as relações de trabalho entre médicos e enfermeiras na estratégia ...
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repressiv<strong>as</strong>. Oc<strong>as</strong>io<strong>na</strong>ndo muita rejeição conflito junto à população, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da<br />
posteriormente como Revolta da Vaci<strong>na</strong> (LAMARÃO, 1991).<br />
O processo <strong>de</strong> organização da saú<strong>de</strong> pública br<strong>as</strong>ileira foi a resposta d<strong>as</strong> cl<strong>as</strong>ses<br />
dirigentes do período, em relação a ameaç<strong>as</strong> que impediam o <strong>de</strong>senvolvimento da abertura <strong>de</strong><br />
nov<strong>as</strong> relações econômic<strong>as</strong> no país. Surge daí <strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> discussões sobre a necessida<strong>de</strong> da<br />
organização d<strong>as</strong> ações em saú<strong>de</strong> no país, num cenário constituído pela a resistência popular às<br />
ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />
Os documentos daquele período <strong>de</strong>monstram que, <strong>as</strong> campanh<strong>as</strong> sanitári<strong>as</strong> <strong>de</strong>ram<br />
"visibilida<strong>de</strong> à insensibilida<strong>de</strong> estatal diante d<strong>as</strong> reivindicações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>" da população, no<br />
entanto este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> perdurou até a década <strong>de</strong> 20. Na década <strong>de</strong> 1930<br />
o país apresentaria gran<strong>de</strong>s transformações em relação ao <strong>de</strong>sempenho do Estado no sentido<br />
<strong>de</strong> discutir mudanç<strong>as</strong> em relação aos direitos sociais, os trabalhadores contavam apen<strong>as</strong> com<br />
benefícios previ<strong>de</strong>nciários garantidos por empres<strong>as</strong> e caix<strong>as</strong> <strong>de</strong> aposentadori<strong>as</strong> e pensões –<br />
CAPS.<br />
Cabendo a gran<strong>de</strong> parcela da população trabalhadora buscar os serviços públicos <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> ou ao atendimento dos profissio<strong>na</strong>is liberais, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar excluída dos<br />
benefícios citados. A política <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> previa um atendimento restrito, também eram<br />
limitados os recursos fi<strong>na</strong>nceiros para garantir o funcio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> sua estrutura<br />
organizacio<strong>na</strong>l.<br />
Entretanto, ressaltam o caráter restrito <strong>de</strong>sta política. Restrito porque a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
sua cobertura populacio<strong>na</strong>l era limitada, como também eram limitados os <strong>as</strong>pectos técnicos e<br />
fi<strong>na</strong>nceiros <strong>de</strong> sua estrutura organizacio<strong>na</strong>l. Esta crise no atendimento em saú<strong>de</strong> não ocorreu<br />
só no Br<strong>as</strong>il, i<strong>de</strong>ntificada em países centrais origi<strong>na</strong>da por dois conflitos postos no estado <strong>de</strong><br />
bem-estar social e a <strong>na</strong> forma mecanicista da medici<strong>na</strong> curativa.<br />
Por essa razão o surgimento da proposta <strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o<br />
<strong>trabalho</strong> em saú<strong>de</strong> da população, visando o bem-estar da comunida<strong>de</strong>, modificando o<br />
atendimento pautado <strong>na</strong> doença (mo<strong>de</strong>lo curativo), valorizando a transformação da percepção<br />
médica sobre o conceito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> doença. Cabendo <strong>as</strong>sim, ao Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
(SUS) integrar todos os serviços públicos em uma re<strong>de</strong> hierarquizada, regio<strong>na</strong>lizada,<br />
<strong>de</strong>scentralizada e <strong>de</strong> atendimento integral com participação da comunida<strong>de</strong>, numa política<br />
pública <strong>de</strong> proteção social, universalista e eqüitativa <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
Insatisfações, questio<strong>na</strong>mentos por parte da população atendida pel<strong>as</strong> polític<strong>as</strong><br />
públic<strong>as</strong> acabam gerando um processo <strong>de</strong> mobilização da socieda<strong>de</strong>, iniciado pelos