Luciana Vilma Oliveira Quintino - Universidade Estadual do Ceará
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Na instituição pesquisada existiam <strong>do</strong>is tipos de trabalha<strong>do</strong>res, os<br />
servi<strong>do</strong>res públicos, que ingressaram por meio de concurso e os presta<strong>do</strong>res de<br />
serviço, que não possuíam vínculo empregatício, poden<strong>do</strong> perder suas escalas a<br />
qualquer momento, dependen<strong>do</strong> da sua chefia imediata. A maioria <strong>do</strong>s participantes,<br />
12 (<strong>do</strong>ze), era servi<strong>do</strong>r público, corresponden<strong>do</strong> a 85,7%, enquanto somente 2 (<strong>do</strong>is)<br />
deles faziam parte <strong>do</strong> quadro de serviço presta<strong>do</strong> à Instituição.<br />
Antes de iniciar as entrevistas com estes <strong>do</strong>is profissionais, observou-se<br />
que estavam apreensivos para saber se as perguntas sugeriam respostas que as<br />
fizessem depor contra a instituição, colocan<strong>do</strong> em risco suas escalas de trabalho.<br />
Imediatamente, eluci<strong>do</strong>u-se que as falas seriam mantidas em sigilo e que poderiam<br />
permanecer à vontade durante a entrevista. Para Costa, Merighi e Jesus (2008), a<br />
perda <strong>do</strong> emprego é um <strong>do</strong>s me<strong>do</strong>s que acompanha a trajetória <strong>do</strong>s profissionais de<br />
enfermagem, visto que pode significar o agravamento de uma difícil situação<br />
financeira.<br />
Com relação ao tempo de formação, 85,6% <strong>do</strong>s profissionais concluiu o<br />
curso há pelo menos 13 anos, 42,8% entre 13 e 19 anos e 42,8%, 20-27 anos. Uma<br />
minoria, 14,4%, era recém formada e teve a graduação concluída entre 1 e 2 anos.<br />
Com valores semelhantes, 57,1% possuía tempo de experiência de 12-20 anos na<br />
instituição, 28,6%, 7-10 anos e 14,3%, 1-2 anos.<br />
A aproximação entre os resulta<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s pode ser explicada pela<br />
inexistência de concurso público há muitos anos, ten<strong>do</strong> a maioria <strong>do</strong>s participantes<br />
ingressa<strong>do</strong> no mesmo perío<strong>do</strong>. Os <strong>do</strong>is profissionais com pouco tempo de formação<br />
e experiência não possuíam vínculo empregatício.<br />
Com base nas informações sobre o tempo de formação e a experiência<br />
na instituição pesquisada, supôs-se que a maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s atendia casos<br />
de crianças vitimadas por maus tratos. Segun<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Martins et al.<br />
(2006), o tempo de formação associa<strong>do</strong> ao tempo de experiência <strong>do</strong> enfermeiro no<br />
merca<strong>do</strong> de trabalho podem indicar relativo amadurecimento profissional. Essas<br />
características podem possibilitar uma melhor abordagem <strong>do</strong> objeto de estu<strong>do</strong>, o<br />
cuida<strong>do</strong> à criança maltratada, ten<strong>do</strong> em vista que os profissionais com maior tempo