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a produção do conhecimento histórico escolar mediada pelo o uso ...

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33<br />

Para que a aprendizagem significativa ocorra, é preciso que o aluno apresente uma<br />

predisposição para aprender significativamente, ou seja, que se interesse em relacionar, de<br />

maneira não arbitrária e não literal, à sua estrutura cognitiva os significa<strong>do</strong>s que identificam<br />

no objeto da aprendizagem, que, por sua vez, deve ser potencialmente significativo. Esta<br />

predisposição pode surgir como resulta<strong>do</strong> de diversos fatores envolvi<strong>do</strong>s no processo de<br />

ensino e aprendizagem, tais como: experiências anteriores de aprendizagem, expectativas<br />

que os alunos possuem sobre a atividade a ser desenvolvida e também sobre o professor,<br />

como aponta Miras (1998). No entanto, esta predisposição não pode ser vista como mera<br />

motivação, mas sim, em termos de relevância <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> para o aluno, como sugere<br />

Moreira (2006).<br />

Para o <strong>conhecimento</strong> histórico, a predisposição pode surgir <strong>do</strong>s interesses, defini<strong>do</strong>s<br />

por Rüsen (2001), como as carências <strong>do</strong>s sujeitos de orientação nas mudanças temporais<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. A aprendizagem histórica remete à formulação de maneiras de pensar e elaborar<br />

informações sobre a ação <strong>do</strong> homem no tempo e no espaço, a partir da perspectiva da<br />

mudança, contribuin<strong>do</strong> para a constituição da consciência histórica, abordada anteriormente.<br />

Seguin<strong>do</strong> os pressupostos da aprendizagem significativa, ao formar a consciência histórica,<br />

os sujeitos atribuem senti<strong>do</strong> a passagem <strong>do</strong> tempo e nela se situam. Para que a atribuição<br />

de senti<strong>do</strong>s e significa<strong>do</strong>s ocorra, as características <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> histórico que os<br />

alunos possuem, ou seja, seus <strong>conhecimento</strong>s prévios sobre a História, e sobre como o<br />

<strong>conhecimento</strong> histórico é produzi<strong>do</strong>, configuram-se como condição para uma aprendizagem<br />

mais eficiente e significativa.<br />

No entanto, não é suficiente que o aluno apresente uma predisposição para aprender<br />

significativamente. A modificação da estrutura cognitiva não é uma atividade interna à mente<br />

<strong>do</strong> aluno, resulta, antes, da interação com os outros sujeitos inseri<strong>do</strong>s no processo de<br />

ensino e aprendizagem, tais como professores e colegas. É preciso a ação media<strong>do</strong>ra <strong>do</strong><br />

professor, detentor <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s aceitos para o ensino, que a partir de suas estratégias<br />

meto<strong>do</strong>lógicas possibilitará o compartilhamento desses significa<strong>do</strong>s com os alunos.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o ensino e a aprendizagem em História caracterizam-se pela troca<br />

entre professores e alunos, numa perspectiva dialógica 9 , baseada na “contrapalavra”, visto<br />

que o discurso é forma<strong>do</strong> <strong>pelo</strong>s enuncia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is sujeitos inseri<strong>do</strong>s no processo.<br />

(SIMAN, 2004) Esta idéia remete à noção de negociação entre professores e alunos em<br />

relação ao objeto da aprendizagem, sen<strong>do</strong> que o professor oferece seus <strong>conhecimento</strong>s<br />

sobre o conteú<strong>do</strong>, sobre os fundamentos da Disciplina, sobre a prática <strong>do</strong> ensino, sobre as<br />

9 O conceito de dialogia é toma<strong>do</strong> de M. Bakhtin e remete a forma como o enuncia<strong>do</strong> é produzi<strong>do</strong><br />

num contexto social, entre duas pessoas socialmente organizadas.

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