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s sustentabilidade L Â M P A D A S Nova energia As velhinhas incandescentes estão de partida e já têm duas concorrentes na linha de sucessão. As fluorescentes compactas e a nova tecnologia LED prometem debater-se… até que se faça luz Por Ana Rita Lúcio Quantas celebridades são precisas para enroscar uma lâmpada? A pergunta, lançada com uma dose mordaz de ironia sobre as personagens que povoam o universo das revistas cor- -de-rosa, pode estar prestes a desaparecer da lista de anedotas que todos conhecemos. A substitui-la, uma versão mais ecológica: quantas celebridades são precisas para desenroscá-la? A lista de notáveis que não hesita na hora de deitar fora as antigas lâmpadas eléctricas está a engrossar e une nomes à partida tão afastados como a actriz norte-americana Cameron Diaz, a estilista britânica Stella McCartney ou até o líder histórico cubano Fidel Castro. A eficiência energética está na moda, mas desengane-se se pensa que só os mais famosos são adeptos dos comportamentos ambientalmente responsáveis. Há muito que a Ecologia deixou de ser uma bandeira exclusiva de ambientalistas, caindo nas boas graças de governantes, empenhados na implementação de políticas tendo em vista um desenvolvimento sustentável, e consumidores, que começam a seguir o vislumbre da poupança. Mas se um pouco por todo o planeta se dá luz verde à redução da pegada ecológica, o sinal vermelho já se acendeu para as obsoletas lâmpadas incandescentes. Para as lâmpadas criadas por Thomas Edison há 131 anos, a antiguidade deixou de ser um posto, tornando-se um alvo a abater, em nome das novas metas de sustentabilidade. A União Europeia (UE) quer mesmo desligar da corrente este mercado tradicional e, até Setembro de 2012, expulsar as incandescentes das prateleiras das superfícies comerciais, para não mais voltarem. As autoridades têm pressa em acabar com o reinado da invenção de Edison, mas adivinha-se uma longa batalha pela frente, que não se decidirá, apenas, pelo premir de um interruptor. Nas calhas para a sucessão no trono da iluminação eléctrica, que na UE vale 12 por cento do consumo da energia eléctrica no sector residencial, estão as lâmpadas fluorescentes compactas (LFC), que agora se disfarçam de novidade, mas que, desde 1973, tentam encontrar o caminho para os hábitos dos compradores. Aquela que pode ser intitulada a guerra das siglas tem, porém, mais um protagonista: as lâmpadas LED (significa «díodo emissor de luz», em inglês). Utilizada até agora quase exclusivamente em zonas de passagem, esta tecnologia inovadora chegou em força para iluminar os lares de todo o mundo. No Velho Continente, o futuro das luzes inaugura-se com o cintilar das lâmpadas economizadoras, que garantem poupanças significativas na carteira e na factura energética dos europeus, aliadas à protecção ambiental. Enquanto a insustentável incandescência das velhas lâmpadas as leva a desperdiçar cerca de 95 por cento da energia consumida em calor e a durar pouco mais de mil horas, as novas soluções de iluminação permitem reduzir o consumo de energia, conjugando a mesma intensidade luminosa durante mais tempo. Feitas as contas, não resta margem para dúvidas. O simples gesto de substituir uma lâmpada convencional por uma LFC corresponde a 80 por cento de poupança, por um período seis a dez vezes superior. Se todos os portugueses o fizessem, o País poderia economizar, em cada ano, 212 gigawatts/hora e 27 milhões Cx 48 O U T U B R O | D E Z E M B R O 2 0 1 0
Print INCANDESCENTES PARA QUE VOS QUERO Enquanto as tecnologias LFC e LED se digladiam para conquistar a dianteira no mercado da iluminação, as lâmpadas incandescentes estão condenadas a apagar- -se. A União Europeia lançou uma cruzada contra a ineficiência e quer retirá-las de circulação até Setembro de 2012. Setembro de 2009 Proibida a venda de lâmpadas foscas de todas as potências e incandescentes transparentes, de potência igual ou superior a 100 watts. Setembro de 2010 É a data limite para se comprar lâmpadas incandescentes com 75 ou mais watts. Setembro de 2011 Nesta data, o alvo a abater são as incandescentes com potência igual ou superior a 60 watts. Setembro de 2012 Marca o fim da comercialização de lâmpadas incandescentes de todas as potências. A UE publicará novos regulamentos para alcançar as metas de 2016. Setembro de 2013 As superfícies comerciais comunitárias passarão a ter disponíveis somente lâmpadas fluorescentes compactas e de halogéneo de classe C ou superior. Setembro de 2016 O cerco da UE ao desperdício energético vai apertar-se, e os consumidores poderão adquirir apenas lâmpadas fluorescentes compactas, de halogéneo e LED de classe B ou superior.
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