EDITORIAL - Revista Sobrape
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R. Periodontia - 21(1):49-54<br />
e próximos aos ductos excretores das glândulas salivares<br />
parótidas, sublinguais e submandibulares, estando, portanto,<br />
com mais frequência nas superfícies linguais dos dentes<br />
anteriores inferiores e vestibulares dos molares superiores. Sua<br />
quantificação para efeito de controle clínico e para pesquisas<br />
é realizada por meio de vários índices, sendo, no entanto, o<br />
índice de cálculo de Volpe et al (1965), o mais empregado<br />
nas pesquisas epidemiológicas e clínicas.<br />
Normalmente, os dentifrícios são utilizados em<br />
combinação com a escovação dentária com o objetivo<br />
de facilitar a remoção do biofilme dental, e como agentes<br />
preventivos e terapêuticos. Existem no mercado várias marcas<br />
de dentifrícios especificados como anticálculo, onde é incluído<br />
nas suas formulações vários agentes, sendo o principal<br />
elemento o pirofosfato monofásico e de dupla fase.<br />
De acordo com as pesquisas estas substâncias são<br />
capazes de inibir a nucleação e o crescimento de cristais de<br />
fosfato de cálcio, em torno de 15 a 50% (Yiu & Wei, 1993;<br />
Sowinski, 2000; Liu et al, 2002; LeGeros, 2003; Van der<br />
Weijden et al, 2005).<br />
A presente pesquisa teve como objetivo testar um<br />
dentifrício anticálculo a base de pirofosfato, a fim de verificar<br />
a ação do mesmo num período experimental de 30, 60 e 90<br />
dias, comparativamente a um dentifrício convencional.<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
A pesquisa foi realizada em 26 pacientes, sendo 10 do<br />
sexo masculino e 16 do sexo feminino, cuja faixa etária variou<br />
de 13 a 50 anos, inscritos para tratamento na clínica do curso<br />
de Especialização em Periodontia da Universidade Federal de<br />
Pernambuco (UFPE). A presente pesquisa foi aprovada pelo<br />
Comitê de Ética da UPE parecer nº 032/05.<br />
O critério de inclusão estabelecido pela pesquisa foi que<br />
os pacientes deveriam apresentar todos os dentes anteriores<br />
inferiores com presença de cálculo supragengival na região<br />
lingual, registrado pelo índice de Volpe et al (1965). Foram<br />
excluídos os pacientes que apresentavam doença sistêmica;<br />
estavam fazendo uso de qualquer tipo de medicação<br />
sistêmica; pacientes fumantes; fazendo uso de antissépticos<br />
bucais e dentifrícios medicamentosos; respiradores bucais;<br />
que usavam aparelho ortodôntico fixo; que apresentavam<br />
alterações nos níveis dos hormônios sexuais (menopausa);<br />
estavam em período gestacional, e os que tinham nos dentes<br />
restaurações e coroas protéticas.<br />
O índice determinado para esta pesquisa teve como<br />
princípio de diagnóstico a realização da medição do cálculo<br />
supragengival com uma sonda periodontal milimetrada, em<br />
três sítios da superfície lingual, ou seja: médio lingual, mésio<br />
lingual, disto lingual, nos dentes anteriores inferiores. Após<br />
a obtenção das medidas em milímetros, correspondentes a<br />
cada dente, essas foram somadas entre si, obtendo-se o total<br />
de cálculo da área examinada.<br />
Após determinação das medidas, todos os pacientes<br />
receberam raspagem e alisamento da região com raspadores<br />
manuais e em seguida polimento dental, considerando<br />
o momento “zero”, que se deu início ao experimento.<br />
Receberam orientação para realizar 2 escovações diárias<br />
(manhã e noite) com os correspondentes dentifrícios (teste<br />
e controle), por um minuto e utilizar o fio dental na mesma<br />
frequência da escovação. Todos os participantes receberam<br />
um kit contendo uma escova dentária, marca Colgate<br />
Professional®, cabeça pequena com cerdas macias, dois<br />
dentifrícios, respectivos a cada grupo e um estojo de fio dental<br />
com 100 metros. Foram instruídos, através de demonstração,<br />
em relação à quantidade de dentifrício a ser utilizada, que<br />
correspondeu ao comprimento das cerdas, e receberam<br />
orientações prática de como realizar a escovação.<br />
O dentifrício teste Máxima Proteção Anticáries®<br />
(Colgate) tinha como composição: 1450 ppm de Flúor,<br />
Carbonato de Cálcio, Lauril Sulfato de Sódio, Sacarina<br />
Sódica, Pirofosfato Tetrassódico, Silicato de Sódio, Sorbitol,<br />
Carboximetilcelulose, Metilparabeno, Propilparabeno, Aroma,<br />
Água e Monofluorfosfato. Já o dentifrício controle Tripla<br />
Ação® (Colgate) era composto de: 1,1% de Monofluorfosfato<br />
de Sódio, Água, Carbonato de Cálcio, Sorbitol, Lauril Sulfato de<br />
Sódio, Sabor, Goma de Celulose, Silicato de Sódio, Bicarbonato<br />
de Sódio, Sacarina Sódica, Goma Xantan, Metilparabeno.<br />
Os 26 participantes foram divididos equitativamente<br />
em dois grupos, assim distribuídos: grupo teste com 13<br />
participantes que utilizaram o dentifrício anticálculo duas vezes<br />
ao dia, por um período de 30, 60 e 90 dias; grupo controle<br />
com 13 participantes que utilizaram o dentifrício convencional<br />
obedecendo aos mesmos critérios do experimental.<br />
Os dados obtidos de cada mensuração através do índice<br />
foram submetidos a testes estatísticos (análise descritiva e<br />
inferencial). Para análise dos dados foram obtidas distribuições<br />
absolutas e percentuais e as medidas estatísticas: média,<br />
mediana, desvio padrão, valor mínimo e valor máximo.<br />
Utilizou-se os testes t-Student com variâncias iguais ou<br />
desiguais, F (NOVA) para medidas repetidas incluindo<br />
as correções dos graus de liberdade Greenhouse-Geiser,<br />
e no caso da comprovação de diferenças significantes<br />
entre os tempos de avaliação foram utilizados os testes<br />
de comparações pareadas de Bonferroni. A verificação da<br />
hipótese de igualdade de variância foi realizada através do<br />
teste F de Levene. O nível de significância utilizado nos testes<br />
foi de 5%.<br />
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