Neoinstitucionalismo como modelo de análise para as ... - pucrs
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C. V. Rocha – <strong>Neoinstitucionalismo</strong> <strong>como</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> análise... 25<br />
va”. Com o intuito <strong>de</strong> garantir a premissa <strong>de</strong> que no capitalismo o po<strong>de</strong>r é<br />
exercido em nome dos interesses da burguesia, mesmo que <strong>de</strong>terminados<br />
c<strong>as</strong>os específicos pareçam mostrar o contrário, os autores marxist<strong>as</strong> acabam<br />
realizando verda<strong>de</strong>iros malabarismos teóricos.<br />
Também, por outro lado, a teoria pluralista, amplamente difundida nos<br />
estudos empíricos <strong>de</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>, é insuficiente <strong>para</strong> os estudos <strong>de</strong><br />
c<strong>as</strong>o. A ação dos grupos <strong>de</strong> interesses, apesar <strong>de</strong> fundamental, não é suficiente<br />
<strong>como</strong> fator explicativo. O pluralismo tem dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar <strong>as</strong><br />
instituições públic<strong>as</strong> e os seus funcionários em su<strong>as</strong> análises, <strong>como</strong> bem mostra<br />
a perspectiva neoinstitucionalista.<br />
Enfim, ao contrário d<strong>as</strong> macro-teori<strong>as</strong> <strong>como</strong> o marxismo, que abordam<br />
realida<strong>de</strong>s concret<strong>as</strong> partindo <strong>de</strong> uma construção teórica que preten<strong>de</strong> explicar<br />
certos fatos a partir <strong>de</strong> um mecanismo causal que envolve todos os eventos,<br />
centrado na luta <strong>de</strong> cl<strong>as</strong>ses, o neoinstitucionalismo propõe uma teoria <strong>de</strong><br />
médio alcance, voltada <strong>para</strong> os estudos empíricos. O <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> neoinstitucional<br />
polity-centered, juntamente com o pluralismo, se abre <strong>para</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo em cada c<strong>as</strong>o examinado consi<strong>de</strong>rar questões <strong>de</strong> gênero,<br />
raça, religião, cl<strong>as</strong>se social ou qualquer outro fator <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> interesses.<br />
Apresenta <strong>as</strong>sim uma ferramenta a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> os estudos <strong>de</strong> c<strong>as</strong>o.<br />
Porém vai além do pluralismo: retoma a importância analítica do papel d<strong>as</strong><br />
instituições polític<strong>as</strong> e sua influência sobre os grupos sociais.<br />
Feit<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> distinções gerais, tocaremos em um ponto que cremos ser<br />
fundamental, <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir o lugar e o alcance do <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> neoinstitucional<br />
frente aos outros <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s, ou mais especificamente, frente às macro-teori<strong>as</strong>,<br />
que têm o marxismo <strong>como</strong> um exemplo expressivo.<br />
A com<strong>para</strong>ção do neoinstitucionalismo e do pluralismo com o marxismo<br />
é proce<strong>de</strong>nte apen<strong>as</strong> em certa medida. Uma distinção básica <strong>de</strong>ve ser feita:<br />
cada <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> enfatiza um nível diferente <strong>de</strong> abordagem. Enquanto a ênf<strong>as</strong>e do<br />
pluralismo e do neoinstitucionalismo é a pesquisa empírica, a teoria marxista<br />
visa sobretudo fornecer uma teoria geral do po<strong>de</strong>r na socieda<strong>de</strong>. A teoria <strong>de</strong><br />
cl<strong>as</strong>ses, especificamente, tem <strong>como</strong> objetivo <strong>de</strong>svendar <strong>as</strong> leis do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
histórico da socieda<strong>de</strong>. Assim ao apresentar uma teoria que visa<br />
explicações ampl<strong>as</strong>, encontra dificulda<strong>de</strong> em explicar c<strong>as</strong>os concretos. Dahrendorf<br />
coloca bem essa distinção dos níveis <strong>de</strong> análise ao afirmar que