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À flor da terra: o cemitério dos pretos novos no Rio de ... - rio.rj.gov.br

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35<<strong>br</strong> />

A partir <strong>de</strong> então, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> começa a sofrer transformações várias<<strong>br</strong> />

que irão proporcionar à classe dominante uma melhor condição <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

vi<strong>da</strong>, que será viabiliza<strong>da</strong> com a vin<strong>da</strong>, ca<strong>da</strong> vez mais intensa, <strong>de</strong> escravos<<strong>br</strong> />

<strong><strong>no</strong>vos</strong>. A área urbana do <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, nas déca<strong>da</strong>s seguintes<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> 1820 a 1830, se restringia praticamente a quatro freguesias: se<<strong>br</strong> />

chegássemos ao <strong>Rio</strong> pelo Largo do Paço, atual Praça XV, estaríamos<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong>s domínios <strong>da</strong> Freguesia <strong>da</strong> Can<strong>de</strong>lária, que ia <strong>da</strong> Ilha <strong>da</strong>s Co<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

ao morro do Castelo, compondo as partes mais antigas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

tendo como ícone a famosa e já cita<strong>da</strong> rua Direita, on<strong>de</strong> havia gran<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

estabelecimentos comercias, o Paço Imperial e a Ca<strong>de</strong>ia, atual<<strong>br</strong> />

Palácio Tira<strong>de</strong>ntes. Nessa região se <strong>de</strong>senvolviam as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do<<strong>br</strong> />

comércio exportador e importador, que impulsionava a eco<strong>no</strong>mia do<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong>vo Impé<strong>rio</strong>.<<strong>br</strong> />

A partir do morro do Castelo, tínhamos a Freguesia <strong>de</strong> São José, com<<strong>br</strong> />

o Passeio Público e a Igreja <strong>de</strong> Santa Luzia que à época se situava à<<strong>br</strong> />

beira-mar. Em seu prolongamento tínhamos a Freguesia <strong>da</strong> Glória.<<strong>br</strong> />

No sentido oposto, chegaríamos à Praia do Valongo situa<strong>da</strong> entre o<<strong>br</strong> />

morro do São Bento e o <strong>da</strong> Conceição, região essa que pertencia à<<strong>br</strong> />

Freguesia <strong>de</strong> Santa Rita, local <strong>no</strong> qual se erguia a igreja <strong>de</strong> mesmo<<strong>br</strong> />

<strong>no</strong>me e o Cemité<strong>rio</strong> <strong>dos</strong> Pretos Novos.<<strong>br</strong> />

Havia também a Freguesia do Santíssimo Sacramento, compreen<strong>de</strong>ndo<<strong>br</strong> />

a Praça <strong>da</strong> Constituição até a Freguesia <strong>de</strong> Santana, hoje o Campo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Santana, que se estendia na direção do morro do Livramento e<<strong>br</strong> />

mais ao <strong>no</strong>rte fazia divisa com uma área <strong>de</strong> mangue que era contorna<strong>da</strong><<strong>br</strong> />

pela estra<strong>da</strong> do Mata Porcos, trajeto mais fácil para se ter<<strong>br</strong> />

acesso a dois caminhos principais, o <strong>de</strong> São Cristóvão, para on<strong>de</strong> iria<<strong>br</strong> />

a família real, e o Caminho do Engelho Velho. Praticamente paralelo<<strong>br</strong> />

a esse caminho, foi feito um a<strong>terra</strong>do, que <strong>de</strong>veria ficar on<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

hoje temos a aveni<strong>da</strong> Presi<strong>de</strong>nte Vargas. Daí em diante já era a Praia<<strong>br</strong> />

Formosa, compreen<strong>de</strong>ndo uma reentrância que tomava to<strong>da</strong> a atual<<strong>br</strong> />

Praça <strong>da</strong> Ban<strong>de</strong>ira e Leopoldina, que mais tar<strong>de</strong> viria a ser a<strong>terra</strong><strong>da</strong>,<<strong>br</strong> />

<strong>da</strong>ndo maior extensão territorial à Corte e funcionando como um<<strong>br</strong> />

escape para a população que ali habitava. 14<<strong>br</strong> />

O <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro possuía uma configuração espacial <strong>de</strong> muito difícil<<strong>br</strong> />

acesso, o que, por sua vez, requeria mais e mais <strong>dos</strong> escravos, pois,<<strong>br</strong> />

afinal, eles se tornaram as “mãos e os pés do senhor”. Por outro<<strong>br</strong> />

lado, “a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e a falta <strong>de</strong> uma política metódica<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> limpeza e saneamento, alia<strong>da</strong> às características climáticas” 15 e à<<strong>br</strong> />

região, como se po<strong>de</strong> ver, entrecorta<strong>da</strong> por mangues e o mar, faziam

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