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Neoinstitucionalismo como modelo de análise para as ... - pucrs

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Civit<strong>as</strong> – Revista <strong>de</strong> Ciênci<strong>as</strong> Sociais, v. 5. n. 1, jan.-jun. 2005<br />

vulnerável a retaliações e que a ação coletiva muit<strong>as</strong> vezes se coloca <strong>como</strong><br />

única saída em situações em que <strong>as</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alternativ<strong>as</strong> individuais<br />

são esc<strong>as</strong>s<strong>as</strong>. Enfim, <strong>de</strong> todo modo, Levi fornece uma interessante referência<br />

analítica <strong>para</strong> o entendimento da mudança institucional expressa na idéia do<br />

abandono do “consenso contingente” e, portanto, do rompimento da barganha<br />

social que regula uma instituição.<br />

Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

O <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> neoinstitucional é hoje, indiscutivelmente, uma referência<br />

fundamental <strong>para</strong> o estudo d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>. Como se tentou <strong>de</strong>monstrar<br />

neste trabalho, o neoinstitucionalismo contempla fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância<br />

analítica, e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r explicativo, <strong>para</strong> o entendimento <strong>de</strong> processos<br />

<strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões públic<strong>as</strong>. Aspectos <strong>como</strong> o papel d<strong>as</strong> idéi<strong>as</strong> e a mudança<br />

d<strong>as</strong> instituições, por exemplo, contribuem <strong>de</strong> maneira significativa <strong>para</strong><br />

o <strong>de</strong>senvolvimento dos estudos na área. Dito isso, uma forma <strong>de</strong> aquilatar a<br />

importância do <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> neoinstitucional é confrontá-lo com outros <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s,<br />

buscando evi<strong>de</strong>nciar seus pontos positivos e negativos. Sem preten<strong>de</strong>r retomar<br />

essa com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>tida, finalizaremos este trabalho sugerindo<br />

alguns pontos a partir dos quais esse <strong>de</strong>bate po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>senvolvido.<br />

Com<strong>para</strong>ndo-se o neoinstitucionalismo com os <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s marxista e pluralista,<br />

uma conclusão inicial a que se chega é a da maior a<strong>de</strong>quação da primeira<br />

perspectiva com relação às du<strong>as</strong> últim<strong>as</strong> <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong> estudos<br />

empíricos d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>. No c<strong>as</strong>o do <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> marxista, po<strong>de</strong>-se objetar<br />

que reduzir a explicação d<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> aos problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> luta <strong>de</strong><br />

cl<strong>as</strong>ses leva, no mínimo, a <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar <strong>as</strong>pectos essenciais <strong>para</strong> o seu entendimento.<br />

A percepção da estratificação social adotada pela teoria <strong>de</strong> cl<strong>as</strong>ses<br />

tem dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar a fragmentação <strong>de</strong> interesses e o grau <strong>de</strong><br />

diferenciação social característicos d<strong>as</strong> socieda<strong>de</strong>s atuais. É também freqüentemente<br />

impossível explicar c<strong>as</strong>os específicos a partir d<strong>as</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

cl<strong>as</strong>ses sociais, pois há uma dificulda<strong>de</strong> inerente ao <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> marxista <strong>de</strong> compatibilizar<br />

fenômenos particulares com sua teoria geral. Muit<strong>as</strong> vezes explicações<br />

<strong>de</strong> c<strong>as</strong>os particulares não conseguem se enquadrar nos pressupostos<br />

teóricos da teoria <strong>de</strong> cl<strong>as</strong>ses. Essa dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação do estudo <strong>de</strong><br />

c<strong>as</strong>os com a teoria geral acaba levando os autores filiados à teoria <strong>de</strong> cl<strong>as</strong>ses<br />

a problemátic<strong>as</strong> proposições <strong>como</strong> “em última instância” e “autonomia relati-

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