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Alterações nas Hipotecas e Refinanciamento - Post Milenio

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4 De 29 de Junho a 5 de Julho de 2012<br />

Milénio Stadium... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si!<br />

COMUNIDADE<br />

Isolamento e Solidão<br />

Combatem-se com<br />

vida e esperança<br />

DÉBORA CRUZ<br />

Na Casa dos Açores de Lisboa<br />

Lançamento do livro<br />

“Os Meus Versos”<br />

LIDUINO BORBA<br />

geral@liduinoborba.com<br />

Independentemente do país,<br />

província, região, lugar ou<br />

freguesia do planeta, há<br />

muito que o isolamento, acesso a<br />

cuidados de saúde e ausência de<br />

serviços de apoio ao bem-estar e<br />

qualidade de vida dos idosos são<br />

problemas sérios das comunidades,<br />

que não têm sido levados<br />

tão a sério quanto deveriam.<br />

É certo que, nos dois países que conheço,<br />

têm sido dados passos em frente em<br />

termos de criação de estruturas e infraestruturas,<br />

espaços e condições que permitem<br />

aos habitantes da terceira idade sentirem-se<br />

privilegiados em relação a gerações anteriores,<br />

mas a verdade é que muito continua a<br />

faltar. O isolamento e a solidão serão, nesta<br />

altura, um dos problemas mais graves que<br />

afeta grande parte desta franja da população.<br />

É um problema que não escolhe as<br />

condições financeiras de cada idoso, nem<br />

tão pouco o local onde o idoso reside, a<br />

família ou comunidade a que pertence.<br />

Pode ser numa grande cidade como é<br />

Toronto, pode ser numa qualquer aldeia<br />

recôndita de Portugal. O idoso pode ter dinheiro<br />

ou não, pode ter família ou não, pode<br />

habitar sozinho ou não, mas não está livre<br />

da solidão. Dei comigo a pensar nisso,<br />

quando nos últimos dias estive de visita a<br />

alguns lugares do Portugal “profundo” (que<br />

não é assim tão profundo porque está há<br />

muito à vista de todos). Dei comigo a pensar<br />

na solidão “profunda” em que vivem os<br />

nossos idosos, e a lembrar-me também da<br />

solidão “profunda” que bate à porta dos<br />

nossos idosos no Toronto “profundo”. E<br />

logo a seguir me veio à ideia o grupo “Vida<br />

e Esperança” do centro Abrigo, constituído<br />

há dois anos e meio. Lembrei-me deste<br />

grupo de mulheres e homens porque com<br />

eles convivi durante o meu último estágio,<br />

naquela instituição. Lembrei-me deles<br />

porque são um exemplo de como se combate<br />

a solidão e o isolamento, agarrando o<br />

seu destino com as próprias mãos. Lembreime<br />

deles quando, no outro dia, olhava para<br />

um grupo de cinco mulheres da terceira<br />

idade, que numa dessas ditas aldeias recônditas<br />

de Portugal organizam e participam<br />

em passeios diários, aos finais de tarde,<br />

pelos montes e montinhos da freguesia. Em<br />

nome do exercício físico, combatem também<br />

elas a solidão que começa a abater-se<br />

com o avançar dos anos. São exemplos de<br />

como, todos juntos, é possível inverter a<br />

difícil realidade, ao contrário de esperar<br />

pelo que não chega.<br />

No grupo “Vida e Esperança”, mais de<br />

oitenta cidadãos de expressão portuguesa<br />

residentes no Canadá, reúnem duas vezes<br />

por semana para, durante umas quatro,<br />

cinco horas consecutivas confraternizarem,<br />

conviverem, brincarem, cantarem, fazerem<br />

ginástica, massagens, e “darem largas” à<br />

imaginação. Deram tanta que, desde 2 de<br />

novembro de 2010, como sublinha a conselheira<br />

Marília dos Santos, “já participaram<br />

ativamente em passeios a diferentes<br />

locais como a Ilha de Toronto, Ontario<br />

Place, Buffalo, ao Zoo, ao circo, ao High<br />

Park, a Bronte Creek, Niagara Falls e vários<br />

outros”. Para além da participação, este<br />

ano, <strong>nas</strong> comemorações do dia de Portugal,<br />

e de um passeio a Otava, está já em<br />

preparação a segunda viagem ao exterior do<br />

país. Marília dos Santos recorda que, em<br />

2011, “ um ano depois da sua fundação, o<br />

grupo "Vida e Esperança" promoveu uma<br />

semana de convívio em Cuba”, revelando<br />

que “os objetivos do grupo têm superado<br />

todas as expectativas, indo muito mais além<br />

do que proporcionar aos idosos portugueses<br />

um espaço de encontro e partilha de experiências”.<br />

É com orgulho que a dinamizadora<br />

deste grupo refere que “as amizades que<br />

<strong>nas</strong>ceram e se fortaleceram desde o início, o<br />

espírito de entreajuda que se faz sentir, o<br />

ambiente positivo, bem como os laços estabelecidos<br />

entre os seus elementos, trespassaram<br />

as portas do Abrigo”. Marília dos<br />

Santos não poupa elogios a todos os elementos<br />

voluntários que integram o comité<br />

organizador e que “trabalham no dia-a-dia”<br />

para que sejam levados a cabo os projetos e<br />

iniciativas deste espaço pioneiro na instituição<br />

“Abrigo”. Nos “entretantos” o grupo<br />

criou um grupo de cantares tão “afinado”<br />

que já atuou ao vivo, em dezembro passado,<br />

aos microfones da CHIN Radio, e em<br />

vários lares de idosos de Toronto, para contentamento<br />

dos portugueses aí residentes.<br />

Apesar de desconhecer o número de<br />

idosos lusos que vivem em situação de isolamento<br />

na província do Ontário, Marília<br />

dos Santos considera prioritária a promoção<br />

de “mais educação e comunicação com a<br />

comunidade portuguesa através dos<br />

“media”, sessões de informação, e outras”.<br />

Da nossa parte, serve este pequeno artigo<br />

para fazer chegar a mensagem a mais<br />

alguns. E que esses passem palavra. O isolamento<br />

e solidão combatem-se, efetivamente,<br />

com vida e esperança! Qualquer que<br />

seja o significado ou sentido que estas duas<br />

palavras encerram.<br />

Obrigado pelo vosso tempo! Pode<br />

fazer-me chegar os seus comentários ou<br />

opiniões através do email deborabocruz@hotmail.com.<br />

Foi lançado na Casa dos<br />

Açores de Lisboa o livro<br />

“Os Meus Versos”, de<br />

José Pereira Mancebo, conhecido<br />

por José Cavalheiro,<br />

editado pela Turiscon Editora,<br />

com o alto patrocínio do<br />

Comendador Manuel<br />

Eduardo Vieira. O autor é<br />

natural do lugar da Silveira,<br />

Lajes do Pico.<br />

Para além da assistência, que<br />

encheu por completo o salão da Casa<br />

dos Açores, estiveram presentes: José<br />

Cavalheiro, autor do livro; Paulo Enes<br />

da Silveira, picoense, da Direção da<br />

Casa dos Açores; Ricardo Vieira,<br />

picoense, coordenador dos trabalhos de<br />

lançamento e amigo do autor;<br />

Bartolomeu Dutra, picoense, apresentador<br />

do livro; Manuel Eduardo Vieira,<br />

picoense emigrado na Califórnia, na<br />

qualidade de patrocinador e amigo do<br />

autor; Liduíno Borba, na qualidade de<br />

editor; Olegário Paz e Teresa Machado<br />

que recitaram alguns dos poemas.<br />

José Cavalheiro agradeceu a todos a<br />

atenção dispensada para que fosse possível<br />

a edição do livro, nomeadamente<br />

ao amigo Manuel Eduardo Vieira,<br />

patrocinador, e Liduíno Borba que<br />

impulsionou a edição. Também agradeceu<br />

aos familiares e amigos, especialmente<br />

a sobrinha Filomena Tavares e o<br />

amigo Ricardo Vieira.<br />

Paulo Enes agradeceu aos presentes<br />

e congratulou-se por mais esta iniciativa<br />

levada a cabo pela Casa dos Açores,<br />

que, segundo as suas palavras, terá sempre<br />

as portas abertas para eventos desta<br />

natureza.<br />

A Ricardo Vieira coube falar sobre<br />

o autor, a ilha, o lugar que o viu <strong>nas</strong>cer<br />

e o seu percurso de vida. Foram<br />

palavras interessantes porque ajudaram<br />

a perceber o sentido desses versos<br />

escritos, que são como um hino ao Pico,<br />

uma saudade permanente e um amor à<br />

terra.<br />

Bartolomeu Dutra foi o eleito para<br />

fazer a apresentação do livro, que o fez<br />

com brilhantismo, enaltecendo a superior<br />

qualidade dos versos de José<br />

Cavalheiro, e, que querendo ilibar as<br />

suas próprias dúvidas sobre essa qualidade,<br />

as tirou com colegas que ministram<br />

o ensino.<br />

O Comendador Manuel Eduardo<br />

Vieira (O Rei da Batata Doce) também<br />

proferiu algumas palavras, interrompidas<br />

pela emoção, dizendo que se sentia<br />

muito satisfeito por ter efetuado tal<br />

patrocínio, cumprindo um dever nobre<br />

de ajudar a realizar o sonho de um<br />

amigo de longa data, que soube passar<br />

ao papel versos de muita qualidade,<br />

sobre a terra que a ambos viu <strong>nas</strong>cer.<br />

Eu, Liduino Borba, editor, também<br />

proferi algumas palavras para salientar<br />

a forma como tive conhecimento destes<br />

maravilhosos versos, e da sugestão que<br />

fiz a Manuel Eduardo Vieira para<br />

patrocinar a sua edição.<br />

Olegário Paz e Teresa Machado<br />

recitaram alguns dos poemas, com<br />

muita mestria, seguindo-se os sons dos<br />

instrumentos regionais, tocando a preceito<br />

as modas do Pico, onde não faltou<br />

Manuel Eduardo ao bandolim, para<br />

espanto de muitos. Enfim, é um homem<br />

do Pico...<br />

A sessão terminou com um “Porto<br />

de Honra” oferecido pela Casa dos<br />

Açores, com a colaboração de Ricardo<br />

Vieira. Passava da meia noite quando<br />

rumamos a casa…<br />

Os livros, como seria normal, foram<br />

oferecidos aos presentes.

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