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projectos que fazem a diferença - Instituto Superior de Engenharia ...

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DEPOIS DO ISEP<br />

13<br />

mas enri<strong>que</strong>cedora, <strong>que</strong> me permitiu colocar em prática os conhecimentos<br />

adquiridos no ISEP”, adianta. A mesma viria a esten<strong>de</strong>r-se, embora<br />

com outros mol<strong>de</strong>s, como instrutor na Escola Prática <strong>de</strong> Infantaria,<br />

em Mafra, durante o tempo <strong>de</strong> Serviço Militar.<br />

“SEMPRE TRABALHEI EM AMBIENTE<br />

MULTINACIONAL”<br />

Chegado à sua primeira entrevista para o mercado <strong>de</strong> trabalho, foi-lhe<br />

proposto um lugar no Departamento <strong>de</strong> Recursos Humanos da United<br />

Technologies Automotive (UTA). Recorda na altura, aceitou o <strong>de</strong>safio do<br />

director <strong>de</strong> Recursos Humanos (RH) com alguma reticência, “pois a intenção<br />

era concorrer a um lugar técnico, como qual<strong>que</strong>r engenheiro”.<br />

Ao fim <strong>de</strong> quatro anos nos RH, já como director-adjunto, a persistência<br />

<strong>de</strong> Jorge Ferreira na procura <strong>de</strong> outros caminhos <strong>de</strong>u frutos. “Não foi<br />

pacífico <strong>de</strong>ntro da empresa, mas acabei por conseguir chegar à Produção<br />

e fiz aí carreira.”<br />

Em 1999, a UTA foi comprada pela Lear Corporation, ditando uma nova<br />

mudança na vida <strong>de</strong> Jorge Ferreira, <strong>que</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998 ocupava o cargo<br />

<strong>de</strong> director <strong>de</strong> Produção. De 1999 a 2001, foi director <strong>de</strong> fábrica na Póvoa<br />

<strong>de</strong> Lanhoso, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolveu uma nova estrutura <strong>de</strong> raiz. Ainda<br />

em 2001, foi chamado a reestruturar a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valongo, tendo aí<br />

permanecido até ao seu encerramento, em 2007.<br />

pela qual na Swedwood ninguém se tratar pelo título. Assim, admite<br />

<strong>que</strong> a função <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança apenas se manifesta quando se traçam caminhos<br />

e metas <strong>de</strong> chegada e, eventualmente, tendo <strong>que</strong> corrigir um ou<br />

outro <strong>de</strong>svio do objectivo proposto. Para Jorge Ferreira, “dar o exemplo<br />

não significa ir à frente, mas sim indicar caminhos, criar novas oportunida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>safiar”.<br />

De facto, “o <strong>que</strong> me move são as pessoas”, concorda Jorge Ferreira,<br />

adiantando <strong>que</strong> “são elas também a base dos valores da Swedwood,<br />

assentes noutros três vectores: o empreen<strong>de</strong>dorimo, a simplicida<strong>de</strong> e<br />

o baixo custo”.<br />

Talvez por isso, um dia na vida <strong>de</strong> Jorge Ferreira nunca seja igual, pois<br />

como refere “o dia <strong>de</strong> trabalho típico é estar disponível”. “Sou facilitador<br />

por natureza”, remata.<br />

Com uma política <strong>de</strong> porta aberta e <strong>de</strong> partilha, Jorge Ferreira acrescenta<br />

<strong>que</strong> a Swedwood “po<strong>de</strong> ser um agente educador e impulsionador<br />

da região”. Não é por acaso <strong>que</strong> tem recebido empresas da área do mobiliário,<br />

bem como instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, <strong>que</strong> preten<strong>de</strong>m absorver<br />

algumas regras <strong>de</strong> funcionamento e boas práticas da empresa.<br />

Durante 18 anos, a UTA viu Jorge Ferreira crescer enquanto profissional:<br />

começou por recriar os serviços <strong>de</strong> formação, passou pelo serviço<br />

<strong>de</strong> Higiene e Segurança no Trabalho e, mais tar<strong>de</strong>, pela Produção. Com<br />

a entrada do novo milénio e já sob alçada da Lear Corporation, as dificulda<strong>de</strong>s<br />

da empresa começaram a fazer-se sentir. “Em 2001, quando<br />

iniciei funções como director <strong>de</strong> fábrica em Valongo tinha 2600 trabalhadores.<br />

Até 2007, foi sempre a <strong>de</strong>scer.” Apesar <strong>de</strong> não negar <strong>que</strong> foi a<br />

fase mais complicada da sua vida pessoal e profissional, Jorge Ferreira<br />

acrescenta <strong>que</strong> foi uma “fase enri<strong>que</strong>cedora”, pois “todo o processo<br />

se <strong>de</strong>senvolveu com integrida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong>”. O segredo para uma<br />

dissolução tão pacífica? “A comunicação, <strong>que</strong> é o oxigénio das organizações,<br />

e a nossa credibilida<strong>de</strong> <strong>que</strong>, nestes momentos, é posta à prova”.<br />

“É NECESSÁRIO MOLHARMO-NOS”<br />

Em Abril <strong>de</strong> 2007, após o encerramento da empresa em Portugal, o<br />

grupo oferece-lhe outros cargos <strong>que</strong> implicavam emigrar. No entanto,<br />

“resolvi arriscar e fi<strong>que</strong>i”, <strong>de</strong>clara com humor.<br />

É então <strong>que</strong> aparece a Swedwood no caminho, por coincidência. Aliás,<br />

todo o seu percurso, garante, “foi feito com gran<strong>de</strong> naturalida<strong>de</strong>, sem<br />

nada forçado ou planeado”.<br />

“NÃO HÁ MELHOR MODELO DO QUE<br />

UM BOM EXEMPLO”<br />

Des<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2007, <strong>que</strong> o antigo aluno do ISEP assume a direcção <strong>de</strong><br />

fábrica Board on Frame, da Sweedwood, situada em Paços <strong>de</strong> Ferreira,<br />

tendo sob sua alçada mais <strong>de</strong> 700 funcionários. “Sou o topo <strong>de</strong> hierarquia<br />

e a minha função principal é estar na base, criando condições<br />

para <strong>que</strong> esta seja robusta, saiba enfrentar os problemas e esteja apta<br />

a respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios”.<br />

Como lí<strong>de</strong>r, gosta <strong>de</strong> ressalvar <strong>que</strong> é sobretudo um receptor, pois “são<br />

as pessoas <strong>que</strong> nos dão inputs”. Para isso é fundamental “um ambiente<br />

informal, <strong>que</strong> motive as pessoas a comunicarem mais e melhor”. Razão<br />

Após mais <strong>de</strong> duas décadas <strong>de</strong> experiência profissional, Jorge Ferreira<br />

afirma <strong>que</strong> o melhor conselho para <strong>que</strong>m está agora a iniciar uma carreira<br />

é, em primeiro lugar, “ser genuíno”. Como adianta, quando realiza<br />

entrevistas <strong>de</strong> trabalho “não me interessa ter o currículo à frente, mas sim<br />

saber <strong>que</strong>m as pessoas são, e como po<strong>de</strong>m acrescentar valor humano”.<br />

Neste sentido, <strong>de</strong>ixa uma crítica ao sistema <strong>de</strong> ensino em geral, muito focado<br />

nos conteúdos técnicos, e não na formação das pessoas, embora admita<br />

<strong>que</strong> “hoje existe uma maior preocupação com a envolvente social”.<br />

Em segundo, o director <strong>de</strong> fábrica da Swedwood consi<strong>de</strong>ra <strong>que</strong> as<br />

experiências multifacetadas, <strong>que</strong> se adquirem ao longo da vida, são<br />

fundamentais. O sucesso também se constrói se “cada um <strong>de</strong> nós<br />

perceber on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> fazer a <strong>diferença</strong>, e <strong>de</strong>pois lutar por isso.” A formação<br />

pelo conhecimento, a curiosida<strong>de</strong>, o incentivo à multidisciplinarida<strong>de</strong>,<br />

são outros aspectos a não <strong>de</strong>scurar. Neste sentido, em<br />

2004, Jorge Ferreira realizou uma pós-graduação em Gestão <strong>de</strong> Empresas,<br />

e não invalida um regresso ao ISEP, se tal for útil e necessário<br />

ao seu percurso profissional.<br />

“Curiosamente, o ISEP é uma casa em <strong>que</strong> alguns dos valores Swedwood<br />

estão presentes – a simplicida<strong>de</strong>, o empreen<strong>de</strong>dorismo e as pessoas”.

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