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Glenda Demes da Cruz - Universidade Estadual do Ceará

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(2000: 281), os gêneros discursivos dividem-se em gêneros primários –<br />

relaciona<strong>do</strong>s a “circunstâncias de uma comunicação verbal espontânea”<br />

– e gêneros secundários – relaciona<strong>do</strong>s a “circunstâncias de uma<br />

comunicação cultural, mais complexa e relativamente mais evoluí<strong>da</strong>,<br />

principalmente escrita”, como o gênero tese. Araújo (2004.c: 93)<br />

complementa, “na perspectiva bakhtiniana, o que justifica o rótulo primário<br />

ou secundário não é a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de <strong>da</strong> língua usa<strong>da</strong>, mas a esfera a que<br />

se vincula o gênero.” Ou seja, não é a forma oral ou escrita <strong>da</strong><br />

comunicação que determina a classificação de um gênero em primário ou<br />

secundário, mas sim a esfera simples ou complexa desta comunicação. A<br />

carta, ain<strong>da</strong> que se apresente por escrito, é um gênero primário, por estar<br />

relaciona<strong>da</strong> a uma esfera simples, cotidiana de comunicação. Já a<br />

comunicação em um congresso relaciona-se a uma esfera mais complexa<br />

de comunicação: a científica.<br />

Sen<strong>do</strong> assim, um gênero primário, pertencente a uma esfera <strong>da</strong><br />

comunicação verbal simples, espontânea, ao tornar-se um componente <strong>do</strong><br />

gênero secundário, perde sua relação imediata com o contexto em que se<br />

insere. O gênero carta, por exemplo, tem o seu contexto interacional, que<br />

se perde quan<strong>do</strong> a carta é inseri<strong>da</strong> em um livro didático, a título de<br />

exemplificação.<br />

O conceito de gênero textual, a partir de Bakhtin, tem<br />

desperta<strong>do</strong> a atenção de vários outros pesquisa<strong>do</strong>res, entre eles: To<strong>do</strong>rov<br />

(1976), Miller (1984), Halli<strong>da</strong>y & Hasan (1989), Swales (1990), Kress<br />

(1993), e, aqui no Brasil, Araújo (1996), Marcuschi (1996, 2001, 2002,<br />

2003), Silva (1991), Motta-Roth (1995,1996), Santos (1996), Meurer<br />

(2000), Rojo (2000), Bonini (2000), Antunes (2002), Biasi-Rodrigues<br />

(2002), Furlanetto (2002), Koch (2002).<br />

Meurer (2000, p.1) apóia-se, também, em Kress (1993) e Miller<br />

(1984), para conceituar gêneros textuais como “formas de interação,<br />

reprodução e possível alteração sociais que constituem, ao mesmo tempo,<br />

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