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Neoinstitucionalismo como modelo de análise para as ... - pucrs

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C. V. Rocha – <strong>Neoinstitucionalismo</strong> <strong>como</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> análise... 21<br />

subconjunto particular <strong>de</strong> instituições, caracterizad<strong>as</strong> por arranjos formais <strong>de</strong> a-<br />

gregação <strong>de</strong> indivíduos e <strong>de</strong> regulação comportamental, os quais, mediante o uso<br />

<strong>de</strong> regr<strong>as</strong> explícit<strong>as</strong> e <strong>de</strong> processos <strong>de</strong>cisórios, são implementad<strong>as</strong> por um ator ou<br />

um conjunto <strong>de</strong> atores formalmente reconhecidos <strong>como</strong> portadores <strong>de</strong>ste po<strong>de</strong>r.<br />

As regr<strong>as</strong> po<strong>de</strong>m ser escrit<strong>as</strong> e tid<strong>as</strong> <strong>como</strong> lei, escrit<strong>as</strong> em geral, ou representar<br />

acordos verbais ou costumeiros, pois isto é algo que varia entre <strong>as</strong> instituições.<br />

No entanto, qualquer que seja o c<strong>as</strong>o, <strong>as</strong> expectativ<strong>as</strong> em termos <strong>de</strong> comportamento<br />

são relativamente clar<strong>as</strong> (Levi, 1991, p. 82).<br />

O traço distintivo <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> instituição, segundo a autora, é a existência<br />

<strong>de</strong> regr<strong>as</strong> relativamente formais e estáveis, que implicam certa configuração<br />

na alocação dos recursos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, através <strong>de</strong> mecanismos que incentivam<br />

ou <strong>de</strong>sincentivam certos tipos <strong>de</strong> ações dos atores sociais, ao restringirem<br />

o leque <strong>de</strong> su<strong>as</strong> escolh<strong>as</strong>. Os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> escolh<strong>as</strong><br />

refletem uma certa distribuição <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que po<strong>de</strong> servir aos interesses <strong>de</strong><br />

muitos ou <strong>de</strong> poucos. Assim, <strong>as</strong> instituições formais<br />

não possuem apen<strong>as</strong> hierarqui<strong>as</strong> intern<strong>as</strong> <strong>de</strong> implementação e <strong>de</strong> tomad<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão,<br />

pois são capazes também <strong>de</strong> estabelecer e ratificar o po<strong>de</strong>r coercitivo <strong>de</strong><br />

certos membros da socieda<strong>de</strong> relativamente a outros. Este po<strong>de</strong>r p<strong>as</strong>sa, então, a<br />

ser usado <strong>para</strong> a distribuição <strong>de</strong> serviços, a coor<strong>de</strong>nação d<strong>as</strong> ações <strong>de</strong> indivíduos<br />

com interesses comuns, a garantia <strong>de</strong> que os po<strong>de</strong>rosos possam continuar a usufruir<br />

<strong>de</strong> benesses, ou <strong>para</strong> arbitrar conflitos inevitáveis, <strong>de</strong> forma a reduzir os custos<br />

<strong>para</strong> os participantes e outros afetados pela contenda (Levi, 1991, p. 83).<br />

Como <strong>as</strong> instituições configuram e cristalizam estrutur<strong>as</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, tomando<br />

emprestad<strong>as</strong> <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> <strong>de</strong> Immergut, po<strong>de</strong>-se indagar: “Se <strong>as</strong> instituições<br />

<strong>de</strong>vem ter uma espécie <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> permanência, <strong>como</strong> <strong>as</strong> mesm<strong>as</strong><br />

instituições po<strong>de</strong>m explicar tanto a estabilida<strong>de</strong> <strong>como</strong> a mudança? Se <strong>as</strong><br />

instituições limitam o escopo da ação que parece possível aos diferentes atores,<br />

por que estes po<strong>de</strong>m às vezes escapar <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> restrições?” (1996, p. 139).<br />

Em outr<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong>, o estudo d<strong>as</strong> instituições <strong>de</strong>ve buscar <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> da “alteração<br />

n<strong>as</strong> regr<strong>as</strong> e nos procedimentos <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong>st<strong>as</strong>, levando a<br />

que comportamentos alternativos p<strong>as</strong>sem a ser estimulados ou reprimidos”<br />

(Levi, 1991, p. 84). A mudança institucional, argumenta Levi, implica em<br />

redistribuição <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e é fruto do abandono do comportamento <strong>de</strong> submissão<br />

por parte <strong>de</strong> pesso<strong>as</strong> ou grupos a arranjos institucionais vigentes.<br />

Para <strong>de</strong>svendar o problema proposto, a autora vai buscar os motivos pelos<br />

quais <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> se submetem às instituições. Levi inicialmente critica a

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