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O MÉTODO DE EXAUSTÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ...

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Ainda, conforme Boyer (1996):<br />

“Segundo Arquimedes, foi Eudoxo (408 – 355 a. C.) que forneceu o axioma que<br />

hoje tem o nome de Arquimedes, às vezes, chamado axioma de Arquimedes e que<br />

serviu de base para o método de exaustão, o equivalente grego de cálculo integral.<br />

O axioma diz que: dadas duas grandezas que têm uma razão (isto é, nenhuma<br />

delas sendo zero), pode-se achar um múltiplo de qualquer delas que seja maior<br />

que a outra. Esse enunciado eliminava um nebuloso argumento sobre segmentos<br />

de reta indivisíveis, ou infinitésimos fixos, que às vezes aparecia.” (Boyer, 1996).<br />

Do axioma de Eudoxo (ou Arquimedes) é fácil, por uma redução ao absurdo, provar uma<br />

proposição que formava a base de método de exaustão dos gregos:<br />

Proposição: Se de uma grandeza qualquer se subtrai uma parte não menor que sua metade e<br />

do resto novamente subtrai-se uma parte não menor que sua metade, e assim por diante, se<br />

chegará por fim a uma grandeza menor que qualquer outra predeterminada da mesma<br />

espécie.<br />

Demonstração: em linguagem matemática moderna, temos: seja M uma grandeza qualquer;<br />

1<br />

ε uma grandeza prefixada e ≤ r < 1.<br />

Fazendo M − Mr = M1,<br />

segue que M1 = M ( 1−<br />

r)<br />

,<br />

2<br />

2<br />

mas M − M r = M M = M ( 1−<br />

r)<br />

M = M ( 1−<br />

r).(<br />

1 − r)<br />

M = M ( 1 − r)<br />

, sabe-se<br />

1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

que M 2 − M 2r<br />

= M 3 M 3 = M 2 ( 1−<br />

r)<br />

M 3<br />

2<br />

= M ( 1−<br />

r)<br />

.( 1−<br />

r)<br />

M 3<br />

3<br />

= M ( 1−<br />

r)<br />

...<br />

N<br />

1<br />

Repetindo sucessivamente chegamos a M N = M ( 1−<br />

r)<br />

. Como 0 < 1−<br />

r ≤ , temos que<br />

2<br />

N<br />

( 1−<br />

r) tende a zero com o crescimento de N . Daí, encontra-se N , tal que<br />

N<br />

M = M ( 1−<br />

r)<br />

< ε , qualquer que seja o valor dado para ε .<br />

N<br />

“Esta proposição que chamaremos de ‘propriedade de exaustão’ equivale à<br />

seguinte formulação moderna: se M é uma grandeza dada,ε uma grandeza<br />

1<br />

prefixada de mesma espécie e r é uma razão tal que ≤ r < 1,<br />

então podemos<br />

2<br />

achar um inteiro N tal que: − < ε<br />

N<br />

M ( 1 r)<br />

, para todo n > N . Isto é, a<br />

propriedade de exaustão equivale a dizer que lim M ( 1−<br />

r)<br />

= 0 . Ainda mais, os<br />

n→∞<br />

gregos usaram essa propriedade para provar teoremas sobre as áreas e volumes de<br />

figuras curvilíneas.” (Boyer, op cit).<br />

Neste contexto, Arquimedes fez aplicações muito importantes do chamado “método de<br />

exaustão”, as quais contribuíram para marcar a importância deste método na matemática<br />

antiga e para o desenvolvimento de grande parte da matemática como concebemos hoje. No<br />

entanto, nem Arquimedes nem qualquer outro matemático grego apresentam o método de<br />

exaustão sob a forma de um resultado geral aplicável a todas as figuras (ou pelo menos a mais<br />

de um caso). Dada a figura, observava-a e tentava formar figuras circunscritas e/ou inscritas,<br />

valendo-se das propriedades daquela figura particular. Era este, ao menos, o procedimento<br />

n<br />

2<br />

3

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