Glenda Demes da Cruz - Universidade Estadual do Ceará
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Os programas digitais apresentam formulários que devem ser<br />
preenchi<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> envio de um e-mail. Apesar de serem<br />
padroniza<strong>do</strong>s e terem, em sua composição, elementos de preenchimento<br />
obrigatório – com elementos semelhantes ao <strong>da</strong> carta pessoal, – esses<br />
programas contribuem no tocante à linguagem a ser usa<strong>da</strong>, bem como no<br />
tocante a padrões de organização textual a serem segui<strong>do</strong>s na escrita <strong>da</strong><br />
mensagem, to<strong>da</strong>via, não os ditam. Os interlocutores são os responsáveis<br />
pelas escolhas que farão. Podemos inferir, portanto, que o gênero<br />
transmuta quan<strong>do</strong> de sua migração de um lugar para outro, prestan<strong>do</strong>-se<br />
a mu<strong>da</strong>r de local e/ou situação de interação, mas cabe aos usuários<br />
desse gênero, as escolhas a serem feitas com relação aos usos de uma<br />
forma geral. Tais decisões toma<strong>da</strong>s pelos usuários são influencia<strong>da</strong>s pela<br />
reali<strong>da</strong>de cultural de ca<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, assim como pelo tempo e espaço<br />
em que se vive, pois, como diz Pinheiro (2002:271) “um gênero de hoje<br />
não é necessariamente o mesmo de antes, porque incidem, na<br />
configuração genérica, as categorias espaço/tempo que, de certa<br />
maneira, determinam as transformações de uma cultura / socie<strong>da</strong>de.”<br />
Portanto, como a nova tecnologia deman<strong>da</strong> rapidez de<br />
comunicação, os gêneros textuais que transmutam ao servirem de<br />
referência para o surgimento de suas contrapartes no espaço cibernético,<br />
sofrem mu<strong>da</strong>nças para melhor se adequarem ao novo contexto onde são<br />
inseri<strong>do</strong>s. Os gêneros carta pessoal e bilhete, contrapartes <strong>do</strong> e-mail,<br />
apesar de sofrerem mu<strong>da</strong>nças e possuírem particulari<strong>da</strong>des advin<strong>da</strong>s <strong>do</strong><br />
meio em que circulam, também possuem particulari<strong>da</strong>des constantes nos<br />
gêneros de origem. Outros gêneros, assim como os cita<strong>do</strong>s acima,<br />
surgem a ca<strong>da</strong> dia, à medi<strong>da</strong> que avança a tecnologia. Segun<strong>do</strong> Pinheiro<br />
(2002: 262),<br />
a proliferação de “novos” gêneros certamente está associa<strong>da</strong> aos<br />
avanços tecnológicos e à veloci<strong>da</strong>de na comunicação no mun<strong>do</strong><br />
contemporâneo. A dinamici<strong>da</strong>de <strong>do</strong> meio, por interferência ou<br />
contaminação, modifica tanto as formas de relações humanas quanto<br />
as formas de representar o mun<strong>do</strong> através de diferentes linguagens –<br />
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