Luciana Vilma Oliveira Quintino - Universidade Estadual do Ceará
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Sob o olhar <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, ao cuidar, o profissional deve intervir no<br />
senti<strong>do</strong> de amenizar o sofrimento da criança. Para Deslandes e Paixão (2006),<br />
quan<strong>do</strong> a criança vitimizada encontra apoio e confiança no profissional que a<br />
atende, colaborará com o esclarecimento <strong>do</strong> diagnóstico e sua devida intervenção.<br />
[...] A gente procura amenizar da melhor forma possível a situação, eu me<br />
compadeço muito com a situação <strong>do</strong>s bichinhos que vem pra cá, porque é<br />
uma situação muito difícil (E6).<br />
A criança maltratada apresenta-se traumatizada e fragilizada, logo quem<br />
realiza o atendimento precisa agir com cuida<strong>do</strong> para evitar qualquer tipo de<br />
constrangimento, respeitan<strong>do</strong>-a acima de tu<strong>do</strong>. Para isso, o atendimento dessa<br />
clientela deve ter suas peculiaridades e acontecer em local reserva<strong>do</strong>, evitan<strong>do</strong><br />
expor mais ainda a criança e seus familiares a situações constrange<strong>do</strong>ras.<br />
[...] dei prioridade no atendimento, chamei logo o médico, ela foi avaliada.<br />
Até para evitar que as pessoas ficassem olhan<strong>do</strong>, aquela exposição da<br />
criança (E5).<br />
[...] faço o possível para que isso fique sigiloso até porque a criança está<br />
escutan<strong>do</strong> aquilo e fica gravan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> (E6).<br />
[...] Na triagem, as meninas dão ênfase para entrar diretamente na<br />
emergência para dar prioridade e resguardar a criança daquelas pessoas<br />
curiosas que ficam olhan<strong>do</strong> (E8).<br />
Nos relatos anteriores, observou-se que, ao respeitar a privacidade e a<br />
individualidade da criança e <strong>do</strong>s seus familiares, os participantes estão evitan<strong>do</strong> que<br />
as mesmas possam sofrer outros tipos de agressões decorrentes da exposição <strong>do</strong><br />
seu problema para outras pessoas no ambiente hospitalar. Esse comportamento<br />
acolhe<strong>do</strong>r é capaz de estabelecer vínculo e atender à criança em sua integralidade.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, alguns profissionais se restringem ao atendimento<br />
sintomático, visan<strong>do</strong> resolver somente as manifestações orgânicas apresentadas