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EDITORIAL - Revista Sobrape

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R. Periodontia - 21(1):7-9<br />

e na coleta de dados, chega o momento da análise dos<br />

mesmos. Basicamente, podemos dividir a análise estatística<br />

em dois tipos: a análise estatística descritiva e a inferencial.<br />

O pesquisador deve utilizar uma e/ou outra dependendo<br />

do objetivo do estudo que foi realizado. Se a pergunta do<br />

pesquisador envolve a descrição de um fenômeno qualquer,<br />

deve-se realizar análise estatística descritiva. Caso a pergunta<br />

da pesquisa envolva a associação entre duas ou mais variáveis,<br />

deve-se realizar, também, a análise estatística inferencial.<br />

Serão discutidas apenas algumas técnicas úteis para análise<br />

descritiva<br />

A análise estatística descritiva é fundamental para o<br />

entendimento do que se pesquisou. Ela envolve a descrição de<br />

freqüências, para as variáveis quantitativas e, especialmente,<br />

para as categóricas. Para as variáveis quantitativas, cálculos<br />

de medidas de tendência central e de variabilidade também<br />

são utilizados.<br />

Quando se estuda a frequência de pacientes com<br />

periodontite por algum critério internacional qualquer, há<br />

apenas duas possibilidades de respostas: ou o indivíduo<br />

apresenta a doença ou não. Para este último exemplo, temos<br />

uma variável categórica dicotômica. Em estudos descritivos,<br />

nossa única opção é descrever a freqüência, geralmente em<br />

termos percentuais, dos indivíduos com e sem periodontite.<br />

Quadro 1<br />

Indicação de algumas análises descritivas<br />

Variável Exemplo Análise(s) indicada(s) Figuras indicadas<br />

Categórica<br />

Presença de<br />

periodontite<br />

Cálculo de proporção<br />

Gráfico de barras<br />

Gráfico de colunas<br />

Gráfico de setor (pizza)<br />

Tabelas<br />

Quantitativa<br />

Profundidade<br />

de sondagem<br />

Medidas de tendência central<br />

Medidas de variabilidade<br />

Testes de avaliação de normalidade<br />

(KS e SW)<br />

Histograma<br />

Box-Plot<br />

Gráfico Q-Q<br />

Apresentações gráficas e tabelas podem ser úteis para<br />

descrever frequências.<br />

Quando se deseja descrever a profundidade de sondagem<br />

periodontal em um sítio periodontal de um dente específico,<br />

podem-se calcular as medidas de tendência central (média,<br />

mediana, moda), bem como as medidas de variabilidade<br />

(desvio-padrão, coeficientes de variação) e quartis, percentis,<br />

dentre outros. Além dessas medidas é muito útil que se saiba<br />

se a variável estudada apresenta ou não distribuição normal,<br />

também chamada de gausssiana. Análises gráficas e testes<br />

estatísticos (Testes de Kolmogorov-Smirnov - KS, Shapiro-Wilk<br />

- SW) são utilizados para essa avaliação (Soares & Siqueira,<br />

2002; Kim & Dailey, 2008). Vamos exemplificar um pouco,<br />

para clarear esses conceitos. É bastante comum lermos<br />

em artigos científicos que a profundidade de sondagem<br />

média foi igual a 4,0 (±0,4) mm. A interpretação destes<br />

resultados é importante para o entendimento do que se<br />

estudou. Considerando que a distribuição dessa variável é<br />

normal, aproximadamente 68% dos indivíduos apresentam<br />

profundidade de sondagem entre 3,6 e 4,4 mm. Quando o<br />

dobro do valor do desvio-padrão é adicionado e subtraído da<br />

média, ou seja, de 3,2 a 4,8 mm, temos, aproximadamente,<br />

95% dos pacientes do estudo.<br />

Pode-se verificar, ainda, se a variável quantitativa<br />

apresenta distribuição de Poisson ou Binomial. A utilidade<br />

do desvio-padrão e da média é questionável, quando a<br />

distribuição da variável não é gaussiana.<br />

Quando a distribuição de uma variável quantitativa não é<br />

normal, é interessante apresentar os valores mínimo, máximo<br />

e os quartis. Quando se afirma que para a variável perda de<br />

inserção periodontal, o primeiro quartil é igual a 2,0 mm, isso<br />

significa que 25% dos pacientes apresentam até 2,0 mm<br />

de perda de inserção periodontal. Se a mediana, sinônimo<br />

de Segundo quartil, for igual a 3,5 mm, podemos afirmar<br />

que metade dos indivíduos pesquisados perdeu até 3,5 mm<br />

de inserção periodontal. Esse mesmo raciocínio vale para o<br />

terceiro quartil e para os percentis, tercis etc.<br />

Algumas apresentações gráficas são úteis para a<br />

apresentação de uma variável quantitativa. Histograma e Q-Q<br />

plot também permitem avaliar se há ou não distribuição normal<br />

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