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01 Logística e Infra-estrutura no Brasil – Desafios e ... - Swisscam

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comunicação de massa, sobretudo a televisão.<br />

O <strong>Brasil</strong>, como eu já disse antes, é<br />

uma fábrica de “Alfredos”, que pensam<br />

ser do seu gosto, em termos de cultura,<br />

aquilo que na verdade é o que a grande<br />

mídia lhes permite consumir. Não há interesse,<br />

nem da parte do gover<strong>no</strong>, nem dos<br />

meios de comunicação, em propiciar ao<br />

povo uma produção artística sofisticada,<br />

que faça pensar. O que se incentiva e produz<br />

é apenas a confirmação do mainstream,<br />

vendido como “Arte”, mas que não passa<br />

de entretenimento de baixíssima qualidade.<br />

Cabe ao teatro fazer a diferença exatamente<br />

porque é artesanal em sua produção,<br />

mas violento em sua capacidade persuasiva.<br />

Não existe experiência estética ou<br />

intelectual mais forte do que assistir a uma<br />

peça de teatro. É nessa inteligência do<br />

público que estamos confiando para fazer<br />

de “A Pane” um sucesso, porque já temos<br />

todos os outros elementos “de mercado”:<br />

ótimo texto, elenco experiente e talentoso,<br />

teatro confortável e bem localizado, preço<br />

acessível. Como diretor artístico, se eu<br />

não atrapalhar muito já fiz a minha parte...<br />

Como você conseguiu realizar<br />

o financiamento do projeto?<br />

JH: Apesar de integralmente aprovado nas<br />

leis de incentivo à cultura, tanto na esfera<br />

federal quanto na estadual (RJ), passamos<br />

todo o a<strong>no</strong> de 2005, e continuamos agora<br />

em 2006, apresentando o <strong>no</strong>sso projeto a<br />

dezenas de empresas, dentre as quais<br />

várias com tradição em investimento cultural.<br />

Não conseguimos nem um tostão,<br />

mas todos consideram que o a<strong>no</strong> passado<br />

foi muito difícil para o mercado de patrocínios.<br />

Afinal, decidimos que não era mais<br />

possível adiar a estréia do espetáculo, e<br />

que essa realização valeria qualquer sacrifício.<br />

Então tocamos a temporada <strong>no</strong> Rio<br />

com recursos próprios, levantados com<br />

amigos e parentes que provavelmente<br />

nunca verão de volta suas eco<strong>no</strong>mias. O<br />

teatro <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, hoje, é uma atividade<br />

deficitária e não sobrevive sem patrocínios.<br />

Como “A Pane” é um projeto que tem<br />

toda a <strong>no</strong>ssa confiança, acreditamos que<br />

apareçam, para uma temporada em São<br />

Paulo e viagem pelo país, empresas interessadas.<br />

Além da temporada <strong>no</strong> teatro,<br />

“A Pane” será também representada<br />

num restaurante, a “Casa da Suíça”.<br />

Por que essa <strong>no</strong>vidade?<br />

JH: Não é pela “<strong>no</strong>vidade” em si. Em “A<br />

Pane”, juristas aposentados brincam de<br />

tribunal enquanto saboreiam o que há de<br />

melhor em comidas e vinhos. Daí surgiu a<br />

idéia de um evento que incluísse o público<br />

na orgia gastronômica dos personagens,<br />

saboreando as deliciosas invenções de<br />

Mademoiselle Simone, a cozinheira dos<br />

brincalhões. A “Casa da Suíça” adotou<br />

essa aventura artística e se tor<strong>no</strong>u <strong>no</strong>ssa<br />

parceira. O cardápio desenvolvido para a<br />

peça, mesmo nas apresentações <strong>no</strong> teatro<br />

(em que os atores comem de verdade),<br />

tem o aval do chef do restaurante, Volkmar<br />

Wendlinger. Se não fosse “A Pane”, essa<br />

“<strong>no</strong>vidade” não faria nenhum sentido.

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