a Activity é chamado<br />

setContentView(view) e <strong>de</strong>ve ser passado como parâmetro a constante do xml. Cada elemento do<br />

layout possui <strong>um</strong> i<strong>de</strong>ntificador que também <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>finido <strong>na</strong> Activity, como po<strong>de</strong> ser<br />

observado no exemplo abaixo.<br />

public void onCreate(Bundle savedInstanceState) {<br />

super.onCreate(savedInstanceState);<br />

setContentView(R.layout.aba_principal);<br />

EditText editTextNome = (EditText)findViewById(R.id.etnome);<br />

}<br />

Todas as classes que possuem esta características estão separadas no pacote Interfaces e<br />

po<strong>de</strong>m ser visualizadas no diagrama <strong>de</strong> classes da Figura 13.<br />

45


Figura 13: Diagrama <strong>de</strong> Classes do Pacote Interfaces<br />

Além da utilização dos recursos do xml as classes <strong>de</strong>ste pacote possuem <strong>um</strong> menu com as<br />

opções <strong>de</strong> salvar e alterar os <strong>dados</strong> no banco.<br />

O método responsável por salvar os <strong>dados</strong> é chamado salvar() neste método é criado <strong>um</strong><br />

novo objeto do pacote mo<strong>de</strong>los, on<strong>de</strong> são adicio<strong>na</strong>dos os <strong>dados</strong>. Este objeto é passado por<br />

paramento para a classe repositório que realiza a persistência dos <strong>dados</strong> no banco, abaixo segue<br />

exemplo do método salvar da classe AbaPrincipal.<br />

public static void salvar() {<br />

if (produtor == null) {<br />

// he <strong>um</strong>a atualizacao<br />

produtor = new ProdutorObj();<br />

}<br />

produtor.setNome(editTextNome.getText().toString());<br />

produtor.setDataNasc(etdataNasc.getText().toString());<br />

produtor.setCpf(etcpf.getText().toString());<br />

if (spnivelassist.getSelectedItem().toString().equals("Assistido")) {<br />

produtor.setNivelAssist("A");<br />

} else if(spnivelassist.getSelectedItem().toString().equals("Focalizado")) {<br />

produtor.setNivelAssist("F");<br />

} else if (spnivelassist.getSelectedItem().toString().equals("Geral")) {<br />

produtor.setNivelAssist("G");<br />

} else {<br />

produtor.setNivelAssist(null);<br />

}<br />

if (sptipocadast.getSelectedItem().toString().equals("Produtor")) {<br />

produtor.setTipoCadast("P");<br />

} else if (sptipocadast.getSelectedItem().toString().equals("Depen<strong>de</strong>nte")) {<br />

produtor.setTipoCadast("D");<br />

46


} else if (sptipocadast.getSelectedItem().toString().equals("Mo<strong>de</strong>lo")) {<br />

produtor.setTipoCadast("M");<br />

} else {<br />

produtor.setTipoCadast(null);<br />

}<br />

if (spsituacao.getSelectedItem().toString().equals("Ativo")) {<br />

produtor.setSituacao("A");<br />

} else if (spsituacao.getSelectedItem().toString().equals("I<strong>na</strong>tivo")) {<br />

produtor.setSituacao("I");<br />

} else {<br />

produtor.setSituacao(null);<br />

}<br />

if (spsexo.getSelectedItem().toString().equals("Masculino")) {<br />

produtor.setSexo("M");<br />

} else if (spsexo.getSelectedItem().toString().equals("Feminino")) {<br />

produtor.setSexo("F");<br />

} else {<br />

produtor.setSexo(null);<br />

}<br />

if (spidtecnico.isSelected()){<br />

produtor.setIdTecnico(((TecnicoObj) spidtecnico.getSelectedItem())<br />

.getId_tecnico());<br />

}<br />

produtor.setEn<strong>de</strong>reco(AbaEn<strong>de</strong>reco.getEn<strong>de</strong>reco());<br />

produtor.setIdCida<strong>de</strong>(AbaEn<strong>de</strong>reco.getCida<strong>de</strong>().getId() != null ?<br />

AbaEn<strong>de</strong>reco.getCida<strong>de</strong>().getId() : 0);<br />

produtor.setTelefone(AbaEn<strong>de</strong>reco.getTelefone());<br />

produtor.setEmail(AbaEn<strong>de</strong>reco.getEmail());<br />

produtor.setObservacao(AbaEn<strong>de</strong>reco.getObservacao());<br />

// Salvar<br />

RepositorioProdutor.salvar(produtor);<br />

// salva a proprieda<strong>de</strong><br />

if (AbaProprieda<strong>de</strong>.getProprieda<strong>de</strong>() != null) {<br />

AbaProprieda<strong>de</strong>.salvar(produtor); } }<br />

Os <strong>dados</strong> são buscados no banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, armaze<strong>na</strong>dos nos objetos e apresentados em<br />

forma <strong>de</strong> listas para o usuário po<strong>de</strong>r consultar ou alterar as informações. As classes responsáveis por<br />

mostrar os objetos em forma <strong>de</strong> listas também estão no pacote Interface.<br />

Estas classes são <strong>um</strong>a extensão da classe ListActivity on<strong>de</strong> herdam todas as suas funções. O<br />

método responsável por recuperar os <strong>dados</strong> do banco e montar a lista é chamado atualizarLista(), a<br />

lista é apresentada <strong>de</strong> forma perso<strong>na</strong>lizada para o usuário, on<strong>de</strong> é criada <strong>um</strong>a nova instancia da<br />

classe responsável por perso<strong>na</strong>lizar os itens da lista, estas classe se encontram no pacote Utils,<br />

abaixo segue exemplo do método atualizarLista() da classe ListaProdutores.<br />

protected void atualizarLista() {<br />

if (RepositorioProdutor.listarProdutores() == null) {<br />

Toast toast = Toast.makeText(ListaProdutores.this,"Nenh<strong>um</strong> Produtor Cadastrado",<br />

Toast.LENGTH_SHORT);<br />

toast.setGravity(Gravity.CENTER, 0, 0);<br />

toast.show();<br />

} else {<br />

// Pega a lista <strong>de</strong> produtores e exibe <strong>na</strong> tela<br />

listaProdutor = RepositorioProdutor.listarProdutores();<br />

// Adaptador <strong>de</strong> lista customizado para cada linha <strong>de</strong> <strong>um</strong> produtor<br />

setListAdapter(new ProdutorListAdapter(this, listaProdutor));<br />

}<br />

}<br />

47


Quando <strong>um</strong> item da lista é selecio<strong>na</strong>do é chamado o método onListItemClick(ListView l,<br />

View v, int posicao, long id) que é sobrescrito para recuperar o objeto da lista e passar como<br />

parâmetro para a activity exibir os <strong>dados</strong> <strong>na</strong> tela abaixo segue exemplo <strong>de</strong>ste método da classe<br />

ListaProdutores.<br />

@Overri<strong>de</strong><br />

protected void onListItemClick(ListView l, View v, int posicao, long id) {<br />

super.onListItemClick(l, v, posicao, id);<br />

editarProdutor(posicao); }<br />

// Recupera o id do produtor, e abre a tela <strong>de</strong> edição<br />

protected void editarProdutor(int posicao) {<br />

// Recupera o produtor selecio<strong>na</strong>do<br />

ProdutorObj produtor = listaProdutor.get(posicao);<br />

// Cria a intent para abrir a tela <strong>de</strong> editar<br />

Intent it = new Intent(this, TabProdutor.class);<br />

it.putExtra(ProdutorObj.class.getName(), produtor);<br />

// Abre a tela <strong>de</strong> edição<br />

startActivity(it); }<br />

Para o <strong>sistema</strong> ficar mais organizado as telas foram agrupadas em abas conformes suas<br />

funções. Neste protótipo existem três classes responsáveis por criar as abas e gerencia-las que são:<br />

TabProdutor, TabProprieda<strong>de</strong> e TabPlanejamento. Elas são <strong>um</strong>a extensão da classe ActivityGroup,<br />

sendo que cada aba é <strong>um</strong>a Activity. O exemplo abaixo mostra <strong>um</strong> trecho <strong>de</strong> código da classe<br />

TabProdutor.<br />

static TabHost tabHost;<br />

@Overri<strong>de</strong><br />

public void onCreate(Bundle savedInstanceState) {<br />

super.onCreate(savedInstanceState);<br />

setContentView(R.layout.tab_produtor);<br />

Resources res = getResources();<br />

tabHost = (TabHost) findViewById(R.id.tabhost);<br />

tabHost.setup(this.getLocalActivityMa<strong>na</strong>ger());<br />

TabHost.TabSpec spec;<br />

Intent intent;<br />

// Adicio<strong>na</strong> Tab #1<br />

intent = new Intent().setClass(this, AbaPrincipal.class);<br />

intent.putExtra("tab", "0");<br />

spec = tabHost.newTabSpec("0").setIndicator("Produtor").setContent(intent);<br />

tabHost.addTab(spec);<br />

4.3.2. Pacote Conexão<br />

O pacote Conexão possui as classe que permite a conexão com a parte exter<strong>na</strong> da aplicação<br />

como banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, web services além <strong>de</strong> gerar o arquivo xml com o conteúdo do banco para a<br />

sincronização com o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do servidor. As classes que compõem este pacote são as<br />

seguintes: ConexaoHttpClient, BD e DatabaseAssistant conforme o diagrama <strong>de</strong> classes da (Figura<br />

14).<br />

48


Figura 14: Diagrama <strong>de</strong> Classes do pacote Conexão<br />

A classe ConexaoHttpClient permite a conexão com web services, ela possui os métodos <strong>de</strong><br />

conexão executaHttpPost (String url, ArrayList paramentrosPost) que recebe<br />

por parâmetro <strong>um</strong>a String com a URL e <strong>um</strong>a lista <strong>de</strong> parâmetros que será passada para o web<br />

service e o método executaHttpGet (String url) que recebe <strong>um</strong>a String com a URL. O retorno <strong>de</strong>stes<br />

métodos é <strong>um</strong>a String com a resposta do web service. Está classe é utiliza para conexão com o<br />

WebService do INMET (Instituto Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Meteorologia) que exibe a previsão do tempo da<br />

gleba quando é iniciada <strong>um</strong>a nova visita.<br />

A classe BD é responsável pela conexão com o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, está conexão é realizada<br />

através do seguinte código:<br />

SQLiteDatabase db = ctx.openOrCreateDatabase(NOME_BANCO,<br />

Context.MODE_WORLD_READABLE, null);<br />

Esta classe possui o método getConexao() que retor<strong>na</strong> o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>, este método é<br />

usado pelas classes responsáveis pela persistência dos <strong>dados</strong> que estão no pacote banco. O banco é<br />

aberto <strong>um</strong>a única vez quando a aplicação é iniciada e sempre que for realizar <strong>um</strong>a operação com o<br />

banco ele é retor<strong>na</strong>do através <strong>de</strong>ste método.<br />

A classe DatabaseAssistant é responsável por gerar os arquivos xml com o conteúdo do<br />

banco que posteriormente serão importados no banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do servidor. Primeiramente é realiza<br />

a criação do arquivo xml no cartão <strong>de</strong> memoria do dispositivo, <strong>na</strong> sequencia é feita <strong>um</strong>a busca no<br />

banco e adicio<strong>na</strong>ndo os <strong>dados</strong> no arquivo no formato xml.<br />

4.3.3. Pacote Mo<strong>de</strong>los<br />

Neste pacote estão todas as classes do banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> relacio<strong>na</strong>l. Cada tabela no banco <strong>de</strong><br />

<strong>dados</strong> é representada por <strong>um</strong>a classe e suas colu<strong>na</strong>s são representadas pelos atributos da classe.<br />

Cada <strong>um</strong> <strong>de</strong>stes atributos possuem os métodos para retor<strong>na</strong>r o seu valor ou para <strong>de</strong>fini-lo (métodos<br />

49


get e set). As classes que fazem parte <strong>de</strong>ste pacote po<strong>de</strong>m ser visualizadas no diagrama da Figura<br />

15.<br />

Figura 15: Diagrama <strong>de</strong> Classes do pacote Mo<strong>de</strong>lo<br />

Estas classes são utilizadas quando <strong>um</strong>a informação será armaze<strong>na</strong>da, consultada ou<br />

<strong>de</strong>latada do banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>. O processo <strong>de</strong> inclusão dos <strong>dados</strong> em <strong>um</strong>a tabela do banco inicia com a<br />

criação <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo objeto que será <strong>um</strong>a <strong>de</strong>stas classes, os <strong>dados</strong> são inseridos nos atributos <strong>de</strong>ste<br />

objeto através dos métodos set <strong>de</strong> cata atributo e então o objeto será enviado para a classe<br />

responsável pela persistência <strong>de</strong>stes <strong>dados</strong>.<br />

As classes responsáveis pela persistência dos <strong>dados</strong> se encontrão no pacote Banco que será<br />

explicado <strong>na</strong> próxima subseção.<br />

4.3.4. Pacote Banco<br />

As classes <strong>de</strong>ste pacote são responsáveis pela persistência dos <strong>dados</strong> no banco. Cada classe<br />

do pacote Mo<strong>de</strong>los possui <strong>um</strong>a classe responsável pela sua persistência. O diagrama que representa<br />

as classes do pacote Banco po<strong>de</strong> ser visualizado <strong>na</strong> Figura 16.<br />

50


Figura 16: Diagrama <strong>de</strong> Classes do Pacote Banco<br />

Os <strong>dados</strong> são persistidos (armaze<strong>na</strong>dos) no banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> SQLite do dispositivo móvel<br />

para que não sejam perdidos quando a aplicação for encerrada. A persistência permite que os <strong>dados</strong><br />

sejam recuperados mais tar<strong>de</strong> para serem consultados, alterados ou sincronizados com outro banco<br />

<strong>de</strong> <strong>dados</strong> em <strong>um</strong> servidor. Os principais métodos <strong>de</strong>stas classes são para inserir, altera e buscar os<br />

<strong>dados</strong> no banco.<br />

As classes do pacote interface chamam o método salvar() <strong>de</strong>stas classes passando como<br />

parâmetro o objeto a ser salvo. Este método verifica se o objeto já existe e atualiza caso contrario<br />

ele insere o objeto no banco como mostra o exemplo abaixo.<br />

public static long salvar(ProdutorObj produtor) {<br />

long id = produtor.getId();<br />

if (id != 0) {<br />

atualizar(produtor);<br />

} else {<br />

// Insere novo<br />

id = inserir(produtor);<br />

}<br />

return id;<br />

}<br />

Como exemplo é utilizada a classe RepositorioProdutor, o método inserir(ProdutorObj<br />

produtor) <strong>de</strong>sta classe cria <strong>um</strong> objeto do tipo ContentValues que recebe os valores em pares Key-<br />

Value (Chave-Valor), as chaves são o nome das colu<strong>na</strong>s e o valor o conteúdo. Depois <strong>de</strong> criado o<br />

objeto com todos os valores ele e passado para o método inserir(ContentValues valores) que<br />

51


ecupera o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> através do método getConexao() da classe BD e insere os <strong>dados</strong>, estes<br />

métodos po<strong>de</strong> ser visualizado a seguir.<br />

public static Long inserir(ProdutorObj produtor) {<br />

ContentValues values = new ContentValues();<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.NOME, produtor.getNome());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.DATA, produtor.getDataNasc());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.CPF, produtor.getCpf());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.NIVEL, produtor.getNivelAssist());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.TIPO, produtor.getTipoCadast());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.SIT, produtor.getSituacao());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.SEXO, produtor.getSexo());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.ID_TECN, produtor.getIdTecnico());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.END, produtor.getEn<strong>de</strong>reco());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.ID_CID, produtor.getIdCida<strong>de</strong>());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.FONE, produtor.getTelefone());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.EMAIL, produtor.getEmail());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.OBS, produtor.getObservacao());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.FLAG, "N");<br />

}<br />

Long id = inserir(values);<br />

produtor.setId(id);<br />

return id;<br />

// Insere <strong>um</strong> novo produtor<br />

public static Long inserir(ContentValues valores) {<br />

Long id = BD.getConexao().insert(NOME_TABELA, "", valores);<br />

return id;<br />

}<br />

Da mesma forma o método atualizar(produtor) também cria o objeto ContentValue e insere<br />

os valores. Depois <strong>de</strong> inserido os valores é chamado o método atualizar(ContentValues valores,<br />

String where, String() whereArgs) que chama o método SQLiteDatabase.update(tabela, valores,<br />

where, whereArgs) o arg<strong>um</strong>ento where contem o id do registro a ser atualizado, abaixo segue<br />

exemplo <strong>de</strong>stes métodos.<br />

public static int atualizar(ProdutorObj produtor) {<br />

ContentValues values = new ContentValues();<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.NOME, produtor.getNome());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.DATA, produtor.getDataNasc());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.CPF, produtor.getCpf());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.NIVEL, produtor.getNivelAssist());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.TIPO, produtor.getTipoCadast());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.SIT, produtor.getSituacao());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.SEXO, produtor.getSexo());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.ID_TECN, produtor.getIdTecnico());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.END, produtor.getEn<strong>de</strong>reco());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.ID_CID, produtor.getIdCida<strong>de</strong>());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.FONE, produtor.getTelefone());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.EMAIL, produtor.getEmail());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.OBS, produtor.getObservacao());<br />

values.put(Colu<strong>na</strong>sProdutor.FLAG, "N");<br />

52


String _id = String.valueOf(produtor.getId());<br />

String where = Colu<strong>na</strong>sProdutor.ID + "=?";<br />

String() whereArgs = new String() { _id };<br />

int count = atualizar(values, where, whereArgs);<br />

return count;<br />

}<br />

public static int atualizar(ContentValues valores, String where, String() whereArgs) {<br />

int count = BD.getConexao().update(NOME_TABELA, valores, where, whereArgs);<br />

Log.i(CATEGORIA, "Atualizou (" + count + ") registros");<br />

return count;<br />

}<br />

Nestas classes também estão os métodos que busca os <strong>dados</strong> no banco passando como<br />

parâmetro o id do registro ou o método que busca todos os <strong>dados</strong> retor<strong>na</strong>ndo em <strong>um</strong>a ArrayList.<br />

4.3.5. Pacote Mapas<br />

As classes referentes a mapas estão presentes neste pacote, que tem a função <strong>de</strong> exibir o<br />

mapa e seus recursos <strong>na</strong> tela além <strong>de</strong> permitir <strong>de</strong>senhar no mapa, incluir imagens, <strong>de</strong>finir pontos<br />

criar rotas entre outras funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s. A Figura 17 mostra o diagrama <strong>de</strong>ste pacote com suas<br />

classes e relacio<strong>na</strong>mentos.<br />

Figura 17: Diagrama <strong>de</strong> classe do Pacote Planejamento<br />

No cadastro da gleba o <strong>sistema</strong> permite que o usuário <strong>de</strong>marque os perímetros da gleba em<br />

<strong>um</strong> mapa e selecione os pontos para as amostras. A classe responsável por exibir o mapa <strong>na</strong> tela e<br />

permitir que sejam realizadas estas funções é a classe MapaGleba. Esta classe herda os métodos da<br />

classe mãe MapActivity e inclui seus recursos como, bussola, zoom entre outros. Para <strong>de</strong>senhar no<br />

mapa e inserir imagens a classe MapaGleba cria <strong>um</strong>a instancia da classe ItemOverlay.<br />

53


A classe MapaVisitas também é <strong>um</strong>a classe filha da MapActivity e herda seus métodos,<br />

além <strong>de</strong> implementar os métodos <strong>de</strong> localização da interface LocationListener. Uma das funções<br />

<strong>de</strong>sta classe é buscar as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das da gleba que estão armaze<strong>na</strong>das no banco e exibir no mapa<br />

com o perímetro <strong>de</strong>marcado e os pontos <strong>de</strong> <strong>coleta</strong>s <strong>de</strong>finidos, para isso ela utiliza as funções da<br />

classe ItemOverlay que <strong>de</strong>senha <strong>na</strong> tela e insere as imagens dos pontos selecio<strong>na</strong>dos. Entre outras<br />

funções da classe MapaVisitas está <strong>à</strong> criação <strong>de</strong> rotas da qual utiliza o recurso do GPS do<br />

dispositivo para i<strong>de</strong>ntificar a localização que se encontra e através do web service do Google Maps<br />

API que calcula <strong>um</strong>a rota até a localização da gleba que será visitada.<br />

O método calculaRota() da classe MapaVisitas é chamado por <strong>um</strong>a função do menu, este<br />

método capturar a localização do usuário e passa por parâmetro para a classe RotaAsyncTask como<br />

po<strong>de</strong> ser observado no exemplo abaixo.<br />

public void calculaRota() {<br />

double longitu<strong>de</strong>A = 0.0;<br />

double latitu<strong>de</strong>A = 0.0;<br />

double lngMl = 0.0;<br />

double latMl = 0.0;<br />

String cor<strong>de</strong><strong>na</strong>das();<br />

if (glebaObj != null) {<br />

if (glebaObj.getPontosGPS() != null && !glebaObj.getPontosGPS().equals("")) {<br />

cor<strong>de</strong><strong>na</strong>das = glebaObj.getPontosGPS().split(",");<br />

longitu<strong>de</strong>A = Double.parseDouble(cor<strong>de</strong><strong>na</strong>das(0));<br />

latitu<strong>de</strong>A = Double.parseDouble(cor<strong>de</strong><strong>na</strong>das(1));<br />

if (minhaLocalizacao.getMyLocation() != null) {<br />

lngMl=minhaLocalizacao.getMyLocation().getLongitu<strong>de</strong>E6()/1E6;<br />

latMl=minhaLocalizacao.getMyLocation().getLatitu<strong>de</strong>E6()/1E6;<br />

new RotaAsyncTask(mapView).execute(<br />

latMl, lngMl, // Latitu<strong>de</strong>, Logintu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Origem<br />

latitu<strong>de</strong>A, longitu<strong>de</strong>A // Latitu<strong>de</strong>, Longitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Destino);<br />

} else {<br />

Mensagem.mensagemExibir("Aviso!",<br />

"Não foi possivel encontrar sua Localização.", this);<br />

}<br />

}<br />

}<br />

}<br />

A Classe RotaAsyncTask é responsável por estabelecer a conexão com a API do Google<br />

Maps que retor<strong>na</strong> no formato xml, que é tratado no <strong>sistema</strong> para pegar as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das e passar para<br />

a classe RotaOverlay responsável por <strong>de</strong>senhar a rota no mapa e exibir <strong>na</strong> tela (Figura 18).<br />

54


Figura 18: Desenho da Rota no Mapa<br />

As Classe ImagemOverlay e CarroOverlayListener possibilitam a inclusão <strong>de</strong> <strong>um</strong>a imagem<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> carro no mapa <strong>na</strong>s coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das <strong>de</strong> localização do dispositivo. A imagem do carro se move<br />

conforme o usuário muda a sua localização e assim o usuário po<strong>de</strong> acompanhar seu movimento no<br />

mapa.<br />

4.3.6. Pacote Utils<br />

No pacote utils estão as <strong>de</strong>mais classes do <strong>sistema</strong> como as classes responsáveis por exibir a<br />

estrutura <strong>de</strong> arquivos do cartão <strong>de</strong> memoria do dispositivo, permitindo o usuário selecio<strong>na</strong>r <strong>um</strong><br />

arquivo com extensão kml para importar e visualizar o mapa no <strong>sistema</strong>.<br />

Além disto, possui as classes que perso<strong>na</strong>liza os itens das listas e <strong>um</strong>a classe responsável por<br />

exibir mensagens <strong>de</strong> aleta <strong>na</strong> tela. O diagrama <strong>de</strong>ste pacote po<strong>de</strong> ser visto <strong>na</strong> (Figura 19).<br />

55


Figura 19: Diagrama <strong>de</strong> Classe<br />

4.4. Interligação entre Recursos e Componentes<br />

A sincronização entre os <strong>dados</strong> da aplicação móvel com os <strong>dados</strong> do servidor é realizado<br />

através <strong>de</strong> <strong>um</strong> web service. Os <strong>dados</strong> são transferidos pelo web service no formato xml, que é a<br />

linguagem padrão <strong>de</strong> comunicação <strong>na</strong> internet.<br />

A linguagem xml foi criada para ser <strong>um</strong>a linguagem <strong>de</strong> marcação flexível e formal e tem<br />

como princípios a separação do conteúdo da formatação, simplicida<strong>de</strong> e legibilida<strong>de</strong>, possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> tags sem limitação, criação <strong>de</strong> arquivo para validação da estrutura, interligação <strong>de</strong><br />

banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> distintos e concentração <strong>na</strong> estrutura da informação e não <strong>na</strong> sua aparência (Boemo,<br />

2011).<br />

A aplicação móvel é responsável por gerar <strong>um</strong> arquivo xml com o conteúdo do seu banco <strong>de</strong><br />

<strong>dados</strong>, para que seja lido pelo servido. O padrão do xml po<strong>de</strong> ser observado <strong>na</strong> (Figura 20).<br />

56


Figura 20: Formato xml para a sincronização dos bancos<br />

As tags que compõem a estrutura do arquivo são:<br />

• que contem o caminho e o nome do banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong>;<br />

• nome da tabela;<br />

• linha da tabela;<br />

• com o nome da colu<strong>na</strong> e seu conteúdo.<br />

Para que <strong>um</strong> dado já sincronizado não seja duplicado cada tabela possui <strong>um</strong>a colu<strong>na</strong><br />

chamada flag_sincronizacao que atualiza sempre que o registro é sincronizado, <strong>de</strong>sta forma quando<br />

realizada <strong>um</strong>a nova sincronização se esta colu<strong>na</strong> estiver com seu conteúdo ‘S’ não será importado.<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que os registros já importado quando são alterados o conteúdo do campo<br />

flag_sincronizacao volta para ‘N’ para que possa ser atualizado também no banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do<br />

servidor.<br />

Para verificar o comportamento da aplicação em <strong>um</strong> ambiente real, é criado <strong>um</strong> cenário <strong>de</strong><br />

uso que será <strong>de</strong>scrito <strong>na</strong> próxima seção. Também é <strong>de</strong>mostrada a execução do cenário que é muito<br />

importante para validar as funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s da aplicação.<br />

57


5. CENÁRIO DE USO E REALIZAÇÃO DE TESTES<br />

Um cenário <strong>de</strong> uso é <strong>um</strong>a <strong>na</strong>rrativa textual <strong>de</strong> <strong>um</strong>a situação, seu objetivo principal é validar<br />

o uso <strong>de</strong> <strong>um</strong>a aplicação. Nesta seção será criado <strong>um</strong> cenário <strong>de</strong> uso que <strong>de</strong>screve o<br />

acompanhamento <strong>de</strong> safra <strong>de</strong> <strong>um</strong>a proprieda<strong>de</strong> pelo Assistente Técnico, para verificar o<br />

comportamento do <strong>sistema</strong> em <strong>um</strong> ambiente real.<br />

Também serão realizados testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho do <strong>sistema</strong> on<strong>de</strong> é cronometrado o tempo<br />

para a realização das tarefas, verificado se o tempo é aceitável.<br />

5.1. Cenário <strong>de</strong> Uso<br />

Para <strong>de</strong>monstrar as funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas neste protótipo foi <strong>de</strong>finido <strong>um</strong> cenário <strong>de</strong><br />

uso do <strong>sistema</strong> para verificar o seu comportamento em <strong>um</strong> ambiente real. Neste cenário serão<br />

<strong>de</strong>mostrados os passos realizados por <strong>um</strong> Assistente Técnico no <strong>sistema</strong> ao prestar <strong>um</strong> serviço <strong>de</strong><br />

assistência técnica a produtores rurais. O cenário abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o cadastramento das informações<br />

no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> auxilio do dispositivo até a realização das visitas que acontecem durante toda a safra.<br />

5.1.1. Definição do Cenário <strong>de</strong> Uso<br />

Um Agricultor se dirige até <strong>um</strong>a unida<strong>de</strong> da COTRIJUI e solicita ao Gerente da unida<strong>de</strong> ou<br />

Chefe administrativo a participação no programa <strong>de</strong> Assistência técnica da Cooperativa.<br />

Primeiramente o responsável da unida<strong>de</strong> verifica junto com o agricultor a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s para encaminha-lo ao Assistente Técnico responsável por sua região. O Assistente<br />

Técnico cadastra o agricultor no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> auxilio do seu dispositivo móvel, neste cadastro <strong>de</strong>ve<br />

conter informações do produtor como nome completo, cpf, data <strong>de</strong> <strong>na</strong>scimento, en<strong>de</strong>reço,<br />

proprieda<strong>de</strong>, glebas entre outras informações. O Assistente Técnico é responsável por mapear as<br />

glebas e <strong>de</strong>finir os pontos para <strong>coleta</strong> das amostras no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> auxilio móvel. Á <strong>área</strong><br />

correspon<strong>de</strong>nte <strong>à</strong> gleba é dividida em quadros menores, e em cada quatro são <strong>de</strong>finidos pontos para<br />

<strong>coleta</strong> das amostras (a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amostras em cada quadro <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do seu tamanho).<br />

O Agricultor informa ao Assistente Técnico <strong>à</strong> cultura que estará plantando e as glebas on<strong>de</strong><br />

que será feito o plantio. A partir <strong>de</strong>ste momento o Técnico Assistente estará iniciando <strong>um</strong> novo<br />

planejamento <strong>de</strong> safra e orientando o agricultor sobre as questões da cultura como a varieda<strong>de</strong> mais<br />

indicada para a época, verificando junto com o agricultor a questão <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> culturas entre<br />

outras.<br />

58


No inicio do planejamento o Assistente Técnico realiza <strong>um</strong>a visita <strong>na</strong>s glebas para recolher<br />

amostras do solo nos pontos conforme <strong>de</strong>finido no cadastro da mesma, utilizando o GPS para geo-<br />

referênciar as amostras. Estas amostras serão encaminhadas para <strong>um</strong> laboratório <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lise. Os<br />

resultados das a<strong>na</strong>lises são utilizadas para i<strong>de</strong>ntificar as proprieda<strong>de</strong>s do solo e as suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e assim aplicar adubos, fertilizantes e corretivos necessário para plantação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da cultura.<br />

Ao retor<strong>na</strong>r a unida<strong>de</strong> da COTRIJUI o assistente realiza a sincronização dos <strong>dados</strong> <strong>coleta</strong>dos<br />

com o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do servidor. O servidor é responsável por processar estes <strong>dados</strong> e com a<br />

utilização <strong>de</strong> SIG gerar mapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências do solo para a aplicação a taxas variáveis dos<br />

corretivos e fertilizantes.<br />

Após a a<strong>na</strong>lise dos solos e aplicação dos fertilizantes e corretivos conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cada <strong>área</strong> da gleba é realizado o plantio. Quando as plantas começam a germi<strong>na</strong>r o Assistente<br />

realiza visitas a cada duas sema<strong>na</strong>s para controlas invasoras, pragas, doenças e verificar o estagio da<br />

cultura. As visitas também po<strong>de</strong>m acontecer após <strong>um</strong> evento climático para verificar a estimativa <strong>de</strong><br />

perda <strong>de</strong>corrente do evento.<br />

Os <strong>dados</strong> <strong>de</strong>stas a<strong>na</strong>lises também serão sincronizados com o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do servidor e<br />

processadas com a utilização <strong>de</strong> SIG para gerar mapas <strong>de</strong> invasoras e doenças para a aplicação <strong>de</strong><br />

ins<strong>um</strong>os <strong>na</strong>s <strong>área</strong>s que necessitam. O SIG também ajuda <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, permitindo integrar<br />

informações das mais diversas <strong>na</strong>turezas, visualizar múltiplos cenários, resolver problemas<br />

complexos, apresentar i<strong>de</strong>ias e propor soluções.<br />

No fi<strong>na</strong>l da safra o Assistente Técnico tem informações sobre todas as ativida<strong>de</strong>s realizadas<br />

durante a assistência. Po<strong>de</strong>ndo tirar relatórios para verificar as <strong>de</strong>spesas e receitas com a safra, além<br />

<strong>de</strong> utilizar estas informações para melhor o próximo planejamento <strong>de</strong> safra.<br />

5.1.2. Execução do Cenário <strong>de</strong> Uso<br />

Para iniciar o uso do <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> auxilio alguns cadastros <strong>de</strong>vem ser importados como:<br />

cadastro <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, culturas, espécie <strong>de</strong> monitoramento, estagio das culturas, cadastro <strong>de</strong> técnicos e<br />

varieda<strong>de</strong>s das culturas. A tela inicial do aplicativo possui os módulos do produtor, planejamento,<br />

visitas e sincronização conforme (Figura 21).<br />

59


Figura 21: Tela Inicial do Sistema <strong>de</strong> Auxilio<br />

Conforme <strong>de</strong>scrito no cenário <strong>de</strong> uso <strong>à</strong> primeira ativida<strong>de</strong> do Assistente Técnico no <strong>sistema</strong><br />

<strong>de</strong> auxilio é o cadastro do agricultor. Este cadastro é realizado no modulo do produtor que contem<br />

todas as informações a respeito do produtor (Figura 22).<br />

Figura 22: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro Produtor<br />

Neste módulo também são cadastradas as proprieda<strong>de</strong>s e glebas (Figura 23). No cadastro da<br />

gleba é possível visualizar o perímetro da gleba no mapa. O Assistente Técnico po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar o<br />

perímetro da gleba diretamente no mapa do dispositivo ou utilizar a ferramenta Google Earth em<br />

seu computador, o mapeamento da gleba <strong>na</strong> ferramenta <strong>de</strong>ve ser salva em <strong>um</strong> arquivo com extensão<br />

kml e envida para o cartão <strong>de</strong> memoria do dispositivo (bluetooth). O <strong>sistema</strong> permite selecio<strong>na</strong>r o<br />

arquivo do cartão <strong>de</strong> memoria e importar para o <strong>sistema</strong>.<br />

60


Figura 23: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro Proprieda<strong>de</strong>s e Glebas<br />

Após o cadastro do produtor o Engenheiro Agrônomo inicia <strong>um</strong> novo planejamento<br />

(Modulo planejamento da tela inicial) neste planejamento é informada a quantida<strong>de</strong> estimada em<br />

sacas/ha, e as glebas que fazem parte <strong>de</strong>ste planejamento <strong>de</strong> safra (Figura 24).<br />

Figura 24: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro do Planejamento<br />

A primeira visita do Assistente Técnico é para a <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> solo, inicialmente o<br />

assistente <strong>de</strong>ve informar os filtros (Produtor, Safra, Planejamento e Gleba). Como as visitas po<strong>de</strong>m<br />

ser realizadas em cida<strong>de</strong>s diferentes da cida<strong>de</strong> Assistente o <strong>sistema</strong> exibe a previsão do tempo para a<br />

gleba que será visitada. Desta forma o Assistente a<strong>na</strong>lisa se é possível realizar a visita em campo da<br />

qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tempo.<br />

O <strong>sistema</strong> possibilita três tipos diferentes <strong>de</strong> visitas (Monitoramento, Eventos Climáticos e<br />

Cultivares), como a visita é para <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> solo o Assistente técnico inicia <strong>um</strong>a visita do<br />

tipo monitoramento on<strong>de</strong> estará informado o tipo <strong>de</strong>ste monitoramento como a<strong>na</strong>lise do solo, a data<br />

entre outras informações (Figura 25).<br />

61


Figura 25: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Cadastro <strong>de</strong> Visitas<br />

Após <strong>de</strong>finir o tipo <strong>de</strong> monitoramento o Assistente po<strong>de</strong> iniciar a visita, assim será exibido o<br />

mapa da gleba com os pontos para a <strong>coleta</strong>. Neste momento o Assistente técnico tem a opção <strong>de</strong><br />

calcular a Rota que será <strong>de</strong>senhada no mapa a partir <strong>de</strong> sua localização até a localização da gleba<br />

(Figura 26).<br />

Figura 26: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Visita do Tipo Monitoramento<br />

Em cada ponto <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> da amostra o <strong>sistema</strong> captura as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das geográficas (latitu<strong>de</strong> e<br />

longitu<strong>de</strong>) e gera <strong>um</strong>a chave i<strong>de</strong>ntificadora para a mesma que <strong>de</strong>ve ser anotada no recipiente com a<br />

amostra.<br />

Após fi<strong>na</strong>lizar <strong>um</strong>a visita o Assistente <strong>de</strong>ve sincronizar os <strong>dados</strong> <strong>coleta</strong>dos com o banco <strong>de</strong><br />

<strong>dados</strong> do servidor para que esses <strong>dados</strong> possam ser processados gerando informações que serão<br />

úteis <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

Na tela inicial do aplicativo possui <strong>um</strong> modulo <strong>de</strong> sincronização (Figura 27), ao clicar no<br />

botão o <strong>sistema</strong> gera <strong>um</strong> arquivo no formato xml com os <strong>dados</strong> <strong>coleta</strong>dos, este arquivo será enviado<br />

para o servidor através do seu web service.<br />

62


Figura 27: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Sincronização<br />

Depois da germi<strong>na</strong>ção das plantas o Assistente realiza <strong>um</strong>a visita <strong>de</strong> monitoramento para<br />

monitorar as doenças, plantas invasoras ou pragas.<br />

Após <strong>um</strong> evento climático o Assistente Técnico visita as glebas para verificar a estimativa<br />

<strong>de</strong> perda. Os tipos <strong>de</strong> eventos climáticos po<strong>de</strong>m ser granizo, estiagem, Tromba D’Água, chuva,<br />

geada, etc. Está visita ocorre da mesma forma que as visitas <strong>de</strong> monitoramento, porem o Assistente<br />

<strong>de</strong>ve clicar no botão Eventos Climáticos e informar o tipo do evento Figura 28.<br />

Figura 28: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Visita do Tipo Eventos Climáticos<br />

Alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong>stas visitas realizadas pelo Assistente técnico é para verificar o estagio <strong>de</strong><br />

germi<strong>na</strong>ção da cultura, esse tipo <strong>de</strong> visita é i<strong>de</strong>ntificado no <strong>sistema</strong> como Cultivares e também<br />

possui a utilização dos mapas para localização da gleba e pontos para a<strong>na</strong>lise (Figura 29).<br />

63


Figura 29: Telas do Sistema <strong>de</strong> Auxilio – Visita do Tipo Cultivares<br />

Todas as informações <strong>coleta</strong>das <strong>na</strong>s visitas serão sincronizadas com o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do<br />

servidor. Assim permite ao SIG processar os <strong>dados</strong> <strong>coleta</strong>dos gerando informações em mapas e<br />

ajudando o Assistente Técnico <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em relação aos locais para aplicação dos<br />

ins<strong>um</strong>os.<br />

5.2. Realização <strong>de</strong> Testes<br />

A realização <strong>de</strong> testes tem a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar a qualida<strong>de</strong> do <strong>sistema</strong>, seu objetivo<br />

principal é encontrar erros. Também são usados para obter medidas <strong>de</strong> requisitos não funcio<strong>na</strong>is do<br />

software, como confiabilida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>sempenho (Zenteno, 2006).<br />

Existem diferentes tipos <strong>de</strong> testes, <strong>de</strong>stacando-se o teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. O objetivo do teste<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho é <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r se o <strong>de</strong>sempenho do <strong>sistema</strong> é a<strong>de</strong>quando para uso em ativida<strong>de</strong>s reais.<br />

Desta forma alg<strong>um</strong>as roti<strong>na</strong>s serão testadas verificando o tempo gasto <strong>na</strong> execução, além disto, é<br />

realizada <strong>um</strong>a a<strong>na</strong>lise do tempo verificando se é aceitável e propondo melhorias.<br />

Para realização dos testes foi utilizado <strong>um</strong> smartphone Samsung Galaxy 551 (Figura 30),<br />

suas características principais são:<br />

• Sistema Operacio<strong>na</strong>l Android 2.2;<br />

• Teclado QWERTY;<br />

• Cartão <strong>de</strong> memoria <strong>de</strong> 4GB;<br />

• 160 MB <strong>de</strong> memória inter<strong>na</strong>;<br />

• Processador <strong>de</strong> 667 MHz;<br />

• GPS com A-GPS apoio;<br />

• 3G HSDPA / HSUPA;<br />

• Wi-Fi 802.11 b / g / n, DLNA;<br />

• Bluetooth v2.1 A2DP.<br />

64


Figura 30: Smartphone utilizado para testes<br />

1. Teste <strong>na</strong> Importação <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das Geográficas: Neste teste é a<strong>na</strong>lisado o tempo gasto<br />

<strong>na</strong> importação do arquivo com as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das geográficas da gleba. O teste é realizado com<br />

dois arquivos diferentes criados com a utilização da ferramenta Google Earth. Foram<br />

consi<strong>de</strong>radas para análise do teste a cida<strong>de</strong> da gleba, número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das geográficas<br />

utilizadas para <strong>de</strong>marcar a <strong>área</strong> e os resultados em segundos e milissegundos (Tabela 1).<br />

Tabela 1: Resultado do Teste <strong>de</strong> Desempenho: Importação <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das Geográficas<br />

Cida<strong>de</strong> da Gleba Número <strong>de</strong><br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das<br />

Resultado<br />

Arquivo 1 Bozano 33 0s 120ms<br />

Arquivo 2 Cruz Alta 231 1s 20ms<br />

Análise dos resultados: O tempo gasto para a importação dos dois arquivos é consi<strong>de</strong>rado<br />

muito bom, sendo que o arquivo 2 <strong>de</strong>morou mais para ser carregado <strong>de</strong>vido ao número <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das geográficas utilizadas para <strong>de</strong>marcar a <strong>área</strong> da gleba que se justifica por ser <strong>um</strong>a gleba<br />

com bastantes curvas.<br />

As glebas utilizadas para os testes po<strong>de</strong>m ser visualizadas <strong>na</strong> Figura 31.<br />

65


Figura 31: Glebas Importados no Teste<br />

2. Teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ao Abrir Mapa: Neste teste é verifica o tempo necessário para abrir<br />

<strong>um</strong> mapa com o perímetro da gleba <strong>de</strong>marcado. São testados os mapas da Figura 31.<br />

Tabela 2: Resultado do Teste <strong>de</strong> Desempenho: Abrir Mapa<br />

Cida<strong>de</strong> da Gleba Número <strong>de</strong><br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das<br />

Resultado<br />

Mapa 1 Bozano 33 0s 73ms<br />

Mapa 2 Cruz Alta 231 6s 29ms<br />

Análise dos resultados: O tempo gasto para abrir os mapas é consi<strong>de</strong>rado muito bom nos<br />

dois arquivos. A diferença do tempo entre os dois mapas ocorre <strong>de</strong>vido ao número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das<br />

geográficas utilizadas para <strong>de</strong>marcar a <strong>área</strong> da gleba. Como melhoria do <strong>sistema</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

implementada <strong>um</strong> roti<strong>na</strong> para otimizar estes pontos sem prejudicar no perímetro da gleba.<br />

3. Teste <strong>de</strong> Desempenho ao Iniciar Visita: Neste teste é a<strong>na</strong>lisado o tempo necessário para<br />

iniciar <strong>um</strong>a visita. O tempo é contado a partir do momento que o usuário acessa o modulo <strong>de</strong><br />

visita e termi<strong>na</strong> no calculo da rota. As ativida<strong>de</strong>s realizadas neste teste são as seguintes:<br />

a. Preenchimento dos filtros (Produtor, Safra, Planejamento e Gleba) para iniciar a visita;<br />

b. Conexão com o web service do INMET para obter a previsão do tempo para a gleba<br />

selecio<strong>na</strong>da e exibir <strong>na</strong> tela;<br />

c. Incluir <strong>um</strong>a visita do tipo Monitoramento on<strong>de</strong> é informado <strong>à</strong> espécie <strong>de</strong> monitoramento,<br />

estagia da cultura, tipo <strong>de</strong> monitoramento, data da visita, nível <strong>de</strong> incidência, ocorrência por<br />

m², situação e observação;<br />

d. Iniciar a visita que exibe o mapa <strong>na</strong> tela com o perímetro da gleba e os pontos selecio<strong>na</strong>dos;<br />

66


e. Calcular a rota, tendo como ponto <strong>de</strong> partida a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ijuí e <strong>de</strong>stino a cida<strong>de</strong> da gleba que<br />

Tabela 3.<br />

são Bozano e Cruz Alta respectivamente.<br />

Para este teste são utilizados os mapas da Figura 31, os resultados são apresentados <strong>na</strong><br />

Tabela 3: Resultado do Teste <strong>de</strong> Desempenho: Iniciar Visita<br />

Filtros e Previsão Cadastro da Iniciar Calcular Rota Total<br />

do tempo visita Visita<br />

Visita 1 01s 175ms 55s 480ms 0s 265ms 0s 36ms 56s 956ms<br />

Visita 2 0s 942ms 46s 96ms 6s 520ms 0s 24ms 53s 57ms<br />

Análise do Resultado: Os resultados do teste para ambos os casos são consi<strong>de</strong>rados<br />

satisfatórios, pois é bastante rápido para iniciar <strong>um</strong>a visita e realizar o calculo da rota. Deve ser<br />

consi<strong>de</strong>rado também que o tempo do cadastro da visita <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da agilida<strong>de</strong> do usuário para<br />

preencher os campos.<br />

4. Teste <strong>de</strong> Desempenho <strong>na</strong> Sincronização: Aqui será testado o tempo necessário para gerar<br />

o arquivo xml com o conteúdo do banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> para a sincronização. O arquivo será<br />

gerado com o conteúdo das tabelas que ainda não foram sincronizadas, ou seja, os <strong>dados</strong> que<br />

possuem o campo flag_sincronizacao com seu conteúdo ‘N’.<br />

Análise do resultado: O conteúdo <strong>de</strong> 15 tabelas e 35 linhas foi sincronizado levando ape<strong>na</strong>s<br />

0s 222ms. O resultado obtido é muito significativo, pois se todos estes <strong>dados</strong> fossem digitados<br />

manualmente o tempo necessário para realizar esta tarefa seria muito maior.<br />

Todos os testes realizados obtiverem tempos aceitáveis para utilização do <strong>sistema</strong> no<br />

acompanhamento das lavouras, confirmando que a computação móvel po<strong>de</strong> ser utilizada <strong>na</strong>s mais<br />

diversas <strong>área</strong>s incluído a <strong>agricultura</strong>.<br />

Os testes realizados confirmam que a utilizando da computação móvel para o<br />

acompanhamento das lavouras tor<strong>na</strong> as tarefa mais eficientes evitando os problemas <strong>de</strong> redundância<br />

das informações e ambiguida<strong>de</strong>, pois os <strong>dados</strong> serão transmitidos para o servidor <strong>de</strong> forma<br />

automática, além das informações serem precisas com a utilização dos pontos <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> já<br />

selecio<strong>na</strong>dos no mapa e utilização do GPS para geo-referências <strong>à</strong>s amostras. Outro Beneficio da<br />

utilização do <strong>sistema</strong> é permitir o processamento dos <strong>dados</strong> por <strong>um</strong> SIG instalado no servidor.<br />

O <strong>sistema</strong> po<strong>de</strong> ser melhorado, <strong>um</strong>a sugestão e a criação <strong>de</strong> funções que realizam cálculos<br />

baseados <strong>na</strong> <strong>área</strong> da gleba para dividir a mesma em <strong>área</strong>s menores conforme os fundamentos da<br />

Agricultura <strong>de</strong> Precisão, além <strong>de</strong> calcular os pontos indicados para <strong>coleta</strong> das amostras. Outra<br />

sugestão é <strong>na</strong> realização sincronização, por enquanto o <strong>sistema</strong> somente gera o arquivo o i<strong>de</strong>al seria<br />

67


além <strong>de</strong> gerar o arquivo enviar para o web service do servidor, mas para isso é necessário a<br />

implementação do web service que po<strong>de</strong> ser sugerido como trabalho futuro.<br />

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6. CONCLUSÃO<br />

A Agricultura <strong>de</strong> precisão traz muitos benefícios para os produtores e também para o meio<br />

ambiente, com a redução dos fertilizantes e ins<strong>um</strong>os que são aplicados <strong>de</strong> forma diferenciada<br />

conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada <strong>área</strong>. Os avanços das tecnologias como hardware, softwares, GPS,<br />

sensores e controladores permitem aos produtores agrícolas enxergar a lavoura <strong>de</strong> <strong>um</strong>a nova forma<br />

não mais como <strong>um</strong>a única <strong>área</strong>, mas sim como várias <strong>área</strong>s <strong>na</strong> mesma proprieda<strong>de</strong> permitindo a<br />

aplicação diferenciada dos fatores <strong>de</strong> produção.<br />

A computação móvel e pervasiva também po<strong>de</strong>m ser utilizadas para auxiliar no processo <strong>de</strong><br />

Agricultura <strong>de</strong> precisão. A computação móvel traz o beneficio da mobilida<strong>de</strong> <strong>na</strong> execução das<br />

tarefas, permitindo as pessoas trabalharem fora <strong>de</strong> seus ambientes fixos, muito importante <strong>na</strong><br />

<strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão, sendo que muitas vezes o ambiente <strong>de</strong> trabalho dos Assistentes Técnicos é o<br />

campo. E a Computação Pervasiva po<strong>de</strong> ser utilizadas através <strong>de</strong> sensores espalhados <strong>na</strong> lavora e<br />

que transmitem informação para os controladores e computadores responsáveis por processar estas<br />

informações e disponibiliza-las <strong>de</strong> forma imperceptível aos produtores.<br />

Este trabalho <strong>de</strong>monstra o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ferramenta móvel para auxiliar a <strong>coleta</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>dados</strong> durante o acompanhamento das lavoras. O <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>sistema</strong> é <strong>um</strong>a tarefa<br />

complexa, pois envolve tanto o conhecimento técnico cientifico quanto os conhecimentos baseados<br />

<strong>na</strong>s regras <strong>de</strong> negocio, muitas vezes são limitados por questões relacio<strong>na</strong>das a equipamentos ou<br />

pessoas.<br />

O Sistema móvel vem para confirmar que a computação móvel po<strong>de</strong> ser utilizada <strong>na</strong>s mais<br />

diversas <strong>área</strong>s para ajudar <strong>na</strong>s tarefas das pessoas. É <strong>um</strong>a ferramenta que possibilita <strong>um</strong>a maior<br />

agilida<strong>de</strong> nos processos tor<strong>na</strong>ndo as ativida<strong>de</strong>s menos <strong>de</strong>sgastantes e mais eficientes, tor<strong>na</strong>ndo<br />

possível unificar varias tarefas que antes eram realizadas somente em ambientes fechados, além <strong>de</strong><br />

integrar tecnologias como GPS para geo-referênciar as amostras.<br />

Com a integração <strong>de</strong> varias tecnologias como software, hardware, computação móvel,<br />

Computação Pervasiva e GPS é possível <strong>de</strong>senvolver ferramentas para auxiliar as tarefas realizadas<br />

pelos Assistentes técnicos durante o acompanhamento das lavouras. O acompanhamento da lavoura<br />

e aquisição dos <strong>dados</strong> é <strong>um</strong>a etapa da <strong>agricultura</strong> <strong>de</strong> precisão muito importante, pois varias medidas<br />

para melhorar a produção das lavoras são tomadas a partir das informações adquiridas durante esta<br />

etapa.<br />

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Como trabalhos futuros, po<strong>de</strong>-se apontar o <strong>de</strong>senvolvimento do web service para<br />

sincronização dos <strong>dados</strong> do dispositivo móvel com o banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> do servidor, e também o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da aplicação servidora com relatórios que serão utilizados para a<strong>na</strong>lise dos <strong>dados</strong>.<br />

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