a grande crise econômica do século xxi ea defasage - Faap
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Quan<strong>do</strong> os emprÈstimos imobili·rios comeÁaram a n„o ser honra<strong>do</strong>s, os possui<strong>do</strong>res<br />
desses papÈis perceberam que a cada dia tinham menos compra<strong>do</strong>res e os investi<strong>do</strong>res<br />
concluÌram que estes papÈis tinham um valor muito menor no merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> que esperavam.<br />
AlÈm da inadimplÍncia, a baixa no preÁo <strong>do</strong>s imÛveis assolava a economia <strong>do</strong>s EUA<br />
(CARVALHO, 2008).<br />
O simples declÌnio <strong>do</strong> preÁo das moradias j· seria um problema em si.<br />
Poderia atÈ ter causa<strong>do</strong> a recess„o ñ embora n„o t„o profunda e dura<strong>do</strong>ura quanto a<br />
que virÌamos a experimentar PorÈm, o que n„o percebemos na Època e depois<br />
compreendemos muito bem foi como as mudanÁas na elaboraÁ„o e venda das<br />
hipotecas, combinadas com as reformulaÁıes <strong>do</strong> sistema financeiro, haviam amplia<strong>do</strong><br />
em muito os danos para as instituiÁıes financeiras banc·rias e n„o banc·ria,<br />
am<strong>ea</strong>Áan<strong>do</strong> gravemente essas empresas, o sistema inteiro e, em ˙ltima inst‚ncia, to<strong>do</strong><br />
o paÌs. (PAULSON, 2010: 59).<br />
A corrida para vender estes ìtÌtulos podresî foi intensa e expandiu-se para outros<br />
papÈis <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de capitais. Desta forma, sem a exata dimens„o <strong>do</strong> tamanho da quebra, o<br />
impulso <strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res foi vender rapidamente seus papÈis, antes que os mesmo perdessem<br />
mais capital. Henry Paulson (2010) destaca que todas as instituiÁıes financeiras estavam<br />
extremamente interligadas, de mo<strong>do</strong> que as prÛximas instituiÁıes a serem atingidas foram os<br />
bancos de investimentos, comeÁan<strong>do</strong> pelo B<strong>ea</strong>r St<strong>ea</strong>rns e o Lehman Brothers.<br />
Uma possÌvel falÍncia <strong>do</strong> B<strong>ea</strong>r St<strong>ea</strong>rns afetaria muito alÈm de seus acionistas e<br />
debenturistas. Este banco estava entrem<strong>ea</strong><strong>do</strong> de diversas outras instituiÁıes financeiras, como<br />
bancos, corretoras, segura<strong>do</strong>ras, fun<strong>do</strong>s de pens„o de Esta<strong>do</strong>, fun<strong>do</strong>s hedge, fun<strong>do</strong>s m˙tuos,<br />
etc. Desta forma, se o B<strong>ea</strong>r quebrasse, todas iriam buscar seus direitos de emprÈstimos e<br />
garantias, isso geraria uma queda geral nos preÁos <strong>do</strong>s ativos (PAULSON, 2010).<br />
Para atender as exigÍncias de pagamento, primeiro o B<strong>ea</strong>r e depois outros<br />
participantes seriam forÁa<strong>do</strong>s a vender o que tivessem em m„os, em qualquer merca<strong>do</strong><br />
ñ derruban<strong>do</strong> os preÁos, geran<strong>do</strong> prejuÌzos e desencad<strong>ea</strong>n<strong>do</strong> mais chamadas de<br />
margem e execuÁıes de garantias. (Idem Ibidem:89).<br />
A decis„o <strong>do</strong> governo <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s foi de socorrer as instituiÁıes que estavam<br />
falin<strong>do</strong>, para evitar uma quebra ainda maior e a ampliaÁ„o <strong>do</strong> risco sistÍmico. A Fannie Mae e<br />
a Freddie Mac ñ que n„o possuÌam agÍncias regula<strong>do</strong>ras muito atentas ñ e o B<strong>ea</strong>r St<strong>ea</strong>rns<br />
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