a produção do conhecimento histórico escolar mediada pelo o uso ...
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Para evitar estas concepções no ensino de História, Barca (2006) afirma a<br />
necessidade de se considerar o vínculo existente entre o discurso histórico e a realidade<br />
passada, constituí<strong>do</strong> pelas evidências, ou melhor, os indícios forneci<strong>do</strong>s pelas fontes sobre<br />
o passa<strong>do</strong>. Sen<strong>do</strong> assim, o trabalho com fontes históricas em sala de aula é de extrema<br />
importância para que os alunos possam avaliar as diferentes respostas como mais ou<br />
menos válidas às questões sobre o passa<strong>do</strong>. As fontes configuram-se como critérios de<br />
validação das diversas versões históricas.<br />
Contu<strong>do</strong>, utilizar fontes em sala de aula não significa trabalhar livremente com<br />
<strong>do</strong>cumentos, porquanto assim o <strong>conhecimento</strong> pode chegar aos alunos de forma<br />
fragmentada, não forman<strong>do</strong> a noção de processo histórico, assim como, os alunos podem<br />
entender que existem diferentes versões históricas, sen<strong>do</strong> apenas uma correta. O trabalho<br />
com <strong>do</strong>cumentos históricos no ensino de História deve ser pauta<strong>do</strong> na análise crítica das<br />
fontes, responden<strong>do</strong> às questões sobre a produção e circulação desses <strong>do</strong>cumentos, tais<br />
como os autores, locais de produção, datas, diferentes <strong>uso</strong>s a que já foram submeti<strong>do</strong>s,<br />
acervos nos quais estão localizadas, entre outras. A partir de um trabalho sistematiza<strong>do</strong> com<br />
as fontes, nas quais os parâmetros de análise estão bem defini<strong>do</strong>s, os alunos podem<br />
compreender a existência das múltiplas explicações históricas, pois o <strong>conhecimento</strong><br />
histórico é fruto de seleções, sem, no entanto, cair em ceticismos ou relativismos.<br />
Na pesquisa realizada para esta dissertação, os princípios da didática da História<br />
nortearam seu desenvolvimento. O espaço da sala de aula foi escolhi<strong>do</strong> como campo de<br />
pesquisa para a análise da criação da cultura histórica <strong>pelo</strong>s alunos, ou melhor, para refletir<br />
sobre a forma como os alunos organizam o <strong>conhecimento</strong> sobre o passa<strong>do</strong>, constituin<strong>do</strong>,<br />
assim, a consciência histórica. Nesta perspectiva o ensino de História é visto como uma<br />
ferramenta que atende à necessidade <strong>do</strong>s alunos no que tange à orientação de seu agir<br />
intencional no mun<strong>do</strong>, onde a relação entre o passa<strong>do</strong> como experiência, o agir no presente<br />
e a perspectiva <strong>do</strong> futuro fazem senti<strong>do</strong>.<br />
A posição tomada <strong>pelo</strong> pesquisa<strong>do</strong>r foi de interação com os sujeitos participantes <strong>do</strong><br />
processo de ensino e aprendizagem, portanto não se limitou à observação das atividades,<br />
mas atuou como professor media<strong>do</strong>r na organização e desenvolvimento dessas atividades.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, as convivências e experiências que ocorreram no espaço da sala de aula,<br />
configuram-se não só como elementos indispensáveis à pesquisa, mas também como<br />
elementos de auto-reflexão.<br />
Seguin<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s em Educação Histórica, realizaram-se as<br />
análises a partir das narrativas construídas <strong>pelo</strong>s alunos sobre o tema das aulas: o primeiro<br />
Governo de Getúlio Vargas. Estas narrativas resultaram de um trabalho sistematiza<strong>do</strong> com