a produção do conhecimento histórico escolar mediada pelo o uso ...
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Esta Disciplina insere-se no interior da ciência da História, não se configura como um<br />
conjunto de méto<strong>do</strong>s possibilita<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ensino <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s da história ciência no espaço<br />
<strong>escolar</strong>. Segun<strong>do</strong> Car<strong>do</strong>so (2008), a Didática da História é entendida como uma “subárea da<br />
História”, pois suas preocupações não se limitam à história <strong>escolar</strong>, mas a “todas as<br />
elaborações da história sem forma científica”. Esta concepção justifica-se a partir das<br />
proposições de Chervel (1990), o qual, ao afirmar que as Disciplinas <strong>escolar</strong>es não são<br />
apenas vulgarizações <strong>do</strong> saber erudito, e sim criações da própria Escola, demonstra o fato<br />
de a Didática da História não poder ser vista como “um mero facilita<strong>do</strong>r da aprendizagem”,<br />
ou seja, “(...) não faz a transferência <strong>do</strong> saber erudito à Escola, simplesmente porque<br />
reconhece que não há um processo de transferência a ser facilita<strong>do</strong>. (...) Quan<strong>do</strong> se<br />
reconhece a autonomia das Disciplinas <strong>escolar</strong>es, a Didática da História perde seu caráter<br />
prescritivo, deixa de ser um conjunto de procedimentos para melhor transmitir aos alunos a<br />
„História <strong>do</strong>s historia<strong>do</strong>res‟”. (CARDOSO, 2008: 157-158)<br />
Ainda neste senti<strong>do</strong>, tem-se que a Didática da História atenta para as práticas de<br />
criação da cultura histórica, entendida como a forma como a sociedade lida com seu<br />
passa<strong>do</strong> e sua história, ou seja, experimenta e interpreta o mun<strong>do</strong> e realiza a análise de<br />
suas ações de orientação no tempo. O ensino de História e o cotidiano da sala de aula se<br />
configuram como espaços de criação da cultura histórica, sen<strong>do</strong>, portanto um <strong>do</strong>s lugares<br />
da pesquisa de campo da Didática da História. No entanto, as práticas realizadas em sala<br />
de aula são apenas uma parte da cultura histórica, as quais estão relacionadas a outras<br />
manifestações dessa cultura, tais como filmes, representações teatrais, conteú<strong>do</strong>s da<br />
internet, livros, entre outros, com as quais os alunos estão em constante contato. O<br />
pesquisa<strong>do</strong>r da Didática da História deve estar atento a essas relações.<br />
Rüsen (2001) afirma ser a cultura histórica uma das formas de expressão da<br />
consciência histórica. O homem, a partir de uma carência de orientação para a vida prática,<br />
busca interpretar o passa<strong>do</strong> como experiência, a partir de questões <strong>do</strong> presente, para então<br />
atribuir senti<strong>do</strong> à passagem <strong>do</strong> tempo e, assim, entender melhor o mun<strong>do</strong> e a si mesmo,<br />
compreenden<strong>do</strong> sua existência por meio da historicidade a constituí-lo, assim como constitui<br />
o mun<strong>do</strong>. Ao reconhecer as mudanças temporais, o homem torna-se hábil em compreender<br />
a “representação de continuidade”, que Rüsen define como a interdependência entre<br />
passa<strong>do</strong>, presente e futuro, ou seja, a consciência histórica “é uma combinação complexa a<br />
conter a apreensão <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> regulada pela necessidade de entender o presente e de<br />
presumir o futuro.” (RÜSEN, 2006: 14)<br />
Entrementes, a consciência histórica não se configura como o acúmulo de<br />
<strong>conhecimento</strong> histórico, pois, no senti<strong>do</strong> de <strong>conhecimento</strong> sobre o passa<strong>do</strong>, compreende,