EDITORIAL - Revista Sobrape

R. Periodontia - Março 2011 - Volume 21 - Número 01
passo-a-passo Prática clínica
DIABETE MELITO: CONSIDERAÇÕES GERAIS
PARA O CIRURGIÃO-DENTISTA
Priscila Romeiro Aquino Pinho
Médica Endocrinologista titulada pela SBEM
O Diabete Melito (DM) tipo 2 é uma doença
crônica caracterizada por aumento da glicemia
(taxa de açúcar no sangue), resistência insulínica
(defeito na ligação da insulina no seu receptor),
e deficiência relativa da secreção pancreática de
insulina. A prevalência da doença tem assumido
proporções epidêmicas, sendo um dos principais
problemas de saúde publica no mundo. Globalmente afeta cerca
de 285 milhões de indivíduos, dos quais 46% se encontram na
faixa etária de 40 a 59 anos. O DM causa um impacto negativo
sobre a qualidade de vida dos indivíduos além de uma sobrecarga
aos sistemas de saúde. Infelizmente estima-se que em 2025, a
doença possa acometer 380 milhões de indivíduos caso medidas
preventivas não sejam adotadas. Cabe ressaltar que existe
um número significativo de portadores assintomáticos, pois o
quadro clínico muitas vezes é insidioso. Entretanto, alterações
no metabolismo da glicose podem ser observadas anos antes
Recebimento: 15/01/11 - Correção: 04/02/11 - Aceite: 17/02/11
do diagnóstico do DM tipo 2, o que justifica nesse
momento a freqüente presença de complicações
associadas. O fato do DM tipo 2 acarretar em diversas
complicações crônicas torna o diagnóstico precoce
ainda mais importante. Assim, o cirurgião-dentista por
vezes pode se tornar o responsável pelo diagnóstico
da doença e considerando-se o número crescente
de casos deve estar preparado para o manejo clínico
adequado de tais pacientes.
As complicações crônicas do DM classificamse
em: microvasculares (microangiopaticas) e
macrovasculares (macroangiopaticas). As complicações
microvasculares são advindas principalmente do
controle inadequado da doença, do tempo de
evolução e de fatores genéticos, e são divididas em:
nefropatias, retinopatias e neuropatias diabéticas.
Por outro lado, as complicações macrovasculares
incluem desordens cardiovasculares, cerebrovasculares
e periféricas.
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