a grande crise econômica do século xxi ea defasage - Faap
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crÈdito na praÁa e suas perspectivas profissionais. Assim, os toma<strong>do</strong>res que n„o possuÌssem<br />
condiÁıes seguras para receber o emprÈstimo, n„o receberiam o valor.<br />
Os emprÈstimos imobili·rios denomina<strong>do</strong>s subprime eram linhas de crÈdito<br />
concedidas para pessoas que ofereciam risco ‡s instituiÁıes financia<strong>do</strong>ras, j· que muitas vezes<br />
n„o possuÌam renda, ou garantias, ou ainda deviam emprÈstimos anteriores, ou seja, n„o eram<br />
toma<strong>do</strong>res confi·veis. O porÈm desses emprÈstimos era que a inadimplÍncia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />
prime 1 , segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s da Bloomberg (apud PAULSON, 2010), situava-se, em 2007, em<br />
torno de 2,6%, enquanto a inadimplÍncia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> subprime, no mesmo ano, estava em<br />
13,4%. Todavia, para os financia<strong>do</strong>res, essas transaÁıes eram lucrativas, j· que os juros<br />
cobra<strong>do</strong>s eram muito mais eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que os que correspondiam a operaÁıes contratadas no<br />
merca<strong>do</strong> denomina<strong>do</strong> prime.<br />
Os perigos para a economia americana haviam si<strong>do</strong> obscureci<strong>do</strong>s pela<br />
bonanÁa habitacional sem precedentes, fomentada, em parte pelas baixas taxas de<br />
juros que nos ajudaram a sair da queda na atividade econÙmica que se seguiu ao<br />
estouro da bolha de tecnologia de fins da dÈcada de 1990 e ao impacto <strong>do</strong>s ataques <strong>do</strong><br />
11 de setembro. A bolha habitacional foi inflada pelo <strong>grande</strong> aumento <strong>do</strong>s<br />
emprÈstimos a toma<strong>do</strong>res menos confi·veis, ou subprime, que elevaram a proporÁ„o<br />
de detentores da casa prÛpria a nÌveis sem precedentes. Na Època em que assumi como<br />
secret·rio <strong>do</strong> tesouro, em julho de 2006, nada menos que 69% das famÌlias americanas<br />
residiam em casa prÛpria, em comparaÁ„o com 64% em 1994. Os emprÈstimos<br />
subprime dispararam de 5% <strong>do</strong> total das hipotecas, em 1994, para aproximadamente<br />
20%, em julho de 2006. (PAULSON, 2010:57)<br />
Essa bonanÁa de crÈdito imobili·rio transformou-se em bolha: pessoas com muito<br />
pouco ou nenhum dinheiro passaram a comprar suas casas e n„o terem como pagar, enquanto<br />
os preÁos das moradias disparavam. Henry Paulson (2010) retrata a situaÁ„o afirman<strong>do</strong> que<br />
casas em excesso foram compradas com pouco ou nenhum capital, muitos emprÈstimos foram<br />
pleit<strong>ea</strong><strong>do</strong>s e concedi<strong>do</strong>s negligentemente e muitas vezes com fraude. Como j· era espera<strong>do</strong>, o<br />
nÌvel de inadimplÍncia nos emprÈstimos subprime disparou, em conseq¸Íncia, iniciou-se uma<br />
onda de execuÁıes de hipotecas, o que gerou prejuÌzos exorbitantes para os mutuantes<br />
subprime.<br />
Cabe destacar, no entanto, conforme descreveram a <strong>crise</strong>, Mihm e Roubini (2010)<br />
consideram que o merca<strong>do</strong> subprime n„o foi o causa<strong>do</strong>r ˙nico da <strong>crise</strong> financeira, pois<br />
1 Merca<strong>do</strong> Prime de hipotecas È aquele onde os toma<strong>do</strong>res de emprÈstimos possuem um bom histÛrico de crÈdito<br />
e possuem capital para oferecer como entrada, este merca<strong>do</strong> tambÈm È chama<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong> tradicional de<br />
crÈdito e possui taxas mais baixas em relaÁ„o a outros tipos de hipotecas, como as subprime e as n<strong>ea</strong>r-prime.<br />
(FRANKEL, 2006)<br />
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