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Glenda Demes da Cruz - Universidade Estadual do Ceará

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3. A natureza <strong>do</strong> e-mail e sua produção no meio<br />

eletrônico<br />

3.1. O oral e o escrito<br />

Estudiosos descrevem o e-mail como um texto híbri<strong>do</strong> por<br />

conter características <strong>da</strong> fala – como o possível não adiamento entre a<br />

emissão e a recepção <strong>da</strong> mensagem – e <strong>da</strong> escrita, como simplificações,<br />

abreviações, o léxico mais próximo <strong>do</strong> usual, formações sintáticas menos<br />

rígi<strong>da</strong>s – em suas mensagens (Lee, 1996; Herring, 1996; Con<strong>do</strong>n &<br />

Čech, 1996; Baron, 2001; Danet, 2002; Crystal, 2001). De fato, o gênero<br />

e-mail tem como característica o hibridismo por trazer em seu texto uma<br />

linguagem pertencente tanto à fala quanto à escrita. Uma sau<strong>da</strong>ção, como<br />

“oi gente”, presente em um texto de e-mail escrito para um grupo de<br />

amigos, caracteriza a fala, enquanto abreviações, como “vc” “q<strong>do</strong>”, “bjos”<br />

podem caracterizar uma escrita informal, uma vez que, de maneira geral,<br />

abrevia-se dessa forma na escrita, e não na fala.<br />

Baron (2001) pondera que a principal forma de interação – em<br />

se tratan<strong>do</strong> de linguagem com computa<strong>do</strong>res – é a escrita. Marcuschi<br />

(2002: 4) reforça esse ponto de vista ao afirmar que “a tecnologia digital<br />

depende totalmente <strong>da</strong> escrita”.<br />

Apesar de ser a escrita a principal forma de interação, na<br />

comunicação media<strong>da</strong> por computa<strong>do</strong>r (CMC), pode-se encontrar<br />

também, nos textos de e-mail, um léxico mais próximo <strong>da</strong>s situações de<br />

orali<strong>da</strong>de, como, por exemplo, o uso <strong>da</strong> palavra “pra”, usa<strong>do</strong>, em geral, na<br />

fala, ao invés de “para”, usa<strong>do</strong>, em geral, na escrita. Nota-se na produção<br />

<strong>do</strong> texto de e-mail, assim como ocorre na fala, uma certa liber<strong>da</strong>de, ou,<br />

como defende Crystal (2001), uma certa falta de monitoramento na escrita<br />

<strong>do</strong> e-mail, pois, como afirmam Fávero, Andrade e Aquino (2002), não<br />

existe uma gramática específica para a língua oral. Ela é a mesma <strong>da</strong><br />

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