Caixa Geral de Depósitos

v grande viagem
ACCUMEM
PARAÍSO Visitante de Espírito
Santo desfruta de um dos
vários blue-holes da ilha
TANNA Família com os típicos
trajes coloridos
MALEKULA Rapaz exibe
as vestes kastom, usadas
em determinadas cerimónias
da ilha
o deserto de cinza e areia em redor do vulcão, plantações de café, planícies de
arbustos em que vagueiam cavalos selvagens, montanhas elevadas de que caem
cascatas vigorosas e praias com nascentes naturais ferventes que borbulham
indiferentes às marés.
Parte inalienável da sua ilha paraíso e de Vanuatu, os taneses vivem em
grandes aldeias tribais organizadas em redor dos nakamales, clareiras amplas em
que os homens se reúnem ao fim do dia para conversar e se deixarem inebriar
pela bebida nacional, a kava. Com o nascer do Sol, as mulheres destas aldeias
reúnem a fruta e os vegetais que plantam junto às suas cabanas e dirigem-se aos
vários mercados da ilha, inaugurando uma jornada de comércio e convívio que
se repete todos os dias, mantendo a economia agrícola local.
Pentecostes não é tão popular como Tanna. Em contrapartida, tem a
cerimónia Naghol, que seduz os visitantes de Vanuatu a voarem até à ilha para
acompanharem os saltos «espirituais» – feitos com simples lianas atadas aos
tornozelos –, que deram origem ao bungee jumping.
Todos os anos, em Abril, Maio e Junho, centenas de
curiosos aterram na ilha e dirigem-se às aldeias dotadas
de torres cerimoniais. Aos poucos, as populações
indígenas habituaram-se à sua presença, e, além de ritual
de entrada na idade adulta, a exigente cerimónia
tornou-se, também, numa exibição da cultura de
Pentecostes ao mundo.
Em Vanuatu, é mesmo assim: o intercâmbio
é ofuscante para todos. Quem chega dos países
«desenvolvidos» deslumbra-se com a cultura local,
mas, ao mesmo tempo, surpreende os ni-vanuatu com
as soluções tecnológicas e o pragmatismo financeiro da
civilização ocidental.
Cx
36 O U T U B R O | D E Z E M B R O 2 0 1 0