a produção do conhecimento histórico escolar mediada pelo o uso ...
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interpretação <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, analisar a situação presente e projetar um curso de ação futura,<br />
ou seja, utilizar a compreensão da temporalidade para o propósito de orientação da vida<br />
prática. (RÜSEN, 1992)<br />
A narrativa histórica como forma<strong>do</strong>ra da consciência histórica, resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> da<br />
aprendizagem histórica, é entendida como atribuição de senti<strong>do</strong> à experiência <strong>do</strong> tempo, o<br />
que ocorre quan<strong>do</strong> a narrativa está vinculada à "experiência <strong>do</strong> tempo de maneira que o<br />
passa<strong>do</strong> possa tornar-se presente no quadro cultural de orientação da vida prática<br />
contemporânea" (RÜSEN, 2001: 155).<br />
No processo de ensino e aprendizagem da história a narrativa é fundamental, porque<br />
no ato de narrar, o aluno busca compreender o passa<strong>do</strong> histórico, é o momento em que ele<br />
pára no objetivo de pensar as versões <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, não apenas relatan<strong>do</strong> o que aconteceu,<br />
mas por que aconteceu. Portanto, a narrativa deve ser entendida não como um fim em si na<br />
aprendizagem histórica, porém como um meio de se produzir uma compreensão sobre o<br />
passa<strong>do</strong>: a compreensão histórica.<br />
A forma como a história é contada, como os episódios são dispostos, como a “trama”<br />
é elaborada, supõe uma explicação. Sen<strong>do</strong> a explicação o objetivo de to<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>,<br />
apresentá-la na forma de um discurso é o resulta<strong>do</strong> necessário de um processo de<br />
<strong>conhecimento</strong>. (GEVAERD, 2009) A história contada não é um simples registro <strong>do</strong>s<br />
acontecimentos passa<strong>do</strong>s, mas sim relatos significativos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, que apresentam<br />
relações entre os fatos, os quais remetem a explicações sobre o porquê de tais<br />
acontecimentos, constituin<strong>do</strong> narrativas significativas.<br />
Atualmente, discuti-se o caráter histórico e ficcional das narrativas formuladas <strong>pelo</strong>s<br />
historia<strong>do</strong>res. Esta discussão tem impacto na concepção de história enquanto Disciplina de<br />
ensino, uma vez que, para que os alunos compreendam o passa<strong>do</strong> como experiência<br />
orienta<strong>do</strong>ra da ação presente, precisam, além de reconhecer a multiplicidade explicativa em<br />
história, também confiar na formulação que lhes são apresentadas. A credibilidade das<br />
diferentes versões sobre o passa<strong>do</strong> baseia-se em suas relações com as evidências, ou seja,<br />
com as fontes históricas 11 .<br />
Para Rüsen, a narrativa histórica não é apenas uma questão de representação (o<br />
passa<strong>do</strong> representa<strong>do</strong> em textos), como é defendi<strong>do</strong> pela linha pós-moderna. Esta<br />
11 Autores portugueses segui<strong>do</strong>res da linha de pesquisa em Educação Histórica, dentre os quais se<br />
destaca a historia<strong>do</strong>ra Isabel Barca (2001, 2004, 2005), defendem o <strong>uso</strong> de diferentes fontes<br />
históricas no ensino de História como promove<strong>do</strong>r da percepção nos alunos de que as considerações<br />
históricas não são cópias <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, são possíveis diferentes explicações e interpretações <strong>do</strong>s fatos<br />
históricos a responder ao trabalho com indícios forneci<strong>do</strong>s por fontes sobre o passa<strong>do</strong>.