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PÉ VERMELHO – O RESGATE DA HISTÓRIA NA LUTA PELA
TERRA. ASSENTAMENTO BELA VISTA DO CHIBARRO,
ARARAQUARA-SP
SILVA, Silvani; FLORES, Ana Flávia
Graduanda em Pedagogia da Terra na UFSCar. Pesquisadora-bolsista I.C.-Funadesp. Núcleo de Pesquisa e
Documentação Rural – Nupedor – Uniara
FERRANTE, Vera Lúcia Silveira Botta
Coordenadora do Mestrado em desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Uniara e do Nupedor
A juventude do Assentamento Bela Vista enfrenta, de forma acentuada, a ausência de políticas públicas a ela
dirigidas. Boa parte dos jovens migra para a cidade por falta de perspectivas de garantirem sua autonomia
como trabalhadores rurais. Atualmente, no assentamento, existem em torno de 300 jovens entre 14 e 29 anos
que não se identificam com a reforma agrária, por motivo de desconhecer a luta e não ter participado da
construção do mesmo. Motivados a mudar essa realidade, um grupo de jovens, estudantes do curso de Pedagogia
da Terra (UFSCar), tem desenvolvido parcerias para formar o Grupo Pé Vermelho. O grupo nasceu a partir da
pesquisa desses estudantes que, conhecendo a história do assentamento e os vários processos de lutas
desencadeados na região pela reforma agrária, percebeu a importância dos fatos históricos que formaram a
comunidade. O nome do grupo foi escolhido para reafirmar a identidade dos jovens assentados com a terra e
enfrentar o preconceito que sofrem no dia-a-dia da cidade, ao serem chamados de pés-vermelhos, expressão
que simbolicamente significa a luta pela terra. O grupo tem promovido no assentamento o resgate da tradicional
festa junina, que ficou sem ser realizada por três anos, por razões econômicas e sociais. Outra iniciativa é a festa
do dia das crianças, que começou a ser organizada no ano de 2008 com a ajuda dos moradores do assentamento
e da "Emef do Campo Hermínio Pagôtto", mas que neste ano não foi realizada, porque o grupo focou outro
projeto em andamento, que é um Paiol de Arte e Cultura. São projetos em parceria com diferentes autores
sociais que pretendem, através da cultura, fomentar a arte como pensamento, visando à liberdade de criar
idéias e reflexões, estimulando processos autênticos de expressão cultural local. A falta de espaços culturais
dificulta as trocas de experiências entre os assentados, sendo esses espaços de vital importância para união da
comunidade no resgate de suas tradições rurais.
Palavras-chave: Grupo Pé Vermelho, reforma agrária, Assentamento Bela Vista
REVISTA UNIARA, v.13, n.2, dezembro 2010 227