Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ
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1<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong><br />
<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Filosofia</strong> e Ciências Sociais<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em História Social<br />
Produzin<strong>do</strong> no escuro:<br />
políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura<br />
(1964 – 1988)<br />
William <strong>de</strong> Souza Nunes Martins<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Carlos Fico<br />
<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong><br />
2009
2<br />
William <strong>de</strong> Souza Nunes Martins<br />
Produzin<strong>do</strong> no escuro:<br />
políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura<br />
(1964 – 1988)<br />
Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong> apresentada ao Programa <strong>de</strong> Pós-graduação<br />
em História Social da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>,<br />
como parte <strong>do</strong>s requisitos necessários à obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong><br />
Doutor em História Social.<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Carlos Fico<br />
Banca Examina<strong>do</strong>ra:<br />
_________________________________________________________<br />
Prof. Dr. Carlos Fico (Orienta<strong>do</strong>r)<br />
_________________________________________________________<br />
Prof.ª Dr.ª Maria Lucia Werneck Vianna<br />
_________________________________________________________<br />
Prof.ª Dr.ª Maria Paula Araújo<br />
_________________________________________________________<br />
Prof. Dr. Roberto Moura<br />
_________________________________________________________<br />
Prof. Dr. Jorge Ferreira<br />
<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong><br />
2009
3<br />
MARTINS, William <strong>de</strong> Souza Nunes.<br />
Produzin<strong>do</strong> no escuro: políticas para a indústria<br />
cinematográfica brasileira e o papel da censura<br />
(1964 – 1988). <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, 2009.<br />
Tese (Doutora<strong>do</strong> em História Social) –<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, 2009.
4<br />
William <strong>de</strong> Souza Nunes Martins<br />
Produzin<strong>do</strong> no escuro:<br />
políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura<br />
(1964 – 1988)<br />
Resumo<br />
A década <strong>de</strong> 1960 foi certamente um <strong>do</strong>s momentos políticos mais conturba<strong>do</strong>s da<br />
história recente <strong>do</strong> Brasil: o golpe civil-militar <strong>de</strong> 1964 e o enrijecimento da repressão,<br />
em 1968, levaram a uma vigilância constante e institucionalizada <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> às artes.<br />
Contu<strong>do</strong>, foi também naquela época que vários movimentos artísticos e culturais<br />
conseguiram mudar as concepções estéticas vigentes. A atenção <strong>do</strong> regime esteve<br />
focada na produção fílmica nacional através <strong>de</strong> duas esferas aparentemente dicotômicas:<br />
ao mesmo tempo em que apoiavam a realização <strong>de</strong> filmes nacionais, conce<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />
benefícios diretos e indiretos, promoviam a censura das obras cinematográficas através<br />
da DCDP (Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas) e <strong>do</strong> apoio <strong>de</strong> parcelas da<br />
socieda<strong>de</strong>. O objetivo <strong>de</strong>sta tese é perceber como os filmes financia<strong>do</strong>s ou cofinancia<strong>do</strong>s<br />
pela Embrafilme foram analisa<strong>do</strong>s pela DCDP. O fato <strong>de</strong> os filmes serem<br />
financia<strong>do</strong>s por uma agência governamental fez com que eles fossem analisa<strong>do</strong>s com<br />
uma certa complacência pelos censores.
5<br />
William <strong>de</strong> Souza Nunes Martins<br />
Produzin<strong>do</strong> no escuro:<br />
políticas para a indústria cinematográfica brasileira e o papel da censura<br />
(1964 – 1988)<br />
Abstract<br />
The 1960s were certainly one of the most troubled political times in Brazil’s<br />
recent history: the 1964 civil-military coup and the har<strong>de</strong>ning of the repression in 1968<br />
led to constant institutionalized State vigilance of the arts. Nevertheless, it was also<br />
during that period that various artistic and cultural movements managed to change the<br />
aesthetic conceptions in effect at the time. The focus of the regime had aimed at the<br />
<strong>do</strong>mestic film industry through two apparent dichotomous spheres: on one si<strong>de</strong>,<br />
supporting the production of <strong>do</strong>mestic films by granting direct and indirect benefits, and<br />
on the other, promoting the censorship of films via the DCDP (Public Entertainment<br />
Censorship Division) as well as the support of part of society. The objective of this<br />
thesis is to un<strong>de</strong>rstand how the movies financed or co-financed by Embrafilme<br />
(Brazilian Film Company) were analyzed by the DCDP. The fact that those films were<br />
financed by a governmental agency caused them to be analyzed with some complacency<br />
by the censors.
6<br />
Sumário<br />
Introdução ......................................................................................................................... 9<br />
Capítulo I - Panorama <strong>do</strong> cinema nacional: das origens à década <strong>de</strong> 1980 .................... 19<br />
Capítulo II - A questão da política cultural ..................................................................... 34<br />
2.1 - Os investimentos estatais para o cinema no Brasil ............................................ 36<br />
2.2 - A Empresa Brasileira <strong>de</strong> Filmes ......................................................................... 45<br />
Capítulo III - A trajetória da censura cinematográfica no Brasil .................................... 62<br />
3.1 Censura durante a ditadura Militar ..................................................................... 72<br />
3.2 A Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas e o treinamento para censores ..... 94<br />
Capítulo IV - Por uma socieda<strong>de</strong> or<strong>de</strong>ira: a censura aos filmes nacionais ................... 101<br />
4.1 - E a nu<strong>de</strong>z foi castigada: a censura moral aos filmes nacionais ...................... 101<br />
4.2. - Pra frente Brasil: a censura política ............................................................... 119<br />
Consi<strong>de</strong>rações finais ..................................................................................................... 122<br />
Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> imagens .................................................................................................... 1224<br />
Bibliografia ................................................................................................................... 122<br />
Anexo 1 ......................................................................................................................... 122<br />
Anexo 2 ....................................................................................................................... 1223<br />
Anexo 3 ......................................................................................................................... 122<br />
Anexo 4 ......................................................................................................................... 122
7<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Os últimos quatro anos foram ao mesmo tempo enriquece<strong>do</strong>res e conturba<strong>do</strong>s. A<br />
escrita <strong>de</strong> um trabalho é algo que <strong>de</strong>manda, além da <strong>de</strong>dicação pessoal, uma <strong>do</strong>se<br />
enorme <strong>de</strong> paciência daqueles que o cercam.<br />
Assim, esta tese reflete em parte esses momentos e também é fruto <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong><br />
esforço em produzir conhecimento a fim <strong>de</strong> contribuir para o <strong>de</strong>bate tanto sobre a<br />
censura, quanto sobre a própria discussão acerca da ditadura militar brasileira.<br />
Embora seja protagonista na escrita da tese, durante esse tempo várias pessoas,<br />
direta ou indiretamente, <strong>de</strong>monstraram seu apoio e solidarieda<strong>de</strong> e ajudaram a<br />
concretizar este projeto. Citarei aqui algumas das que pu<strong>de</strong>ram contribuir mais<br />
diretamente, no entanto, durante o perío<strong>do</strong> foram muitos os que colaboraram. Sen<strong>do</strong><br />
assim, <strong>de</strong>ixo logo um agra<strong>de</strong>cimento sincero a to<strong>do</strong>s os amigos que se mostraram<br />
presentes nas horas mais difíceis.<br />
Em primeiro lugar gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer aos meus pais que, mesmo ten<strong>do</strong> a<br />
distância como empecilho, sempre <strong>de</strong>monstraram disponibilida<strong>de</strong> e afeto, procuran<strong>do</strong><br />
ajudar da melhor forma possível em todas as horas.<br />
Durante a escrita da tese ministrei aulas no Departamento <strong>de</strong> História da <strong>UFRJ</strong><br />
como professor substituto. Assim, agra<strong>de</strong>ço a compreensão <strong>do</strong>s colegas e alunos que<br />
souberam enten<strong>de</strong>r o momento vivi<strong>do</strong> e contribuíram com os vários <strong>de</strong>bates sobre a tese<br />
e as novas visões que só como professor em sala <strong>de</strong> aula é possível adquirir. O outro<br />
lugar <strong>de</strong>ntro da universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> profícua discussão foi o Grupo <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s sobre a<br />
Ditadura Militar, espaço no qual comecei a me interessar pela temática que virou o<br />
projeto <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>.<br />
À fiel companheira Mônica Martins que, além <strong>de</strong> irmã, amiga e colega <strong>de</strong><br />
profissão foi também gran<strong>de</strong> aconselha<strong>do</strong>ra nos momentos mais tensos <strong>do</strong>s últimos<br />
anos. Também a Pedro Car<strong>do</strong>so que, mesmo com pouca ida<strong>de</strong>, soube compreen<strong>de</strong>r um<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento difícil <strong>de</strong> vida e não se importou em dividir comigo o pequeno<br />
espaço que lhe era <strong>de</strong> direito.<br />
Aos amigos Grabriel Dile, Rodrigo Menezes e Reinal<strong>do</strong> Diniz que foram<br />
fundamentais nos momentos <strong>de</strong> maior angústia e também nos <strong>de</strong> confraternização.<br />
Agra<strong>de</strong>ço às pessoas que contribuíram len<strong>do</strong>, sugerin<strong>do</strong> e intervin<strong>do</strong> na<br />
constituição <strong>do</strong> trabalho: a sempre companheira Flávia Miguel, a amiga Aline Presot,
8<br />
Janice Morais, que foi fundamental nos momentos finais da escrita, An<strong>de</strong>rson Castro e a<br />
sempre companheira Ludmila Antunes. A coleta <strong>de</strong> fontes foi auxiliada pelas pesquisas<br />
<strong>de</strong> Flávia Veras, Jéssica Bretas e Georgia.<br />
É importante ressaltar o apoio da<strong>do</strong> por Fábio Koifman <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong>ste<br />
projeto e pelo fato <strong>de</strong> sempre ter confia<strong>do</strong> em mim. A versão final contou com as<br />
sugestões <strong>do</strong> professor Marcos Napolitano e <strong>de</strong> Maria Paula Araújo, que gentilmente<br />
participaram da banca <strong>de</strong> qualificação.<br />
Devo ainda agra<strong>de</strong>cer à CAPES pelos 36 meses da bolsa, sem a qual teria si<strong>do</strong><br />
impossível a concretização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />
Por fim, gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a Carlos Fico que aceitou me orientar e que,<br />
mesmo ciente <strong>do</strong>s momentos adversos pelos quais passei, procurou compreen<strong>de</strong>r e<br />
apoiar. Devo dizer que, para além da enorme admiração pelo historia<strong>do</strong>r, permaneceu<br />
também uma gran<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>.
9<br />
Introdução<br />
Hoje vai passar um filme na TV que eu já vi no cinema<br />
Êpa!? Mutilaram o filme, cortaram uma cena<br />
E só porque aparecia uma coisa que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> conhece<br />
E se não conhece ainda vai conhecer<br />
(...)<br />
(Ui!) Sexo! Como é que eu fico sem sexo!<br />
Eu quero sexo! Me dá sexo!<br />
Sexo! Como é que eu fico sem sexo!<br />
Eu quero sexo!Vem cá sexo!<br />
(Música: Sexo!! Composição: Maurício/Roger Rocha Moreira)<br />
A epígrafe que abre esta tese é parte da letra <strong>de</strong> uma música gravada em 1987<br />
por um conheci<strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> rock chama<strong>do</strong> Ultraje a Rigor. A letra intitulada Sexo!<br />
chamava a atenção <strong>do</strong>s ouvintes para a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se assistir a um filme na televisão<br />
naquele momento. Ou seja, o personagem da canção conhecia o filme <strong>do</strong> cinema e<br />
percebeu que cortaram uma cena on<strong>de</strong> justamente havia cenas “picantes” <strong>de</strong> sexo e<br />
provavelmente <strong>de</strong> nu<strong>de</strong>z. Bem se vê que o especta<strong>do</strong>r ficou em frente à televisão<br />
esperan<strong>do</strong> a tal parte da projeção, mas esta tinha si<strong>do</strong> podada pelos órgãos <strong>de</strong> censura.<br />
Em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ponto o compositor se pergunta: “mas quem essa besta pensa que é<br />
para <strong>de</strong>cidir?”. O questionamento feito ao longo da música é justamente sobre as<br />
motivações que levariam a censurarem tais situações, posto que o sexo seja algo tão<br />
normal. Além disso, ainda segun<strong>do</strong> a canção, a situação geral pela qual o mun<strong>do</strong><br />
passava podia ser consi<strong>de</strong>rada como bem pior <strong>do</strong> que algumas cenas nas quais a volúpia<br />
e a sensualida<strong>de</strong> estivessem presentes.<br />
De fato, o grupo marcou a geração <strong>do</strong> rock brasileiro <strong>de</strong> 1980 com músicas<br />
irreverentes que satirizavam a socieda<strong>de</strong> contemporânea e alguns hábitos da população.<br />
Músicas como Pela<strong>do</strong> (1985), Filha da Puta (1989) e O Fusquinha <strong>do</strong> Itamar (1993)<br />
procuravam estabelecer uma relação entre o dia-a-dia da população e o grupo. A música<br />
Sexo! não foi a única que procurou criticar a questão da censura moral. Também na<br />
música Pela<strong>do</strong> o cantor Roger chamava atenção para o problema:<br />
Proibi<strong>do</strong> pela censura, o <strong>de</strong>côro e a moral<br />
Libera<strong>do</strong> e pratica<strong>do</strong> pelo gosto geral<br />
Pela<strong>do</strong> to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> gosta, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> quer<br />
Pela<strong>do</strong> to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> fica, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> é.
10<br />
Na letra da canção Sexo! po<strong>de</strong>mos observar uma crítica jocosa à censura feita<br />
alguns anos após o fim <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> militar. Ou seja, mesmo em pleno governo <strong>de</strong> José<br />
Sarney (1985 – 1989), primeiro presi<strong>de</strong>nte civil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1964, as obras artísticas ainda<br />
eram censuradas pela Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas (DCDP), tanto para a<br />
televisão, como para outras expressões artísticas como o cinema, o teatro e a música.<br />
O grupo compôs essa canção em uma conjuntura na qual existia a DCDP, órgão<br />
que censurava as obras artísticas ten<strong>do</strong> em vista principalmente a questão moral, ou<br />
seja, era responsável por atestar o que po<strong>de</strong>ria ou não ser apresenta<strong>do</strong> à população<br />
brasileira. A DCDP sem dúvida alguma fazia parte <strong>do</strong> aparelho repressivo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, no<br />
entanto, não foi uma criação <strong>do</strong> regime militar. As primeiras leis em âmbito fe<strong>de</strong>ral para<br />
a censura cinematográfica datam <strong>de</strong> 1932 e foram aperfeiçoadas quan<strong>do</strong> da criação <strong>do</strong><br />
DIP (Departamento <strong>de</strong> Imprensa e Propaganda), em 1939. 1<br />
Com o golpe civil-militar em 1964 aconteceu o fortalecimento e reestruturação<br />
<strong>do</strong> aparelho censório. A censura à imprensa era feita <strong>de</strong> forma tão sistemática que em<br />
várias redações acabou sen<strong>do</strong> incorporada pelos próprios jornalistas. O Ministério da<br />
Justiça era responsável por vetar essa ou aquela informação quan<strong>do</strong> não consi<strong>de</strong>rava<br />
oportuno que ela fosse publicada. Embora largamente utilizada pelo regime militar, a<br />
censura à imprensa nunca foi reconhecida como uma prática oficial, era uma execução<br />
rotineira, porém escusa e ilegal. 2<br />
No entanto, a censura <strong>de</strong> diversões públicas, além <strong>de</strong> conhecida, era estimulada<br />
por parte da população. Em 1966, a censura foi centralizada em Brasília, na DCDP, que<br />
era subordinada ao Departamento <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Segurança Pública (DFSP). 3 Essa estrutura<br />
<strong>de</strong> censura funcionou até 1988, quan<strong>do</strong> foi promulgada a nova Constituição, então a<br />
censura passou para o âmbito <strong>do</strong> Ministério da Educação e passou a ter uma<br />
característica apenas <strong>de</strong> classificação etária. 4<br />
De qualquer forma, músicas, filmes e outras produções artísticas tiveram, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
então, mais facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> liberação das obras, posto que a<br />
partir <strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 1980, com o fim da ditadura militar, a censura ficou mais<br />
branda.<br />
1 SIMÕES, Inimá. Roteiro da intolerância: a censura cinematográfica no Brasil. São Paulo: Editora <strong>do</strong><br />
SENAC, 1999. p.26.<br />
2 FICO, Carlos. Como eles agiam: os subterrâneos da Ditadura Militar – espionagem e polícia política.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Recod, 2001. pp. 165-178.<br />
3 Posteriormente o DFSP mu<strong>do</strong>u seu nome para DPF (Departamento <strong>de</strong> Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>).<br />
4 Constituição Fe<strong>de</strong>rativa <strong>do</strong> Brasil, artigo 18, capítulo II promulgada em 5 <strong>de</strong> out. <strong>de</strong> 1988.
11<br />
De fato a intransigência da censura <strong>de</strong> diversões públicas diminui a partir <strong>do</strong> fim<br />
<strong>do</strong>s anos <strong>de</strong> 1970, com o início das ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> CSC (Conselho Superior <strong>de</strong> Censura).<br />
Embora o conselho tenha si<strong>do</strong> cria<strong>do</strong> por lei, em 1968, o recru<strong>de</strong>scimento da ditadura,<br />
com o AI-5, impediu seu funcionamento e suas ativida<strong>de</strong>s iniciaram-se apenas em<br />
1979. 5 O órgão era uma instância que julgava os recursos contra os vetos e proibições<br />
da DCDP, servin<strong>do</strong> assim, como um contentor das ativida<strong>de</strong>s da Divisão. Até 1979, as<br />
obras censuradas pela DCDP não tinham outra possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso que não fosse a<br />
própria censura.<br />
Ouvir uma música com o título Sexo!, bem como assistir a uma<br />
pornochanchada nacional no cinema enquanto havia censura aos meios artísticos suscita<br />
questionamentos sobre o papel da Divisão e sobre os parâmetros utiliza<strong>do</strong>s para vetar<br />
<strong>de</strong>terminadas obras artísticas. Se o veto ao filme foi canta<strong>do</strong> em uma música, po<strong>de</strong>-se<br />
perceber que a censura exercia uma ativida<strong>de</strong> reconhecida pela população. Ou seja,<br />
havia na socieda<strong>de</strong> a percepção <strong>do</strong> que ocorria com as obras artísticas, tanto nacionais,<br />
quanto estrangeiras. De uma forma ou <strong>de</strong> outra, parte da socieda<strong>de</strong> civil apoiava essa<br />
forma <strong>de</strong> censura que visava retirar cenas que pu<strong>de</strong>ssem <strong>de</strong>turpar uma <strong>de</strong>terminada<br />
moral consi<strong>de</strong>rada pre<strong>do</strong>minante no Brasil.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, a preocupação principal na escrita da tese foi tentar enten<strong>de</strong>r o<br />
papel da censura cinematográfica entre 1964 e 1988. Durante os últimos anos vários<br />
trabalhos têm se <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> ao estu<strong>do</strong> da atuação <strong>do</strong> aparelho <strong>de</strong> censura brasileira<br />
durante a ditadura militar. 6 No entanto, a maioria <strong>de</strong>dicou-se à censura política da<br />
imprensa, embora a censura <strong>de</strong> diversões públicas tenha atua<strong>do</strong> em todas as esferas das<br />
produções artísticas e ti<strong>do</strong> um papel fundamental no campo da moral e <strong>do</strong>s bons<br />
costumes. 7<br />
5 Lei n. 5536. nov. <strong>de</strong> 1968.<br />
6 Ver por exemplo AQUINO, Maria Aparecida <strong>de</strong>. Censura, imprensa, esta<strong>do</strong> autoritário, 1968-78: o<br />
exercício cotidiano da <strong>do</strong>minação e da resistência - O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo e Movimento. São Paulo:<br />
EDUSC, 1999; KUSHNIR, Beatriz. Cães <strong>de</strong> guarda: jornalistas e censores, <strong>do</strong> AI-5 a constituição <strong>de</strong><br />
1988. São Paulo: Boitempo, 2004; SMITH, Anne-Marie. Um acor<strong>do</strong> força<strong>do</strong>: o consentimento da<br />
imprensa à censura no Brasil. Tradução <strong>de</strong> Waldívia M. Portinho. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Editora Fundação<br />
Getúlio Vargas, 2000; SOARES, Gláucio Ary Dillon. A censura durante o regime autoritário. Revista<br />
Brasileira <strong>de</strong> Ciências Sociais, vol. 4, n o 10, 1989.<br />
7 Trabalhos mais recentes procuram analisar a censura da música, cinema, televisão e livros. Ver:<br />
ARAÚJO, Paulo César <strong>de</strong>. Eu não sou cachorro não: música popular cafona e ditadura militar. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: Record, 2002. SIMÕES, Inimá. Roteiro da Intolerância. Op. cit. MARCELINO, Douglas Attila.<br />
Para além da moral e <strong>do</strong>s bons costumes: a DCDP e a censura televisiva no regime militar. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: monografia apresentada ao <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> História da <strong>UFRJ</strong>, 2004. SILVA, Deonísio da. Nos<br />
basti<strong>do</strong>res da censura: censura, literatura e repressão pós-64. São Paulo: Estação Liberda<strong>de</strong>, 1989.
12<br />
Na esfera <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s sobre cinema e censura, <strong>do</strong>is trabalhos pioneiros 8<br />
procuraram traçar o percurso da censura cinematográfica no Brasil republicano sem<br />
atentarem, contu<strong>do</strong>, para um aspecto que, ao nosso ver, parece crucial e que se tornou o<br />
foco principal <strong>de</strong>sta tese: como os governos militares investiram pesadamente na<br />
construção <strong>de</strong> uma indústria cinematográfica no Brasil – com a criação <strong>de</strong> organismos<br />
<strong>de</strong> apoio (INC e CONCINE) e da empresa Embrafime que estimulavam o setor – e, ao<br />
mesmo tempo, censuraram os filmes feitos com verbas estatais?<br />
Qualquer película cinematográfica para ser exibida em território nacional<br />
<strong>de</strong>veria passar pela DCDP. Sen<strong>do</strong> assim, nos <strong>de</strong>paramos com filmes que foram<br />
completamente censura<strong>do</strong>s, outros que foram libera<strong>do</strong>s sem nenhum tipo <strong>de</strong> restrição e<br />
ainda vários que sofreram alguns cortes em <strong>de</strong>terminadas cenas e foram parcialmente<br />
libera<strong>do</strong>s. Ora, qual o méto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> pela censura para esse tipo <strong>de</strong> avaliação? Qual o<br />
papel da DCDP na estrutura <strong>do</strong>s governos militares e qual a função da Embrafilme<br />
nesse ambiente <strong>de</strong> produção que convivia com a censura? Talvez o que primeiro nos<br />
tenha chama<strong>do</strong> atenção seja a hipótese <strong>de</strong> ter havi<strong>do</strong> certa “atitu<strong>de</strong> benevolente” da<br />
DCDP em relação aos filmes nacionais e, principalmente, aos que receberam<br />
financiamento da Embrafilme.<br />
O perío<strong>do</strong> da ditadura militar, que se esten<strong>de</strong>u <strong>de</strong> 1964 – com o golpe civilmilitar<br />
a João Goulart, e seu recru<strong>de</strong>scimento em 1968 – até 1985, com a eleição <strong>de</strong><br />
Tancre<strong>do</strong> Neves, <strong>de</strong>ixou marcas profundas na socieda<strong>de</strong> brasileira, até hoje<br />
rememoradas. Nesse senti<strong>do</strong>, a censura política e a moral fazem parte das questões que<br />
<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>batidas para enten<strong>de</strong>r mais aprofundadamente o perío<strong>do</strong>.<br />
Os primeiros trabalhos sobre o Golpe militar foram publica<strong>do</strong>s ainda no calor da<br />
hora e apresentaram diferentes abordagens sobre o perío<strong>do</strong>: O ato e o fato <strong>de</strong> Carlos<br />
Heitor Cony, 9 representou uma das primeiras manifestações <strong>de</strong> protesto contra o golpe<br />
<strong>de</strong> 1964. Também o conheci<strong>do</strong> livro <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> jornalistas que se propôs a analisar<br />
o momento político pelo qual o país passava intitula<strong>do</strong> Os i<strong>do</strong>s <strong>de</strong> março e a queda em<br />
abril, 10 traçou um panorama sobre os meses que antece<strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> João<br />
Goulart e, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a introdução assinada por Otto Lara Resen<strong>de</strong>, procurou juntar<br />
8 Dois importantes trabalhos sobre a censura cinematográfica no Brasil são: PINTO, Leonor Estela Souza.<br />
Le cinema brésilien au risque <strong>de</strong> la censure: pendant la dictature militaire <strong>de</strong> 1964 a 1985. Tese <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>utora<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> ao Departamento da Ecole Supérieure d´Audiovisuel da Université <strong>de</strong> Toulouse-<br />
Le Mirail, 2001. SIMÕES, Inimá. Roteiro da Intolerância. Op. cit.<br />
9 CONY, Carlos Heitor. O ato e o fato: crônicas políticas. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Civilização brasileira, 1968.<br />
10 DINES, Alberto. [et. alli]. Os i<strong>do</strong>s <strong>de</strong> março e a queda em abril. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: José Álvaro, 1964.
13<br />
“jornalismo, literatura e história”. 11 Ou seja, mesmo que os livros se constituam como<br />
importantes fontes para se enten<strong>de</strong>r a época, certamente tiveram a influência <strong>de</strong> toda<br />
carga emotiva que envolvia aquele momento.<br />
Durante o governo <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte Ernesto Geisel surgiram as narrativas<br />
memorialísticas que se propunham a trabalhar, ou explicar, algumas questões referentes<br />
aos sucessivos governos militares. Foram escritos por protagonistas da cena política,<br />
que se dispunham a trazer uma visão bastante parcial sobre o perío<strong>do</strong>. Assim, o<br />
<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Luís Vianna Filho, ex-chefe da Casa Civil <strong>de</strong> Castelo Branco, tornou-se<br />
emblemático. 12 A escrita <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas obras tencionava a construção <strong>de</strong> uma<br />
memória oficial <strong>do</strong> regime militar. 13<br />
Foi também no perío<strong>do</strong> da Abertura, principalmente a partir <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s anos<br />
<strong>de</strong> 1980, que surgiram as memórias <strong>do</strong>s que estavam atuan<strong>do</strong> nas esquerdas e/ou na luta<br />
armada e procuraram enfatizavam a oposição ao regime militar. Deste mo<strong>do</strong>, foi gran<strong>de</strong><br />
o sucesso <strong>do</strong> livro <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> Gabeira intitula<strong>do</strong> O que é isso companheiro, adapta<strong>do</strong><br />
para o cinema em 1997 sob a direção <strong>de</strong> Bruno Barreto. No entanto, sem dúvida a obra<br />
mais impactante daquele momento foi o <strong>do</strong>ssiê Brasil nunca mais, organiza<strong>do</strong> por Dom<br />
Paulo Evaristo Arns, no qual foram reuni<strong>do</strong>s centenas <strong>de</strong> processos contra presos<br />
políticos e vários <strong>de</strong>poimentos dan<strong>do</strong> conta da face mais sombria <strong>do</strong> regime e os<br />
horrores <strong>do</strong>s que passaram pelos porões da ditadura militar, submeti<strong>do</strong>s a torturas para<br />
fornecer confissões e <strong>de</strong>lações, mostran<strong>do</strong> essa ação coor<strong>de</strong>nada enquanto uma política<br />
<strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>. 14<br />
A partir da década <strong>de</strong> 1990 outras obras memorialísticas foram escritas, em sua<br />
gran<strong>de</strong> maioria por jornalistas ou pessoas que participaram da luta armada urbana.<br />
Algumas <strong>de</strong>ssas memórias mais fazem lembrar um thriller cinematográfico, no qual é<br />
impossível ficar passivo diante <strong>do</strong> escrito, como o trabalho <strong>de</strong> Caio Túlio Costa, Calese<br />
15 ou então o livro <strong>de</strong> Flavio Tavares, Memórias <strong>do</strong> esquecimento. 16<br />
Também a partir da década <strong>de</strong> 1990 o cinema levou para as telas uma safra <strong>de</strong><br />
11 I<strong>de</strong>m. p. 10.<br />
12 VIANA FILHO, Luis. O governo Castelo Branco. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: José Olympio, 1975.<br />
13 Outros trabalhos também <strong>de</strong> figuras ligadas ao governo surgiram naquele perío<strong>do</strong> e, embora mostran<strong>do</strong><br />
cisões entre os militares, tinham em comum o fato da <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> regime ditatorial. Para saber mais ver:<br />
ABREU, Hugo. O outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Nova fronteira, 1979. MELLO, Jayme Portella. A<br />
revolução e o governo Costa e Silva. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Guariva, 1979.<br />
14 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO. Brasil: nunca mais. Petrópolis: Vozes, 1985.<br />
15 COSTA, Caio Túlio. Cale-se: a saga <strong>de</strong> Vannucchi Leme – A USP como al<strong>de</strong>ia gaulesa – O show<br />
proibi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gilberto Gil. São Paulo: A Girafa editora, 2003.<br />
16 TAVARES, Flávio. Memórias <strong>do</strong> esquecimento: os segre<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s porões da ditadura. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>:<br />
Record, 2005.
14<br />
filmes cuja temática era a ditadura militar. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssas películas buscava<br />
retratar a vida <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s ícones da esquerda ou o ambiente das cida<strong>de</strong>s,<br />
notadamente a partir da visão <strong>de</strong> um guerrilheiro da luta armada urbana. 17 Algumas<br />
<strong>de</strong>ssas películas se transformaram em sucesso <strong>de</strong> bilheteria e <strong>de</strong>ixaram claro que o tema<br />
ainda se mantém com vivo interesse da população brasileira. 18<br />
Talvez esse interesse se <strong>de</strong>va ao fato <strong>de</strong> ainda estar em disputa a memória<br />
daquele perío<strong>do</strong>, como bem trabalhou Daniel Aarão Reis em um artigo que discute<br />
justamente o caráter da construção histórico-social da ditadura e as conseqüências<br />
advindas <strong>de</strong>la. 19<br />
As memórias <strong>do</strong>s que viveram aquele momento – impressas em diversos livros,<br />
romantizadas nas películas cinematográficas e nos programas <strong>de</strong> televisão – dão conta<br />
<strong>de</strong> que o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> exceção foi marca<strong>do</strong> pela falta <strong>de</strong> garantias constitucionais aos<br />
cidadãos, torturas, mortes, <strong>de</strong>saparecimentos e perseguição a diversos grupos que não<br />
comungavam das mesmas idéias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nos <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r.<br />
A partir da década <strong>de</strong> 1990, com a abertura <strong>do</strong>s arquivos sobre a ditadura, os<br />
historia<strong>do</strong>res se <strong>de</strong>bruçaram sobre fontes <strong>do</strong>cumentais variadas a fim <strong>de</strong> perceber a<br />
crueza <strong>do</strong> regime militar. Embora as faces mais marcantes <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> sejam a tortura e<br />
as perseguições políticas, outras questões <strong>de</strong>vem ser levantadas com o intuito <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slindar aspectos referentes ao cotidiano da socieda<strong>de</strong> brasileira. Assim, torna-se<br />
necessário direcionar o foco <strong>de</strong> observação para a análise da produção cultural <strong>do</strong><br />
momento. Destarte, será possível perceber o pensamento <strong>do</strong>s protagonistas da cultura<br />
no perío<strong>do</strong>.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vemos ter em conta que durante o regime militar houve o<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> “milagre econômico”, o Brasil venceu o campeonato mundial <strong>de</strong> futebol<br />
em 1970, a classe média alcançou maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra e crédito e aconteceram<br />
importantes movimentos nas diversas formas artísticas. 20<br />
17 Alguns <strong>do</strong>s filmes que abordaram a questão da ditadura militar: Lamarca. Sergio Resen<strong>de</strong>, 1994. O que<br />
é isso companheiro. Bruno Barreto, 1997. Cabra-cega. Toni Ventura, 2005. Quase <strong>do</strong>is irmãos. Lucia<br />
Murat, 2005.<br />
18 Sobre a questão ver: SANTOS, Márcia <strong>de</strong> Souza. Memórias da ditadura: as representações <strong>do</strong> regime<br />
militar através <strong>do</strong> cinema nacional. Brasília: monografia <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> especialização apresentada ao<br />
programa <strong>de</strong> pós-gradação em História/ UNB, 2006.<br />
19 REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura e socieda<strong>de</strong>: as reconstruções da memória. In: Seminário 40 anos<br />
<strong>do</strong> golpe <strong>de</strong> 1964: ditadura militar e resistência no Brasil. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: 7 Letras, 2004. pp. 119- 135.<br />
20 Interessante artigo sobre a questão <strong>do</strong> cotidiano da classe média durante o regime militar ver:<br />
ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares <strong>de</strong> e WEIS, Luiz. Carro-zero e pau-<strong>de</strong>-arara: o cotidiano da<br />
oposição <strong>de</strong> classe média ao regime militar. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (org) História da vida<br />
privada: contrastes da intimida<strong>de</strong> contemporânea. São Paulo: Companhia das letras, 1998. pp. 319- 410.
15<br />
Dessa forma, procuran<strong>do</strong> não reduzir a análise <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da ditadura militar à<br />
dicotomia entre vítimas e algozes, torna-se importante analisar a dinâmica da socieda<strong>de</strong><br />
brasileira e a forma como ela se relacionava com o governo nas ativida<strong>de</strong>s cotidianas,<br />
em cujo contexto o indivíduo se utilizava <strong>de</strong> táticas para sobreviver em meio a situações<br />
específicas. 21 Assim, ao analisar os processos <strong>do</strong>s filmes censura<strong>do</strong>s pela DCDP,<br />
encontramos pistas mais apuradas para o entendimento da socieda<strong>de</strong> naquele momento.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, a DCDP aparecia como uma po<strong>de</strong>rosa instituição, pois a censura<br />
exercida por ela tinha reconhecida utilida<strong>de</strong> pública para algumas camadas da<br />
socieda<strong>de</strong>. Além disso, sua legitimação não se dava no campo da censura política, mas<br />
fundamentalmente da censura moral. Ou seja, mesmo enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> to<strong>do</strong> ato censório<br />
como uma questão política, é importante dividir as motivações pelas quais os censores<br />
vetavam as obras cinematográficas, até mesmo com o intuito <strong>de</strong> notar até que ponto essa<br />
instituição recebia apoio <strong>de</strong> parcelas da socieda<strong>de</strong> civil. Assim sen<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> falamos<br />
em censura política estamos nos remeten<strong>do</strong> aos vetos aprova<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> em vista a lei <strong>de</strong><br />
Segurança Nacional. Já a moral, quan<strong>do</strong> o veto tinha alguma relação com a idéia da<br />
formação da moral cristã brasileira ou da quebra <strong>de</strong> paradigmas comportamentais da<br />
época.<br />
Foi <strong>de</strong>ntro da ESG (Escola Superior <strong>de</strong> Guerra) que se estruturou a <strong>do</strong>utrina <strong>de</strong><br />
segurança nacional e subprodutos como o SNI (Serviço Nacional <strong>de</strong> Informação). O<br />
<strong>de</strong>creto-lei 314 assina<strong>do</strong> em março <strong>de</strong> 1967 <strong>de</strong>finia os crimes contra a segurança<br />
nacional. O artigo 14 dizia que divulgar, por qualquer meio <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, notícias<br />
falsas, ten<strong>de</strong>nciosas ou <strong>de</strong>turpadas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a pôr em perigo o bom nome, a autorida<strong>de</strong><br />
o crédito ou o prestígio <strong>do</strong> Brasil po<strong>de</strong>ria dar <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> seis meses a <strong>do</strong>is anos. Além<br />
disso, os artigos 38 e 39 faziam direta alusão à questão da propaganda subversiva, nesse<br />
senti<strong>do</strong>, caso o censor achasse conveniente, po<strong>de</strong>ria censurar como subversivo e incluílo<br />
<strong>de</strong>ntro da lei <strong>de</strong> segurança nacional.<br />
Dessa forma, o campo cinematográfico se apresenta como um local privilegia<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> análise posto que foi a expressão artística que contou com forte financiamento estatal<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a criação da Embrafilme, em 1969. Ao mesmo tempo em que os filmes recebiam<br />
financiamento estatal, acabavam sen<strong>do</strong> censura<strong>do</strong>s pelo próprio aparelho <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>,<br />
acarretan<strong>do</strong> um <strong>de</strong>sconforto generaliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da própria DCDP.<br />
Para analisar o discurso da DCDP sobre as produções cinematográficas durante<br />
21 Sobre a conceituação <strong>de</strong> táticas e estratégias ver CERTEAU, Michael. A invenção <strong>do</strong> cotidiano: artes<br />
<strong>de</strong> fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. pp. 42-48.
16<br />
o perío<strong>do</strong> militar, recorremos aos processos <strong>de</strong> censura <strong>do</strong>s filmes produzi<strong>do</strong>s pela<br />
Embrafilme. Neles po<strong>de</strong>mos encontrar importantes informações para uma análise da<br />
censura cinematográfica, posto que na escrita <strong>do</strong>s censores encontram-se registradas as<br />
motivações da censura.<br />
Como um <strong>do</strong>s intentos principais da tese é examinar a relação entre duas<br />
instâncias governamentais, focamos nossas análises justamente nos processos <strong>do</strong>s<br />
filmes produzi<strong>do</strong>s e co-produzi<strong>do</strong>s pela Embrafilme para tentar perceber qual o critério<br />
<strong>do</strong>s censores frente à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vetar um filme merece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> verba estatal. 22<br />
A Embrafilme produziu e co-produziu uma gama bastante diversificada <strong>de</strong><br />
filmes. Para o intervalo compreendi<strong>do</strong> entre os anos <strong>de</strong> 1969, data <strong>de</strong> sua fundação, e<br />
1981, existem da<strong>do</strong>s sistematiza<strong>do</strong>s disponíveis, e nesse perío<strong>do</strong> foram produzidas 140<br />
e co-produzidas 104 películas cinematográficas. 23 Além disso, a Embrafilme ainda<br />
realizava programas especiais para a TV e promovia o cinema brasileiro no exterior. A<br />
partir <strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s da década <strong>de</strong> 1970, passou a ser também uma importante distribui<strong>do</strong>ra<br />
<strong>de</strong> filmes.<br />
Quan<strong>do</strong> se estuda a problemática <strong>do</strong>s incentivos culturais, principalmente<br />
durante os governos militares, há uma linha interpretativa que enten<strong>de</strong> a criação <strong>de</strong><br />
agências <strong>de</strong> apoio, durante o referi<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, como um sinal <strong>de</strong> aparelhamento para a<br />
manipulação da opinião pública e para dirimir possíveis críticas à ditadura militar.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, haveria uma interligação entre o Esta<strong>do</strong> e o produtor priva<strong>do</strong>. 24<br />
No entanto, acreditamos que a perspectiva mais acertada aqui seria a <strong>de</strong> trabalhar<br />
com a idéia <strong>de</strong> uma aparente dicotomia entre censura e a Embrafilme. Essa problemática<br />
nos remete à questão muito discutida no campo das ciências sociais entre autonomismo<br />
versus instrumentalismo. O autonomismo seria a crença na negação da influência e <strong>do</strong><br />
peso da participação <strong>de</strong> grupos sociais na elaboração <strong>de</strong> metas, enquanto o<br />
instrumentalismo constituiria a percepção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> como instrumento <strong>de</strong> grupos ou<br />
classes que tem por objetivo manipular a socieda<strong>de</strong>. 25 Não acreditan<strong>do</strong> na dicotomia<br />
entre Esta<strong>do</strong> censor versus Esta<strong>do</strong> financia<strong>do</strong>r, temos que pensar o que integra e<br />
22 Para uma análise da política <strong>de</strong> produção e co-produção da Embrafilme ver AMANCIO, Tunico. Artes<br />
e manhas da Embrafilme: cinema estatal brasileiro em sua época <strong>de</strong> ouro (1977-1981). Niterói: Editora da<br />
UFF, 2000. pp. 25-30.<br />
23 Os da<strong>do</strong>s disponíveis são referentes da criação até o ano <strong>de</strong> 1981. Vale lembrar que os Arquivos da<br />
Embrafilme ainda não estão disponíveis ao público.<br />
24 GUERRA, Marco Antonio. Carlos Queiroz Telles: história e dramaturgia em cena (década <strong>de</strong> 70). São<br />
Paulo: Annablume, 2004.<br />
25 A esse respeito ver VIANNA, Maria Lúcia Teixeira Werneck. A administração <strong>do</strong> milagre: o conselho<br />
monetário nacional 1964-1974. Petrópolis: Vozes, 1987. pp. 59-85.
17<br />
solidariza e o que separa essas duas instâncias sem, contu<strong>do</strong>, vê-las como<br />
completamente antagônicas, mas sim como representantes <strong>de</strong> um mesmo Esta<strong>do</strong>.<br />
Percebemos que essas instituições trabalharam durante to<strong>do</strong> o regime militar<br />
separadamente, sen<strong>do</strong> ligadas a ministérios diferentes, que percebiam a importância<br />
uma da outra. Ou seja, embora a Embrafilme e a DCDP tivessem estruturas autônomas,<br />
elas sempre estiveram interligadas. A Embrafilme pelo receio <strong>de</strong> que alguma produção<br />
não pu<strong>de</strong>sse ser exibida e a DCDP pelo zelo em não censurar completamente um filme<br />
nacional, principalmente se tivesse recebi<strong>do</strong> financiamento estatal.<br />
Essa aparente dicotomia entre um Esta<strong>do</strong> censor e um Esta<strong>do</strong> financia<strong>do</strong>r fez<br />
com que surgissem vários questionamentos, não apenas sobre o aparelho censório, mas<br />
como a socieda<strong>de</strong>, o cidadão comum, lidava com esse organismo, a DCDP, e a empresa,<br />
a Embrafilme, que passou a ser uma das media<strong>do</strong>ras entre os governos militares e a<br />
socieda<strong>de</strong> civil.<br />
Para dar conta das <strong>de</strong>mandas <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, a tese foi dividida em quatro capítulos<br />
que pu<strong>de</strong>ssem abarcar as principais discussões referentes à temática. No primeiro,<br />
faremos uma discussão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a chegada <strong>do</strong> cinema no Brasil até os movimentos<br />
estéticos mais importantes na década <strong>de</strong> 1980. Acreditamos que seja importante esse<br />
background a fim <strong>de</strong> que o leitor perceba <strong>de</strong> que mo<strong>do</strong> a evolução <strong>do</strong> campo<br />
cinematográfico no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> século XX aju<strong>do</strong>u a gerar e consolidar a prática censória<br />
no Brasil muito antes <strong>de</strong> 1964, bem como estimulou o Esta<strong>do</strong> a montar uma estrutura <strong>de</strong><br />
apoio à indústria cinematográfica.<br />
O segun<strong>do</strong> capítulo trará uma reflexão sobre a idéia <strong>de</strong> política cultural,<br />
analisan<strong>do</strong> se <strong>de</strong> fato houve, durante o governo militar brasileiro, uma política voltada<br />
para a cultura ou simplesmente ações isoladas nesse campo que favoreceram<br />
espaçadamente algumas manifestações artísticas. Além <strong>de</strong>ssa questão sobre o conceito<br />
<strong>de</strong> política cultural, serão analisadas as instituições criadas pelo regime civil-militar que<br />
visaram apoiar uma política cinematográfica brasileira, notadamente o <strong>Instituto</strong><br />
Nacional <strong>de</strong> Cinema e o Conselho Nacional <strong>de</strong> Cinema. Além disso, será analisa<strong>do</strong> o<br />
surgimento, o <strong>de</strong>senvolvimento e o fim da empresa criada para garantir a produção <strong>de</strong><br />
filmes brasileiros, a Embrafilme.<br />
O terceiro capítulo vai se <strong>de</strong>dicar ao estu<strong>do</strong> da censura <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros<br />
momentos no Brasil. Focalizaremos especialmente a estrutura <strong>do</strong> aparelho censório<br />
durante a ditadura militar. Uma vez que a questão é importante para a compreensão <strong>de</strong><br />
toda a estrutura da censura, o capítulo foi dividi<strong>do</strong> em duas partes: a primeira
18<br />
<strong>de</strong>senvolverá a censura durante o regime militar; a segunda analisará como era o<br />
treinamento da<strong>do</strong> aos censores cinematográficos, ou seja, o quê, como e porque<br />
<strong>de</strong>veriam censurar.<br />
O quarto capítulo preten<strong>de</strong> analisar os processos <strong>do</strong>s filmes financia<strong>do</strong>s pela<br />
Embrafilme e censura<strong>do</strong>s pela DCDP. Tentar-se-á perceber, através <strong>do</strong>s processos<br />
censórios, quais foram os embates entre essas duas instituições que, mesmo sen<strong>do</strong><br />
ligadas ao governo fe<strong>de</strong>ral, acabaram ten<strong>do</strong> posicionamentos diferencia<strong>do</strong>s. Para melhor<br />
dar conta <strong>do</strong> intento, em primeiro lugar discutiremos a censura moral sofrida pelos<br />
filmes e, no segun<strong>do</strong> momento, a forma como a censura política se apresentou nos<br />
pareceres e, além disso, se havia algum constrangimento por parte <strong>do</strong>s censores em<br />
vetar filmes com esse tipo <strong>de</strong> temática.<br />
Através <strong>do</strong>s quatro capítulos que se seguem, será possível perceber que as leis<br />
censórias são bem anteriores ao regime militar e que, se, por um la<strong>do</strong>, os cineastas<br />
foram veta<strong>do</strong>s pela censura, por outro, conseguiram financiamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e<br />
produziram uma gama <strong>de</strong> filmes que, em última instância, levaram o público brasileiro<br />
às salas <strong>de</strong> exibição para assistir aos filmes nacionais.
19<br />
Capítulo I - Panorama <strong>do</strong> cinema nacional: das origens à<br />
década <strong>de</strong> 1980<br />
No campo <strong>do</strong>s divertimentos públicos, o cinema foi uma das invenções que mais<br />
teve notorieda<strong>de</strong> no século XX. No Brasil, a chegada <strong>do</strong> cinema data <strong>de</strong> fins <strong>do</strong> século<br />
XIX com uma rápida popularização no seguinte. O crescimento <strong>do</strong>s centros urbanos<br />
contribuiu sobremaneira para a veloz aceitação <strong>do</strong> lazer que as salas <strong>de</strong> exibição<br />
proporcionavam. Os preços acessíveis <strong>do</strong>s ingressos permitiam que as classes médias<br />
urbanas freqüentassem o divertimento, tornan<strong>do</strong> o cinema um programa familiar. 26 É<br />
fato também que junto com o crescimento urbano, o aparecimento <strong>de</strong> diversas formas <strong>de</strong><br />
diversão tornava-se inexorável; e, nesse senti<strong>do</strong>, as salas <strong>de</strong> projeção tiveram papel <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque. 27 Como propõe David Nasaw<br />
the rise of public amusements was a by-product of the enormous expansion of the<br />
cities. Commercial entertainments were, in this period at least, an urban<br />
phenomenon. 28 [o avanço <strong>do</strong>s divertimentos públicos foi um subproduto da gran<strong>de</strong><br />
expansão das cida<strong>de</strong>s. Entretenimentos comerciais foram, pelo menos nesse<br />
perío<strong>do</strong>, um fenômeno urbano]<br />
O surgimento <strong>do</strong> cinema no século XIX é <strong>de</strong> fato o auge da violenta<br />
reestruturação da percepção e integração <strong>do</strong> homem que a mudança no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
produção promoveu. 29 O cinema também se apresenta como uma forma <strong>de</strong> cultura <strong>do</strong><br />
espetáculo que emerge nas cida<strong>de</strong>s. Assim como a litografia marcou um processo<br />
<strong>de</strong>cisivo na possibilida<strong>de</strong> da reprodução para o comércio, o cinema se consoli<strong>do</strong>u com a<br />
possibilida<strong>de</strong> da reprodução da obra <strong>de</strong> arte a um baixo custo. 30 Nesse senti<strong>do</strong>, as<br />
cida<strong>de</strong>s passaram a ter uma massa que almejava o consumo <strong>de</strong> cultura e o significa<strong>do</strong><br />
econômico <strong>de</strong>ste merca<strong>do</strong> nascente é normalmente subestima<strong>do</strong>. 31 Assim, a chegada e a<br />
26 Para um estu<strong>do</strong> sobre os primórdios <strong>do</strong> cinema no Brasil ver, <strong>de</strong>ntre outros: GONZAGA, Alice.<br />
Palácios e poeiras: 100 anos <strong>de</strong> cinema no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Record/FUNARTE, 1996.<br />
MARTINS, William <strong>de</strong> Souza Nunes. Paschoal Segreto “ministro das diversões” <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>:<br />
1883-1920. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em História Social/<strong>UFRJ</strong>, 2004. VIANY, Alex.<br />
Introdução ao cinema brasileiro. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Revan, 1993.<br />
27 NASAW, David. Going out: the rise and fall of public amusements. Cambridge, Massachesetts,<br />
Lon<strong>do</strong>n: Harvard University Press, 1999.<br />
28 I<strong>de</strong>m. p. 3.<br />
29 HANSEN, Miriam Bratu. Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Paris, Alpes: Kracauer (e Benjamin) sobre o cinema e a<br />
mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. In: CHARNEY, Leo e SCHWARTZ, Vanessa. (org) O Cinema e a invenção da vida<br />
mo<strong>de</strong>rna. São Paulo: Casac & Naify, 2001. p. 497.<br />
30 BENJAMIN, Walter. A obra <strong>de</strong> arte na época <strong>de</strong> suas técnicas <strong>de</strong> reprodução. In: GRUNNEWALD,<br />
José Lino. (org) A idéia <strong>do</strong> cinema. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Civilização brasileira, 1969. p. 55-96.<br />
31 HOBSBAWN, Eric J. A era <strong>do</strong> capital: 1848-1875. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Paz e Terra, 1982. p. 293.
20<br />
popularização <strong>do</strong> cinema no Brasil fez parte <strong>do</strong> crescimento <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s como <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong> e São Paulo.<br />
A produção <strong>de</strong> filmes no Brasil durante os primeiros anos se caracterizou pelos<br />
temas da representação <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r – que ajudaram a reforçar a importância atribuída à<br />
nova república <strong>do</strong> Brasil – das paisagens da exuberante natureza, da cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre<br />
outras cenas da vida mo<strong>de</strong>rna. A partir <strong>de</strong> 1908, surgiram os filmes <strong>de</strong> ficção, que<br />
alcançaram gran<strong>de</strong> sucesso, sobretu<strong>do</strong> com os contos policiais.<br />
Nesse perío<strong>do</strong>, o filme nacional ganhou a preferência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno e o <strong>Rio</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> se <strong>de</strong>stacou como a capital produtora e exporta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> películas para outros<br />
esta<strong>do</strong>s da fe<strong>de</strong>ração, pois,<br />
<strong>de</strong> uma curiosida<strong>de</strong> apresentada por aventureiros, o cinema se impôs como<br />
negócio e como espetáculo, crian<strong>do</strong> quadros técnicos e artísticos, uma infraestrutura<br />
extremamente operacional e características próprias como produto<br />
artístico-cultural <strong>de</strong> uma metrópole multicultural. O produto nacional ganhou<br />
na capital a preferência <strong>do</strong> público sobre seus similares estrangeiros. A<br />
tendência é que esses filmes cariocas já exibi<strong>do</strong>s em São Paulo fossem<br />
progressivamente distribuí<strong>do</strong>s em outras cida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> também <strong>de</strong>veriam se<br />
fundar focos <strong>de</strong> produção. 32<br />
De fato, o perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre 1907 e 1911 foi marca<strong>do</strong> por uma extensa<br />
produção nacional e uma gran<strong>de</strong> freqüência <strong>do</strong> público nas salas <strong>de</strong> projeção. Para<br />
Bernar<strong>de</strong>t, naquele momento existiu uma articulação positiva entre produção, exibição e<br />
público. 33<br />
O perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre 1912 e 1922 foi marca<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>cadência da<br />
produção. Se no estágio anterior houve uma boa articulação entre produção, exibição e<br />
público, posteriormente observa-se uma queda acentuada <strong>de</strong> produção. Segun<strong>do</strong> Paulo<br />
Emílio, durante esse perío<strong>do</strong><br />
a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cinema repousou inicialmente na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns<br />
cinegrafistas, ou seja, técnicos em filmagem. 34<br />
Embora o referi<strong>do</strong> autor <strong>de</strong>staque a pouca produção cinematográfica, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />
32 MOURA, Roberto. A bela época: primórdios-1912. In RAMOS, Fernão. (org). História <strong>do</strong> cinema<br />
brasileiro. São Paulo: Art editora, 1987. p. 44.<br />
33 BERNARDET, Jean-Clau<strong>de</strong>. Historiografia clássica <strong>do</strong> cinema brasileiro. São Paulo: ANNABLUME,<br />
1995. p. 35.<br />
34 GOMES, Paulo Emílio Sales. Cinema: trajetória no sub<strong>de</strong>senvolvimento. São Paulo: Paz e terra, 1996.<br />
p. 36.
21<br />
exaltar o aparecimento <strong>de</strong> novos cineastas, <strong>de</strong>ntre os quais Luiz <strong>de</strong> Barros 35 e José<br />
Medina, 36 que até a primeira meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 1920 foram os cineastas <strong>de</strong> maior<br />
relevância <strong>do</strong> cenário nacional. Entre os anos 1923 e 1933 a produção cresceu, no<br />
entanto, o que caracterizou profundamente esse perío<strong>do</strong> foi a eclosão da produção fora<br />
<strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s centros urbanos, conhecida como “ciclos regionais”.<br />
Com os chama<strong>do</strong>s “ciclos regionais”, a realização <strong>de</strong> películas se <strong>de</strong>slocou <strong>do</strong><br />
eixo <strong>Rio</strong>-São Paulo e tomou a direção <strong>de</strong> outras partes <strong>do</strong> país. Dos “ciclos regionais”<br />
vale <strong>de</strong>stacar o surgimento <strong>de</strong> cineastas como Almeida Fleming, 37 em Pouso Alegre,<br />
Minas Gerais e Silvino Santos, 38 no Amazonas. Todavia, foi em Cataguases que teve<br />
início a carreira <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s cineastas brasileiros <strong>de</strong> maior relevância, Humberto Mauro. 39<br />
Mesmo que alguns países, como, por exemplo, os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, já<br />
apresentassem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1920, uma forte presença <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no campo<br />
cinematográfico, 40 no Brasil o cinema só foi percebi<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong> como um fato<br />
específico da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e um <strong>do</strong>s principais meios <strong>de</strong> percepção, reprodução e<br />
representação na década <strong>de</strong> 1930. Ou seja, foi apenas naquele momento que o Esta<strong>do</strong><br />
atentou para as possibilida<strong>de</strong>s que esse meio <strong>de</strong> comunicação po<strong>de</strong>ria lhe proporcionar.<br />
Durante a década <strong>de</strong> 1930, pela primeira vez, o Esta<strong>do</strong> brasileiro criou uma<br />
estrutura voltada especificamente para a área cultural, incluin<strong>do</strong> o cinema. Como<br />
ministro da Educação e Saú<strong>de</strong> entre 1936 e 1945, Gustavo Capanema <strong>de</strong>u forma ao<br />
Conselho Nacional <strong>de</strong> Cultura, 41 ao Serviço <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico<br />
35 Luiz Moretzhon da Cunha e Figueire<strong>do</strong> da Fonseca <strong>de</strong> Almeida e Barros Castelo Branco Teixeira <strong>de</strong><br />
Barros nasceu no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> em 1893. Entre longas, curtas-metragens e filmagens para cinejornais<br />
realizou mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> títulos. Faleceu em 1981.<br />
36 Nasceu em Sorocaba em 1894. Trabalhou com cinema e rádio e na sua filmografia estão registra<strong>do</strong>s os<br />
filmes “Perversida<strong>de</strong>” <strong>de</strong> 1920, “Do <strong>Rio</strong> para São Paulo para casar” <strong>de</strong> 1922 e “Gigi” <strong>de</strong> 1925. Faleceu<br />
em 1980.<br />
37 Francisco <strong>de</strong> Almeida Fleming nasceu em Ouro Fino, Minas Gerais. Em 1920 Fleming criou sua<br />
própria produtora, a América Film. Durante sua carreira trabalhou no Departamento Estadual <strong>de</strong> Imprensa<br />
e Propaganda (DEIP) e para o Departamento <strong>de</strong> cultura e ação social da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo. Ao<br />
to<strong>do</strong>, Fleming produziu mais <strong>de</strong> trezentas películas <strong>de</strong> curta metragem. Faleceu em 1999.<br />
38 Silvino Simões <strong>do</strong>s Santos Silva nasceu em Sernache <strong>do</strong> Bonjardim, Portugal, em 1886. Foi<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o cineasta da Amazônia, pois, em sua obra, as temáticas <strong>do</strong>s filmes sobre a região é intensa.<br />
Durante sua carreira produziu seis longas-metragens e faleceu e 1970.<br />
39 Humberto Duarte Mauro nasceu no dia 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1897 em Volta Gran<strong>de</strong>, Minas Gerais. É<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s mais importantes cineastas brasileiros, ten<strong>do</strong> ti<strong>do</strong> importância tanto no cinema mu<strong>do</strong><br />
como no sonoro. Foi o principal representante <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> Cataguases. Gran<strong>de</strong> parte da sua carreira<br />
passou <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> trabalhos no INCE (<strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Cinema Educativo) Faleceu em 1983.<br />
40 Interessante artigo sobre cinema norte-americano po<strong>de</strong> ser encontra<strong>do</strong> em: ABEL, Richard. Os perigos<br />
da Pathé ou a americanização <strong>do</strong>s primórdios <strong>do</strong> cinema americano. In: CHARNEY, Leo e SCHWARTZ,<br />
Vanessa. O cinema e a invenção da vida mo<strong>de</strong>rna. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. pp. 258-314.<br />
41 Decreto Lei n. 526 <strong>de</strong> 1938.
22<br />
Nacional, 42 ao Serviço Nacional <strong>de</strong> Teatro, 43 ao <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Livro, 44 ao<br />
Serviço <strong>de</strong> Radiofusão Educativa e ao <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Cinema Educativo (INCE).<br />
Para além da produção fílmica formulada pelo Esta<strong>do</strong> com o INCE, o país<br />
começava a ampliar sua produção cinematográfica com a inauguração <strong>de</strong> importantes<br />
estúdios particulares, como a Cinédia (1930), a Atlândida (1941) e a Vera Cruz<br />
(1950). 45<br />
A Cinédia, criada pelo cineasta A<strong>de</strong>mar Gonzaga, ofereceu a possibilida<strong>de</strong> da<br />
realização <strong>do</strong>s filmes fala<strong>do</strong>s. Esta produtora foi a primeira a a<strong>do</strong>tar um padrão<br />
hollywoodiano, tanto no maquinário como na criação. Também apostou em novos<br />
gêneros, como aventura e adaptações <strong>de</strong> contos literários. 46<br />
Com a Cinédia ficou<br />
consolidada a união entre o rádio e o cinema. A produção das chanchadas levou para as<br />
telas <strong>do</strong>s cinemas os basti<strong>do</strong>res <strong>do</strong> teatro <strong>de</strong> revista. O gênero, que fazia sucesso <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
fins <strong>do</strong> século XIX, possibilitou ao especta<strong>do</strong>r ver a interpretação, no cinema, das<br />
canções que faziam sucesso na programação radiofônica. De fato, durante as décadas <strong>de</strong><br />
1930, 40 e 50 o gênero cinematográfico mais popular e capaz <strong>de</strong> atrair mais<br />
especta<strong>do</strong>res foi a chanchada.<br />
Embora as chanchadas fossem mal vistas pelos críticos cinematográficos – fato<br />
que se observa pela própria etimologia da palavra chanchada, originária <strong>do</strong> italiano<br />
cianciata, que significa tagarelice – foi o gênero garanti<strong>do</strong>r da permanência <strong>do</strong>s filmes<br />
nacionais nas telas <strong>do</strong>s cinemas. 47 Os investimentos nesse tipo <strong>de</strong> película eram baratos<br />
e a fórmula característica <strong>do</strong>s filmes era: produção <strong>de</strong> baixo custo, curto tempo para<br />
filmagens e baixos salários para atores e realiza<strong>do</strong>res. Além disso, contava com ampla<br />
aceitação no merca<strong>do</strong> nacional. A conjugação <strong>de</strong> produção barata e um amplo merca<strong>do</strong><br />
consumi<strong>do</strong>r garantia o lucro <strong>do</strong>s produtores. Quem mais <strong>de</strong>u notorieda<strong>de</strong> à chanchada<br />
foi a Atlântida, empresa carioca criada em 1941. Em 1947, o exibi<strong>do</strong>r Luis Severiano<br />
Ribeiro Junior assumiu o controle da empresa e direcionou a produção para os filmes<br />
carnavalescos e as chanchadas.<br />
Sem dúvida, as chanchadas tiveram seu auge com a Atlântida, embora não fosse<br />
gênero exclusivo da produtora. A Atlântida permaneceu em ativida<strong>de</strong> até 1983, mas<br />
42 Decreto Lei n. 25 <strong>de</strong> 30/11/1937.<br />
43 Decreto Lei n. 92 <strong>de</strong> 21/12/1937.<br />
44 Decreto Lei n. 93 <strong>de</strong> 21/12/1937.<br />
45 Trabalharemos com o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema Educativo no segun<strong>do</strong> capítulo da tese.<br />
46 VIEIRA, João Luiz. A chanchada e o cinema carioca (1930 – 1955) In RAMOS, Fernão. (org) Op cit.<br />
p. 150.<br />
47 VIEIRA, João Luis. Verbete: chanchada. In RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe. (org)<br />
Enciclopédia <strong>do</strong> cinema brasileiro. São Paulo: SENAC, 2000. pp. 117 – 119.
23<br />
perto <strong>de</strong> fechar as portas a empresa já se encontrava cambaleante nas finanças e,<br />
portanto, com baixíssima produção fílmica. É importante recuperar a história da<br />
chanchada brasileira, pois durante o regime militar, um <strong>do</strong>s gêneros mais censura<strong>do</strong>s foi<br />
a pornochanchada, tipo <strong>de</strong> filme que tem suas origens nas clássicas chanchadas da<br />
Atlântida.<br />
Infelizmente, as estatísticas sobre o público que assistia às clássicas chanchadas<br />
são bastante <strong>de</strong>ficitárias, embora se saiba que as salas ficavam cheias, as pesquisas mais<br />
pormenorizadas nesse senti<strong>do</strong> só começaram a ser realizadas a partir da década <strong>de</strong> 1960<br />
com a criação <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema. Ou seja, as especulações sobre o<br />
público que assistia aos filmes, antes da década <strong>de</strong> 60, ficam restritas às parcas<br />
informações que os jornais oferecem ou mesmo aos números que os distribui<strong>do</strong>res<br />
disponibilizavam.<br />
As gran<strong>de</strong>s produtoras cinematógraficas e, por conseguinte, a produção fílmica<br />
brasileira concentrava-se no eixo-<strong>Rio</strong>/São Paulo, já que a região possuía gran<strong>de</strong> parte<br />
<strong>do</strong>s recursos financeiros e <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. Algumas vezes, o <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> tinha mais<br />
notorieda<strong>de</strong> na produção – como foi o caso da Atlândida –, por outras, São Paulo<br />
marcava sua presença, como na década <strong>de</strong> 1950, com a criação da Vera Cruz.<br />
O ano <strong>de</strong> 1950 é ti<strong>do</strong> como marco da volta <strong>de</strong> São Paulo ao circuito <strong>de</strong> produção.<br />
A inauguração da Vera Cruz, a “fábrica <strong>do</strong>s sonhos”, 48 foi apoiada pela intelectualida<strong>de</strong><br />
paulista e trazia a idéia <strong>de</strong> uma produção fílmica não baseada nas chanchadas<br />
comerciais produzidas pela Atlântida, mas na possibilida<strong>de</strong> da produção <strong>de</strong> filmes com<br />
um gosto mais refina<strong>do</strong> e com aprofundamento dramático <strong>do</strong>s personagens. 49<br />
A empresa produziu vinte e <strong>do</strong>is filmes 50 e um <strong>de</strong> seus maiores sucessos foi o<br />
48 Expressão utilizada por GALVÃO, Maria Rita Eliezer - Burguesia e Cinema: o caso Vera Cruz. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: Civilização Brasileira, 1981.<br />
49 GOMES, Paulo Emílio Sales. Cinema: trajetória no sub<strong>de</strong>senvolvimento. São Paulo: Paz e terra, 1996.<br />
p. 76.<br />
50 Os filmes produzi<strong>do</strong>s pela empresa foram: Painel - 1950 - <strong>do</strong>cumentário dirigi<strong>do</strong> por Lima Barreto;<br />
Santuário - 1950 - <strong>do</strong>cumentário dirigi<strong>do</strong> por Lima Barreto; Caiçara - 1950 - drama dirigi<strong>do</strong> por A<strong>do</strong>lfo<br />
Celi; Angela - 1951 - drama dirigi<strong>do</strong> por Abílio Pereira <strong>de</strong> Almeida e Tom Payne; Terra é sempre terra -<br />
1951 - drama dirigi<strong>do</strong> por Tom Payne; Apassionata - 1952 - drama dirigi<strong>do</strong> por Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Barros;<br />
Veneno - 1952 - drama dirigi<strong>do</strong> por Gianni Pons; Tico-Tico no Fubá - 1952 - drama biográfico dirigi<strong>do</strong><br />
por A<strong>do</strong>lfo Celi; Sai da frente - 1952 - comédia dirigida por Abílio Pereira <strong>de</strong> Almeida; Nadan<strong>do</strong> em<br />
dinheiro - 1952 - comédia dirigida por Abílio Pereira <strong>de</strong> Almeida e Carlos Thiré; Sinhá Moça - 1953 -<br />
drama dirigi<strong>do</strong> por Tom Payne; A família Lero-lero - 1953 - comédia dirigida por Alberto Pieralise e<br />
Gustavo Nonnemberg; O cangaceiro - 1953 - drama dirigi<strong>do</strong> por Lima Barreto; Uma pulga na balança -<br />
1953 - drama dirigi<strong>do</strong> por Luciano Salce; Esquina da ilusão - 1953 - comédia dirigida por Ruggero<br />
Jacobbi; Luz apagada - 1953 - drama dirigi<strong>do</strong> por Carlos Thiré; É proibi<strong>do</strong> beijar - 1954 - comédia<br />
dirigida por Ugo Lombardi; Na senda <strong>do</strong> crime - 1954 - drama dirigi<strong>do</strong> por Flamínio Cerri; Candinho -<br />
1954 - comédia dirigi<strong>do</strong> por Abílio Pereira <strong>de</strong> Almeida; Floradas na Serra - 1954 - drama dirigi<strong>do</strong> por<br />
Luciano Salce e São Paulo em festa - 1954 - <strong>do</strong>cumentário dirigi<strong>do</strong> por Lima Barreto.
24<br />
Cangaceiro, <strong>de</strong> Lima Barreto, vence<strong>do</strong>r <strong>de</strong> melhor filme <strong>de</strong> aventura em 1953 no<br />
Festival <strong>de</strong> Cannes. A Vera Cruz conseguiu com seus filmes fazer uma contraposição<br />
aos produzi<strong>do</strong>s no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>. Entrementes, teve um curto tempo <strong>de</strong> vida, falin<strong>do</strong><br />
em 1954.<br />
Para a falência da Vera Cruz são aponta<strong>do</strong>s diversos fatores, <strong>de</strong>ntre eles a falta <strong>de</strong><br />
apoio governamental na criação <strong>de</strong> barreiras à concorrência <strong>de</strong>sigual exercida pelos<br />
filmes estrangeiros. 51 A alegação <strong>de</strong> uma fraca competição <strong>do</strong>s filmes nacionais, tanto<br />
interna, como externamente era apontada como sen<strong>do</strong> conseqüência da falta <strong>de</strong> auxílio<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que não fornecia subsídios para outros tipos <strong>de</strong> filmes, senão os educativos.<br />
Também no que significava o apoio indireto, não aumentou a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> dias <strong>de</strong><br />
exibição para os filmes nacionais nas salas <strong>de</strong> projeção.<br />
Bem se vê que a questão <strong>do</strong> financiamento da indústria cinematográfica nacional,<br />
enfrentada pela ditadura, como veremos ao longo da tese, tinha antece<strong>de</strong>ntes<br />
importantes na história recente <strong>do</strong> país.<br />
As décadas <strong>de</strong> 1960 e 1970 foram um momento fértil para o surgimento <strong>de</strong> vários<br />
movimentos artísticos e culturais que transformaram as concepções estéticas vigentes.<br />
Tal fato se <strong>de</strong>u tanto no campo cinematográfico e das artes teatrais, como no musical.<br />
Assim, nos teatros eram encenadas peças baseadas nas novas concepções <strong>do</strong> Oficina e<br />
<strong>do</strong> Arena; nos palcos, o Tropicalismo era canta<strong>do</strong> ao som das guitarras elétricas e no<br />
cinema, <strong>do</strong>is movimentos marcaram a cinematografia nacional e, no primeiro caso, a<br />
mundial: o Cinema Novo e o Cinema Marginal. 52 Observe-se que, concomitantemente<br />
ao surgimento <strong>de</strong> manifestações esteticamente notáveis, como o Cinema Novo, o<br />
<strong>de</strong>senrolar da produção cultural brasileira nos anos 1960 <strong>de</strong>u-se em um contínuo<br />
processo <strong>de</strong> massificação <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> divertimentos que, <strong>de</strong> algum mo<strong>do</strong>, foi capaz,<br />
inclusive, <strong>de</strong> abranger aquelas expressões com estéticas ousadas para o momento. 53<br />
De fato, o Cinema Novo foi o primeiro movimento <strong>de</strong> vanguarda <strong>do</strong> cinema<br />
brasileiro. Originalmente não se apresentou como escola estética, manifestan<strong>do</strong>-se<br />
coletivamente através da insatisfação <strong>de</strong> cineastas com o tipo <strong>de</strong> produção realizada<br />
pelas gran<strong>de</strong>s companhias cinematográficas. Os cineastas consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Cinema<br />
Novo tinham em comum a preocupação com problemas sociais expressa na tentativa <strong>de</strong><br />
51 CATANI, Afrânio Man<strong>de</strong>s. A aventura industrial e o cinema paulista (1930-1955). In RAMOS, Fernão.<br />
Op.cit. p. 232.<br />
52 Sobre esses tópicos, ver <strong>de</strong>ntre outros: XAVIER, Ismael. Alegorias <strong>do</strong> sub<strong>de</strong>senvolvimento: cinema<br />
novo, tropicalismo e cinema marginal. São Paulo: editora brasiliense, 1993.<br />
53 Nesse senti<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>stacar os movimentos tanto na música, com a Tropicália como no cinema,<br />
com o Cinema Marginal.
25<br />
fazer uma reflexão sobre a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional brasileira em seus filmes. Assim, temos<br />
um movimento eminentemente político que, além <strong>de</strong> pensar as questões sociais, discutiu<br />
a questão cinematográfica brasileira e, nesse senti<strong>do</strong>, procurou se contrapor à<br />
massificação <strong>do</strong>s filmes estrangeiros no Brasil.<br />
Para Jean-Clau<strong>de</strong> Bernar<strong>de</strong>t, que, além <strong>de</strong> ser um estudioso <strong>do</strong> assunto, também<br />
vivenciou o perío<strong>do</strong>,<br />
é muito difícil <strong>de</strong>finir o que é Cinema Novo. Conforme alguns historia<strong>do</strong>res, o<br />
Cinema Novo começa com Glauber Rocha, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com outros começa com<br />
Nelson Pereira, e assim por diante. Isso é normal, porque não é propriamente uma<br />
escola, um programa, mas uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> estilística, i<strong>de</strong>ológica etc.<br />
Algumas pessoas, por motivos diversos, ten<strong>de</strong>m a esten<strong>de</strong>r muito o Cinema Novo,<br />
datan<strong>do</strong> seu início em 1955, com <strong>Rio</strong> 40 graus. Outros pegam o cinema <strong>do</strong> fim <strong>do</strong>s<br />
anos 50 ao <strong>do</strong>s 70 e incluem rótulo Cinema Novo tu<strong>do</strong> que é bom. 54<br />
Em entrevista realizada em 1966, a opinião <strong>de</strong> três pessoas ligadas ao cinema<br />
<strong>de</strong>ixava clara a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> Cinema Novo. Tanto para Salvyano<br />
Cavalcanti <strong>de</strong> Paiva e Antonio Moniz Vianna, quanto para José Lino Grunewald, o que<br />
era chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Cinema Novo não dizia respeito nem a escola nem a estética, estan<strong>do</strong><br />
mais relaciona<strong>do</strong> a um “impulso cria<strong>do</strong>r”. 55<br />
Embora atualmente essa discussão já se encontre bastante estudada e superada, é<br />
importante retomá-la para enten<strong>de</strong>r o papel <strong>de</strong>ssa estética cinematográfica, bem como o<br />
posicionamento que os cinestas liga<strong>do</strong>s a ela vão tomar durante o governo militar e se<br />
posicionar frente aos incentivos estatais.<br />
Ten<strong>de</strong>-se a marcar as primeiras discussões em torno <strong>de</strong> novas possibilida<strong>de</strong>s para<br />
o cinema nacional no I Congresso Paulista <strong>de</strong> Cinema Brasileiro e no I Congresso<br />
Nacional <strong>do</strong> Cinema Brasileiro, os <strong>do</strong>is ocorri<strong>do</strong>s em 1952. Em 1955, foi lança<strong>do</strong> o<br />
filme <strong>Rio</strong> 40 graus, <strong>de</strong> Nelson Pereira <strong>do</strong> Santos, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por muitos estudiosos<br />
como o marco inaugural <strong>do</strong> Cinema Novo. 56 A primeira tomada <strong>do</strong> filme mostra<br />
panoramicamente a “bela” cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, no entanto, a câmera aporta em<br />
uma favela, surpreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os especta<strong>do</strong>res ao mostrar o cotidiano das camadas<br />
54 Folha <strong>de</strong> São Paulo. 07 <strong>de</strong> mar. 1993. Ca<strong>de</strong>rno Mais. p. 6.<br />
55 Filme Cultura. nov/<strong>de</strong>z. 1966. “A crítica ao Cinema Novo”.<br />
56 Ver <strong>de</strong>ntre outros: LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro: das origens a retomada. São Paulo:<br />
Perseu Abramo, 2005. MALAFAIA, Wolney Vianna. De chumbo e <strong>de</strong> ouro: política cultural <strong>de</strong> cinema<br />
em tempos sombrios (1974 -1979). <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> PPGHIS/<strong>UFRJ</strong>, 1996.<br />
ABREU, Nuno Cesar. Boca <strong>do</strong> lixo: cinema e classes populares. Campinas: editora da UNICAMP, 2006.
1962. 58 É oportuno lembrar que Nelson Pereira <strong>do</strong>s Santos foi influencia<strong>do</strong><br />
26<br />
excluídas da população nas enormes telas <strong>de</strong> cinema. 57 Conquanto a historiografia<br />
clássica <strong>do</strong> cinema nacional continue a estabelecer os filmes <strong>Rio</strong> 40 graus (1955) e <strong>Rio</strong>,<br />
Zona Norte (1957), ambos <strong>de</strong> Nelson Pereira <strong>do</strong>s Santos, como precursores <strong>do</strong> Cinema<br />
Novo, há um marca<strong>do</strong> distanciamento entre eles e o movimento que eclodiu a partir <strong>de</strong><br />
principalmente pelo movimento <strong>do</strong> neo-realismo italiano 59 que <strong>de</strong>stacou importantes<br />
cineastas (como Vittorio <strong>de</strong> Sica e Roberto Rosseline) ten<strong>do</strong> como uma <strong>de</strong> suas<br />
características o uso <strong>de</strong> cenas da realida<strong>de</strong> popular.<br />
O cineasta Glauber Rocha tentou localizar as origens <strong>do</strong> Cinema Novo em uma<br />
tradição <strong>de</strong> mais longa data. Segun<strong>do</strong> Glauber, o início <strong>do</strong> movimento passou pelos<br />
filmes da década <strong>de</strong> 1930, dirigi<strong>do</strong>s por Humberto Mauro. No entanto, os cineastas<br />
filia<strong>do</strong>s ao grupo <strong>do</strong> Cinema Novo se caracterizavam pela completa ruptura com o<br />
movimento cinematográfico anterior, principalmente no que concerne às chanchadas. 60<br />
Embora possamos apontar a existência <strong>de</strong> filmes que se contrapunham à lógica<br />
merca<strong>do</strong>lógica, como Limite (1931), <strong>de</strong> Mario Peixoto – marco <strong>do</strong> cinema experimental<br />
– i<strong>de</strong>ntificamos cineastas isola<strong>do</strong>s e não um pensamento <strong>de</strong> vanguarda, como ocorreu<br />
com os cinemanovistas. 61<br />
Quem tomou a frente <strong>do</strong> movimento no campo político foi Glauber Rocha, ao<br />
lançar, em 1965, o manifesto intitula<strong>do</strong> Estética da Fome, no qual discutia a forma<br />
como a socieda<strong>de</strong> latino-americana se entendia e era entendida. A fome apresentada por<br />
Glauber era <strong>de</strong> alimento, pois esse era um <strong>do</strong>s temas recorrentes <strong>do</strong> Cinema Novo.<br />
A<strong>de</strong>mais, o manifesto tentou expressar a “fome”, ou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultura da<br />
socieda<strong>de</strong> latino-americana. Não sem razão o movimento teve ligação com as idéias <strong>de</strong><br />
Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, autor <strong>do</strong> Manifesto Antropofágico, <strong>de</strong> 1928.<br />
Não é somente um sintoma alarmante: é o nervo <strong>de</strong> sua própria socieda<strong>de</strong>. Aí resi<strong>de</strong><br />
a trágica originalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Cinema Novo diante <strong>do</strong> cinema mundial: nossa<br />
57 O filme narra à história <strong>de</strong> cinco garotos <strong>de</strong> uma favela que, num <strong>do</strong>mingo <strong>de</strong> sol na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong> ven<strong>de</strong>m amen<strong>do</strong>im em Copacabana, no Pão <strong>de</strong> Açúcar e em jogos <strong>de</strong> futebol.<br />
58 Sobre essa discussão ver: NAPOLITANO, Marcos. A arte engajada e seus públicos. In Estu<strong>do</strong>s<br />
históricos. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: n. 28, 2001.<br />
59 FABRIS, Mariarosaria. Nelson Pereira <strong>do</strong>s Santos: um olhar neo-realista? São Paulo: Editora da<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo, 1994.<br />
60 ROCHA, Glauber. Revisão crítica <strong>do</strong> cinema brasileiro. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Editora civilização brasileira,<br />
1963. pp. 21-34.<br />
61 A Cinemateca Brasileira, em 1988, promoveu uma pesquisa com os principais críticos <strong>do</strong> Brasil, no<br />
qual Limite foi escolhi<strong>do</strong> o melhor filme nacional <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tempos.
27<br />
originalida<strong>de</strong> é nossa fome e nossa maior miséria é que esta fome, sen<strong>do</strong> sentida, não<br />
é compreendida. Nós compreen<strong>de</strong>mos esta fome que o europeu e o brasileiro na<br />
maioria não enten<strong>de</strong>u. Para o europeu, é um estranho surrealismo tropical. Para o<br />
brasileiro, é uma vergonha nacional. Ele não come, mas tem vergonha <strong>de</strong> dizer isto;<br />
e, sobretu<strong>do</strong>, não sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem esta fome. Sabemos nós que fizemos estes filmes<br />
feios e tristes, estes filmes grita<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> nem sempre a razão falou<br />
mais alto, que a fome não será curada pelos planejamentos <strong>de</strong> gabinete e que os<br />
remen<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tecnicolor não escon<strong>de</strong>m, mas agravam seus tumores. Assim, somente<br />
uma cultura da fome, minan<strong>do</strong> suas próprias estruturas, po<strong>de</strong> superar-se<br />
qualitativamente: e a mais nobre manifestação cultural da fome é a violência. 62<br />
Embora seja arrisca<strong>do</strong> compor uma cronologia <strong>do</strong> Cinema Novo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a várias<br />
divergências <strong>de</strong> pensamento, como pu<strong>de</strong>mos notar, uma bem estruturada periodização<br />
<strong>do</strong> movimento po<strong>de</strong> ser encontrada no livro <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r Sidney Leite. Ten<strong>do</strong> a década<br />
<strong>de</strong> 1960 como referência, este autor marca três momentos <strong>do</strong> Cinema Novo. O primeiro<br />
entre os anos <strong>de</strong> 1962 e 1964, perío<strong>do</strong> caracteriza<strong>do</strong> como nacional-crítico, no qual os<br />
filmes buscavam evidências no universo rural da violência, da opressão política e <strong>do</strong><br />
aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
A segunda fase, <strong>de</strong>limitada entre os anos 1965 e 1966, foi marcada pelas lesões<br />
ocorridas com golpe civil-militar <strong>de</strong> 1964. Nesse perío<strong>do</strong>, a estética <strong>do</strong>s filmes mu<strong>do</strong>u e<br />
a imagem <strong>do</strong> campo foi substituída pela da cida<strong>de</strong>. As obras lançadas nesse ínterim<br />
abordaram temáticas majoritariamente políticas. Por fim, a terceira fase aconteceu entre<br />
os anos <strong>de</strong> 1967 e 1969 e foi sublinhada pela crítica <strong>do</strong>s cinemanovistas aos seus<br />
próprios trabalhos. 63<br />
Uma questão importante ao tratar <strong>do</strong> Cinema Novo é o fato <strong>de</strong> que, naquele<br />
momento, houve uma integração mais profícua entre o cinema e outros campos<br />
artísticos, notadamente a música, principalmente com o movimento Tropicalista e com<br />
o teatro, no Centro <strong>de</strong> Cultura Popular (CPC) da UNE. Também é notório que os<br />
cineastas envolvi<strong>do</strong>s com o Cinema Novo tentaram, com Glauber Rocha à frente,<br />
aprofundar a forma <strong>de</strong> pensar a produção cinematográfica, bem como to<strong>do</strong>s os<br />
elementos relaciona<strong>do</strong>s à esfera da criação no universo <strong>do</strong> cinema. Um bom exemplo<br />
sintetiza<strong>do</strong>r da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se pensar uma nova forma <strong>de</strong> criação ficou eterniza<strong>do</strong><br />
na sempre repetida frase <strong>de</strong> Glauber “uma câmara na mão e uma idéia na cabeça”. 64<br />
Embora o Cinema Novo tenha consegui<strong>do</strong> a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> um público mais<br />
intelectualiza<strong>do</strong>, os filmes não foram sucesso <strong>de</strong> bilheteria, o que acelerou a <strong>de</strong>cadência<br />
62 ROCHA, Glauber. Uma estética da fome. Revista Civilização brasileira. Ano. 1. n. 3. Julho <strong>de</strong> 1965.<br />
63 LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro: Op. cit. pp. 98-105.<br />
64 Para saber mais ver: MALAFAIA, Wolney Vianna. De chumbo e <strong>de</strong> ouro: política cultural <strong>de</strong> cinema<br />
em tempos sombrios (1974-1979). Op. cit.
28<br />
<strong>do</strong> movimento. No entanto, um <strong>do</strong>s maiores responsáveis pela queda na produção <strong>de</strong><br />
filmes comprometi<strong>do</strong>s com o Cinema Novo foi o custo relativamente alto que as<br />
produções passaram a exigir. Vale lembrar que, em fins <strong>do</strong>s anos 1960, os filmes<br />
passaram a ser produzi<strong>do</strong>s com cor. No entanto, o manifesto apresenta<strong>do</strong> em 1965 por<br />
Glauber Rocha <strong>de</strong>ixou claro que o germe <strong>do</strong> Cinema Novo seria o lega<strong>do</strong> <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> pelo<br />
movimento:<br />
O Cinema Novo não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se efetivamente enquanto permanecer<br />
marginal ao processo econômico e cultural <strong>do</strong> continente latino-americano; além <strong>do</strong><br />
mais, porque o Cinema Novo é um fenômeno <strong>do</strong>s povos novos e não uma entida<strong>de</strong><br />
privilegiada <strong>do</strong> Brasil: on<strong>de</strong> houver um cineasta disposto a filmar a verda<strong>de</strong>, e a<br />
enfrentar os padrões hipócritas e policialescos da censura intelectual, aí haverá um<br />
germe vivo <strong>do</strong> Cinema Novo. On<strong>de</strong> houver um cineasta disposto a enfrentar o<br />
comercialismo, a exploração, a pornografia, o tecnicismo, aí haverá um germe <strong>do</strong><br />
Cinema Novo. On<strong>de</strong> houver um cineasta, <strong>de</strong> qualquer ida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> qualquer<br />
procedência, pronto a pôr seu cinema e as sua profissão a serviço das causas<br />
importantes <strong>do</strong> seu tempo, aí o haverá um germe <strong>do</strong> Cinema Novo. A <strong>de</strong>finição é<br />
esta e por esta <strong>de</strong>finição o Cinema Novo se marginaliza da indústria porque o<br />
compromisso <strong>do</strong> Cinema Industrial é com a mentira e com a exploração. 65<br />
Embora o manifesto tenha um tom <strong>de</strong>nuncista, foi bem aceito pela<br />
intelectualida<strong>de</strong>, pois estava conecta<strong>do</strong> com os movimentos <strong>de</strong> tendências mais<br />
esquerdistas pelo mun<strong>do</strong>. A crítica feita no texto não diz respeito apenas à questão da<br />
estética cinematográfica, mas é também fundamentalmente uma visão politizada sobre a<br />
socieda<strong>de</strong> latino-americana.<br />
Em contraposição aos filmes <strong>do</strong> Cinema Novo surgiu em São Paulo, em fins da<br />
década <strong>de</strong> 1960 e começo <strong>de</strong> 1970, um movimento inova<strong>do</strong>r que levou o público<br />
novamente às salas <strong>de</strong> projeção. Os filmes, oriun<strong>do</strong>s da região paulista conhecida como<br />
“Boca <strong>do</strong> Lixo”, marcaram uma nova estética cinematográfica e ficaram conheci<strong>do</strong>s<br />
como Cinema Marginal. O espaço urbano, nas imediações da Estação da Luz, on<strong>de</strong><br />
estavam localiza<strong>do</strong>s tradicionalmente os escritórios <strong>de</strong> produtores, distribui<strong>do</strong>ras e<br />
diretores, também ficou famoso pelas boates e pela zona <strong>de</strong> meretrício.<br />
O Cinema Marginal originou-se <strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos <strong>do</strong> Cinema Novo, mas com<br />
uma clara crítica ao movimento que o prece<strong>de</strong>u. Os cineastas liga<strong>do</strong>s ao “marginal”<br />
ultrapassaram o significa<strong>do</strong> da experimentação e <strong>de</strong>scambaram para a representação da<br />
marginalida<strong>de</strong> e <strong>do</strong> amoralismo. 66 O marco funda<strong>do</strong>r foi o filme Bandi<strong>do</strong> da Luz<br />
65 ROCHA, Glauber. Uma estética da fome. Op. cit.<br />
66 Sobre o Cinema Marginal ver, entre outros: RAMOS, Fernão. Cinema Marginal (1968/1973): a<br />
representação em seu limite. São Paulo: Brasiliense, 1987. XAVIER, Ismael. Alegorias <strong>do</strong><br />
sub<strong>de</strong>senvolvimento. Op. cit.
29<br />
Vermelha, <strong>de</strong> 1968, <strong>do</strong> diretor Rogério Sganzerla. 67 O Cinema Marginal não contou<br />
com uma coesão interna, não sen<strong>do</strong>, portanto, reconheci<strong>do</strong> como um grupo. As<br />
produções foram marcadas pelo baixo custo e por inova<strong>do</strong>ras formas <strong>de</strong> trabalhar um<br />
filme, que sublinhou uma nova possibilida<strong>de</strong> estética frente ao Cinema Novo e se<br />
diferenciou também <strong>do</strong>s padrões das clássicas chanchadas.<br />
Sem dúvida o filme que inaugura o Cinema Marginal tem um mote claramente<br />
político. A obra cinematográfica teve o mérito <strong>de</strong> ser produzida em 1968, justamente<br />
quan<strong>do</strong> houve um endurecimento <strong>do</strong> regime. A frase <strong>de</strong> Jorginho, personagem principal<br />
<strong>do</strong> filme, dá o tom <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong>: “quan<strong>do</strong> a gente não po<strong>de</strong> fazer nada, a gente<br />
avacalha e se esculhamba.”<br />
Essa obra foi semente para o nascimento <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> filmes classifica<strong>do</strong>s<br />
como marginais ou também chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cinema <strong>de</strong> invenção. As novas possibilida<strong>de</strong>s<br />
foram aproveitadas por outra vertente <strong>de</strong> cineastas que produziram obras com conteú<strong>do</strong><br />
erótico. 68<br />
Assim, se o primeiro movimento <strong>do</strong>s marginais percorreu a via <strong>do</strong> <strong>de</strong>boche e da<br />
contracultura, ele ficaram posteriormente marca<strong>do</strong>s pela produção que se <strong>de</strong>senvolveu<br />
em São Paulo. Os filmes da Boca <strong>do</strong> Lixo tinham como temáticas recorrentes o<br />
adultério, a homossexualida<strong>de</strong>, o tráfico <strong>de</strong> drogas, a bissexualida<strong>de</strong>, as taras sexuais e a<br />
violência. O tipo <strong>de</strong> filme emblemático foi a comédia erótica, conhecida como<br />
pornochanchada. A produção aliava a comédia <strong>de</strong> costumes, característica das<br />
chanchadas <strong>do</strong>s anos 1950, com picardia e erotismo, temperos básicos <strong>do</strong>s filmes<br />
originários da Boca <strong>do</strong> Lixo. De fato, a expressão pornochanchada reuniu um amplo<br />
conjunto <strong>de</strong> filmes bastante diversifica<strong>do</strong>s, que tinham como temática principal a<br />
lubricida<strong>de</strong>. 69<br />
Vale notar que o impulso para que a Boca <strong>do</strong> Lixo produzisse filmes com teor<br />
erótico veio <strong>do</strong> sucesso alcança<strong>do</strong> por duas comédias cariocas: Os paqueras (1969) e<br />
Memórias <strong>de</strong> um gigolô. 70<br />
A pornochanchada serviu como uma escola para o cinema nacional e dividia-se<br />
67 Sobre o impacto <strong>de</strong>ste filme é interessante o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Lucia Murat em: MURAT, Lúcia.<br />
Depoimento: cinema e história. In 1964- 2004: 40 anos <strong>do</strong> golpe: ditadura e resistência no Brasil. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: 7letras, 2004. pp. 389-394.<br />
68 ABREU, Nuno Cesar. Boca <strong>do</strong> lixo: cinema e classes populares. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.<br />
pp. 37-40.<br />
69 ABREU, Nuno César. Verbete: pornochanchada. In RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe. (org)<br />
Enciclopédia <strong>do</strong> cinema brasileiro. São Paulo: SENAC, 2000. pp. 431-433.<br />
70 ABREU, Nuno Cesar. Boca <strong>do</strong> lixo: cinema e classes populares. Campinas: editora da UNICAMP,<br />
2006. p. 43.
30<br />
em diversos subgêneros, como o pornodrama, o pornoterror, o pornopolicial,<br />
pornoaventura e o pornowestern.<br />
A discussão acerca <strong>do</strong> sucesso alcança<strong>do</strong> pelas pornochanchadas esteve presente<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento <strong>do</strong> surgimento <strong>de</strong>sses filmes no cenário cinematográfico. Para José<br />
Avellar,<br />
as comédias eróticas faziam sucesso em toda a parte porque o público <strong>de</strong> cinema<br />
estava cansa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ver a câmara se <strong>de</strong>sviar para o mar agita<strong>do</strong> ou para as chamas da<br />
lareira na hora em que o mocinho e a mocinha trocam um beijo mais prolonga<strong>do</strong>. Os<br />
casais sempre foram muito bem cobertos por lençóis e certamente daí nasceu esta<br />
linguagem indireta que caracteriza a pornochanchada: nada se mostra, mas tu<strong>do</strong> se<br />
enten<strong>de</strong>. 71<br />
No seu início, a pornochanchada era <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> pouca malícia, mas com o passar<br />
<strong>do</strong> tempo foi mostran<strong>do</strong> cada vez mais o corpo feminino e masculino e apelan<strong>do</strong> para<br />
piadas elementares <strong>de</strong> duplo senti<strong>do</strong>. O não dito estava subentendi<strong>do</strong>, tanto no título <strong>do</strong>s<br />
filmes, como nos diálogos proferi<strong>do</strong>s. Por exemplo, títulos como Cada um dá o que<br />
tem, Um varão entre as mulheres e As secretárias que fazem <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, que aguçavam o<br />
especta<strong>do</strong>r a saber o que cada um dá ou qual seria o árduo trabalho das secretárias 72 , ou<br />
seja, tanto os títulos, quanto os diálogos eram feitos para chamar a atenção <strong>do</strong> público<br />
acerca da ambivalência das mensagens contidas nas películas.<br />
A pornochanchada ficou, por distintos motivos, sob a mira <strong>de</strong> parcelas moralistas<br />
da socieda<strong>de</strong> e críticos cinematográficos. Para parcelas moralistas da socieda<strong>de</strong>, os<br />
filmes eram moralmente reprováveis em uma comunida<strong>de</strong> na qual prevalecia a ética<br />
cristã; já para os críticos cinematográficos, os filmes eram mal acaba<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> péssima<br />
qualida<strong>de</strong> artística.<br />
No entanto, as comédias eróticas tinham gran<strong>de</strong> apelo popular e foram muito<br />
produzidas, tornan<strong>do</strong>-se um filão <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, pois os filmes eram sucesso <strong>de</strong> público.<br />
Um exemplo <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> sucesso das pornochanchadas po<strong>de</strong> ser verifica<strong>do</strong> nas<br />
estatísticas localizadas entre os anos <strong>de</strong> 1970 e 1975: das 25 maiores bilheterias, 9 eram<br />
pornochanchadas, com <strong>de</strong>staque para o filme <strong>de</strong> Pedro Carlos Rovai, A viúva virgem.<br />
Lança<strong>do</strong> em 1972, ficou em cartaz durante sete semanas e alcançou um público <strong>de</strong><br />
2.549.741 pessoas. 73<br />
71 AVELLAR, José Carlos. A pornochanchada: uma solução típica e natural. In Revista <strong>de</strong> cultura Vozes.<br />
Vol. LXX. Maio <strong>de</strong> 1976. n. 4. p. 27.<br />
72 I<strong>de</strong>m. p.28.<br />
73 ABREU, Nuno César. Verbete: pornochanchada. In RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe. Op.<br />
cit.
31<br />
Durante os anos 1970 e 1980 as comédias eróticas nacionais alcançaram gran<strong>de</strong><br />
sucesso nos cinemas. No entanto, com a entrada cada vez maior <strong>de</strong> filmes estrangeiros<br />
<strong>de</strong> teor libidinoso nas salas <strong>de</strong> projeção <strong>do</strong> Brasil, o cinema da Boca <strong>do</strong> Lixo foi<br />
entran<strong>do</strong> em crise. A chegada <strong>de</strong> mais filmes estrangeiros trouxe <strong>de</strong> volta a discussão<br />
sobre a hegemonia <strong>do</strong> cinema norte-americano no Brasil. A esse respeito, um <strong>do</strong>s<br />
principais pensa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> cinema brasileiro, Paulo Emílio Sales Gomes, teria dito antes<br />
<strong>de</strong> morrer: “prefiro a pior pornochanchada brasileira ao melhor filme <strong>de</strong> arte <strong>de</strong> origem<br />
estrangeira. Prefiro ver uma coisa nossa, mesmo que <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>, a assistir uma<br />
obra prima que pouco ou nada tenha a ver com o povo brasileiro.” 74<br />
Durante a década <strong>de</strong> 1980 o cinema passou por uma gran<strong>de</strong> crise, <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong><br />
corrupção na principal financia<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> cinema (Embrafilme) e, como vimos, a<br />
<strong>de</strong>cadência <strong>do</strong>s filmes da Boca <strong>do</strong> Lixo tiraram o público frequenta<strong>do</strong>r das salas<br />
cinematográficas.<br />
Esse panorama <strong>do</strong> cinema nacional é importante para nossa análise porque, em<br />
vários momentos, essa produção cinematográfica se chocou com a censura. Além disso,<br />
é essencial notar como o Esta<strong>do</strong> teve um papel fundamentalmente importante, tanto na<br />
construção <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> cinema, quanto na formação <strong>de</strong> um público assíduo nas<br />
salas em que estivessem sen<strong>do</strong> exibi<strong>do</strong>s os filmes nacionais.<br />
A valorização da estética <strong>do</strong> pobre, <strong>do</strong> ruim, <strong>do</strong> feio, em que ecoava certa “alma<br />
<strong>do</strong> povo” brasileiro, foi uma questão que se impôs entre o cinema e a ditadura militar, já<br />
que no i<strong>de</strong>ário <strong>do</strong> regime também esteve contemplada a questão da folclorização <strong>do</strong>s<br />
hábitos nacionais. Se, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, havia essa idéia, <strong>de</strong> outro observa-se uma tentativa <strong>de</strong><br />
formar um “Brasil gran<strong>de</strong>”, tanto econômica, quanto socialmente. Nesse senti<strong>do</strong>, as<br />
agências <strong>de</strong> propaganda <strong>de</strong>sempenharam muito bem o papel <strong>de</strong> produtoras <strong>de</strong> um<br />
discurso que privilegiava as belezas naturais e o folclore “genuinamente” nacional<br />
recorren<strong>do</strong> ao cinema e à TV para atingir o especta<strong>do</strong>r 75<br />
De fato havia durante a ditadura a valorização <strong>do</strong> que era nacional, no entanto era<br />
um nacional glamoriza<strong>do</strong> e pouco crítico. Nesse senti<strong>do</strong>, nas principais campanhas da<br />
Aerp percebe-se que <strong>de</strong>terminadas temáticas foram recorrentes, como a questão da<br />
“construção” e da “reconstrução”. Caberia ao novo governo promover a reconstrução da<br />
socieda<strong>de</strong> brasileira <strong>de</strong>sse novo tempo, posto que, para os militares, o país vivia um<br />
74 Folhetim. 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1979.<br />
75 FICO, Carlos. Reiventan<strong>do</strong> o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: FGV, 1997. pp. 73-88.
32<br />
momento <strong>de</strong> crise moral e material. 76<br />
A valorização <strong>do</strong> nacional nesse senti<strong>do</strong> leva a acreditar que os militares<br />
pensavam a socieda<strong>de</strong> como pouco crítica e sem vonta<strong>de</strong> própria. A busca por um<br />
nacionalismo era perseguida e foi exaltada em momentos específicos como no<br />
sesquicentenário da in<strong>de</strong>pendência ou quan<strong>do</strong> da conquista da copa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
futebol em 1970. 77<br />
Nesse senti<strong>do</strong> a estética da fome vai <strong>de</strong> encontro a esse objetivo da ditadura<br />
militar. Se por um la<strong>do</strong> o Cinema Novo colocou o conteú<strong>do</strong> nacional, por outro expôs<br />
nas telas cinematográficas um país pouco conheci<strong>do</strong> da maioria <strong>do</strong>s brasileiros. Assim,<br />
são impactantes filmes como o <strong>de</strong> Glauber Rocha, Deus e o diabo na terra <strong>do</strong> sol que<br />
marca um diálogo direto <strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r com o expecta<strong>do</strong>r e não é <strong>de</strong>scola<strong>do</strong> da realida<strong>de</strong><br />
social na qual o filme foi construí<strong>do</strong>. Um <strong>do</strong>s momentos mais claros <strong>de</strong>ssa ligação é<br />
quan<strong>do</strong> da morte <strong>do</strong> cangaceiro Corisco; ele cai <strong>de</strong> braços abertos e com a espada na<br />
mão grita: “mais forte são os po<strong>de</strong>res <strong>do</strong> povo”. 78<br />
Vale mencionar que este filme foi produzi<strong>do</strong> em 1964, justamente no acirrar tanto<br />
<strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> esquerda como <strong>de</strong> direita. Glauber consegue nele marcar os<br />
principais princípios da estética da fome, pois<br />
num só golpe, o estilo cinematográfico se afina as condições <strong>de</strong> sua<br />
produção, marca sua posição estético i<strong>de</strong>ológica ao cinema <strong>do</strong>minante, dá<br />
ensejo a que a própria textura <strong>do</strong> filme expresse o sub<strong>de</strong>senvolvimento que o<br />
condiciona e transforma a sua precarieda<strong>de</strong> técnica, <strong>de</strong> obstáculo, em fonte da<br />
sua riqueza <strong>de</strong> significações. 79<br />
Também quan<strong>do</strong> pensamos nos filmes produzi<strong>do</strong>s pelo Boca <strong>do</strong> Lixo não<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>scolá-lo <strong>de</strong> um momento específico em que parte <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> vivia, pois a<br />
década <strong>de</strong> 1960/70 foi justamente a que marcou pela revolução cultural. Revolução que<br />
começou a partir <strong>de</strong> novas formas familiares inician<strong>do</strong> as transformações que<br />
modificariam as relações sociais em várias partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. 80 Assim, a revolução<br />
sexual diretamente e o pensamento <strong>de</strong> especialistas como Reich (que dava importância a<br />
livre expressão sexual) auxiliaram a produção <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> cunho erótico.<br />
Embora essas obras marcassem claramente a comédia <strong>de</strong> costumes brasileira,<br />
76 I<strong>de</strong>m. p. 121.<br />
77 Sobre as comemorações <strong>do</strong> sesquicentenário ver:<br />
78 XAVIER, Ismael. Sertão mar: Glauber Rocha e a estética da fome. São Paulo: Cosacnaify, 2007. p.88.<br />
79 I<strong>de</strong>m. p. 112.<br />
80 HOBASBAWN, Eric. Era <strong>do</strong>s extremos: o breve século XX (1914 – 1991). São Paulo: Companhia das<br />
letras, 1995. pp. 314-336.
33<br />
apresentaram conteú<strong>do</strong> que iam <strong>de</strong> encontro aos objetivos <strong>do</strong> regime militar; o <strong>de</strong> pensar<br />
uma socieda<strong>de</strong> moralmente sadia.<br />
A legitimação da DCDP frente a socieda<strong>de</strong> vai acontecer justamente pela noção da<br />
proteção da família contra os novos padrões sociais que se impunham em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />
Dessa forma, tanto a estética da fome quanto os filmes eróticos tiveram impacto<br />
na censura posto que as imagens que apareciam nas salas <strong>de</strong> projeção eram contrárias<br />
aos objetivos mais gerais <strong>do</strong> regime militar.<br />
De qualquer forma, po<strong>de</strong>mos apreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ste panorama <strong>do</strong> cinema nacional que<br />
embora com conflitos sobre o que <strong>de</strong>veria ser filma<strong>do</strong>, a relação entre financiamento<br />
estatal e produção cinematográfica durante o perío<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong> foi bastante frutífera.
34<br />
Capítulo II - A questão da política cultural<br />
To<strong>do</strong> o movimento cinematográfico surgi<strong>do</strong> nos anos 1960 foi marca<strong>do</strong> pelo<br />
<strong>de</strong>bate sobre a questão <strong>do</strong> financiamento público. A produção cinematográfica, pelo<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas que engloba e o seu complica<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção, é uma<br />
tarefa que exige volumosos recursos financeiros. A proposta <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo para o<br />
cinema brasileiro esteve presente em várias discussões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1930. Nesse<br />
senti<strong>do</strong>, uma questão latente na década <strong>de</strong> 1950 e 60 versava sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
financiamento público para a arte cinematográfica.<br />
As políticas voltadas para o financiamento das ativida<strong>de</strong>s artísticas e culturais<br />
sempre foram controversas. Para Isaura Botelho, as condições históricas da formação <strong>de</strong><br />
cada país são fatores importantes para enten<strong>de</strong>r a maneira como aconteceu a<br />
organização das estruturas governamentais <strong>de</strong> apoio e financiamento à cultura. 81<br />
Também para a autora, existem duas formas prepon<strong>de</strong>rantes <strong>de</strong> financiamento à<br />
arte: o financiamento direto <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o financiamento priva<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, existe<br />
um país representante <strong>de</strong> cada forma <strong>de</strong> investimento. O primeiro seria a França “on<strong>de</strong> a<br />
tradição <strong>de</strong> sustentação das artes era vista como responsabilida<strong>de</strong> normal <strong>do</strong> governo,<br />
legan<strong>do</strong> como herança aos tempos mo<strong>de</strong>rnos a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa suposição.” 82<br />
Em contraposição à visão francesa e como representante <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong><br />
financiamento às artes estariam os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América. O país sempre se<br />
mostrou contrário ao financiamento público das artes. A lógica americana seria a <strong>de</strong><br />
que a arte é um negócio e que <strong>de</strong>veria se auto-sustentar como qualquer outro.<br />
A autora ressalta que, a partir <strong>do</strong> fim da Segunda Guerra Mundial, foi cria<strong>do</strong> nos<br />
EUA o National En<strong>do</strong>wment for the Arts, agência concebida para o financiamento <strong>do</strong><br />
campo artístico. Entretanto, a presença <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong> na manutenção da produção<br />
cultural continua sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> longe a principal forma <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> recursos pela<br />
categoria artística. Esses investimentos priva<strong>do</strong>s ocorrem por uma ação indireta <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>, a partir da renúncia fiscal. 83<br />
Para Brunner, ao se fazer política cultural, há ao menos <strong>do</strong>is planos distintos, o<br />
primeiro é a política cultural que acontece no cotidiano, no campo da esfera privada e o<br />
81 BOTELHO, Isaura. Romance <strong>de</strong> formação: Funarte e política cultural 1976-1900. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>:<br />
Edições Casa <strong>de</strong> Rui Barbosa, 2000. p. 31.<br />
82 I<strong>de</strong>m.<br />
83 Ib<strong>de</strong>m. p. 34.
35<br />
segun<strong>do</strong> é da política macro social, pública. Enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que políticas culturais são<br />
intentos <strong>de</strong> intervención <strong>de</strong>liberada, com los médios apropria<strong>do</strong>s, em la esfera <strong>de</strong><br />
constitución pública, macrosocial e institucional <strong>de</strong> la cultura, com el fin <strong>de</strong> obtener<br />
efectos busca<strong>do</strong>s. Son, por lo general, formas <strong>de</strong> intervención que tien<strong>de</strong>n a operar<br />
sobre el nível organizacional <strong>de</strong> la cultura; preparación y carrera <strong>de</strong> los agentes,<br />
distribución y organización <strong>de</strong> los médios, renovación <strong>de</strong> los médios, formas<br />
institucionales <strong>de</strong> la producción y circulación <strong>de</strong> bienes simbólicos. 84<br />
Po<strong>de</strong>mos dividir as ações <strong>do</strong> regime em <strong>do</strong>is momentos. O primeiro <strong>de</strong> 1969 a<br />
1975. Neste perío<strong>do</strong> existiram alguns empreendimentos isola<strong>do</strong>s como a criação <strong>do</strong><br />
Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cultura e da Embrafilme, mas não houve diretrizes claras sobre o<br />
que significava uma política cultural. Um <strong>do</strong>s programas que mostrou com mais niti<strong>de</strong>z<br />
a falta <strong>de</strong> diretriz central para a cultura foi <strong>do</strong> PAC (Programa <strong>de</strong> Ação Cultural).<br />
Lança<strong>do</strong> em 1973, o PAC surgiu enquanto Jarbas Passarinho ainda estava à<br />
frente <strong>do</strong> Ministério da Educação e Cultura (1969-1973). Segun<strong>do</strong> Miceli, o PAC veio<br />
aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma abertura <strong>de</strong> crédito para as áreas <strong>de</strong>sassistidas até aquele<br />
momento, mas, fundamentalmente, foi uma “tentativa oficial <strong>de</strong> ‘<strong>de</strong>gelo’ em relação aos<br />
meios artísticos e intelectuais. Fora implanta<strong>do</strong> com vistas a minorar a carência <strong>de</strong><br />
recursos e <strong>de</strong> pessoal da área cultural <strong>do</strong> MEC.” 85<br />
Por não ter ti<strong>do</strong> a função <strong>de</strong> formular uma política oficial <strong>de</strong> cultura, o PAC foi<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> mais uma ação emergencial <strong>do</strong> que uma diretriz <strong>de</strong> política cultural para<br />
to<strong>do</strong> o país, como garante Roberto Parreira: “o PAC foi um plano <strong>de</strong> emergência, cria<strong>do</strong><br />
no interior <strong>do</strong> DAC (Departamento <strong>de</strong> Assuntos Culturais), um <strong>de</strong>partamento que não<br />
“operacionalizava por uma or<strong>de</strong>m direta”. 86<br />
Se os primeiros anos <strong>do</strong> regime foram marca<strong>do</strong>s por iniciativas isoladas no<br />
campo cultural, especialmente quanto à atuação cinematográfica, em 1975 <strong>de</strong>u-se o<br />
auge da tentativa <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> uma política cultural com a criação <strong>do</strong> PNC (Plano<br />
Nacional <strong>de</strong> Cultura). O PNC foi o ponto culminante <strong>de</strong> um processo que teve suas<br />
raízes na criação <strong>do</strong> Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cultura.<br />
84 BRUNNER, José Joaquim. América Latina: cultura y mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. México: Grijalbo, 1992. p. 211.<br />
85 MICELI, Sergio. O processo <strong>de</strong> construção “institucional” na área <strong>de</strong> cultura fe<strong>de</strong>ral. In: MICELI,<br />
Sergio. Esta<strong>do</strong> e cultura no Brasil. São Paulo: Difel, 1984. p. 55.<br />
86 PARREIRA, Roberto. Esta<strong>do</strong> e cultura: fomento “versus” paternalismo. In: MICELI, Sergio. Esta<strong>do</strong> e<br />
cultura no Brasil. Op. cit. p. 235.
36<br />
Mais <strong>do</strong> que cumprir o papel policialesco <strong>de</strong> reprimir ou controlar, havia clara<br />
convicção <strong>do</strong> regime <strong>de</strong> que era preciso promover uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional e zelar pelos<br />
princípios consagra<strong>do</strong>s na tradição brasileira. 87<br />
De fato, no governo Geisel foram estabelecidas várias medidas no campo<br />
cultural. Sob o coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ney Braga, o MEC foi significativamente amplia<strong>do</strong> e foi<br />
implanta<strong>do</strong> o CONCINE, o Conselho Nacional <strong>de</strong> Teatro e uma das mais importantes<br />
agências existente até hoje, a FUNARTE. Po<strong>de</strong>mos perceber uma clara <strong>de</strong>finição <strong>do</strong><br />
regime militar através da atuação controlada no campo da cultura que pretendia não<br />
apenas a regulação <strong>do</strong> setor, mas fundamentalmente a reafirmação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />
cultura nacional, coroada com o PNC, em 1975. Como ressalta Miceli, foi a primeira<br />
vez que um conjunto <strong>de</strong> diretrizes foi cria<strong>do</strong> com o intuito <strong>de</strong> orientar uma política <strong>de</strong><br />
cultura nacional. 88<br />
Quan<strong>do</strong> pensamos no campo cinematográfico, po<strong>de</strong>mos dizer que inicialmente<br />
houve medidas isoladas, mas posteriormente elas foram entran<strong>do</strong> em uma sistemática<br />
mais racional, aspecto que po<strong>de</strong> ser visto até mesmo na reorientação <strong>do</strong> papel da<br />
Embrafilme na década <strong>de</strong> 1970.<br />
2.1 - Os investimentos estatais para o cinema no Brasil<br />
No Brasil, o papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no investimento cinematográfico teve uma atuação<br />
bastante <strong>de</strong>scontínua durante o século XX. Curiosamente, os <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s que se<br />
mostraram mais frutíferos para o campo artístico em termos <strong>de</strong> investimentos públicos<br />
foram as ditaduras <strong>de</strong> Vargas e a que teve início em 1964.<br />
No campo cinematográfico, a possibilida<strong>de</strong> e a forma <strong>de</strong> um planejamento por<br />
parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em relação à produção da sétima arte eram discutidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong><br />
1930 e foram recuperadas com fôlego na década <strong>de</strong> 1960, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à implantação <strong>de</strong> uma<br />
série <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s estatais que tinham como finalida<strong>de</strong> o financiamento e a regulação <strong>do</strong><br />
setor cinematográfico no país. 89<br />
87 SILVA, Van<strong>de</strong>rli Maria da. A construção da política cultural no regime militar: concepções, diretrizes<br />
e programas (1974-1978). São Paulo Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> apresentada ao Departamento <strong>de</strong><br />
Sociologia da USP, 2001. p.101.<br />
88 MICELI, Sergio. O processo <strong>de</strong> construção “institucional” na área <strong>de</strong> cultura fe<strong>de</strong>ral. In: MICELI,<br />
Sergio. Esta<strong>do</strong> e cultura no Brasil. Op. Cit.<br />
89 As entida<strong>de</strong>s estatais que vão regular a ativida<strong>de</strong> cinematográfica a partir <strong>do</strong>s anos 1960, são: o<br />
<strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema (INC) (1966) e o Conselho Nacional <strong>de</strong> Cinema (CONCINE) (1975).
37<br />
Como foi visto no primeiro capítulo, durante a década <strong>de</strong> 1930 várias instituições<br />
foram criadas no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> possibilitar a produção cultural, <strong>de</strong>ntre elas uma que dava<br />
especial atenção ao campo cinematográfico, o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema Educativo.<br />
O INCE, cria<strong>do</strong> por Roquete Pinto, 90 em 1937, visava utilizar o cinema como auxílio ao<br />
ensino e a educação popular.<br />
O <strong>Instituto</strong> fez 407 filmes, entre curtas e médias metragem, vários <strong>de</strong>les<br />
produzi<strong>do</strong>s e dirigi<strong>do</strong>s por Humberto Mauro, que posteriormente foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um<br />
<strong>do</strong>s mais importantes cineastas nacionais. 91 Os filmes <strong>do</strong> INCE buscavam, além da<br />
questão científica educacional, uma utilização <strong>do</strong>s elementos da cultura nacional<br />
procuran<strong>do</strong> valorizar aspectos liga<strong>do</strong>s à brasilida<strong>de</strong>. 92<br />
A concretização das iniciativas no campo cinematográfico mostra que o setor<br />
tornou-se, <strong>de</strong> fato, uma preocupação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Além da criação <strong>de</strong> um instituto para a<br />
produção fílmica, o INCE (1937), foram implementadas diversas leis que garantiam<br />
uma reserva <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> para filmes nacionais com a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais dias <strong>de</strong><br />
exibição. No entanto, somente a partir da década <strong>de</strong> 1950 tiveram início as tentativas <strong>de</strong><br />
implementação <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> inserção estatal no campo da produção<br />
cinematográfica fora das produções educativas. 93<br />
Nessa mesma década, vários grupos surgiram com a intenção <strong>de</strong> pensar ações para<br />
o cinema. Em 1955, foi criada a Comissão Municipal <strong>de</strong> Cinema (CMC) da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo, órgão <strong>de</strong> caráter consultivo e a Comissão Estadual <strong>de</strong> Cinema (CEC) <strong>do</strong><br />
esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. No ano seguinte, foi implementada a Comissão <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cinema<br />
(CFC), que pretendia reunir os interesses <strong>de</strong> diversos setores e buscar alternativas e<br />
propostas para a produção cinematográfica.<br />
As discussões da CFC foram frutíferas nos seus esforços e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates <strong>do</strong> grupo se<br />
originaram<br />
Também foi criada a Empresa Brasileira <strong>de</strong> Filmes (Embrafilme) (1969), entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> economia mista.<br />
Todas serão analisadas ainda neste capítulo.<br />
90 Roquete Pinto nasceu em 1884 no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>. Foi cria<strong>do</strong> em Minas Gerais e voltou para sua cida<strong>de</strong><br />
natal em 1912. Além <strong>de</strong> médico, antropólogo e professor é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s precursores <strong>do</strong> rádio no<br />
Brasil.<br />
91 Humberto Duarte Mauro nasceu no dia 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1897 em Volta Gran<strong>de</strong>, Minas Gerais. É<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s mais importantes cineastas brasileiros, ten<strong>do</strong> ti<strong>do</strong> importância tanto no cinema mu<strong>do</strong><br />
como no sonoro. Foi o principal representante <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> Cataguases. Gran<strong>de</strong> parte da sua carreira<br />
passou <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> trabalhos no INCE (<strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Cinema Educativo) Faleceu em 1983.<br />
92 GALVÃO, Elisandra. A ciência vai ao cinema: uma análise <strong>de</strong> filmes educativos e <strong>de</strong> divulgação<br />
científica <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>do</strong> Cinema Educativo. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: <strong>UFRJ</strong>/ICB, 2004. p. 22.<br />
93 Ver tabela sobre a evolução da obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filmes nacionais nos cinemas brasileiros nos anexos.
38<br />
o projeto <strong>de</strong> lei crian<strong>do</strong> o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema, a proposta <strong>de</strong> emenda<br />
à lei aduaneira para taxação ad valorem <strong>do</strong>s filmes importa<strong>do</strong>s, a proposta da<br />
transferência <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Censura para o Ministério da Educação e Cultura,<br />
a recomendação sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser cumprida a lei que tratava da<br />
remessa <strong>de</strong> lucros das distribui<strong>do</strong>ras estrangeiras para o exterior. 94<br />
Na esfera fe<strong>de</strong>ral, além da Comissão <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cinema, foram cria<strong>do</strong>s também<br />
o Grupo <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s da Indústria Cinematográfica (Geic) 95 e o Grupo Executivo da<br />
Indústria Cinematográfica (Geicine). 96<br />
O Geic, subordina<strong>do</strong> ao Ministério da Educação e Cultura, foi cria<strong>do</strong> em 1958 e<br />
era constituí<strong>do</strong> por oito membros, indica<strong>do</strong>s pelo ministro a que o órgão estava liga<strong>do</strong>,<br />
além <strong>de</strong> estar sob a presidência <strong>de</strong>ste. Tinha como objetivos precípuos a elaboração <strong>de</strong><br />
planos com caráter nacional que visassem à indústria cinematográfica e à promoção e<br />
coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sobre revisão <strong>de</strong> tarifas aduaneiras. Era responsável também<br />
por fazer a articulação entre os governos estaduais e municipais no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> medidas<br />
que pu<strong>de</strong>ssem beneficiar a indústria cinematográfica e recomendar às entida<strong>de</strong>s oficiais<br />
providências a favor da formação <strong>de</strong>sta indústria.<br />
O Geicine, cria<strong>do</strong> três anos <strong>de</strong>pois, em 1961, era um órgão subordina<strong>do</strong> à<br />
Presidência da República. Faziam parte <strong>do</strong> Geicine os representantes <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte da<br />
República, <strong>do</strong> Ministério das Relações Exteriores, <strong>do</strong> Ministério da Educação e Cultura,<br />
<strong>do</strong> Ministério da Justiça e Negócios Interiores, <strong>do</strong> Banco Nacional <strong>do</strong> Desenvolvimento<br />
Econômico, da Carteira <strong>de</strong> Crédito Agrícola e Industrial <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil, da<br />
Superintendência da Moeda e <strong>do</strong> Crédito, da Carteira <strong>de</strong> Comércio Exterior, da Carteira<br />
<strong>de</strong> Câmbio e <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Política Aduaneira.<br />
Por essa formação, po<strong>de</strong>-se perceber que a produção cinematográfica passou a<br />
ser pensada para além da esfera da cultura e mereceu a atenção <strong>de</strong> vários órgãos<br />
governamentais. Estan<strong>do</strong> sob a observação <strong>de</strong> vários representantes <strong>de</strong> órgãos volta<strong>do</strong>s<br />
para o financiamento e o crédito, po<strong>de</strong>-se supor que as produções começavam a ser<br />
pensadas como um negócio no qual o Esta<strong>do</strong> po<strong>de</strong>ria investir e intervir.<br />
As funções atribuídas ao Geicine eram amplas. Cabia ao conselho orientar a<br />
execução <strong>de</strong> planos nacionais para a produção cinematográfica brasileira, examinar e<br />
aprovar projetos referentes à indústria <strong>de</strong> cinema e fiscalizar a sua execução. Também<br />
seria responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> grupo preparar mão-<strong>de</strong>-obra especializada (técnicos e atores),<br />
94 WERNECK, Nelson. Síntese <strong>de</strong> história da cultura brasileira. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Civilização brasileira:<br />
1978. p. 82.<br />
95 Decreto n. 44.853, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1958.<br />
96 Decreto nº 50.278, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1961.
39<br />
apoiar e estimular as entida<strong>de</strong>s culturais cinematográficas, promover estu<strong>do</strong>s para<br />
facilitar os planos nacionais <strong>de</strong> cinema e supervisionar a execução <strong>de</strong> diretrizes e<br />
projetos relativos à indústria <strong>de</strong> cinema.<br />
O <strong>de</strong>creto que criava o Geicine, assina<strong>do</strong> por Jânio Quadros, subordinava-o ao<br />
po<strong>de</strong>r Executivo. No entanto, no ano seguinte o Grupo foi vincula<strong>do</strong> ao Ministério da<br />
Indústria e <strong>do</strong> Comércio. 97 Essa mudança reforça a hipótese <strong>de</strong> que o governo passou a<br />
enten<strong>de</strong>r o cinema em termos <strong>de</strong> “indústria”.<br />
Embora os governos entre 1945 e 1964 tenham ti<strong>do</strong> iniciativas para o incremento<br />
<strong>de</strong> uma indústria cinematográfica nacional, foi apenas após o golpe civil-militar,<br />
ocorri<strong>do</strong> em março <strong>de</strong> 1964, que houve, por parte <strong>do</strong> governo, amplos investimentos na<br />
área cultural, notadamente no campo cinematográfico.<br />
Se, inicialmente, os governos militares não tinham uma política cultural clara, a<br />
preocupação com a produção cinematográfica já existia, mesmo porque os grupos<br />
cria<strong>do</strong>s anteriormente já <strong>de</strong>batiam as possibilida<strong>de</strong>s para o cinema, conforme aponta o<br />
ofício envia<strong>do</strong> em 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1964, poucos dias após o golpe, por Edísio Gomes <strong>de</strong><br />
Matos, então chefe <strong>do</strong> SCDP (Serviço <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas), ao chefe <strong>de</strong><br />
polícia <strong>do</strong> D.F.S.P (Departamento <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Segurança Pública). Embora não expresse<br />
o pensamento <strong>do</strong>s militares durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>, neste ofício Gomes <strong>de</strong> Matos<br />
discorreu sobre as leis <strong>de</strong> censura que haviam si<strong>do</strong> instaladas no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1939 e<br />
tocou na questão <strong>do</strong>s produtores cinematográficos. Para ele, que pertencia ao Geicine,<br />
o problema <strong>do</strong> cinema brasileiro, à parte da questão artística, é a natureza<br />
nitidamente econômica e será resolvi<strong>do</strong> com a formação <strong>de</strong> uma “economia <strong>do</strong><br />
cinema”. Consiste essa economia <strong>do</strong> cinema em criar o governo as condições<br />
bastantes e suficientes para impedir a competição, em nosso merca<strong>do</strong>, <strong>do</strong><br />
produto estrangeiro com o produto brasileiro. 98<br />
A primeira lei que visou orientar as propostas sobre cultura nacional, após o golpe<br />
civil-militar <strong>de</strong> 1964, data <strong>de</strong> 1966, com a criação <strong>do</strong> Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cultura. 99 O<br />
Conselho foi cria<strong>do</strong> aos mol<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Educação e era dividi<strong>do</strong> em<br />
quatro setores, quais sejam: artes, letras, ciências humanas e patrimônio histórico e<br />
artístico nacional, contan<strong>do</strong> ao to<strong>do</strong> com 24 conselheiros que eram indica<strong>do</strong>s pelo<br />
97 A respeito da produção cinematográfica e as agências criadas pelo Esta<strong>do</strong> ver: SIMIS, Anita. Esta<strong>do</strong> e<br />
cinema no Brasil. São Paulo: Annablume, 1996.<br />
98 AN; Coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas; Série: Correspondência oficial; Subsérie: Ofícios <strong>de</strong> comunicação; Ofício n. 391/64-<br />
SCDP, data<strong>do</strong> <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1964. p. 5. Caixa 1. Fl. 4.<br />
99 Decreto-lei n. 74, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1966.
40<br />
presi<strong>de</strong>nte da República. 100 Segun<strong>do</strong> o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> criação, as duas principais atribuições<br />
<strong>do</strong> organismo eram elaborar um Plano Nacional <strong>de</strong> Cultura e estimular a criação <strong>de</strong><br />
Conselhos <strong>de</strong> Cultura em esta<strong>do</strong>s e municípios. 101<br />
Também em 1966, como medida que teve por base o relatório da Comissão<br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cinema, foi cria<strong>do</strong> o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema (INC). A principal<br />
função <strong>do</strong> INC era formular e executar a política governamental relativa à produção,<br />
importação, distribuição e exibição <strong>de</strong> filmes, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a indústria<br />
cinematográfica brasileira e promover o cinema brasileiro no exterior. 102<br />
A proposta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> um órgão como o INC era discutida havia vinte anos,<br />
mas foi finalmente implementada durante o regime militar, aproveitan<strong>do</strong> as discussões<br />
<strong>do</strong> Geicine. O INC incorporou o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema Educativo (INCE),<br />
fican<strong>do</strong> assim responsável pela compra e exibição <strong>do</strong>s filmes educativos, como também<br />
assumiu o Geicine. 103<br />
Embora as discussões sobre a formulação <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stinada ao<br />
crescimento da produção fílmica nacional viessem <strong>de</strong> longa data, a criação <strong>do</strong> INC não<br />
foi tão tranqüila como po<strong>de</strong> parecer, pois alguns cineastas eram contrários às propostas<br />
que tornassem o governo um financia<strong>do</strong>r <strong>do</strong> cinema nacional. Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
criação <strong>do</strong> INC em 1966 – durante a presidência <strong>de</strong> Castelo Branco –, Nelson Pereira<br />
<strong>do</strong>s Santos manifestava-se contra a origem da instituição: ele dizia não saber<br />
por qual razão o atual governo, que se diz antipaternalista, aprovou e enviou para o<br />
Congresso um projeto <strong>de</strong> autarquia fascistói<strong>de</strong>, cujo único mérito será o <strong>de</strong> polarizar<br />
as fontes <strong>de</strong> recursos para a produção cinematográfica. Temo que o cinema<br />
brasileiro, após a criação <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser livre e leve, fluente e realista<br />
para se transformar em oneroso pedinte, subvenciona<strong>do</strong> por burocratas. 104<br />
A <strong>de</strong>claração apresentada por Nelson Pereira revela a preocupação <strong>de</strong> que o INC<br />
viesse a funcionar como um orienta<strong>do</strong>r ou nortea<strong>do</strong>r da produção cinematográfica,<br />
ten<strong>do</strong> em vista que nos encontrávamos diante <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> exceção, ainda que este<br />
não tivesse atingi<strong>do</strong> seu auge repressivo.<br />
De fato, a criação <strong>do</strong> INC gerou agu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates na Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s, pois<br />
a estrutura inicial <strong>do</strong> órgão apresentava uma forte presença estatal e uma polvilhada<br />
100 CALABRE, Lia. O Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cultura: 1971- 1979. In: Estu<strong>do</strong>s Históricos. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>:<br />
FGV, 2006. n. 37. pp. 2-21.<br />
101 I<strong>de</strong>m. p. 4.<br />
102 Decreto-lei n. 43, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1966.<br />
103 SIMIS, Anita. Esta<strong>do</strong> e cinema no Brasil. São Paulo: ANNABLUME, 1996. pp. 251- 259.<br />
104 Jornal <strong>do</strong> Brasil. 14 <strong>de</strong> ago <strong>de</strong> 1966.
41<br />
participação <strong>do</strong>s setores cinematográficos. 105<br />
Durante os <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> existência, o INC baixou 112 resoluções com o objetivo<br />
<strong>de</strong> regular o setor cinematográfico, bem como instituir premiações para os filmes<br />
nacionais. Através <strong>de</strong>ssas resoluções, aumentou <strong>de</strong> forma consi<strong>de</strong>rável a<br />
obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filmes nacionais nas salas <strong>de</strong> exibição. Se, em 1969, era obrigatório<br />
que os cinemas exibissem filmes nacionais por 63 dias, quan<strong>do</strong> o INC foi extinto, em<br />
1975, a obrigatorieda<strong>de</strong> havia passa<strong>do</strong> para 112 dias. 106<br />
Além da <strong>do</strong>tação orçamentária <strong>de</strong>stinada ao <strong>Instituto</strong> anualmente, uma das fontes<br />
<strong>de</strong> recursos <strong>do</strong> INC foi a venda <strong>de</strong> bobinas <strong>de</strong> ingressos padroniza<strong>do</strong>s, que gerava o<br />
recebimento da taxa <strong>de</strong>nominada “contribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento da indústria<br />
nacional”. Essa taxa, embutida na compra da bobina, era paga por to<strong>do</strong>s os filmes que<br />
fossem <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à exibição comercial. Foi o INC que tornou obrigatório o uso <strong>de</strong><br />
ingressos padroniza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> bor<strong>de</strong>rô e <strong>de</strong> caixa em todas as salas <strong>de</strong> exibição <strong>do</strong> Brasil.<br />
Essa medida atendia a uma reivindicação <strong>do</strong>s produtores que, até então, não tinham<br />
como saber exatamente o número <strong>de</strong> ingressos vendi<strong>do</strong>s nas salas <strong>do</strong> país. 107 O uso <strong>de</strong><br />
ingressos padroniza<strong>do</strong>s também facilitou a fiscalização por parte <strong>do</strong> governo, pois<br />
tornava exata a contabilização das bilheterias <strong>do</strong>s cinemas.<br />
O INC incorporou o valor <strong>do</strong> imposto sobre a remessa <strong>de</strong> lucro, com o qual<br />
investia em produções associadas. Em seus três primeiros anos <strong>de</strong> existência, o INC<br />
participou da produção <strong>de</strong> trinta e oito películas. 108 Fora os filmes educativos<br />
financia<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação <strong>do</strong> INCE, foi a primeira vez que o Esta<strong>do</strong><br />
assumiu o efetivo papel <strong>de</strong> financia<strong>do</strong>r, se responsabilizan<strong>do</strong> pelos riscos da criação <strong>de</strong><br />
uma obra cinematográfica, pois, caso a obra fracassasse comercialmente, haveria uma<br />
perda, tanto para o produtor, quanto para o financia<strong>do</strong>r.<br />
Por ser um órgão estatal, as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> INC eram, por vezes, alvo nos discursos<br />
proferi<strong>do</strong>s pelos presi<strong>de</strong>ntes no Congresso. Por exemplo, em 1975 Ernesto Geisel dizia<br />
105 SIMIS, Anita. Esta<strong>do</strong> e cinema no Brasil. Op. cit. pp. 223-230.<br />
106 MELLO, Alcino Teixeira <strong>de</strong>. (org) Legislação <strong>do</strong> cinema brasileiro: resoluções <strong>do</strong> INC, convênios,<br />
acor<strong>do</strong>s, planos, instruções, circulares, portarias. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Embrafilme, 1978.<br />
107 I<strong>de</strong>m<br />
108 Sobre o assunto ver: SIMIS, Anita: Esta<strong>do</strong> e Cinema no Brasil. Op. cit. O Decreto n. 60220 <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong><br />
fevereiro <strong>de</strong> 1967 pautava quatorze pontos nas atribuições <strong>do</strong> INC, <strong>de</strong>ntre eles estavam: regulação da<br />
produção, distribuição e a exibição <strong>de</strong> filmes nacionais; a regulação das condições <strong>de</strong> locação <strong>de</strong> filmes<br />
estrangeiros às salas exibi<strong>do</strong>ras; formular política nacional <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> ingressos; aprovação <strong>de</strong> projetos<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento da indústria cinematográfica; concessão <strong>de</strong> financiamento e prêmios; produção e<br />
compra <strong>de</strong> filmes educativos; seleção <strong>de</strong> filmes para festivais; fiscalização <strong>do</strong> cumprimeito das leis das<br />
ativida<strong>de</strong>s cinematográficas e também cabia ao INC aplicar multas e penalida<strong>de</strong>s a quem <strong>de</strong>scumprisse as<br />
normas <strong>do</strong> setor cinematográfico.
42<br />
que<br />
na área cinematográfica, as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema expressam-se<br />
na realização <strong>de</strong> 65 <strong>do</strong>cumentários, didáticos e culturais. 109<br />
Ou seja, percebe-se <strong>de</strong>sta forma que o governo estava atento para o que era<br />
produzi<strong>do</strong> e fazia questão <strong>de</strong> levar ao conhecimento da socieda<strong>de</strong> as iniciativas relativas<br />
a produção cinematográfica.<br />
O <strong>Instituto</strong> também se preocupava com os tipos <strong>de</strong> produção que se <strong>de</strong>senvolviam<br />
no Brasil. Embora não tivesse competência para proibir ou censurar, tentava coibir as<br />
pornochanchadas, pois era o INC que realizava concursos visan<strong>do</strong> premiar os melhores<br />
filmes. De fato, alguns filmes <strong>de</strong> boa bilheteria eram filmes eróticos e, por isso,<br />
o presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> INC disse que, embora a autarquia não pretenda criar obstáculos<br />
maiores à produção das chamadas pornochanchadas, já que cabe à censura e não ao<br />
INC julgar da conveniência <strong>de</strong> sua exibição, preten<strong>de</strong>, porém submeter aos órgãos<br />
colegia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> visan<strong>do</strong> amparar, <strong>de</strong> forma mais efetiva, os excelentes filmes<br />
que a indústria cinematográfica vem produzin<strong>do</strong>, tão aplaudi<strong>do</strong>s no exterior mas<br />
infelizmente, carentes <strong>de</strong> apoio e <strong>do</strong> estímulo das platéias brasileiras. 110<br />
É importante mencionar que ainda hoje existe dúvida quanto às estatísticas que<br />
apontam para os filmes <strong>de</strong> maior bilheteria no Brasil, posto que as películas como as<br />
chanchadas, que foram capazes <strong>de</strong> levar centenas <strong>de</strong> pessoas às salas <strong>de</strong> projeção, nunca<br />
foram oficialmente contabilizadas. Como já foi menciona<strong>do</strong>, as bilheterias das salas<br />
cinematográficas só passaram a ser computadas a partir da década <strong>de</strong> 1960, com a<br />
criação <strong>do</strong> INC.<br />
O INC teve quatro diretores, Flavio Tambellini (1966 – 1967), Durval Gomes<br />
Garcia (1967 – 1979), Ricar<strong>do</strong> Cravo Albim (1970 – 1972) e Alcin<strong>do</strong> Teixeira <strong>de</strong> Mello<br />
(1972 – 1975). Com a sua extinção, ficou acerta<strong>do</strong> que <strong>de</strong>veria ser criada pelo governo<br />
fe<strong>de</strong>ral uma outra instituição para assessorar diretamente o ministro da Educação e<br />
Cultura, estabelecer orientação normativa e fiscalizar as ativida<strong>de</strong>s cinematográficas no<br />
país. Essa instituição foi criada um ano <strong>de</strong>pois, o Concine. 111<br />
O INC funcionou até o ano <strong>de</strong> 1975 e foi uma institução que, além <strong>de</strong> participar<br />
<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> filmes, promovia a regulação <strong>do</strong> setor. O esvaziamento <strong>do</strong> órgão<br />
aconteceu a partir <strong>de</strong> 1969 com a criação da Embrafilme que, além <strong>de</strong> passar a exercer<br />
109 Discurso <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte Ernesto Geisel ao Congresso Nacional no ano <strong>de</strong> 1975. Visto em:<br />
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1336/000104.html<br />
110 Folha da Tar<strong>de</strong>. 11 <strong>de</strong> out. 1975.<br />
111 Lei n.6.281, <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1975.
43<br />
o papel <strong>de</strong> financia<strong>do</strong>ra, também ficou com parte da taxação sobre a remessa <strong>de</strong> lucros<br />
<strong>de</strong> filmes estrangeiros. Outro fator facilita<strong>do</strong>r para o fim <strong>do</strong> INC foi o fato <strong>de</strong> que a<br />
Embrafilme passou a exercer mais ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> que estabeleci<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua<br />
criação. Dessa forma, os <strong>do</strong>is órgãos <strong>de</strong>senvolviam ações semelhantes, geran<strong>do</strong> um<br />
conflito <strong>de</strong> competência.<br />
Quan<strong>do</strong> da extinção <strong>do</strong> INC, o relator <strong>do</strong> projeto, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> Aurélio Campos<br />
(MDB-SP) expôs que<br />
a proposição chega com fundadas esperanças, pois nos seus dispositivos e posterior<br />
regulamentação encontramos instrumentos necessários para que o cinema nacional<br />
percorra seu verda<strong>de</strong>iro caminho capaz <strong>de</strong> se antepor à avassala<strong>do</strong>ra<br />
<strong>de</strong>snacionalização imposta pela maciça presença em nossas telas <strong>de</strong> filmes<br />
estangeiros. 112<br />
Se a parte <strong>de</strong> financiamento e da produção cinematográfica ficaram nas mãos da<br />
Embrafilme, fazia-se mister a criação <strong>de</strong> outra instituição que se voltasse para a<br />
fiscalização <strong>do</strong> setor. Cria<strong>do</strong> pelo presi<strong>de</strong>nte Ernesto Geisel em 1976, o Concine<br />
(Conselho Nacional <strong>de</strong> Cinema) estava vincula<strong>do</strong> ao Ministério da Educação e Cultura e<br />
incorporava uma série <strong>de</strong> atribuições, antes exercidas pelo INC. 113 A partir <strong>de</strong> sua<br />
criação, o Concine seria o órgão responsável, <strong>de</strong>ntre outras competências, por assessorar<br />
a formulação da política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> cinema brasileiro, regular importações<br />
e exportações <strong>de</strong> filmes, orientar a política nacional <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> ingressos e dispor<br />
sobre a forma <strong>de</strong> concessão pela Embrafilme <strong>de</strong> prêmios e incentivos a filmes nacionais.<br />
Imbuí<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssas funções, o Concine trabalhou como órgão fiscaliza<strong>do</strong>r da área<br />
cinematográfica e em diversas ocasiões realizou ações conjuntas com a Embrafilme.<br />
Durante mea<strong>do</strong>s da década <strong>de</strong> 1980, quan<strong>do</strong> se suce<strong>de</strong>ram as crises na<br />
Embrafilme, vislumbrou-se no horizonte uma nova possibilida<strong>de</strong> para o financiamento<br />
artístico. Em julho <strong>de</strong> 1986, foi aprovada a lei que ficou conhecida como Lei Sarney,<br />
responsável por conce<strong>de</strong>r abatimentos fiscais para pessoas físicas e jurídicas no imposto<br />
<strong>de</strong> renda para <strong>do</strong>ações <strong>de</strong> caráter cultural ou artístico. 114 Essa lei, e suas subseqüentes<br />
regulamentações, abriram caminho para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a iniciativa privada ter um<br />
papel complementar ao Esta<strong>do</strong> no que se referia ao financiamento artístico. A Lei<br />
Sarney foi substituída, em 1991, pela Lei Rouanet, ainda em vigor, cujo objetivo<br />
112 Jornal <strong>de</strong> Brasília. 5 <strong>de</strong> Nov. 1975.<br />
113 Decreto nº 77.299, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1976.<br />
114 Lei. N. 7505. 2 <strong>de</strong> jul <strong>de</strong> 1986.
44<br />
principal é o mecenato através da renúncia fiscal. 115<br />
Com nove pontos fundamentais, a Lei Rouanet se colocou como uma<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> financiamento sem a centralização da produção nas mãos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />
não caben<strong>do</strong> a este a escolha <strong>do</strong> que <strong>de</strong>veria ou não ser produzi<strong>do</strong> e não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa<br />
forma, ser acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong> dirigismo estatal na cultura. 116 Assim, a Lei Rouanet tinha como<br />
objetivos precípuos facilitar os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o<br />
exercício <strong>do</strong>s direitos culturais, estimular a regionalização da produção cultural, apoiar e<br />
difundir o conjunto das manifestações culturais, proteger as expressões culturais <strong>do</strong>s<br />
grupos forma<strong>do</strong>res da socieda<strong>de</strong> brasileira, salvaguardar a sobrevivência e o<br />
florescimento <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> criar, preservar os bens materiais e imateriais <strong>do</strong><br />
patrimônio cultural e histórico brasileiro, <strong>de</strong>senvolver a consciência internacional e o<br />
respeito aos valores culturais <strong>de</strong> outros povos ou nações, estimular a produção e difusão<br />
<strong>de</strong> bens culturais <strong>de</strong> valor universal e, por fim, priorizar o produto cultural originário <strong>do</strong><br />
país. 117<br />
Po<strong>de</strong>-se perceber pela tabela abaixo que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a aprovação da lei, cada vez mais<br />
empresas e pessoas físicas passaram a a<strong>de</strong>rir à renúncia fiscal como forma <strong>de</strong> financiar a<br />
cultura. No entanto, uma das críticas mais comuns a esse sistema é que as empresas, ao<br />
escolherem os projetos que <strong>de</strong>sejam financiar, acabam fazen<strong>do</strong> um gran<strong>de</strong> investimento<br />
na região su<strong>de</strong>ste em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> país. 118<br />
Incentiva<strong>do</strong>res por ano e tipo <strong>de</strong> pessoa<br />
RESUMO 1.993 1.994 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 Total<br />
Física 24 181 1.438 1.791 1.867 3.531 2.997 3.213 3.319 2.964 3.594 3.241 11.868 13.460 668 54.156<br />
Jurídica 2 19 69 733 1.125 1.066 1.250 1.334 1.171 1.291 1.352 1.778 2.020 2.304 2.352 1.309 19.175<br />
Total 2 43 250 2.171 2.916 2.933 4.781 4.331 4.384 4.610 4.316 5.372 5.261 14.172 15.812 1.977 73.331<br />
Fonte: Site <strong>do</strong> Ministério da Cultura.<br />
Embora a discussão sobre o financiamento priva<strong>do</strong> a partir da renúncia fiscal<br />
tenha ocorri<strong>do</strong> em mea<strong>do</strong>s da década <strong>de</strong> 1980, foi no governo <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte Fernan<strong>do</strong><br />
Collor <strong>de</strong> Melo, no início <strong>de</strong> 1990, que a perspectiva <strong>de</strong> substituição <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público<br />
pelo priva<strong>do</strong> tornou-se mais clara. Através <strong>de</strong> medidas provisórias foram extintas<br />
diversas entida<strong>de</strong>s voltadas para a produção cultural, <strong>de</strong>ntre elas o Concine e a<br />
115 Lei. 8313 <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1991.<br />
116 A esse respeito ver: DÓRIA, Carlos Alberto. Os fe<strong>de</strong>rais da cultura. São Paulo: Biruta, 2003. pp. 56-<br />
58.<br />
117 Lei 8313 <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1991. § 1.<br />
118 DÓRIA, Carlos Alberto. Os fe<strong>de</strong>rais da cultura. Op. cit. p. 55.
45<br />
Embrafilme.<br />
A extinção <strong>de</strong>sses organismos, que haviam consegui<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong> medida<br />
organizar uma política <strong>de</strong> financiamento ao cinema brasileiro, acabou sen<strong>do</strong> um duro<br />
golpe para a produção nacional. Como disse João Batista <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, o governo Collor<br />
acabou com uma fase <strong>do</strong> cinema nacional, pois<br />
o cinema brasileiro praticamente morreu naquele ato irresponsável <strong>de</strong> um<br />
governante que duraria pouco (...). De certa forma, esse momento marca o fim <strong>de</strong><br />
uma longa etapa <strong>do</strong> cinema brasileiro. 119<br />
A difícil situação da produção fílmica nacional durou aproximadamente uma<br />
década e só recobrou o fôlego em fins <strong>do</strong>s anos 90. 120 O cinema da retomada seguiu os<br />
padrões clássicos <strong>de</strong> produção cinematográfica e conseguiu reconquistar o público <strong>do</strong>s<br />
filmes nacionais. 121<br />
2.2 - A Empresa Brasileira <strong>de</strong> Filmes<br />
No dia 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1968, o governo militar baixou o famigera<strong>do</strong> Ato<br />
Institucional número 5, conheci<strong>do</strong> como “AI-5”. O ato não veio simplesmente para<br />
fazer frente à luta armada, mas já fazia parte <strong>do</strong>s planos <strong>do</strong> grupo conheci<strong>do</strong> como<br />
“linha dura” um controle mais efetivo da socieda<strong>de</strong>. Assim, a partir <strong>de</strong> 1968, o regime<br />
endureceu na busca <strong>de</strong> informações sobre supostas ativida<strong>de</strong>s subversivas, na repressão<br />
política e na tortura aos presos políticos. 122<br />
Logo no ano seguinte ao endurecimento da ditadura, o governo baixou a lei que<br />
criava a Embrafilme (Empresa Brasileira <strong>de</strong> Filmes). A empresa surgiu como uma<br />
socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> economia mista, vinculada ao Ministério da Educação e Cultura. Na época<br />
<strong>de</strong> sua fundação, o capital social da Embrafilme era <strong>de</strong> NCr$6.000.000,00 (seis milhões<br />
<strong>de</strong> cruzeiros novos). 70% das ações estavam na mão da união, 29,4% sob a<br />
resposabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> INC (que também era uma entida<strong>de</strong> governamental) e apenas 0,6%<br />
119 ANDRADE, João Batista <strong>de</strong>. Uma trajetória particular. In: Estu<strong>do</strong>s avança<strong>do</strong>s. Vol. 16. n. 46. São<br />
Paulo: IEA, 2002. p. 266.<br />
120 Para o cinema nos anos 1990 ver: BUTCHER, Pedro. Cinema Brasileiro hoje. São Paulo: Publifolha,<br />
2005. LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro: das origens à retomada. São Paulo: Perseu Abramo,<br />
2005. NAGIB, Lúcia. (org). O cinema da retomada: <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> 90 cineastas <strong>do</strong>s anos 90. São Paulo:<br />
Editora 34, 2002.<br />
121 LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro. Op. cit. p. 134.<br />
122 FICO, Carlos. Além <strong>do</strong> golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura Militar. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>:<br />
Record, 2004. pp. 81-82.
46<br />
das ações foram compradas pela iniciativa privada. Ou seja, embora fosse uma empresa<br />
<strong>de</strong> economia mista, o po<strong>de</strong>r acionário da iniciativa privada era ínfimo.<br />
O i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>r da Embrafilme foi o então presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> INC e, posteriormente, seu<br />
diretor-geral, Durval Gomes Garcia. A idéia <strong>de</strong> Garcia era que a empresa virasse uma<br />
colabora <strong>do</strong> INC e que a qualquer momento pu<strong>de</strong>sse substituí-la. 123 Os principais<br />
objetivos <strong>do</strong> empreendimento eram a distribuição <strong>de</strong> filmes no exterior e a realização <strong>de</strong><br />
mostras <strong>de</strong> filmes nacionais em festivais com o objetivo <strong>de</strong> divulgar a cultura e o filme<br />
brasileiro. 124<br />
Durante toda a sua existência, a empresa foi caracterizada por três momentos<br />
bastante marcantes. O primeiro foi o da criação, até o ano <strong>de</strong> 1974, sublinha<strong>do</strong> como o<br />
momento no qual foram escolhi<strong>do</strong>s os rumos que tomaria. 125<br />
Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> criada sem uma discussão com as categorias artísticas, inicialmente<br />
foi olhada com perplexida<strong>de</strong>. Para o sindicato <strong>do</strong>s produtores, sua fundação aconteceu<br />
<strong>de</strong> maneira inesperada, surpreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> toda a categoria cinematográfica, tal como<br />
salientou Aluísio Leite, diretor <strong>do</strong> Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica<br />
(SNIC), “a classe cinematográfica surpreen<strong>de</strong>u-se ao saber da criação da<br />
Embrafilme.” 126<br />
O segun<strong>do</strong> momento, entre 1974 e 1985, ficou conheci<strong>do</strong> como os “anos<br />
<strong>do</strong>ura<strong>do</strong>s” da Embrafilme. Parte <strong>de</strong>ssa fase coincidiu justamente com a gestão <strong>do</strong><br />
cineasta Roberto Farias. 127 O terceiro momento da Embrafilme se esten<strong>de</strong>u <strong>de</strong> 1985 até<br />
a sua extinção no governo <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte Fernan<strong>do</strong> Collor <strong>de</strong> Melo. Esse perío<strong>do</strong> foi<br />
marca<strong>do</strong> pelo esvaziamento político e pelas várias <strong>de</strong>núncias contra a empresa. De uma<br />
forma geral, po<strong>de</strong>-se dividir a história da Embrafilme nesses três perío<strong>do</strong>s, no entanto,<br />
vamos <strong>de</strong>stacar alguns da<strong>do</strong>s para que se tenha noção da sua importância no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma indústria cinematográfica nacional.<br />
Como foi menciona<strong>do</strong>, a criação da Embrafilme surpreen<strong>de</strong>u, inclusive, a classe<br />
cinematográfica, mas, <strong>de</strong> qualquer forma, a empresa gerou novas possibilida<strong>de</strong>s para a<br />
criação fílmica, bem como incrementou a produção nacional. De fato, a partir <strong>de</strong><br />
mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1960, várias agências governamentais fe<strong>de</strong>rais foram criadas no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
123 AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme: cinema estatal brasileiro em sua época <strong>de</strong> ouro<br />
(1977-1981). Niteroi: EdUFF, 2000. pp. 23-24.<br />
124 Decreto-lei n. 862, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> set. <strong>de</strong> 1969.<br />
125 LEITE, Sidney Ferreira. Cinema brasileiro: das origens à retomada. São Paulo: Perseu Abramo, 2005.<br />
pp. 111-115.<br />
126 Jornal <strong>do</strong> Brasil. 14 set. 1969.<br />
127 AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme. Op. cit. pp. 41-70.
47<br />
gerar uma centralização administrativa e o mo<strong>de</strong>lo da Embrafilme expressava uma<br />
opção mais ampla <strong>do</strong> regime militar, especialmente após 1967, da<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo<br />
econômico caracteriza<strong>do</strong> pelo forte apoio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> subsídios e<br />
financiamento direto. 128 Um <strong>do</strong>s pontos mais marcantes <strong>de</strong>ssa política foi o PAEG<br />
(Programa <strong>de</strong> Ação Econômica <strong>do</strong> Governo), que visava uma estabilização econômica<br />
e a volta ao crescimento.<br />
De qualquer forma, a criação <strong>de</strong> agências governamentais<br />
[ajuda] a setorizar reividicações. Pela multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> burocracias, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />
respectivamente a diversas clientelas, o Esta<strong>do</strong> se torna capaz <strong>de</strong> lidar com pressões<br />
opostas. Setorizan<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisões, concentran<strong>do</strong> não <strong>de</strong>cisões, o Esta<strong>do</strong> passa a dispor<br />
<strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas conflitivas. 129<br />
Assim, a Embrafilme, embora sen<strong>do</strong> uma empresa <strong>de</strong> economia mista, acabou por<br />
<strong>de</strong>sempenhar o papel <strong>de</strong> uma agência governamental que, além <strong>do</strong> estímulo ao cinema,<br />
conseguiu aten<strong>de</strong>r a reivindicações <strong>de</strong> grupos que há anos trabalhavam no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> ter<br />
uma política mais direta <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para o cinema. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pela<br />
Embrafilme nos anos iniciais foram tímidas, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos entraves<br />
burocráticos. No entanto, foi <strong>de</strong>senvolvida uma política <strong>de</strong> financiamento com os<br />
seguintes critérios: 60% <strong>do</strong>s recursos iriam para empresas tradicionais, 30%, para<br />
produtores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e 10%, para estreantes. 130<br />
A Embrafilme escolhia os projetos a serem financia<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da<br />
temática abordada na sinopse. O que a empresa focava era a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização<br />
<strong>do</strong> filme pelo produtor. Em vista disso, financiou diversas comédias eróticas, medida<br />
que acabou por ser o calcanhar <strong>de</strong> aquiles da empresa durante os anos <strong>de</strong><br />
funcionamento. Tanto parcelas da socieda<strong>de</strong> civil como a própria censura con<strong>de</strong>navam<br />
o fato <strong>de</strong> uma empresa estatal produzir filmes que fossem contrários à moral cristã. Para<br />
os técnicos da censura era uma questão ainda mais premente, pois <strong>de</strong>veriam censurar<br />
filmes que haviam si<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>s com financiamento <strong>de</strong> uma agência governamental.<br />
Foi na gestão <strong>de</strong> Jarbas Passarinho como ministro da Educação e Cultura (1969-<br />
1974) <strong>do</strong> governo <strong>de</strong> Emílio Médici que começaram as discussões sobre uma mudança<br />
128 Sobre o assunto ver: FIECHTER, Georges-André. O regime mo<strong>de</strong>rniza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil: 1964-1972. <strong>Rio</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: FGV, 1974. pp.70-77.<br />
129 VIANNA, Maria Lúcia Teixeira Werneck. A administração <strong>do</strong> milagre: conselho monetário nacional<br />
1964- 1974. p.32.<br />
130 RAMOS, José Mário Ortiz. Cinema, Esta<strong>do</strong> e lutas culturais (anos 50/60/70). <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Paz e<br />
terra, 1983. p.89.
48<br />
no papel da Embrafilme: havia uma reforma sen<strong>do</strong> pensada que pretendia dar mais<br />
agilida<strong>de</strong> para a produção cinematográfica. 131<br />
A reforma vinha sen<strong>do</strong> discutida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1973, quan<strong>do</strong> o ministro convocou o<br />
presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> INC, o diretor geral da Embrafilme e altos funcionários <strong>do</strong> MEC para<br />
integrarem a comissão encarregada da reformulação <strong>do</strong> cinema brasileiro.<br />
Provavelmente em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa reformulação, Tunico Amâncio afirma que, na<br />
gestão <strong>de</strong> Roberto Farias (1974-1979), a Embrafilme foi inserida em uma “nova ótica <strong>de</strong><br />
participação estatal junto à indústria cultural.” 132 O propósito da reforma era<br />
fundamentalmente não <strong>de</strong>ixar que duas instituições acabassem ten<strong>do</strong> papéis<br />
semelhantes. Ora, se a Embrafilme financiava, não haveria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o INC fazêlo<br />
também.<br />
A unificação da Embrafilme com o INC favoreceu a gestão da empresa que<br />
coincidiu com a entrada <strong>de</strong> Roberto Farias, tanto foi assim que o perío<strong>do</strong> da sua<br />
administração ficou conheci<strong>do</strong> como época <strong>de</strong> ouro. As discussões em torno da<br />
extinção <strong>do</strong> INC acabaram por aumentar o tamanho da Embrafilme, não somente pelas<br />
atribuições que foram repassadas, como também pelo aumento da <strong>do</strong>tação<br />
orçamentária. Com as novas atribuições, a Embrafilme precisou passar por uma gran<strong>de</strong><br />
reforma, a fim <strong>de</strong> torná-la mais eficiente. De fato, com maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso e<br />
<strong>do</strong>tação orçamentária, a empresa conseguiu, nos anos posteriores, garantir um nunca<br />
antes visto no campo cinematográfico. Tal como a citação abaixo esclarece, a<br />
unificação entre Embrafilme e INC garantiu uma maior profissionalização da produção<br />
cinematográfica.<br />
Na época, o diretor <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Assuntos Culturais <strong>do</strong> MEC, Manuel<br />
Diegues disse que<br />
a fusão <strong>do</strong> INC e da Embrafilme (...) estabelecerá um jogo com regras <strong>de</strong>finitivas,<br />
consolidan<strong>do</strong> em <strong>de</strong>finitivo e estrutura legal e executiva <strong>do</strong> cinema brasileiro e<br />
encerran<strong>do</strong> seu perío<strong>do</strong> experimental, feito até aqui <strong>de</strong> erros e acertos. 133<br />
Com a reformulação, foram criadas a Superintendência Comercial (SUCOM), a<br />
Superintendência <strong>de</strong> Produção (SUPROD) e a Diretoria <strong>de</strong> Operações não Comerciais<br />
(DONAC). Também com a reformulação <strong>de</strong> 1975, a Embrafilme passou a assumir<br />
to<strong>do</strong>s os riscos <strong>do</strong> negócio cinematográfico, sen<strong>do</strong> produtora, distribui<strong>do</strong>ra e<br />
131 I<strong>de</strong>m. pp. 90-93.<br />
132 AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da EMBRAFILME: cinema estatal brasileiro em sua época <strong>de</strong><br />
ouro (1977-1981). Niterói: Editora da universida<strong>de</strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Fluminense, 2000. p.56.<br />
133 Jornal <strong>do</strong> Brasil. 19 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1974.
49<br />
financia<strong>do</strong>ra.<br />
A Embrafilme teve <strong>de</strong>staque fundamental, tanto no financiamento quanto na<br />
distribuição <strong>de</strong> filmes. De fato, as maiores bilheterias da empresa aconteceram no<br />
perío<strong>do</strong> entre 1974 e 1985.<br />
Maiores Bilheterias da Embrafilme (1974 -1985)<br />
Filme Bilheteria Ano Diretor<br />
Dona Flor e seus <strong>do</strong>is mari<strong>do</strong>s 10.800.00 1976 Bruno Barreto<br />
A dama <strong>do</strong> lotação 6.500.000 1976<br />
Neville <strong>de</strong><br />
Almeida<br />
Lúcio Flávio, o passageiro da agonia 5.400.000 1977 Hector Babenco<br />
Xica da Silva 3.200.000 1976 Carlos Diegues<br />
Fonte: CAETANO, Maria <strong>do</strong> Rosário. Revista <strong>de</strong> Cinema, 28 <strong>de</strong> set. 2001.<br />
Em termos <strong>de</strong> bilheteria, os filmes <strong>do</strong> grupo humorístico Os trapalhões tiveram<br />
um bom público pagante. As décadas <strong>de</strong> 1970 e 80 contaram com a marcante presença<br />
<strong>do</strong> grupo na formação <strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes. Nesse senti<strong>do</strong>, os<br />
filmes eram os principais vetores para alcançar tanto o público infantil, como o público<br />
adulto. O programa humorístico da trupe foi exibi<strong>do</strong> na televisão por um perío<strong>do</strong><br />
superior a trinta anos. Além disso, alguns <strong>de</strong>sses filmes foram favoreci<strong>do</strong>s por<br />
investimentos da Embrafilme, na produção e/ou na distribuição.<br />
Principais bilheterias <strong>de</strong> Os Trapalhões<br />
Filme Bilheteria Ano Diretor<br />
O trapalhão nas minas <strong>do</strong> rei Salomão 5.800.000 1977 J.B. Tanko<br />
Os saltimbancos trapalhões 5.200.000 1981 J.B Tanko<br />
Os Trapalhões na guerra <strong>do</strong>s planetas 5.090.000 1982 Adriano Stuart<br />
Os Trapalhões na Serra Pelada 5.050.000 1982 J. B Tanko<br />
Cin<strong>de</strong>relo trapalhão 5.030.000 1979 Adriano Stuart<br />
Os trapalhões no planeta <strong>do</strong>s macacos 4.566.000 1976 J. B Tanko<br />
Simbad, o marujo trapalhão 4.407.000 1976 J. B Tanko<br />
O rei e os Trapalhões 4.200.000 1979 Adriano Stuart<br />
O incrível monstro trapalhão 4.215.000 1980 Adriano Stuart<br />
O cangaceiro trapalhão 3.915.000 1983 Daniel Filho
50<br />
O trapalhão na ilha <strong>do</strong> tesouro 3.375.000 1975 J.B Tanko<br />
A filha <strong>do</strong>s Trapalhões 2.476.000 1984 Dedé Santana<br />
Os Trapalhões e o mágico <strong>de</strong> Oroz 2.457.000 1984<br />
Victor Lustosa e Dedé<br />
Santana<br />
Fonte: CAETANO, Maria <strong>do</strong> Rosário. Revista <strong>de</strong> Cinema, 28 <strong>de</strong> set. 2001.<br />
Para conseguir um financiamento na Embrafilme, o produtor teria que percorrer<br />
um longo caminho. O projeto <strong>do</strong> filme era analisa<strong>do</strong> por uma comissão da empresa e<br />
<strong>de</strong>via possuir características culturais, artísticas e científicas <strong>de</strong> alto nível, posto que o<br />
financia<strong>do</strong> assinava um contrato atestan<strong>do</strong> conhecer e respeitar as normas da censura <strong>de</strong><br />
diversões públicas. 134 Embora esse contrato fosse firma<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> financiamento, a<br />
Embrafilme não fazia análise qualitativa ou i<strong>de</strong>ológica <strong>do</strong> projeto, sen<strong>do</strong> necessário<br />
apenas a entrega da sinopse <strong>do</strong> que seria produzi<strong>do</strong>.<br />
Para conseguir o financiamento público o produtor precisava já ter si<strong>do</strong><br />
responsável pela produção <strong>de</strong> ao menos mais um filme <strong>de</strong> longa-metragem sem<br />
recursos da Embrafilme e também <strong>de</strong>veria apresentar a sinopse <strong>do</strong> projeto com um<br />
planejamento orçamentário. Isso favorecia as produtoras já fixadas no merca<strong>do</strong>. No<br />
entanto, para o produtor estreante, pessoa que tivesse um currículo viável para a<br />
execução <strong>do</strong> projeto (como técnicos, pessoas com experiência artística ou acadêmica)<br />
era <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> 10% <strong>do</strong> montante total das verbas e po<strong>de</strong>ria realizar até um filme por ano<br />
com verbas da empresa. 135<br />
As condições básicas para o financiamento eram apresentadas da seguinte forma:<br />
o financia<strong>do</strong> receberia 40% no ato da assinatura <strong>do</strong> contrato, 40% após a revelação <strong>de</strong><br />
no mínimo <strong>do</strong>is mil metros <strong>do</strong> negativo <strong>do</strong> filme e os 20% restantes quan<strong>do</strong> da<br />
apresentação <strong>do</strong> copião monta<strong>do</strong>, mas nunca antes <strong>de</strong> 60 dias antes da assinatura <strong>do</strong><br />
contrato.<br />
Como já foi dito, o financiamento da Embrafilme contemplava três categorias <strong>de</strong><br />
produtores: a empresa já consolidada, o produtor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e o produtor estreante.<br />
O financiamento era concedi<strong>do</strong> a juros <strong>de</strong> 10% ao ano com carência <strong>de</strong> <strong>do</strong>ze meses e<br />
um prazo <strong>de</strong> vinte e quatro meses para o pagamento. 136 Por financiar, a Embrafilme<br />
tinha a opção para negociar o filme no exterior. Vale notar que to<strong>do</strong>s os contratos <strong>de</strong><br />
134 AMANCIO: Tunico. Artes e manhãs da Embrafilme: cinema estatal brasileiro em sua época <strong>de</strong> ouro<br />
(1977- 1981). Niterói: Editora da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Fluminense, 2000. p.26.<br />
135 I<strong>de</strong>m.<br />
136 AMANCIO: Tunico. Artes e manhãs da Embrafilme: cinema estatal brasileiro em sua época <strong>de</strong> ouro<br />
(1977- 1981). Niterói: Editora da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Fluminense, 2000. p.24.
51<br />
financiamento continham uma cláusula na qual o produtor concordava em respeitar as<br />
normas da censura <strong>de</strong> diversões públicas. 137<br />
Sem dúvida, o lançamento da Embrafilme e sua continuação no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong>ram<br />
um gran<strong>de</strong> impulso à produção cinematográfica nacional. Entre os anos <strong>de</strong> 1970 e 1981,<br />
a empresa financiou 133 filmes, co-produziu 130 e foi responsável pela distribuição <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> duas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> películas. Durante a década <strong>de</strong> 1970, houve um aumento tanto<br />
no número <strong>de</strong> filmes produzi<strong>do</strong>s, quanto <strong>do</strong> público freqüenta<strong>do</strong>r das salas <strong>de</strong> cinema.<br />
Lançamento <strong>de</strong> Filmes Brasileiros<br />
Ano<br />
Número <strong>de</strong> Filmes<br />
1967 25<br />
1968 51<br />
1969 44<br />
1970 74<br />
1971 76<br />
1972 68<br />
1973 57<br />
1974 74<br />
1975 79<br />
1976 87<br />
1977 73<br />
1978 81<br />
Tabela elaborada a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em: Cine Jornal. Embrafilme. Jul. 1980 ano 1.<br />
Po<strong>de</strong>-se perceber que antes da criação da Embrafilme, em 1969, o lançamento <strong>de</strong><br />
filmes no Brasil girava, no máximo, em torno <strong>de</strong> 50. Após o ano <strong>de</strong> 1969, a produção<br />
aumentou, chegan<strong>do</strong> seu auge em 1978 com 81 filmes. Vale notar que, embora a<br />
empresa tenha si<strong>do</strong> criada em 1969, a concessão <strong>de</strong> financiamentos, iniciou-se apenas<br />
em 1970.<br />
No gráfico abaixo po<strong>de</strong>mos perceber que, embora tenha si<strong>do</strong> fundamental o<br />
financiamento da Embrafilme para o cinema brasileiro, a produção que aqui vamos<br />
chamar <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte teve consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong>staque quan<strong>do</strong> analisamos to<strong>do</strong> o<br />
perío<strong>do</strong>. 138 No entanto, não se po<strong>de</strong> menosprezar o papel da empresa na década <strong>de</strong> 1970,<br />
principalmente na gestão <strong>de</strong> Roberto Farias, da<strong>do</strong> o gigantismo que a Embrafilme<br />
137 Arquivo Funarte. Clipping Embrafilme. PA/335.<br />
138 Sobre a produção fílmica brasileira ver: SILVA NETO, Antônio Leão da. Dicionário <strong>de</strong> filmes<br />
brasileiros. Edição <strong>do</strong> autor, 2002.
52<br />
adquiriu. 139<br />
Filmes produzi<strong>do</strong>s no Brasil<br />
160<br />
140<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Filmes Produzi<strong>do</strong>s no Brasil<br />
Filmes co-produzi<strong>do</strong>s pela<br />
Embrafilme<br />
Filmes Produzi<strong>do</strong>s pela<br />
Embrafilme<br />
O aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> filmes nacionais incentivou uma quantida<strong>de</strong> cada vez<br />
maior <strong>de</strong> pessoas a comparecer às salas <strong>de</strong> exibição. Com isso, a freqüência não<br />
aumentava apenas para os filmes nacionais, mas também para os filmes estrangeiros,<br />
que ainda continuaram ten<strong>do</strong> folgada prepon<strong>de</strong>rância nos cinemas, conforme po<strong>de</strong>mos<br />
constatar ao verificar o número <strong>de</strong> ingressos vendi<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o país durante a década<br />
<strong>de</strong> 1970.<br />
Número <strong>de</strong> Ingressos Vendi<strong>do</strong>s no Brasil<br />
Ano Filmes Brasileiros Filmes Estrangeiros<br />
1971 28.082.358 174.937.911<br />
1972 30.967.603 160.521.647<br />
1973 30.815.445 162.562.206<br />
1974 30.665.515 170.625.487<br />
1975 48.599.308 226.521.138<br />
1976 52.046.653 198.484.198<br />
1977 50.937.897 157.398.105<br />
1978 61.854.842 149.802.182<br />
Tabela elaborada a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em: Cine Jornal. Embrafilme. Jul. 1980 ano 1.<br />
Dos filmes comercializa<strong>do</strong>s ou financia<strong>do</strong>s pela Embrafilme, muitos foram<br />
acusa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ter péssima qualida<strong>de</strong> artística ou <strong>de</strong> contrariar a moral e os bons costumes<br />
<strong>do</strong> povo brasileiro. Gran<strong>de</strong> parte das críticas era dirigida aos filmes conheci<strong>do</strong>s como<br />
ponochanchadas. As acusações partiam tanto da crítica especializada e das cartas<br />
enviadas à DCDP, como <strong>do</strong>s jornais da época que publicaram várias matérias acusan<strong>do</strong><br />
139 A esse respeito ver: AMÂNCIO, Tunico. Artes e manhas da Embrafilme. Op. cit.
53<br />
a empresa <strong>de</strong> estimular as pornochanchadas, exemplo disso foi a matéria publicada no<br />
Última Hora cunhan<strong>do</strong> e empresa <strong>de</strong> Embrachanchadas. 140 Vale lembrar que a<br />
pornochanchada foi o gênero garanti<strong>do</strong>r da gran<strong>de</strong> assiduida<strong>de</strong> <strong>do</strong> público brasileiro às<br />
salas <strong>de</strong> exibição na década <strong>de</strong> 1970 e <strong>de</strong> 1980. 141<br />
As pornochanchadas sofreram com o rigor da censura, mas filmes consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> artística e alvos <strong>de</strong> financiamentos da Embrafilme também foram<br />
mutila<strong>do</strong>s por conterem cenas que supostamente agrediam a “moralida<strong>de</strong> brasileira”.<br />
Exemplo claro está nas adaptações <strong>do</strong>s escritos <strong>de</strong> Nelson Rodrigues e <strong>de</strong> Jorge Ama<strong>do</strong>.<br />
Várias <strong>de</strong>ssas versões foram consi<strong>de</strong>radas como obras artísticas <strong>de</strong> refinada qualida<strong>de</strong><br />
na história <strong>do</strong> cinema brasileiro. No entanto, diversas adaptações continham forte apelo<br />
sexual e, <strong>de</strong>ssa forma, ao mesmo tempo em que os cineastas conseguiam que suas<br />
películas tivessem aceitação popular e boa bilheteria, também ganhavam a antipatia <strong>do</strong>s<br />
censores da DCDP e das camadas mais conserva<strong>do</strong>ras da socieda<strong>de</strong>. 142<br />
Produção <strong>de</strong> Filmes Brasileiros<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> filmes produzi<strong>do</strong>s e co-produzi<strong>do</strong>s pela Embrafime em comparação aos filmes<br />
produzi<strong>do</strong>s sem o financiamento estatal entre 1969 – 1981.<br />
Ano<br />
Filmes produzi<strong>do</strong>s pela<br />
EMBRAFILME<br />
Filmes co-produzi<strong>do</strong>s<br />
pela em<br />
EMBRAFILME<br />
Filmes Produzi<strong>do</strong>s no<br />
Brasil<br />
1969 0 0 69<br />
1970 17 0 83<br />
1971 12 0 81<br />
1972 27 0 94<br />
1973 23 2 75<br />
1974 22 18 81<br />
1975 5 10 88<br />
1976 4 31 87<br />
1977 3 7 119<br />
1978 3 16 111<br />
1979 21 20 94<br />
1980 0 11 82<br />
140 Última Hora. 30 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1977. p.2.<br />
141 Nos anexos <strong>de</strong>ste trabalho po<strong>de</strong> ser verifica<strong>do</strong> na tabela cujo título é Pornochanchada várias<br />
reportagens que eram <strong>de</strong>núncias contra a Embrafilme <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à produção das pornochanchadas. De<br />
qualquer maneira vale citar, além da matéria mencionada, Jornal <strong>do</strong> Brasil. Ca<strong>de</strong>rno B. 15 set. 1980.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 5 abr. 1980.<br />
142 De fato as obras <strong>de</strong> Jorge Ama<strong>do</strong> começaram a aparecer nas telas cinematográficas ainda na década <strong>de</strong><br />
1940. Ao to<strong>do</strong> foram 9 produções, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se os filmes: Gabriela, cravo e canela (1982), <strong>de</strong> Bruno<br />
Barreto; The wild pack (1976), filma<strong>do</strong> pelo americano Hall Bartlett e inspira<strong>do</strong> no livro Capitães da<br />
Areia e Jubiabá (1986), <strong>de</strong> Nelson Pereira <strong>do</strong> Santos. Nelson Rodrigues teve 19 produções<br />
cinematográficas, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se: Boca <strong>de</strong> ouro (1962), <strong>de</strong> Nelson Pereira <strong>do</strong> Santos; Bonitinha mas,<br />
ordinária (1964-primeira adaptação), <strong>de</strong> J. P <strong>de</strong> Carvalho; Toda Nu<strong>de</strong>z será castigada (1975), <strong>de</strong> Arnal<strong>do</strong><br />
Jabor; A dama <strong>do</strong> lotação (1975), <strong>de</strong> Neville <strong>de</strong> Almeida e Per<strong>do</strong>a-me por me traíres (1983) <strong>de</strong> Braz<br />
Chediak.
54<br />
1981 3 15 108<br />
Total 140 102 1103<br />
Tabela elabora a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s por AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da<br />
EMBRAFILME: cinema estatal brasileiro em sua época <strong>de</strong> ouro (1977 – 1981). Niterói: Editora da<br />
universida<strong>de</strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Fluminense, 2000. e SILVA Neto, Antônio Leão da. Dicionário <strong>de</strong> filmes<br />
brasileiros. São Paulo: Edição <strong>do</strong> autor, 2002.<br />
Devi<strong>do</strong> às críticas sofridas por várias camadas da socieda<strong>de</strong>, em 1973, o então<br />
ministro Jarbas Passarinho recomen<strong>do</strong>u maior atenção aos projetos que <strong>de</strong>veriam ser<br />
aceitos pela Embrafilme. O presi<strong>de</strong>nte da empresa avaliou que era mesmo necessário<br />
vislumbrar com mais cuida<strong>do</strong> os aspectos culturais que os filmes po<strong>de</strong>riam<br />
proporcionar. No entanto, “o erotismo continuaria sen<strong>do</strong> aceito, mas em toques leves,<br />
necessários às comédias”. 143<br />
A discussão sobre o financiamento à pornochanchada permeou to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
existência da Embrafilme. Quem melhor resumiu a participação da Embrafilme nas<br />
produções foi Celso Amorim 144<br />
que, em 1979, como diretor-geral da empresa, no<br />
simpósio sobre censura ocorri<strong>do</strong> no Congresso Nacional, foi categórico ao afirmar que a<br />
Embrafilme “não [exercia] qualquer função ou ativida<strong>de</strong> diretamente relacionada com a<br />
censura” 145 e que a empresa limitava-se<br />
a verificar a capacida<strong>de</strong> técnica e profissional <strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>res, <strong>do</strong>s produtores; a<br />
verificar se o projeto [estaria] tecnicamente bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>; a ver se ele [teria]<br />
potencialida<strong>de</strong> artística, cultural ou econômica que [justificasse] uma participação<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. 146<br />
Ora, se a Embrafilme não vetava o roteiro, não é <strong>de</strong> se espantar que tenha<br />
financia<strong>do</strong> obras <strong>de</strong> cunho erótico, até porque no próprio processo <strong>de</strong> produção da obra<br />
cinematográfica algumas partes eram modificadas. Devi<strong>do</strong> a isso, o ministro da Justiça<br />
Abi-Ackel (1980-1985) <strong>de</strong>clarou que seria “mais fácil a Embrafilme fechar <strong>do</strong> que ficar<br />
dan<strong>do</strong> dinheiro a esse tipo <strong>de</strong> produção.” 147<br />
Mesmo financian<strong>do</strong> filmes com teor erótico, a Embrafilme teve enorme<br />
crescimento. Se, na época <strong>de</strong> sua fundação, seu capital social era <strong>de</strong> NCr$ 6.000.000,00<br />
(seis milhões <strong>de</strong> cruzeiros novos), quan<strong>do</strong> completou 10 anos <strong>de</strong> existência, seu capital<br />
social era <strong>de</strong> aproximadamente Cr$ 80 milhões. Contava também com 749 funcionários<br />
143 Jornal <strong>do</strong> Brasil. 04 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1973.<br />
144 Celso Amorim foi diretor da Embrafilme no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1979 até 1982.<br />
145 Cine Jornal. dimensões <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Embrafilme, 1980. n.1. p. 36. Este mesmo texto<br />
posteriormente foi publica<strong>do</strong> no livro: AMORIM, Celso. Por uma questão <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>: ensaios sobre<br />
cinema e política. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Tempo Brasileiro/Embrafilme, 1985.<br />
146 I<strong>de</strong>m. p.37.<br />
147 Jornal <strong>do</strong> Brasil. 5 <strong>de</strong> abr. <strong>de</strong> 1980.
55<br />
atuan<strong>do</strong> na matriz e aloca<strong>do</strong>s nos escritórios <strong>de</strong> representação espalha<strong>do</strong>s pelo país. 148 A<br />
renda da empresa era dividida da seguinte forma:<br />
Retorno <strong>do</strong> Financiamento<br />
Rec. <strong>de</strong> co-produção<br />
Ingresso<br />
Título<br />
Rec. <strong>de</strong> Distribuição<br />
Decreto-lei 862<br />
Fonte: Carta mensal. Ano I n. 1. jan <strong>de</strong> 1979.<br />
A tabela acima mostra as principais rendas obtidas pela Embrafilme em 1979.<br />
No entanto, provavelmente os anos posteriores a 1975, quan<strong>do</strong> a empresa passou a ter<br />
mais atribuições, seguiram o mesmo padrão. Po<strong>de</strong>-se percebe que a maior fonte <strong>de</strong> lucro<br />
está relacionada ao <strong>de</strong>creto-lei 862. Este <strong>de</strong>creto foi o mesmo <strong>de</strong> criação da<br />
Embrafilme, que estipulava o imposto a ser pago pelo distribui<strong>do</strong>r e pelo importa<strong>do</strong>r e<br />
incidia sobre a remessa <strong>de</strong> lucros ao exterior <strong>de</strong> filmes estrangeiros exibi<strong>do</strong>s no Brasil.<br />
Posteriormente, vinha o ingresso padroniza<strong>do</strong> e este era pago no ato da compra<br />
pelo exibi<strong>do</strong>r, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>scontava da renda bruta <strong>do</strong> filme o valor correspon<strong>de</strong>nte à<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ingressos vendi<strong>do</strong>s. A terceira fonte <strong>de</strong> receita era a contribuição por<br />
título <strong>de</strong> filme, criada no intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a indústria cinematográfica. O retorno<br />
que a Embrafilme recebia <strong>do</strong>s filmes financia<strong>do</strong>s era uma ínfima parte da sua receita. 149<br />
Ou seja, os financia<strong>do</strong>s <strong>de</strong>veriam, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> concluí<strong>do</strong> o filme, retornar o investimento<br />
feito na película. 150 Provavelmente, esse fraco retorno acontecia pelo fato <strong>de</strong> os<br />
cineastas não conseguirem um bom público para assistir a seus filmes. O Globo<br />
148 Carta Mensal. Ano I n. 1 1979. p. 2.<br />
149 I<strong>de</strong>m.<br />
150 No artigo 9 da Lei n. 6.281, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z <strong>de</strong> 1975 dizia que a receita da Embrafilme seria constituída<br />
por: Dotações orçamentárias que lhe forem consignadas pela União; contribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da indústria cinematográfica nacional, <strong>de</strong>vida pelos distribui<strong>do</strong>res ou produtores; produto <strong>de</strong> operações <strong>de</strong><br />
crédito; empréstimos, auxílios, subvenções, contribuições e <strong>do</strong>ações <strong>de</strong> fontes internas e externas; produto<br />
<strong>de</strong> multas; produto <strong>de</strong> venda <strong>do</strong> ingresso padroniza<strong>do</strong> e <strong>de</strong> "bor<strong>de</strong>raux" padrão; produto da<br />
comercialização <strong>de</strong> filmes e venda <strong>de</strong> bens patrimoniais; juros e taxas <strong>de</strong> serviços provenientes <strong>de</strong><br />
financiamentos; fun<strong>do</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong>s <strong>de</strong>pósitos a que se refere o artigo 45 da Lei nº 4.131, <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong><br />
setembro <strong>de</strong> 1962, com a redação dada pelo artigo 9º <strong>do</strong> Decreto-lei nº 862, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1969.
56<br />
noticiava em 1989 que<br />
se a Embrafilme investe NCZ$ 180 mil em um filme - esta é participação média da<br />
empresa na maioria <strong>do</strong>s projetos -, só começa a ser reembolsada quan<strong>do</strong> a fita –<br />
coisa rara – ultrapassa 672 mil especta<strong>do</strong>res. (...) Nos últimos anos, apenas os<br />
gran<strong>de</strong>s sucessos como A dama <strong>do</strong> lotação, <strong>de</strong> Neville <strong>de</strong> Almeida (6.509.076<br />
especta<strong>do</strong>res); Lúcio Flavio, o passageiro da agonia, <strong>de</strong> Hector Babenco<br />
(2.520.455); ou Eu sei que vou te amar, <strong>de</strong> Arnal<strong>do</strong> Jabor (1.711.860) superaram a<br />
tal marca <strong>de</strong> bilheteria. 151<br />
De fato, Luis Carlos Barreto, representante da L. C. Barreto Produções, afirmava<br />
que havia entra<strong>do</strong> para um negócio <strong>de</strong> alto risco e que trabalhar com cinema era “como<br />
jogar na bolsa, quem especular quebra a cara.” 152 Ou seja, para uma produtora privada,<br />
era importante ter a noção <strong>de</strong> investir em um filme que seguramente daria lucro.<br />
Embora o retorno financeiro fosse importante para a instituição, ter o filme produzi<strong>do</strong><br />
era fundamental, pois como to<strong>do</strong> órgão público necessitava apresentar o balancete<br />
mostran<strong>do</strong> o que havia si<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>, a fim <strong>de</strong> justificar a existência <strong>de</strong> uma empresa<br />
em que o maior acionista era o Esta<strong>do</strong>.<br />
Não há dúvidas <strong>de</strong> que o cinema é um negócio que envolve gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> capital. Nesse senti<strong>do</strong>, a montagem <strong>de</strong> uma empresa especialmente direcionada para<br />
essa forma <strong>de</strong> expressão artística necessitava <strong>de</strong> uma estrutura eficaz. Fato é que a<br />
Embrafilme possuía uma complexa estrutura administrativa. A empresa tinha mais <strong>de</strong><br />
100 seções, incluin<strong>do</strong> a diretoria e as representações em países como Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e<br />
França. No organograma abaixo, é possível visualizar os <strong>de</strong>partamentos diretamente<br />
liga<strong>do</strong>s à diretoria geral, mas outras divisões se ligavam a esses, forman<strong>do</strong> uma<br />
estrutura bastante gran<strong>de</strong>.<br />
151 O Globo. 12 <strong>de</strong> mar. <strong>de</strong> 1989. “A embra dá e não cobra: a estatal <strong>do</strong> cinema financia 30 filmes por ano<br />
e reconhece que poucos cineastas pagam o que <strong>de</strong>ve.”<br />
152 Gazeta Mercantil. 28 set. 1983. “Negócio <strong>de</strong> alto risco”
57<br />
A Embrafilme foi criada e cresceu durante o regime militar com a <strong>do</strong>tação<br />
orçamentária <strong>de</strong>stinada à empresa e com os impostos que recebia. Mesmo não sen<strong>do</strong> o<br />
retorno <strong>do</strong>s financiamentos<br />
um influxo significativo para o receituário da empresa, sua<br />
ativida<strong>de</strong> financia<strong>do</strong>ra foi fundamental para o crescimento <strong>do</strong> cinema no país e para a<br />
formação <strong>de</strong> um público especta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s filmes nacionais.<br />
Vários cineastas <strong>de</strong> matrizes estéticas diferenciadas conseguiram financiamento<br />
estatal. A empresa produziu filmes em consonância com os objetivos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> naquele<br />
momento, bem como produziu obras contrárias aos ditames <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r central. Nesse<br />
senti<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos lembrar o clássico financia<strong>do</strong> pela Embrafilme que esteve diretamente<br />
liga<strong>do</strong> aos preceitos <strong>do</strong> regime: o filme In<strong>de</strong>pendência ou morte, , <strong>de</strong> Carlos Coimbra.<br />
Para exemplificar, outro diretor <strong>de</strong> matriz estética completamente diferente à <strong>do</strong> filme<br />
acima menciona<strong>do</strong> po<strong>de</strong>-se citar a produção <strong>de</strong> Uma pantera em minha cama, <strong>de</strong> Carlos<br />
Hugo Christensen. 153<br />
Po<strong>de</strong>mos afirmar que, embora a Embrafilme estivesse ligada ao Ministério da<br />
Educação e Cultura, mantinhanha relativa autonomia na escolha <strong>do</strong>s projetos e na execução<br />
<strong>de</strong> suas produções. Essa autonomia gerava constantes <strong>de</strong>savenças com a DCDP. 154<br />
Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua criação, a Embrafilme propiciou uma estreita ligação entre<br />
Esta<strong>do</strong> e o grupo <strong>do</strong>s cinemanovistas. Antes <strong>do</strong> golpe civil-militar, havia uma ligação<br />
153 Ver no anexo 2 e 3os diretores que foram financia<strong>do</strong>s pela Embrafilme e os diretores que tiveram co-<br />
financiamento da empresa.<br />
154 Veja no anexo 5 os cineastas que foram beneficia<strong>do</strong>s pela Embrafilme.
58<br />
tênue. Alguns cineastas <strong>do</strong> Cinema Novo criaram mecanismos priva<strong>do</strong>s para favorecer a<br />
distribuição <strong>do</strong>s filmes, pois reclamavam da falta <strong>de</strong> apoio estatal. 155 No entanto, após<br />
1964, o relacionamento entre os cinemanovistas e o governo ficou tão próximo que, na<br />
década <strong>de</strong> 1970, Ismael Xavier fez notar em seu livro que<br />
o Cinema Novo [era] antes uma sigla para i<strong>de</strong>ntificar um grupo <strong>de</strong> pressão, aliás<br />
hegemônico junto a Embrafilme, <strong>do</strong> que uma estética. 156<br />
O grupo <strong>do</strong> Cinema Novo passou a ter voz bastante presente na Embrafilme. Um<br />
<strong>do</strong>s primeiros filmes financia<strong>do</strong>s pela empresa foi São Bernar<strong>do</strong>, <strong>do</strong> diretor Leon<br />
Hirszman, ex-presi<strong>de</strong>nte no núcleo <strong>de</strong> cinema <strong>do</strong> CPC da UNE (União Nacional <strong>do</strong>s<br />
Estudantes) e um <strong>do</strong>s diretores <strong>do</strong> polêmico 5 vezes favela. 157<br />
O fato <strong>de</strong> o filme ter recebi<strong>do</strong> investimento da Embrafilme não evitou que<br />
tivesse problemas. A produção <strong>de</strong> São Bernar<strong>do</strong> foi extremamente penosa e enfrentou<br />
dificulda<strong>de</strong>s financeiras. Devi<strong>do</strong> a esse obstáculo, Hirszman <strong>de</strong>clarou anos <strong>de</strong>pois que<br />
ter produzi<strong>do</strong> o filme “foi quase um suicídio, ou um ato <strong>de</strong> coragem.” 158<br />
É interessante notar que cineastas integrantes da Embrafilme e/ou recebe<strong>do</strong>res<br />
<strong>de</strong> financiamento da empresa eram em gran<strong>de</strong> medida oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Cinema Novo. Sem<br />
dúvida, isso po<strong>de</strong> aparentar uma incoerência, pois se os filmes <strong>de</strong>sse grupo eram em<br />
gran<strong>de</strong> medida <strong>de</strong> crítica ao Esta<strong>do</strong> autoritário, implanta<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1964, como po<strong>de</strong>riam<br />
estar fazen<strong>do</strong> parte <strong>de</strong> um plano que, em tese, seria parte <strong>de</strong> uma política cultural <strong>do</strong><br />
governo? Vale lembrar que os filmes oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Cinema Novo conseguiram alcançar<br />
sucesso nacional e internacional, agradan<strong>do</strong> ao mesmo tempo a crítica e o público<br />
especializa<strong>do</strong>. 159<br />
Também conseguiram se contrapor à estética cinematográfica<br />
hollywoodiana e, fundamentalmente, criaram uma alternativa para o merca<strong>do</strong> interno, já<br />
que gran<strong>de</strong> parte das produções aqui filmadas eram as chanchadas que, embora<br />
alcançassem enorme sucesso <strong>de</strong> público, eram marginalizadas pela crítica<br />
155 Um grupo <strong>de</strong> onze cineastas criaram a Difilm, foram eles: NPS, L. C. Barreto, Cacá Diegues, Joaquim<br />
Pedro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Paulo César Saraceni, Roberto Farias, Riva Farias, Leon Hirszman, Glauber Rocha,<br />
Roberto Santos e Rex Endsley. A esse respeito ver: SALEM, Helena. Nelson Pereira <strong>do</strong>s Santos: o sonho<br />
possível <strong>do</strong> cinema brasileiro. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Record, 1996. pp.218-219.<br />
156 XAVIER, Ismael. O cinema mo<strong>de</strong>rno. São Paulo: Paz e Terra, 2001. p.80.<br />
157 Uma polêmica no interior <strong>do</strong> CPC marcou to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> existência da entida<strong>de</strong>. Na verda<strong>de</strong> havia<br />
<strong>do</strong>is olhares distintos sobre o que significava a arte. De um la<strong>do</strong> havia o grupo que acreditava que a arte<br />
<strong>de</strong>senvolvida pelo CPC <strong>de</strong>veria abarcar to<strong>do</strong>s os níveis <strong>de</strong> experimentação e <strong>de</strong> outro que se <strong>de</strong>veria<br />
<strong>de</strong>senvolver uma arte didática a serviço da transformação social. A esse respeito ver: ARAÚJO, Maria<br />
Paula. Memórias estudantis. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Ediouro, 2007. SALEM, Helena. Leon Hirszman: o<br />
navega<strong>do</strong>r das estrelas. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Rocco, 1997. pp.107 - 109.<br />
158 SALEM, Helena. Leon Hirszman: Op.cit. p.206.<br />
159 A esse respeito ver: MALAFAIA, Wolney Vianna. De chumbo e <strong>de</strong> ouro: política cultural <strong>de</strong> cinema<br />
em tempos sombrios (1974 -1979). <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> PPGHIS/<strong>UFRJ</strong>, 1996.
59<br />
cinematográfica. 160 Uma das questões colocadas na or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> dia para os<br />
cinemanovistas foi justamente a tentativa <strong>de</strong> problematizar sua inserção na esfera da<br />
indústria cultural. 161<br />
No entanto, a questão da aceitação ou não da verba <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> estava ligada a<br />
uma idéia muito mais arraigada, <strong>de</strong> tradição francesa, segun<strong>do</strong> a qual o Esta<strong>do</strong> teria a<br />
obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> financiar as obras artísticas sem, contu<strong>do</strong>, controlá-las. Assim, o fato<br />
<strong>de</strong> alguns diretores <strong>do</strong> Cinema Novo posteriormente terem se liga<strong>do</strong> a Embrafilme po<strong>de</strong><br />
ser entendi<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> essa lógica. De fato, a luta (ainda hoje travada) contra os filmes<br />
importa<strong>do</strong>s, notadamente os norte-americanos, o esgotamento <strong>de</strong> uma experiência<br />
estética e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos para acompanhar as inovações tecnológicas,<br />
possibilitaram um encontro entre os intelectuais <strong>do</strong> Cinema Novo e as medidas tomadas<br />
pelo regime para o setor cinematográfico. 162 Além das questões expostas, a<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> financiamento para os trabalhos certamente animou os cineastas.<br />
Embora a gestão <strong>de</strong> Roberto Farias na Embrafilme seja conhecida como a mais<br />
frutífera da empresa, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos vários filmes produzi<strong>do</strong>s e também ao enorme sucesso<br />
<strong>de</strong> público que gran<strong>de</strong> parte das películas obteve, não foram poucas as <strong>de</strong>núncias que<br />
rondaram a empresa. Por causa das acusações que pairavam sobre ela, o jornalista Helio<br />
Fernan<strong>de</strong>s publicou uma série <strong>de</strong> reportagens na tentativa <strong>de</strong> fazer com que a empresa<br />
<strong>de</strong>sse os <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s esclarecimentos. As reportagens publicadas dão o tom das<br />
improbida<strong>de</strong>s das quais a Embrafilme era acusada, pois as temáticas eram corrupção,<br />
inoperância, esbanjamento <strong>de</strong> recursos, <strong>de</strong>ntre outras. 163 Embora Helio Fernan<strong>de</strong>s tenha<br />
si<strong>do</strong> mais incisivo nas suas críticas, os jornais da gran<strong>de</strong> imprensa <strong>de</strong>nunciavam a<br />
empresa como produtora <strong>de</strong> filmes pornográficos e também pela suposta corrupção.<br />
Dentre as críticas feitas à Embrafilme durante a década <strong>de</strong> 1980 estava a <strong>de</strong> que<br />
ela só beneficiava os cineastas cariocas. A atitu<strong>de</strong> tomadas pelos cineastas paulistas,<br />
160 Como já foi nota<strong>do</strong> no primeiro capítulo a chanchada consagrou tipos populares e, to<strong>do</strong>s os tipos eram<br />
caricaturais em suas atuações, que eram marcadas pela forçação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s efeitos cômicos. Ver<br />
essa questão ver por exemplo: VIEIRA, João luiz. A chanchada e o cinema carioca (1930- 1955). IN:<br />
RAMOS, Fernão. (org). História <strong>do</strong> cinema brasileiro. São Paulo: Art editora, 1987. pp.130 - 178.<br />
161 LEITE, Sidney Ferreira. op. cit. p.96.<br />
162 MALAFAIA, Wolney Vianna. O cinema e o Esta<strong>do</strong> na terra <strong>do</strong> sol: a construção <strong>de</strong> uma política<br />
cultural <strong>de</strong> cinema em tempos <strong>de</strong> autoritarismo. In: CAPELATO, Maria Helena [et al]. História e cinema:<br />
dimensões históricas <strong>do</strong> audiovisual. São Paulo: Alameda, 2007. pp.327-328.<br />
163 Os títulos das colunas publicadas por Hélio Fernan<strong>de</strong>s dão a tônica das críticas feitas. Eis as manchetes<br />
<strong>de</strong> algumas matérias: Tribuna da imprensa. 31 <strong>de</strong> out <strong>de</strong> 1978. “As multinacionais e a Embrafilme.”<br />
Tribuna da Imprensa. 10 <strong>de</strong> out <strong>de</strong> 1978. “Corrupção, corrupção, corrupção: dar dinheiro a cineastas<br />
intelectuais <strong>de</strong> esquerda, para que não combatam o governo.”<br />
Tribuna da Imprensa. 16 <strong>de</strong> out. <strong>de</strong> 1978. “A Embrafilme no banco <strong>do</strong>s réus sem advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.”<br />
Tribuna da Imprensa. 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z <strong>de</strong> 1978. “A Embrafilme volta pálida e amarelecida.”<br />
Tribuna da Imprensa. 28/29 <strong>de</strong> abr. <strong>de</strong> 1979. “A Embrafilme no banco <strong>do</strong>s réus.”
60<br />
que se achavam excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> financiamento, foi romper com a empresa. A<br />
solução para o impasse só aconteceu após mudança na direção. 164<br />
O último momento da Embrafilme correspon<strong>de</strong> ao perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1985 a 1991 e foi<br />
caracteriza<strong>do</strong> pelo esvaziamento político, <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> favorecimento para alguns<br />
cineastas e pela <strong>de</strong>rrocada <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> financiamento para o cinema nacional,<br />
justamente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às diversas <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> favorecimento e corrupção. Assim, o papel<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> como mecenas das obras cinematográficas, que foi assumi<strong>do</strong> e fortaleci<strong>do</strong><br />
pela ditadura militar, passa para outra esfera <strong>de</strong> discussão, qual seja: a perspectiva <strong>do</strong><br />
financiamento priva<strong>do</strong>. 165 Assim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da década <strong>de</strong> 1980 se discutia sua<br />
extinção ou privatização da Embrafilme. 166<br />
O último perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> funcionamento da empresa também foi marca<strong>do</strong> por<br />
<strong>de</strong>núncias e por uma discussão acerca <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> cinema<br />
nacional. Ou seja, se o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>veria continuar assumin<strong>do</strong> os riscos da produção<br />
cinematográfica ou se o setor priva<strong>do</strong> <strong>de</strong>veria tomar para si a responsabilida<strong>de</strong>.<br />
Os cineastas tiveram voz ativa nesta discussão, publican<strong>do</strong> freqüentemente seus<br />
pontos <strong>de</strong> vista na imprensa, mas o <strong>de</strong>bate também ganhou a opinião pública e as<br />
ruas. 167 Em pesquisa realizada nas salas <strong>de</strong> cinema da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo com 517<br />
freqüenta<strong>do</strong>res, ao ser pergunta<strong>do</strong>: “Na sua opinião as verbas para a produção <strong>de</strong> filmes<br />
brasileiros <strong>de</strong>vem vir <strong>de</strong> um órgão público como a Embrafilme, ou <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />
privadas?” a maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s optou pelo financiamento priva<strong>do</strong>. 168<br />
164 Ver por exemplo matéria <strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 2 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1980. Cineastas paulistas rompem com a<br />
Embrafilme.<br />
165<br />
GATTI, André. Verbete Embrafilme In: RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe (org).<br />
Enciclopédia <strong>do</strong> cinema brasileiro. São Paulo: Editora SENAC, 2000. pp.212- 216.<br />
166 Sobre esta questão po<strong>de</strong>-se ver como referências as matérias jornalísticas <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, como exemplo:<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil 29 ago. 1983. Que fechem a Embrafilme. Tribuna da Imprensa. 23 mar. 1990. O fim<br />
da Embrafilme. Outras matérias po<strong>de</strong>m ser consultadas no anexo 4.<br />
167 Sobre o <strong>de</strong>bate acerca <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s cineastas, ver as seguintes matérias jornalísticas: O<br />
Fluminense 27 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1983. Cineastas ironizam o fim da Embrafilme. Jornal da Bahia 21 mar.<br />
1990. Fim da Embrafilme divi<strong>de</strong> cineastas. Outras matérias po<strong>de</strong>m ser consultadas no anexo 4.<br />
168 Tabela elaborada a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s da pesquisa Data Folha publicada em: Folha <strong>de</strong> São Paulo. 19 <strong>de</strong><br />
jun <strong>de</strong> 1988. “49% acham que o Esta<strong>do</strong> brasileiro não <strong>de</strong>ve financiar cinema brasileiro”
61<br />
50<br />
45<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
Órgãos Publicos Entida<strong>de</strong>s privadas Dos <strong>do</strong>is Não sabe<br />
Provavelmente, a imagem <strong>de</strong>sgastada que a empresa tinha junto à opinião pública<br />
aju<strong>do</strong>u na resposta <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s e 49% <strong>de</strong>les <strong>de</strong>clararam repudiar o apoio estatal e<br />
preferir apenas o financiamento priva<strong>do</strong>. Embora houvesse claramente a opção <strong>de</strong> um<br />
financiamento compartilha<strong>do</strong>, a maioria achava o financiamento prova<strong>do</strong> mais<br />
interessante.<br />
No momento em que a empresa passava por uma crise na sua imagem pública,<br />
por conta das discussões acerca da sua extinção ou privatização, um outro importante<br />
nome foi aliar-se ao coro <strong>do</strong>s <strong>de</strong>scontentes com a Embrafilme: Ipojuca Pontes,<br />
premia<strong>do</strong> cineasta autor <strong>do</strong> livro intitula<strong>do</strong> Cinema Cativo, no qual reuniu uma série <strong>de</strong><br />
artigos abordan<strong>do</strong> diversas questões entre cinema e Esta<strong>do</strong>. Em seu artigo, também<br />
nomea<strong>do</strong> Cinema cativo, disse que<br />
em recente pesquisa encomendada (e arquivada) a peso <strong>de</strong> ouro pela própria<br />
Embrafilme sobre as relações <strong>do</strong> público em geral com o cinema brasileiro em<br />
particular, ficou patentea<strong>do</strong> o <strong>de</strong>scrédito da ativida<strong>de</strong> e suas instituições oficiais.<br />
Com efeito, para a maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, o cinema brasileiro hoje é sinônimo <strong>de</strong><br />
elitismo, pornografia, incompetência e corrupção. Para uns, o “cinema nacional não<br />
conquista o público porque os diretores são intelectuais que só fazem filmes visan<strong>do</strong><br />
um pequeno grupo, também intelectualiza<strong>do</strong>, <strong>de</strong> especta<strong>do</strong>res.” Para outros, o nosso<br />
cinema não passa <strong>de</strong> “mera pornografia”. Uns e outros, no entanto, são unânimes em<br />
afirmar que “a Embrafilme é uma empresa estatal corrupta, que “só funciona para<br />
financiar uma panelinha <strong>de</strong> diretores” e impedir o surgimento <strong>de</strong> produções<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes”. 169<br />
Ipojuca Pontes foi nomea<strong>do</strong> Secretário Nacional <strong>de</strong> Cultura no governo <strong>de</strong><br />
Fernan<strong>do</strong> Collor e participou <strong>do</strong> <strong>de</strong>smonte da Embrafilme na década <strong>de</strong> 1990.<br />
169 PONTES, Ipojuca. Cinema cativo: : reflexões sobre a miséria <strong>do</strong> cinema nacional. São Paulo: EMW<br />
editores, 1987. pp. 114-115.
62<br />
Capítulo III - A trajetória da censura cinematográfica no<br />
Brasil<br />
A prática da censura no Brasil não foi uma prerrogativa <strong>do</strong>s regimes ditatoriais:<br />
po<strong>de</strong>mos observar seus primórdios com a chegada da família Real, em 1808. Assim, a<br />
censura <strong>de</strong> diversões públicas esteve presente na socieda<strong>de</strong> brasileira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século<br />
XIX e manteve-se no século XX, mesmo em governos <strong>de</strong>mocráticos. Embora a temática<br />
central da tese seja a censura durante o perío<strong>do</strong> militar, cremos ser imprescindível traçar<br />
um panorama da censura no país, até mesmo para que seja possível perceber a relação<br />
entre a censura e a socieda<strong>de</strong> civil no perío<strong>do</strong> proposto.<br />
A partir da chegada da família Real foram introduzidas a imprensa e as primeiras<br />
leis <strong>de</strong> caráter censório. Sen<strong>do</strong> assim, não era possível publicar sem prévio exame <strong>do</strong>s<br />
censores reais, que proibiam <strong>de</strong>clarações contra o governo, a religião católica e os bons<br />
costumes sociais. De fato, esse tipo <strong>de</strong> censura se caracterizava tanto por seu cunho<br />
político – já que não era permiti<strong>do</strong> fazer <strong>de</strong>clarações injuriosas contra o rei -, quanto<br />
pela questão moral, pois estava explícito que publicações que atentassem contra os bons<br />
costumes sociais po<strong>de</strong>riam ser vetadas. Estava expressa na legislação daquele momento<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> respeito aos princípios católicos e às convenções sociais. 170<br />
O tipo <strong>de</strong> censura supracitada foi aplicada majoritariamente à imprensa, mas<br />
também se fez presente no campo <strong>do</strong>s divertimentos públicos. Em 1824, o inten<strong>de</strong>ntegeral<br />
<strong>de</strong> polícia, Francisco Teixeira <strong>de</strong> Aragão, estipulou normas a serem cumpridas na<br />
corte em relação aos teatros e, inserida nessas or<strong>de</strong>ns, estava a questão da função<br />
policial <strong>de</strong> proibir qualquer ensaio ou publicação consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s contrários aos bons<br />
costumes. 171 Po<strong>de</strong>-se perceber <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento que a questão <strong>de</strong> verificar o<br />
que era produzi<strong>do</strong> e podar os “excessos” era uma função policial.<br />
Em 1843, foi cria<strong>do</strong> o Conservatório Dramático que tinha como objetivo<br />
principal “integrar um amplo conjunto <strong>de</strong> iniciativas governamentais à ‘forjar’ uma<br />
nação”. 172 Nesse senti<strong>do</strong>, fazia parte das atribuições da entida<strong>de</strong> a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
executar censura prévia das peças teatrais que seriam encenadas. O Conservatório<br />
170 SMITH, Anne-Marie. Um acor<strong>do</strong> força<strong>do</strong>: o consentimento da imprensa à censura no Brasil. Op. cit.<br />
p. 22. Também a respeito da censura a imprensa durante o perío<strong>do</strong> ver: LUSTOSA, Isabel. Insultos<br />
impressos: a guerra <strong>do</strong>s jornalistas na in<strong>de</strong>pendência (1821 – 1823). São Paulo: Companhia das Letras,<br />
2000. p. 25.<br />
171 SOUZA, Silvia Cristina Martins <strong>de</strong>. As noites <strong>do</strong> Ginásio: teatro e tensões culturais na corte (1832-<br />
1868). Campinas: Editora UNICAMP/CECULT, 2002. p. 140.<br />
172 I<strong>de</strong>m. p. 144.
63<br />
Dramático foi uma das primeiras instituições organizadas no Brasil objetivan<strong>do</strong><br />
censurar a produção artística, com vistas fundamentalmente para aquilo que era<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> contrário à moral vigente. A entida<strong>de</strong> estava sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> governo<br />
imperial e os censores exerciam suas funções na corte. 173<br />
A passagem para o sistema republicano não alterou a essência da censura aos<br />
espetáculos. Depois da extinção <strong>de</strong>finitiva <strong>do</strong> Conservatório Dramático, em 1897, a<br />
censura passou a ser função <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> polícia, e <strong>de</strong>veria manter sob vigilância<br />
os estabelecimentos <strong>de</strong> diversão pública. Então, as peças teatrais passavam por uma<br />
censura, na qual cenas ousadas, palavras consi<strong>de</strong>radas impróprias, além <strong>do</strong> vestuário,<br />
po<strong>de</strong>riam ser vetadas pela polícia. Naquele momento, uma das formas <strong>de</strong> espetáculo que<br />
esteve na mira da polícia foi o teatro <strong>de</strong> revista. Tradicional forma <strong>de</strong> diversão popular<br />
da Primeira República, era mal visto como espetáculo teatral pela crítica especializada e<br />
alvo da censura policial. 174 Durante esse perío<strong>do</strong> várias peças teatrais foram censuradas,<br />
em parte ou no to<strong>do</strong>, e por isso não pu<strong>de</strong>ram ser exibidas em muitas ocasiões, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong><br />
o público sem o espetáculo e o empresário sem o lucro almeja<strong>do</strong>. 175<br />
Durante o perío<strong>do</strong> republicano a censura passou para a órbita da polícia. No<br />
entanto, a partir <strong>de</strong> 1930 começou-se a pensar na institucionalização da censura em um<br />
órgão específico cria<strong>do</strong> para tal fim, com funcionários especializa<strong>do</strong>s.<br />
Nas <strong>de</strong>mocracias mo<strong>de</strong>rnas o relacionamento entre o Esta<strong>do</strong> e a censura <strong>de</strong><br />
diversões públicas foi reconheci<strong>do</strong> e <strong>de</strong> certa forma admiti<strong>do</strong> pela socieda<strong>de</strong>, pois a<br />
idéia era evitar uma suposta liberda<strong>de</strong> perniciosa. 176<br />
O Esta<strong>do</strong> que se organizou após o movimento <strong>de</strong> 1930, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por Getúlio<br />
Vargas, tentou alcançar novas bases tanto econômicas quanto sociais. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />
to<strong>do</strong> o aparato construí<strong>do</strong> objetivava uma reestruturação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> com vistas tanto a<br />
uma nova possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento econômico nacional como <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> pensar a<br />
socieda<strong>de</strong> e os trabalha<strong>do</strong>res. Não casualmente, em 1932 foi cria<strong>do</strong> o DOP<br />
(Departamento Oficial <strong>de</strong> Propaganda), que tinha como uma das responsabilida<strong>de</strong>s<br />
173 Ib<strong>de</strong>m.<br />
174 Havia uma discussão acirrada sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> teatro nacional e alguns autores como José<br />
Veríssimo acreditavam que o perío<strong>do</strong> da produção <strong>do</strong> teatro <strong>de</strong> revista era o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência <strong>do</strong><br />
teatro nacional. Sobre o assunto ver, <strong>de</strong>ntre outros: MENCARELLI, Fernan<strong>do</strong> Antonio. Cena aberta: a<br />
absolvição <strong>de</strong> um bilontra e o teatro <strong>de</strong> revista <strong>de</strong> Arthur Azeve<strong>do</strong>. Campinas: UNICAMP/CECULT,<br />
1999. e RUIZ, Roberto. O teatro <strong>de</strong> revista no Brasil: das origens à primeira guerra mundial. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: INACEN, 1988.<br />
175 Sobre a censura teatral <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Império até a primeira república ver: SOUSA, J. Galante. O teatro no<br />
Brasil: evolução <strong>do</strong> teatro no Brasil. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Livro, 1960. pp. 309 – 321.<br />
176 KHÉDE, Sonia Salomão. Censores <strong>de</strong> pincenê e gravata: <strong>do</strong>is momentos da censura teatral no Brasil.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Co<strong>de</strong>cri, 1981. pp. 27 – 28.
64<br />
exercer a censura <strong>de</strong> divertimentos. Também em 1932 foi estabelecida a nacionalização<br />
<strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> censura <strong>do</strong>s filmes cinematográficos. Já naquele momento, nenhum filme<br />
po<strong>de</strong>ria ser exibi<strong>do</strong> no território nacional sem um certifica<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério da Educação<br />
e Saú<strong>de</strong> Pública. 177 Também na década <strong>de</strong> 1930 o Esta<strong>do</strong> passou a pensar o cinema<br />
como importante canal <strong>de</strong> comunicação com amplas camadas da socieda<strong>de</strong>.<br />
A centralização da censura cinematográfica aconteceu mais ce<strong>do</strong> <strong>do</strong> que a <strong>de</strong><br />
outras obras artísticas. De fato, as <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s ora ficavam sob a administração<br />
estadual, ora fe<strong>de</strong>ral, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1932 a censura cinematográfica ficou nas mãos <strong>de</strong><br />
observa<strong>do</strong>res que tinham como objetivo liberar ou não um filme para to<strong>do</strong> o território<br />
nacional.<br />
Em substituição ao DOP, foi cria<strong>do</strong>, em 1934, o DPDC (Departamento <strong>de</strong><br />
Propaganda e Difusão Cultural), um órgão técnico cujo objetivo central era estudar e<br />
orientar a utilização <strong>do</strong> cinematógrafo. A DPDC também exercia a censura<br />
cinematográfica, ativida<strong>de</strong> capitaneada por uma comissão composta <strong>de</strong> um<br />
representante <strong>do</strong> Ministério <strong>de</strong> Justiça e Negócios Interiores, um <strong>do</strong> Ministério da<br />
Educação e Saú<strong>de</strong>, um <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> Exterior, um <strong>do</strong> Juiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> Menores, um<br />
representante <strong>do</strong> chefe <strong>de</strong> Polícia e um membro da Associação Brasileira <strong>de</strong> Produtores<br />
Cinematográficos. 178 A socieda<strong>de</strong> civil era parcamente representada, só sen<strong>do</strong> notada na<br />
indicação <strong>do</strong> membro da Associação <strong>de</strong> Produtores Cinematográficos.<br />
Com o golpe <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo e a outorga da Constituição <strong>de</strong> 1937, a censura <strong>de</strong><br />
diversões públicas foi finalmente oficializada em uma constituição. 179 Mas foi com a<br />
criação <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Imprensa e Propaganda (DIP), em 1939, 180 que a censura<br />
foi burocratizada tornan<strong>do</strong>-se mais padronizada e “eficiente” em seus objetivos. 181<br />
Eram muitas as atribuições <strong>do</strong> DIP, o órgão responsável por centralizar,<br />
coor<strong>de</strong>nar e orientar a propaganda nacional, além <strong>de</strong> servir como elemento auxiliar <strong>de</strong><br />
informação <strong>do</strong>s ministérios e entida<strong>de</strong>s púbicas e privadas no que tangia a questão da<br />
177 Decreto n. 21.240 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1932.<br />
178 Decreto n. 24.651. 10 <strong>de</strong> jul. <strong>de</strong> 1934.<br />
179 O artigo 122 da constituição <strong>de</strong> 1937 assegura aos brasileiros e estrangeiros resi<strong>de</strong>ntes no país o direito<br />
à liberda<strong>de</strong>, à segurança individual e à proprieda<strong>de</strong>. No parágrafo 15 dizia que “com o fim <strong>de</strong> garantir a<br />
paz, a or<strong>de</strong>m e a segurança pública, a censura prévia da imprensa, <strong>do</strong> teatro, <strong>do</strong> cinematógrafo, da<br />
radiodifusão, facultan<strong>do</strong> à autorida<strong>de</strong> competente proibir a circulação, a difusão ou a representação.”<br />
180 Decreto-lei n. 1915 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1939.<br />
181 STEPHANOU, Alexandre Ayub. O procedimento racional e técnico da censura fe<strong>de</strong>ral brasileira<br />
como órgão público: um processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização burocrática e seus impedimentos (1964 – 1988).<br />
Porto Alegre: Tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> apresentada ao curso <strong>de</strong> Pós-graduação em História da Pontifícia<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> Católica <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, 2004. p. 15. Sobre censura no Esta<strong>do</strong> Novo, ver:<br />
GOULART, Silvana. Sob a verda<strong>de</strong> oficial: i<strong>de</strong>ologia, propaganda e censura no Esta<strong>do</strong> Novo. São Paulo:<br />
Marco Zero, 1990.
65<br />
propaganda. Também era incumbência <strong>do</strong> DIP a fiscalização <strong>do</strong> turismo, o incentivo a<br />
tradução <strong>de</strong> autores brasileiros para idiomas estrangeiros e o estímulo à escrita <strong>de</strong> obras<br />
nacionais. O <strong>de</strong>partamento era composto por seis divisões: <strong>de</strong> divulgação, <strong>de</strong> rádiodifusão,<br />
<strong>de</strong> cinema e teatro, <strong>de</strong> turismo, <strong>de</strong> imprensa e uma divisão <strong>de</strong> serviços<br />
auxiliares. 182<br />
Uma das ativida<strong>de</strong>s que mais marcaram o DIP foi a censura, pois cabia ao<br />
<strong>de</strong>partamento analisar e, quan<strong>do</strong> fosse necessário, vetar as obras cinematográficas, além<br />
as peças teatrais, os programas <strong>de</strong> rádio, a literatura e a imprensa. Também estava<br />
encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> orientar o governo fe<strong>de</strong>ral para a redução <strong>de</strong> impostos <strong>do</strong>s filmes<br />
educativos com o intuito <strong>de</strong> estimular esse tipo <strong>de</strong> produção. No campo<br />
cinematográfico, o órgão foi habilita<strong>do</strong> a promover premiações para alavancar a<br />
produção cinematográfica nacional. 183 Mais tar<strong>de</strong>, em 1966 com a criação <strong>do</strong> INC, o<br />
Esta<strong>do</strong> passou a estimular ainda mais essas premiações, além <strong>de</strong> festivais<br />
cinematográficos. 184<br />
A encíclica Vigilanti Cura (1936) formulada no pontifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> Pio XI, já<br />
representava uma <strong>de</strong>manda da igreja católica objetivan<strong>do</strong> a implementação da censura<br />
ao cinema. O Vaticano percebia no cinema um po<strong>de</strong>roso meio <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong><br />
massas.<br />
Não há <strong>de</strong> negar que o recreio corporal e espiritual, em suas múltiplas<br />
manifestações <strong>do</strong> progresso mo<strong>de</strong>rno, tornou-se necessário para os que se<br />
cansam nas ocupações e cuida<strong>do</strong>s da vida, mas ele <strong>de</strong>ve ser digno e por isto<br />
são e moral; <strong>de</strong>ve elevar-se ao nível <strong>de</strong> fator positivo <strong>de</strong> nobres sentimentos.<br />
Um povo que, em seus momentos <strong>de</strong> repouso, se entrega a prazeres que ferem<br />
o pu<strong>do</strong>r, a honra, a moral, divertimentos que constituem uma ocasião <strong>do</strong><br />
peca<strong>do</strong>, especialmente para a mocida<strong>de</strong>, corre o perigo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r sua gran<strong>de</strong>za<br />
e seu po<strong>de</strong>r. 185<br />
Ainda segun<strong>do</strong> a encíclica existiam vários cineastas que não produziam filmes<br />
liga<strong>do</strong>s a prática da moral religiosa. Ela estimulava os fiéis e os membros da igreja a<br />
fiscalizarem os filmes. Uma das medidas recomendada aos lí<strong>de</strong>res religiosos foi que<br />
antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s os pastores <strong>de</strong> almas se esforçarão por obter <strong>do</strong>s fiéis que<br />
façam anualmente, como os católicos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América, a<br />
182 I<strong>de</strong>m.<br />
183 Decreto-lei. n. 1915 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1939.<br />
184 O Decreto nº 60.220, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> fev. <strong>de</strong> 1967 aprovou o regulamento para funcionamento <strong>do</strong> INC.<br />
185 Encíclica Vigilanti Cura. Visto em:<br />
http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/<strong>do</strong>cuments/hf_p-xi_enc_29061936_vigilanticura_po.htm
66<br />
promessa <strong>de</strong> se absterem <strong>do</strong>s filmes que ofen<strong>de</strong>m a verda<strong>de</strong> e as instituições<br />
cristãs. Este compromisso po<strong>de</strong> ser obti<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais eficaz por meio da<br />
Igreja paroquial ou das escolas; e para este fim os bispos reclamarão a<br />
diligente cooperação <strong>do</strong>s pais e das mães <strong>de</strong> família, que têm, nesta matéria,<br />
graves <strong>de</strong>veres e responsabilida<strong>de</strong>s. Igualmente po<strong>de</strong>m usar da imprensa<br />
católica, que mostrará, com afinco e proveito, a importância <strong>de</strong>sta santa<br />
cruzada. 186<br />
Para a execução da promessa, os fiéis <strong>de</strong>veriam saber<br />
claramente quais os filmes permiti<strong>do</strong>s a to<strong>do</strong>s, quais os filmes permiti<strong>do</strong>s com<br />
reserva, quais os filmes prejudiciais ou positivamente maus. Isto exige<br />
confecção <strong>de</strong> listas e sua publicação regular, em forma <strong>de</strong> boletins, em que, a<br />
miú<strong>do</strong>, se classifiquem os filmes em forma acessível a to<strong>do</strong>s. 187<br />
Buscan<strong>do</strong> alcançar esses objetivos, foram criadas entida<strong>de</strong>s como a Ação<br />
Católica Brasileira e a Associação <strong>do</strong>s Críticos Católicos, esta última responsável pelo<br />
boletim semanal que indicava filmes recomendáveis aos fiéis. 188<br />
De fato, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
primeira encíclica <strong>do</strong> papa Pio XI, Ubi arcano Dei, <strong>de</strong> 1922, foi estimula<strong>do</strong> um<br />
movimento mundial <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Ação Católica que teve como objetivo central<br />
evangelizar as nações, servin<strong>do</strong> como um braço da hierarquia eclesiástica. 189<br />
Devi<strong>do</strong> à tradição <strong>do</strong> aparelho censório <strong>de</strong> diversões públicas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Império e<br />
as <strong>de</strong>mandas da própria igreja católica, a questão da censura cinematográfica já era<br />
discutida no Brasil havia longo tempo. Em artigo publica<strong>do</strong> na revista Scena Muda em<br />
1944, o autor <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Lumiere escreveu uma matéria intitulada “A censura na tela”,<br />
na qual perguntava ao leitor: “Quan<strong>do</strong> nasceu a censura cinematográfica entre nós? Eis<br />
um assunto curioso e um <strong>do</strong>s aspectos mais interessantes da história <strong>do</strong> cinema no<br />
Brasil que não <strong>de</strong>verá ser esqueci<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> alguém escrevê-la.” 190<br />
O autor escreveu a matéria em 1944 e utilizou como recurso para validar a sua<br />
argumentação um artigo sobre cinema publica<strong>do</strong> em 1919 que falava sobre a rotina <strong>de</strong><br />
controle e os mecanismos que a polícia tinha para que os filmes consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />
“inconvenientes” pu<strong>de</strong>ssem ser censura<strong>do</strong>s. Em alguns momentos essa censura policial<br />
permitia a exibição <strong>de</strong> películas que provocavam alar<strong>de</strong> e isso era reflexo <strong>de</strong> um<br />
186 I<strong>de</strong>m<br />
187 Ib<strong>de</strong>m.<br />
188 SIMÕES, Inima Ferreira. A censura cinematográfica no Brasil. CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. (org)<br />
In: Minorias silenciadas: história da censura no Brasil. São Paulo: Editora da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
/ Imprensa Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> / FAPESP, 2002. p. 348.<br />
189 A respeito da relação da igreja com o cinema ver: ALMEIDA, Cláudio Aguiar. A Igreja católica e o<br />
cinema: Vozes <strong>de</strong> Petrópolis, A Tela e o jornal A União entre 1907 e 1921. In: CAPELATO, Maria<br />
Helena. [et. ali]. História e cinema: dimensões históricas <strong>do</strong> audiovisual. São Paulo: Alameda, 2007. pp.<br />
309- 326.<br />
190 Scena Muda, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, v.24, n.41, 10 out. 1944. p. 10.
67<br />
ama<strong>do</strong>rismo na dinâmica da censura policial.<br />
A censura era conhecida da população e durante anos as revistas especializadas<br />
em cinema publicavam os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s filmes que haviam si<strong>do</strong> censura<strong>do</strong>s. 191 Por<br />
exemplo, em 1922, Scena muda imprimiu em suas páginas a estatística sobre as<br />
películas censuradas no ano anterior. Segun<strong>do</strong> a publicação, haviam si<strong>do</strong> vetadas, no<br />
to<strong>do</strong> ou em parte, 923 obras americanas, 169 alemãs, 88 italianas, 73 francesas, 13<br />
brasileiras, 10 filmes dinamarqueses, 9 portugueses, 4 argentinos, 3 ingleses e 3<br />
austríacos. 192<br />
É inegável a prepon<strong>de</strong>rância <strong>do</strong> cinema americano nos anos <strong>de</strong> 1920, como foi<br />
visto no primeiro capítulo. A questão entre a entrada <strong>de</strong> filmes estrangeiros e a produção<br />
nacional sempre esteve presente no <strong>de</strong>bate da construção <strong>de</strong> uma indústria<br />
cinematográfica. Nesse senti<strong>do</strong>, a censura po<strong>de</strong>ria significar tanto uma aliada, ao barrar<br />
filmes estrangeiros, como uma opositora, ao censurar os filmes brasileiros.<br />
Na década <strong>de</strong> 1920 também não faltaram críticas, tanto à censura como aos<br />
censores, muito semelhantes às que seriam feitas no perío<strong>do</strong> da ditadura militar. Sobre a<br />
censura ao filme A carne, dirigi<strong>do</strong> por Felipe Ricci, a coluna da Cinearte dizia, em<br />
1926, que<br />
o filme estava completo e, apesar <strong>de</strong> ser uma obra um tanto escabrosa para ser<br />
levada à tela, em nada ofen<strong>de</strong> a moral, da<strong>do</strong> o critério com que foi adapta<strong>do</strong>.<br />
Ora, sen<strong>do</strong> o filme envia<strong>do</strong> à censura, sofreu cortes sensíveis, porém, cortes<br />
absur<strong>do</strong>s, próprio <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sentendi<strong>do</strong> da matéria. Na cena <strong>do</strong> quarto, em que<br />
Lenita não resistin<strong>do</strong> à tentação vai <strong>de</strong>clarar o seu amor a Barbosa, o censor<br />
cortou quase toda a parte final, ten<strong>do</strong> também leva<strong>do</strong> em prejuízo cena que<br />
tanta explicação dava ao filme. (...) Nós, como dissemos acima, leitores<br />
assíduos <strong>de</strong> Para to<strong>do</strong>s..., e agora <strong>de</strong> Cinearte, temos li<strong>do</strong> freqüentemente<br />
nessa revista casos como o <strong>do</strong> sr. Gigi prejudica<strong>do</strong> por uma censura<br />
<strong>de</strong>claradamente incompetente. 193<br />
Em fins <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo, a polícia encarregada da censura foi transferida para o<br />
Departamento <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Segurança Pública (DFSP) e passou a integrar o Ministério da<br />
Justiça e Negócios Interiores. Em 1945, foi cria<strong>do</strong> o Serviço <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões<br />
191 As duas principais revistas especializadas em cinema que o Brasil teve até a década <strong>de</strong> 1950 foram<br />
Scena Muda e Cinearte. A Scena muda foi lançada em 1921 e ficou em circulação até o 1955. A Cinearte<br />
foi fundada em 1926 por Mario Behring e Adhemar Gonzaga e foi referência entre as publicações, pois<br />
foi a primeira revista a adaptar-se aos mol<strong>de</strong>s da cinematografia que existia no Brasil. Embora tenha si<strong>do</strong><br />
criada <strong>de</strong>pois da Scena Muda, seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> existência foi menor, ten<strong>do</strong> havi<strong>do</strong> publicação até 1942.<br />
Para um maior aprofundamento sobre a revista ver: LUCAS, Taís Campelo. Cinearte: o cinema brasileiro<br />
em revista (1926-1942). <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Tese/PPGHU/UFF, 2005.<br />
192 Scena muda. 16 <strong>de</strong> fev. 1922. p. 30.<br />
193 Cinearte. 31 <strong>de</strong> mar. 1926. p. 28.
68<br />
Públicas, liga<strong>do</strong> ao DFSP. 194 No ano seguinte, foi aprova<strong>do</strong> o regulamento <strong>do</strong> SCDP<br />
que continha treze capítulos e procurava dar conta <strong>de</strong> várias questões no âmbito<br />
artístico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a censura prévia até questões relativas ao direito autoral. 195<br />
A nova legislação prévia, <strong>de</strong>ntre outras questões, que nenhum filme po<strong>de</strong>ria ser<br />
exibi<strong>do</strong> ao público sem censura prévia e sem um certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> aprovação forneci<strong>do</strong><br />
pelo SCDP, que os certifica<strong>do</strong>s seriam váli<strong>do</strong>s por cinco anos a contar da data da<br />
aprovação e que os censores po<strong>de</strong>riam recomendar para menores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> os filmes<br />
“capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar os bons sentimentos, as tendências artísticas, a curiosida<strong>de</strong><br />
científica, o amor à pátria, à família e o respeito às instituições.” 196<br />
Também foi estipula<strong>do</strong> que a improprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s filmes po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>clarada<br />
para crianças até 10, 14, ou para maiores <strong>de</strong> 18 anos. No que se refere ao processo<br />
técnico da censura, ficava compreendi<strong>do</strong> nessa lei que o filme alvo <strong>de</strong> cortes teria as<br />
cenas inapropriadas anotadas no formulário preenchi<strong>do</strong> pelo censor. Da mesma forma, o<br />
boletim <strong>de</strong>veria informar se o filme seria classifica<strong>do</strong> como “educativo” e, no caso <strong>de</strong><br />
um filme nacional, se era <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong> e livre para exportação”. As licenças para a<br />
exportação <strong>do</strong> filme nacional seriam negadas quan<strong>do</strong> ele “contiver vistas <strong>de</strong>sprimorosas<br />
para o Brasil, estiver mal fotografa<strong>do</strong> ou não recomendar a arte nacional no estrangeiro,<br />
ou ainda se contiver vistas <strong>de</strong> zonas que interessem à <strong>de</strong>fesa e segurança nacionais.” 197<br />
O censor, ao examinar uma película, daria o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong>”<br />
consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> “a sonorida<strong>de</strong>, sincronização, correção <strong>do</strong> texto e técnica <strong>de</strong> arte” 198 , já<br />
o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> “livre para exportação” garantia que o filme po<strong>de</strong>ria ser exporta<strong>do</strong> para<br />
outros países, facultan<strong>do</strong> assim a garantia <strong>de</strong> um maior retorno da aplicação financeira<br />
que havia si<strong>do</strong> feita para concretização da obra. 199<br />
Interessante notar que havia a preocupação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1940, <strong>de</strong> mostrar<br />
a imagem <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong> uma forma primorosa, ou seja, películas que exibissem miséria<br />
ou outra possibilida<strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong> crítica social não seriam bem aceitas. Também a<br />
questão da <strong>de</strong>fesa nacional já estava presente naquele momento. Igualmente, é curioso<br />
que o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> fosse da<strong>do</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> teor <strong>do</strong> filme, já<br />
que eram anotadas apenas as especificações técnicas como sonorida<strong>de</strong> e a técnica <strong>de</strong><br />
arte e não o caráter político ou moral. Aqueles que verificavam a qualida<strong>de</strong> técnica e<br />
194 Decreto-lei n. 8462 <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1945.<br />
195 Decreto n. 20.493 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> jan. <strong>de</strong> 1946.<br />
196 Decreto n. 20.493 <strong>de</strong> 24/01/1946. Art. 12.<br />
197 I<strong>de</strong>m.<br />
198 Decreto-Lei. N. 1949 <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1939. art. 36.<br />
199 I<strong>de</strong>m. art. 41.
69<br />
artística não eram pessoas versadas no <strong>de</strong>senvolvimento da sétima arte.<br />
A legislação censória entrou em vigor em 1946, ano em que o Brasil retomou o<br />
caminho da <strong>de</strong>mocracia. A entrada <strong>de</strong> Eurico Gaspar Dutra em substituição a Getúlio<br />
Vargas representou a volta <strong>de</strong> um presi<strong>de</strong>nte eleito pelo voto. Embora o ano <strong>de</strong> 1946<br />
tenha si<strong>do</strong> marca<strong>do</strong> pela volta da <strong>de</strong>mocracia, o governo brasileiro, além da legislação<br />
censória, lançou mão <strong>de</strong> vários subterfúgios para barrar iniciativas que fossem contra os<br />
anseios governamentais. Logo que Dutra assumiu, cortou relações diplomáticas com a<br />
URSS e entrou em alinhamento com a política externa <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América.<br />
Também foi com Dutra que mais uma vez o PCB teve seu registro cassa<strong>do</strong> e seus<br />
lí<strong>de</strong>res persegui<strong>do</strong>s. 200 Como já foi menciona<strong>do</strong>, a censura não foi praticada apenas<br />
pelos governos ditatoriais. Ela também esteve presente durante os perío<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>mocráticos.<br />
O que embasou a maioria <strong>do</strong>s vetos à produção cinematográfica durante o<br />
regime militar foi a legislação censória <strong>de</strong> 1946. No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s anos outras leis foram<br />
sen<strong>do</strong> incorporadas a esta, mas sua base, durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> existência <strong>do</strong><br />
aparelho censório, continuou sen<strong>do</strong> o que já havia si<strong>do</strong> aprova<strong>do</strong> em 1946.<br />
A SCDP era centralizada no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>. Em 1961, o presi<strong>de</strong>nte Jânio<br />
Quadros conce<strong>de</strong>u aos esta<strong>do</strong>s da fe<strong>de</strong>ração o direito <strong>de</strong> exercer censura<br />
individualmente. 201 A medida tinha o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar e tornar o processo mais<br />
ágil. Entretanto, apesar da existência das SCDP estaduais, a central continuou a<br />
funcionar, não sem a existência <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> competência entre elas.<br />
Após o golpe <strong>de</strong> 1964 as SCDP regionais continuaram funcionan<strong>do</strong>, mas<br />
gradativamente foi-se fortalecen<strong>do</strong> a idéia <strong>de</strong> um <strong>de</strong>partamento nacional com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
ação para tratar <strong>do</strong> assunto. Já em 1965 foi inaugura<strong>do</strong> o novo prédio da polícia fe<strong>de</strong>ral<br />
em Brasília e, em 1966, voltou mais po<strong>de</strong>roso o Serviço <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões<br />
Públicas (SCDP). Apenas um ano após o golpe, a censura <strong>de</strong> diversões públicas foi<br />
centralizada. Em 1973, a SCDP centralizada passou a se chamar <strong>de</strong> Divisão <strong>de</strong> Censura<br />
<strong>de</strong> Diversões Públicas. 202<br />
Em 1968, o governo Costa e Silva publicou a lei n. 5.536 que dispunha sobre a<br />
censura a obras cinematográficas e teatrais e também criava o Conselho Superior <strong>de</strong><br />
200 SOUZA, Maria <strong>do</strong> Campo Campello <strong>de</strong>. Esta<strong>do</strong> e parti<strong>do</strong>s políticos no Brasil (1930-1964). São<br />
Paulo: Alfa- Omega, 1976.<br />
201 Decreto n. 50518 <strong>de</strong> 1961.<br />
202 Para evitar confusão com as siglas utilizadas, a<strong>do</strong>tei a nomenclatura <strong>de</strong> DCDP mesmo para os casos<br />
que datam <strong>de</strong> antes <strong>de</strong> 1972. Assim, todas as referências estão relacionadas a censura fe<strong>de</strong>ral.
70<br />
Censura. 203 A lei, publicada antes <strong>do</strong> AI-5, <strong>de</strong>terminava que as obras artísticas fossem<br />
censuradas para efeito classificatório e para sua liberação total ou parcial, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong><br />
claro que as películas não po<strong>de</strong>riam ser contrárias à segurança nacional “e ao regime<br />
representativo e <strong>de</strong>mocrático, à or<strong>de</strong>m e ao <strong>de</strong>coro público, aos bons costumes, ou<br />
ofensivas às coletivida<strong>de</strong>s ou às religiões ou, ainda, capazes <strong>de</strong> incentivar preconceitos<br />
<strong>de</strong> raça ou <strong>de</strong> lutas <strong>de</strong> classes.” 204<br />
Curioso notar que a censura se impôs como uma dilui<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> conflitos sociais e,<br />
fundamentalmente, das lutas <strong>de</strong> classe. Ou seja, ao estar constitucionalmente garanti<strong>do</strong><br />
que a censura <strong>de</strong>veria vetar obras que estimulassem a luta <strong>de</strong> classes, ela se colocava<br />
frente a isso como um meio <strong>de</strong> viabilizar os anseios governamentais, as expectativas <strong>do</strong><br />
merca<strong>do</strong> e <strong>de</strong> garantir a tranqüilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> camadas mais conserva<strong>do</strong>ras da população<br />
asseguran<strong>do</strong>, em tese, que as obras que atentassem contra os “bons costumes nacionais”<br />
seriam vetadas. Assim, ganhava simpatia <strong>de</strong> parte da socieda<strong>de</strong> civil que via uma<br />
representação da atuação da esquerda nessas lutas. 205<br />
Além <strong>de</strong> reafirmar elementos conti<strong>do</strong>s na lei <strong>de</strong> 1946, a lei <strong>de</strong> 1968 assegurou<br />
que a censura cinematográfica <strong>de</strong>veria ser realizada por comissões constituídas <strong>de</strong> três<br />
integrantes, os técnicos <strong>de</strong> censura. Estes, anteriormente chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> censores fe<strong>de</strong>rais,<br />
integrariam o quadro <strong>de</strong> pessoal <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> e, como exigência<br />
para a nomeação, <strong>de</strong>veriam obrigatoriamente ser forma<strong>do</strong>s em curso superior na área <strong>de</strong><br />
Ciências Sociais, Direito, <strong>Filosofia</strong>, Jornalismo, Pedagogia ou Psicologia. 206 Antes da<br />
promulgação <strong>de</strong>ssa lei, a exigência <strong>do</strong> curso superior para censor fe<strong>de</strong>ral não existia e,<br />
por isso, funcionários já integrantes <strong>do</strong> serviço público fe<strong>de</strong>ral foram sen<strong>do</strong> realoca<strong>do</strong>s<br />
na DCDP conforme as necessida<strong>de</strong>s funcionais <strong>do</strong> órgão.<br />
Dentre as atribuições da DCDP estavam a censura prévia <strong>de</strong> peças teatrais, letras<br />
musicais, programação televisiva, ativida<strong>de</strong>s circenses, radiofusão e livros. 207 Da<br />
mesma forma, a Divisão era responsável pela fiscalização da programação <strong>de</strong> eventos<br />
públicos.<br />
203 Lei. n. 5.536 <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1968. Embora o Conselho Superior <strong>de</strong> Censura tenha si<strong>do</strong> cria<strong>do</strong><br />
por lei a partir <strong>de</strong>sta lei, só começou a funcionar no final da década <strong>de</strong> 1970. A respeito <strong>do</strong> CSC ver:<br />
ALBIN, Ricar<strong>do</strong> Cravo. Driblan<strong>do</strong> a censura: <strong>de</strong> como o cutelo vil incidiu na cultura. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>:<br />
Gryphus, 2002.<br />
204 Lei n. 5536 <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1968. Art. 3.<br />
205 Vale notar que as referências a liberação sexual eram atreladas as idéias <strong>de</strong> esquerda, posto que estaria<br />
aí a <strong>de</strong>struição básica <strong>do</strong> pilar da socieda<strong>de</strong> cristã. Ver a esse respeito MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Em<br />
guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917 – 1964). São Paulo: Fapesp, 2002.<br />
206 I<strong>de</strong>m. Art. 14. Parágrafos 1-3.<br />
207 A DCDP não era diretamente responsável pela censura a livros, essa só era feita quan<strong>do</strong> havia ofício<br />
ministerial para que tal fosse exercida.
71<br />
A partir da década <strong>de</strong> 1970, os censores ganharam um novo alia<strong>do</strong>. O livro<br />
intitula<strong>do</strong> Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> fazia um apanha<strong>do</strong> das principais leis sobre censura no país.<br />
A seleção <strong>de</strong> leis foi compilada por Carlos Rodrigues e contou com prefácio <strong>do</strong> então<br />
presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Cinema, Ricar<strong>do</strong> Cravo Albin, e ficou conhecida<br />
como “a bíblia <strong>do</strong>s censores”, já que o livro continha as principais leis sobre a censura e<br />
era <strong>de</strong> manuseio fácil e rápi<strong>do</strong> para o trabalho <strong>do</strong> técnico <strong>de</strong> censura. 208<br />
Durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> funcionamento, a DCDP passou por algumas<br />
mudanças e por uma gran<strong>de</strong> rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diretores. Entre 1964 e 1988, a divisão teve<br />
13 responsáveis, quais sejam: Edísio Gomes <strong>de</strong> Matos (1964), Pedro José Chediak<br />
(1964-1966), Antônio Romero Lago (1966-1967), general Fulgêncio Façanha (1967),<br />
coronel Aloísio Muhlethaler (1968-1969), Wilson Aguiar (1970), Geová Lemos<br />
Cavalcante (1971), Rogério Nunes (1972-1979), que permaneceu o maior perío<strong>do</strong>,<br />
Wilson <strong>de</strong> Queiroz Garcia (1979), José Vieira Ma<strong>de</strong>ira (1979-1981), Solange Hernan<strong>de</strong>s<br />
(1981-1984), Coriolano Fagun<strong>de</strong>s (1985-1986) e o diretor que fechou as portas da<br />
divisão, Raymun<strong>do</strong> Eustáquio <strong>de</strong> Mesquita (1987-1988).<br />
A DCDP não teve as suas ativida<strong>de</strong>s imediatamente interrompidas com o fim <strong>do</strong><br />
regime militar, pois somente com a Constituição <strong>de</strong> 1988 a censura passou da esfera <strong>de</strong><br />
influência <strong>do</strong> Ministério da Justiça para o da Educação, restan<strong>do</strong>-lhe apenas a finalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> estabelecer classificação etária. 209<br />
O artigo 221 da Constituição <strong>de</strong> 1988 expressou o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que as produções <strong>de</strong><br />
emissoras <strong>de</strong> rádio e televisão aten<strong>de</strong>ssem a quatro princípios básicos:<br />
I - preferência a finalida<strong>de</strong>s educativas, artísticas, culturais e informativas;<br />
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que objetive sua divulgação;<br />
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme<br />
percentuais estabeleci<strong>do</strong>s em lei;<br />
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. 210<br />
É importante perceber a diferença entre os princípios constitucionais <strong>de</strong> 1988 e a<br />
lei <strong>de</strong> 1968, que endureceu a censura. Embora a constituição faça alusão ao respeito a<br />
208 RODRIGUES, Carlos. Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Brasília: C.R.Editora, 1971.<br />
209 No quinto capítulo da constituição <strong>de</strong> 1988 fica expresso que é vetada qualquer censura <strong>de</strong> natureza<br />
política, i<strong>de</strong>ológica e artística. No terceiro parágrafo ficava acerta<strong>do</strong> que competiria à lei fe<strong>de</strong>ral regular<br />
as diversões e espetáculos públicos, caben<strong>do</strong> ao Po<strong>de</strong>r Público informar sobre as faixas etárias a que não<br />
se recomen<strong>de</strong>m, locais e horários em que sua apresentação se mostre ina<strong>de</strong>quada e também <strong>de</strong> estabelecer<br />
os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem <strong>de</strong> programas ou<br />
programações <strong>de</strong> rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda <strong>de</strong><br />
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saú<strong>de</strong> e ao meio ambiente.<br />
210 Constituição da República Fe<strong>de</strong>rativa <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong> 1988. Art. 221.
72<br />
família, não foca a questão da moralida<strong>de</strong>, nem tampouco a da luta <strong>de</strong> classes, questões<br />
presentes na lei <strong>de</strong> 1968.<br />
3.1 Censura durante a ditadura Militar<br />
Durante a ditadura civil-militar no Brasil que vigorou entre os anos <strong>de</strong> 1964<br />
1985, o país permaneceu com as leis referentes à censura <strong>de</strong> diversões públicas que<br />
haviam si<strong>do</strong> criadas ainda em perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mocráticos. Ou seja, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> exceção, as peças teatrais, as músicas, os filmes e os programas <strong>de</strong> rádio e televisão<br />
que foram censura<strong>do</strong>s passavam pela DCDP ou pelas SCDP’S, não sen<strong>do</strong> uma questão<br />
nova na rotina <strong>do</strong>s produtores artísticos.<br />
Enquanto a censura cinematográfica foi centralizada em 1932 as outras obras<br />
artísticas permaneceram nas mãos das SCDP’s. Provavelmente, como no caso da<br />
música, havia uma relação <strong>de</strong> convivência complicada entre as censuras regionais e a<br />
censura central, 211 assim o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> formação <strong>do</strong> INC reafirmava que a censura<br />
cinematográfica seria <strong>de</strong> competência exclusivamente da esfera central. 212 Para além<br />
disso, houve também um fortalecimento da idéia da censura mais centralizada.<br />
To<strong>do</strong>s os filmes produzi<strong>do</strong>s no Brasil ou no exterior, para serem exibi<strong>do</strong>s em<br />
território nacional, eram obriga<strong>do</strong>s a possuir o certifica<strong>do</strong> da censura, emiti<strong>do</strong> pela<br />
DCDP. 213<br />
Os primeiros trabalhos que estudaram a questão da censura durante o regime<br />
militar <strong>de</strong>ram especial atenção à censura à imprensa. Assim, estu<strong>do</strong>s como o <strong>de</strong> Gláucio<br />
Soares e <strong>de</strong> Maria Aparecida <strong>de</strong> Aquino tentaram enten<strong>de</strong>r quais as formas e como era<br />
exercida a censura neste meio <strong>de</strong> comunicação. O texto <strong>de</strong> Soares tem o mérito <strong>de</strong> ser o<br />
primeiro estu<strong>do</strong> particulariza<strong>do</strong> sobre a temática da censura durante o perío<strong>do</strong> militar. O<br />
autor trabalhou com uma série <strong>de</strong> questões pertinentes que foram posteriormente<br />
aprofundadas por outros pesquisa<strong>do</strong>res, tais como os “bilhetinhos” nas redações e a<br />
211 Ver a respeito da questão da relação entre DCDP e SCDP: CAROCHA, MaikaLois. Pelos versos das<br />
canções: um estu<strong>do</strong> sobre o funcionamento da censura musical durante a ditadura militar brasileira (1964-<br />
1985). <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> apresentada ao PPGHIS/<strong>UFRJ</strong>, 2007.<br />
212 O Decreto n. 43, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1966 criou o INC (<strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema) e tornou <strong>de</strong><br />
competência exclusivamente fe<strong>de</strong>ral a censura cinematográfica.<br />
213 Diferentemente da censura musical, da censura teatral e da censura televisiva que eram feitas na<br />
DCDP e nas SCDP’s regionais, a censura cinematográfica era feitas apenas na DCDP, em Brasília. Como<br />
foi visto no primeiro capítulo a censura cinematográfica foi centralizada em 1932.
73<br />
problemática da autocensura. 214 Em estu<strong>do</strong> posterior, Maria Aparecida <strong>de</strong> Aquino<br />
aprofun<strong>do</strong>u a discussão sobre censura da imprensa, trabalhan<strong>do</strong> com os jornais O<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo e Movimento. A autora <strong>de</strong>stacou as formas <strong>de</strong> censura na gran<strong>de</strong><br />
imprensa e na imprensa alternativa, afirman<strong>do</strong> que aconteciam <strong>de</strong> maneira<br />
diferenciada. 215 Embora esses trabalhos não abor<strong>de</strong>m a censura cinematográfica<br />
propriamente dita, são importantes na medida em que tangenciam questões caras a este<br />
trabalho.<br />
Outros <strong>do</strong>is trabalhos <strong>de</strong> relevância polemizaram acerca da legalida<strong>de</strong> da censura<br />
à imprensa. Para Smith, a censura feita à imprensa foi inconstitucional durante to<strong>do</strong> o<br />
perío<strong>do</strong> em que se a exerceu. 216 No entanto, o trabalho <strong>de</strong> Beatriz Kushinir afirma que o<br />
<strong>de</strong>creto n. 1077 217 instituiu a censura prévia à imprensa, sen<strong>do</strong> assim, esta ativida<strong>de</strong><br />
seria uma medida legalizada pela ditadura militar. 218 Em estu<strong>do</strong> recente, Carlos Fico<br />
retomou a discussão, afirman<strong>do</strong> que tal <strong>de</strong>creto certificava apenas a censura prévia às<br />
diversões públicas, não incluin<strong>do</strong> a legalização da censura à imprensa. Ou seja, já é<br />
amplamente aceito que a censura à imprensa durante o perío<strong>do</strong> em questão era ilegal e<br />
não oficializada pelo Esta<strong>do</strong>, enquanto a censura <strong>de</strong> diversões públicas era conhecida<br />
<strong>do</strong>s produtores, da população e reafirmada pelos sucessivos governos. 219<br />
Para provar a existência da censura à imprensa, em 1973, o jornal Opinião<br />
utilizou-se <strong>de</strong> uma estratégia. Publicou uma edição com matérias ainda não autorizadas<br />
pela censura que posteriormente foi confiscada e, em seguida, uma outra edição já com<br />
o material libera<strong>do</strong>. Sen<strong>do</strong> assim, com uma edição livre <strong>de</strong> censura e <strong>de</strong>pois confiscada<br />
e uma edição censurada e liberada para publicação estava prova<strong>do</strong> que os jornais<br />
sofriam censura. 220<br />
Também como pô<strong>de</strong> ser visto em tópico anterior, a censura <strong>de</strong> diversões públicas<br />
foi herdada pela ditadura civil-militar e aprimorada pelo regime, mesmo porque fazen<strong>do</strong><br />
a censura parte <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>, era também parte integrante <strong>do</strong><br />
214 SOARES, Gláucio Ary Dillon. A censura durante o regime autoritário. In Revista Brasileira <strong>de</strong><br />
ciências sociais, vol. 4. n o 10, 1989.<br />
215 AQUINO, Maria Aparecida <strong>de</strong>. Censura, imprensa, Esta<strong>do</strong> autoritário 1968-1978 Op. cit. p. 96.<br />
217 Decreto-lei n. 1077 <strong>de</strong> 26/01/1970. Esse <strong>de</strong>creto dispõe sobre a execução <strong>do</strong> artigo 153, § 8 publica<strong>do</strong><br />
no Diário oficial da união <strong>de</strong> em 26 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1970.<br />
218 KUSHINIR, Beatriz. Cães <strong>de</strong> guarda: jornalistas e censores, <strong>do</strong> AI-5 a constituição <strong>de</strong> 1988. Op. cit.<br />
p.120.<br />
219 FICO, Além <strong>do</strong> golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Record,<br />
2004. p. 89.<br />
220 I<strong>de</strong>m.
74<br />
aparelho repressivo implementa<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>. 221<br />
Estu<strong>do</strong>s recentes procuraram matizar a censura durante o perío<strong>do</strong> militar,<br />
fornecen<strong>do</strong> uma visão diferenciada <strong>do</strong> modus operandi, bem como das motivações que<br />
levaram aos cortes nas produções artísticas. Nesse senti<strong>do</strong>, Carlos Fico, em seus estu<strong>do</strong>s<br />
sobre a censura durante a ditadura, distinguiu nela duas instâncias específicas, uma<br />
política e outra moral. Ou seja, embora a imprensa tenha si<strong>do</strong> alvo privilegia<strong>do</strong> para a<br />
censura marcadamente <strong>de</strong> cunho político, nos meios artísticos ela acontecia pautada em<br />
valores mais liga<strong>do</strong>s à moral e aos bons costumes. 222<br />
Simpatizantes <strong>de</strong>ssa mesma visão sobre a censura, outros trabalhos vêm<br />
<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> a divisão entre o caráter eminentemente político e o moral da ativida<strong>de</strong><br />
censória no país durante o perío<strong>do</strong> da ditadura militar. Para isso, pesquisa<strong>do</strong>res cada vez<br />
mais têm trabalha<strong>do</strong> com os processos <strong>de</strong> censura que eram produzi<strong>do</strong>s pela DCDP. 223<br />
Para cada obra artística censurada era emiti<strong>do</strong> um parecer e nele po<strong>de</strong>m ser observadas<br />
as motivações para os cortes e os vetos.<br />
Ten<strong>do</strong> por base também essa distinção entre a esfera política e moral que<br />
permeou o trabalho <strong>do</strong>s censores <strong>de</strong> diversões públicas, essa tese se insere no conjunto<br />
<strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s que procuram perceber as distinções entre ambas as censuras<br />
especificamente no âmbito cinematográfico.<br />
Há <strong>do</strong>is trabalhos que abordaram especificamente a censura cinematográfica no<br />
Brasil. O primeiro é o livro Roteiro da intolerância, <strong>do</strong> jornalista Inimá Simões. 224 Nele,<br />
o autor apresenta a censura cinematográfica brasileira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> cinema no<br />
Brasil até o ano <strong>de</strong> 1988, quan<strong>do</strong> foi promulgada a nova Constituição. É fato que o autor<br />
se <strong>de</strong>dicou mais atentamente ao perío<strong>do</strong> da censura durante o governo militar. Na<br />
introdução, Simões diz que a censura, “com o pretexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a moral e os bons<br />
costumes, (...) se dizia em sintonia com a socieda<strong>de</strong>, enquanto, na verda<strong>de</strong>, operava<br />
exclusivamente na preservação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e <strong>de</strong> seus po<strong>de</strong>res.” 225<br />
Embora se possa consi<strong>de</strong>rar em última instância a pretensão da censura em<br />
preservar os po<strong>de</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, ela realmente tinha uma preocupação com a moral e<br />
221 FICO, Carlos. Como eles agiam: os subterrâneos da ditadura militar: espionagem e polícia política.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Record, 2001. pp. 168- 180.<br />
222 Ver: I<strong>de</strong>m.<br />
223 Ver por exemplo: MARCELINO, Douglas Attila. Salvan<strong>do</strong> a pátria da pornografia e da subversão: a<br />
censura <strong>de</strong> livros e diversões públicas nos anos 1970. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: PPGHIS/<strong>UFRJ</strong>, 2006. e<br />
CAROCHA, Maika Lois. Pelos versos das canções: estu<strong>do</strong> sobre o funcionamento da censura musical<br />
durante a ditadura militar brasileira (1964- 1985). Dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> em fase <strong>de</strong> elaboração.<br />
224 SIMÕES, Inimá. Roteiro da intolerância. Op.cit.<br />
225 I<strong>de</strong>m. p. 15.
75<br />
contava com apoio <strong>de</strong> parte da socieda<strong>de</strong> civil. Focar a análise das motivações<br />
censórias apenas nas razões políticas, po<strong>de</strong> levar ao aban<strong>do</strong>no das diversas nuances da<br />
instituição e também <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> la<strong>do</strong> uma característica importante daquele momento que<br />
foi a presença <strong>de</strong> setores conserva<strong>do</strong>res apoian<strong>do</strong> o golpe e, <strong>de</strong> fato, justifican<strong>do</strong> a<br />
necessida<strong>de</strong> da censura para impedir um “excesso” <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.<br />
Embora o livro tenha si<strong>do</strong> pioneiro ao tratar a questão da censura<br />
cinematográfica no Brasil, não empreen<strong>de</strong> uma análise pormenorizada sobre o<br />
funcionamento da DCDP. Também não faz uma distinção entre a censura moral e a<br />
censura política.<br />
Leonor Souza Pinto também estu<strong>do</strong>u a censura ao cinema brasileiro durante o<br />
regime militar. Na tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> intitulada Le cinema Brésilien au risque <strong>de</strong> la<br />
censure, a autora procurou, através <strong>do</strong>s processos encontra<strong>do</strong>s na DCDP, analisar as<br />
motivações para a censura <strong>do</strong>s filmes.<br />
A autora centrou-se principalmente nos títulos filma<strong>do</strong>s pelos cinemanovistas e<br />
tentou também dar conta das motivações políticas para a censura cinematográfica no<br />
país. Assim, trilhan<strong>do</strong> o mesmo caminho <strong>de</strong> Simões, o trabalho atenta principalmente<br />
para as motivações censórias <strong>de</strong> caráter político que pu<strong>de</strong>ram ser encontradas nos<br />
pareceres.<br />
Do mesmo mo<strong>do</strong> que os primeiros trabalhos que tratam da censura à imprensa,<br />
os estu<strong>do</strong>s relativos à censura cinematográfica também passaram a supervalorizar o<br />
papel da censura política, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> la<strong>do</strong> o aspecto moral que aparece claramente nos<br />
pareceres censórios. Volta-se a afirmar que a insistência nesta separação vai tornar<br />
possível perceber mais claramente a relação entre a socieda<strong>de</strong> civil e o regime, posto<br />
que a censura moral era um <strong>do</strong>s raros canais <strong>de</strong> interlocução entre ambos.<br />
No campo da produção cultural, a música também ficou bastante associada à<br />
censura por questões políticas. Compositores como Chico Buarque e Geral<strong>do</strong> Vandré,<br />
que compuseram canções <strong>de</strong> protesto, realmente foram veta<strong>do</strong>s por questões relativas à<br />
or<strong>de</strong>m política. No entanto, nem todas as suas músicas foram vetadas ten<strong>do</strong> por base<br />
essa motivação e, na verda<strong>de</strong>, a maioria das músicas era censurada por questões <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m moral. 226<br />
226 O trabalho <strong>de</strong> CAROCHA, Maika Lois. “Seu me<strong>do</strong> é o meu sucesso”: Rita Lee, Raul Seixas e a<br />
censura musical durante a ditadura militar brasileira. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: monografia apresentada ao<br />
<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> História da <strong>UFRJ</strong>, 2005. A autora faz uma estatística das músicas que foram censuradas<br />
<strong>de</strong> Rita Lee e Raul Seixas e apresenta uma maior parte <strong>de</strong> vetos relativos à or<strong>de</strong>m da moral e <strong>do</strong>s bons<br />
costumes. A hipótese é reafirmada no trabalho que atualmente <strong>de</strong>senvolve, também sobre censura à
76<br />
Segun<strong>do</strong> Carlos Fico, a censura fazia parte <strong>do</strong> aparelho repressivo monta<strong>do</strong><br />
pelos militares. Durante o perío<strong>do</strong> autoritário, o governo criou um aparato estatal<br />
repressivo que congregava a censura à imprensa, a censura <strong>de</strong> diversões públicas, a<br />
espionagem, a polícia política, a propaganda e o julgamento sumário <strong>de</strong> supostos<br />
corruptos pela Comissão Geral <strong>de</strong> Investigações (CGI). 227<br />
Os militares utilizaram to<strong>do</strong> um aparato já existente na questão relativa à censura<br />
<strong>de</strong> diversões públicas e aperfeiçoaram o trabalho com a a<strong>do</strong>ção da centralização, da<br />
contratação <strong>de</strong> técnicos especializa<strong>do</strong>s e cursos periódicos para os funcionários da<br />
DCDP. Então, a censura aplicada às letras musicais, às peças teatrais, ao cinema e à<br />
programação televisiva e radiofônica não significou uma novida<strong>de</strong>. Diferentemente da<br />
censura voltada para a imprensa que possuiu um caráter eminentemente político, a<br />
censura <strong>de</strong> diversões públicas circulou <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma esfera muito mais moral <strong>do</strong> que<br />
política. Dessa forma, não foi recebida como uma gran<strong>de</strong> novida<strong>de</strong> pela socieda<strong>de</strong> civil,<br />
ten<strong>do</strong> em vista que ela acontecia havia décadas.<br />
A censura, mesmo moral, é em si um ato político. Entrementes, quan<strong>do</strong> aqui é<br />
diferenciada a censura moral da censura política procura-se estabelecer uma distinção<br />
<strong>do</strong>s motivos pelos quais os filmes eram censura<strong>do</strong>s. Quan<strong>do</strong> o filme era censura<strong>do</strong> por<br />
mostrar cenas que pu<strong>de</strong>ssem supostamente <strong>de</strong>gradar a moral cristã da socieda<strong>de</strong><br />
brasileira, po<strong>de</strong>mos classificá-la como censura moral. Esse tipo <strong>de</strong> censura foi apoiada<br />
durante muitos anos por setores da socieda<strong>de</strong>, como, por exemplo, na década <strong>de</strong> 1920,<br />
pela Liga pela Moralida<strong>de</strong> ou, durante o regime militar, através <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> parcelas da<br />
população exigin<strong>do</strong> vetos a produções artísticas. 228 A censura política também esteve<br />
presente nas películas cinematográficas durante o regime militar, mas não foi essa sua<br />
tônica. Simplificadamente, classificaremos <strong>de</strong> censura política os casos nos quais o<br />
filme não pô<strong>de</strong> ser exibi<strong>do</strong>, ou teve cenas vetadas, por alegadamente atentar contra a<br />
Segurança Nacional.<br />
música, intitula<strong>do</strong> “Pelos versos das canções: um estu<strong>do</strong> sobre o funcionamento da censura musical<br />
durante o regime militar brasileiro (1964-1985)”. Os resulta<strong>do</strong>s parciais <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> foram gentilmente<br />
cedi<strong>do</strong>s. O livro <strong>de</strong> ARAÚJO, Paulo César <strong>de</strong>. Eu não sou cachorro não: música popular cafona e<br />
ditadura militar. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Record, 2002. faz acreditar que todas as formas <strong>de</strong> censura eram<br />
motivadas por questões políticas. Uma das teses principais da obra é que enquanto a MPB, que era ouvida<br />
mais pela classe média intelectualizada, foi censurada por questões políticas relativas ao sistema vigente,<br />
a música consi<strong>de</strong>rada cafona também foi vetada por motivos políticos, embora ten<strong>do</strong> caráter diferente,<br />
pois os cantores <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> música vinham <strong>de</strong> uma origem social diferenciada.<br />
227 FICO, Carlos. Além <strong>do</strong> golpe: versões e controvérsias sobre o golpe <strong>de</strong> 1964 e a Ditadura Militar. Op.<br />
cit. p. 76.<br />
228 A esse respeito ver artigo <strong>de</strong>: FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. In: Topoi:<br />
Revista <strong>de</strong> História. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em História Social da <strong>UFRJ</strong> / 7 Letras,<br />
set. 2002, n. 5, pp. 251 -283.
77<br />
O discurso da DCDP caminhava no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> proteger a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
suposta imoralida<strong>de</strong>. Em 1970, ao dar uma entrevista para a revista Veja, o então chefe<br />
da censura, Wilson Aguiar, foi inquiri<strong>do</strong> sobre quais eram os motivos que justificavam a<br />
censura. Ele respon<strong>de</strong>u que<br />
a censura baseia-se nas exigências da média da moralida<strong>de</strong>. É evi<strong>de</strong>nte que o<br />
comportamento <strong>do</strong>s grupos sociais <strong>de</strong> Ipanema, Copacabana e certas zonas <strong>de</strong><br />
São Paulo é mais aberto. Mas o que nós procuramos é a média da moralida<strong>de</strong><br />
brasileira. 229<br />
Po<strong>de</strong>-se perceber nitidamente esta dimensão moral quan<strong>do</strong> analisamos as<br />
justificativas utilizadas pelos censores para os vetos. A gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s vetos foi<br />
justificada em nome da preservação <strong>do</strong>s valores tradicionais da família brasileira. Sob<br />
esta tópica, circularam os mais varia<strong>do</strong>s assuntos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>fesa da religião católica, até<br />
assuntos polêmicos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> como entorpecentes, divórcio, referência ao<br />
homossexualismo, <strong>de</strong>ntre outros. 230<br />
A censura <strong>de</strong> diversões públicas foi mais um instrumento <strong>do</strong> aparelho repressivo<br />
monta<strong>do</strong> pelo regime militar, 231 porém fica explícito que a censura <strong>de</strong> cunho moral foi<br />
orgulhosamente exercida pelos censores, enquanto a censura política, também feita pela<br />
mesma DCDP, era assumida com certo constrangimento quan<strong>do</strong> os censores escreviam<br />
os pareceres sobre as películas. 232<br />
Várias entida<strong>de</strong>s e pessoas comuns enviaram cartas à DCDP pedin<strong>do</strong> a liberação<br />
<strong>de</strong> alguma obra artística censurada, ou, majoritariamente, um maior endurecimento nos<br />
vetos. A população tinha relativa familiarida<strong>de</strong> com a DCDP sobretu<strong>do</strong> por causa da<br />
exibição obrigatória <strong>do</strong> certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> censura antes da projeção <strong>de</strong> filmes ou <strong>do</strong> início<br />
<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> TV. O que fica níti<strong>do</strong> é a existência <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> negociação entre<br />
a instituição e a socieda<strong>de</strong> civil. 233 Em muitas ocasiões, os censores utilizaram-se <strong>de</strong>ssas<br />
cartas para alegar a legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu ofício.<br />
229 Veja. 7 <strong>de</strong> out. De 1970. p. 74.<br />
230 As justificativas <strong>do</strong>s censores serão mais <strong>de</strong>talhadamente analisadas no quarto capítulo.<br />
231 Esse aparelho repressivo monta<strong>do</strong> pelo regime militar englobava as seguintes instâncias: censura à<br />
imprensa, censura <strong>de</strong> diversões públicas, espionagem, polícia política e propaganda. Para maior<br />
<strong>de</strong>talhamento sobre o assunto ver: FICO, Carlos. Espionagem, polícia política, censura e propaganda: os<br />
pilares básicos da repressão In FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia Almeida Neves (orgs). O Brasil<br />
Republicano: o tempo da ditadura – regime militar e movimentos sociais em fins <strong>do</strong> século XX. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: Civilização brasileira, 2003.<br />
232 FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. Op. cit. p. 259.<br />
233 O primeiro a trabalhar com as correspondências encontradas na DCDP foi Carlos Fico que no artigo<br />
Prezada Censura esclarece algumas peculiarida<strong>de</strong>s acerca da censura no que tange ao envio <strong>de</strong> cartas para<br />
a instituição. FICO, Carlos. “Prezada Censura”: cartas ao regime militar op. cit.
78<br />
Na censura cinematográfica, po<strong>de</strong>m ser encontradas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a proibição <strong>de</strong> cenas<br />
imorais e filmes que supostamente agrediam outras raças, até <strong>de</strong> filmes violentos que<br />
po<strong>de</strong>riam fazer com que as crianças supostamente crescessem com um tipo <strong>de</strong> “ín<strong>do</strong>le”<br />
ruim. Algumas cartas também sugeriam o que <strong>de</strong>veria ser estimula<strong>do</strong> ou proibi<strong>do</strong> pelo<br />
governo. 234 Esse é o caso da carta <strong>de</strong> Carolina Lins, enviada em 13 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1971, e<br />
que dizia<br />
[<strong>de</strong>sejar] sugerir a esse digno <strong>de</strong>partamento, a proibição <strong>de</strong> um filme que vem<br />
sen<strong>do</strong> exibi<strong>do</strong> há muitos e muitos anos na TV Record, canal 7, em São Paulo,<br />
que tem por nome “Combate”, o qual tem por base mostrar a perversida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
povo alemão e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massacrá-lo. As crianças cresceram assistin<strong>do</strong><br />
a esse filme e isso po<strong>de</strong> ter <strong>de</strong>turpa<strong>do</strong> a mente <strong>de</strong> pelo menos uma geração<br />
que, aliás, <strong>de</strong>viam ser proibi<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os filmes <strong>de</strong> banditismo que po<strong>de</strong>m<br />
também ter muita influência na conduta <strong>do</strong>s jovens. 235<br />
Para além <strong>de</strong> assuntos gerais sobre o que era exibi<strong>do</strong> no cinema e na televisão, o<br />
questionamento sobre a produção <strong>de</strong> películas nacionais também esteve presente na<br />
correspondência recebida pela DCDP. Várias cartas chamavam a atenção para o fato <strong>de</strong><br />
o Brasil produzir pornochanchadas e esses filmes serem libera<strong>do</strong>s para exibição. Nesse<br />
senti<strong>do</strong>, Edmar Jose enviou ao então presi<strong>de</strong>nte da República, Ernesto Geisel, uma carta<br />
reclaman<strong>do</strong> <strong>de</strong> que<br />
não é justo que um grupo ganhe dinheiro dizen<strong>do</strong> que faz cinema nacional,<br />
porém, produzin<strong>do</strong> “pornochanchadas” que agri<strong>de</strong>m a socieda<strong>de</strong>, corrompem<br />
os jovens e aviltam a mulher brasileira. E, o que é mais grave, com o estímulo<br />
<strong>de</strong> nossas leis e a tolerância da Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. 236<br />
Continuava a missiva com o tom furioso conclaman<strong>do</strong>:<br />
excelência: man<strong>de</strong> exibir pelo menos um filme para constatar a veracida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
que afirmo. Mas não o faça na presença <strong>de</strong> sua esposa ou filha para não passar<br />
vexames, como aconteceu comigo. O cinema nacional explora a imoralida<strong>de</strong><br />
ignoran<strong>do</strong> que somos uma nação com um passa<strong>do</strong> rico <strong>de</strong> homens célebres e<br />
<strong>de</strong> fatos heróicos. A família brasileira aguarda que as honradas mãos <strong>de</strong> seu<br />
presi<strong>de</strong>nte ponham cobro a esse escândalo. 237<br />
234 Na Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> encontra-se a série censura prévia e nela<br />
contida a subsérie “manifestações da socieda<strong>de</strong> civil”. Esta possui seis caixas com 352 cartas que foram<br />
enviadas a DCDP no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1968 à 1988. Desse total, 13% é referente à censura cinematográfica.<br />
235 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie:<br />
Manifestações da socieda<strong>de</strong> civil. Ofício 979/71. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1979. Na transcrição<br />
das cartas, pequenos erros gramaticais, <strong>de</strong> construção da fase e outros foram corrigi<strong>do</strong>s para se evitar<br />
sobrecarregar o texto com a indicação da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> da cópia.<br />
236 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: DCDP. Série: Censura prévia.<br />
Sub-série: Manifestações da socieda<strong>de</strong> civil. Ofício 006775 data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 23 março <strong>de</strong> 1977.<br />
237 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie:<br />
Informações sigilosas. Ofício 006775 data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 23 março <strong>de</strong> 1977.
79<br />
Embora a correspondência acima tenha si<strong>do</strong> enviada ao presi<strong>de</strong>nte, ela foi<br />
encaminhada à DCDP. Nesta carta o solicitante também não se vincula a nenhuma<br />
associação <strong>de</strong> cunho religioso, escreve como um cidadão que se sente indigna<strong>do</strong> com os<br />
filmes que são produzi<strong>do</strong>s com verbas estatais. Ele tem exata noção tanto da existência<br />
da Embrafilme como da DCDP, que teria a obrigação <strong>de</strong> “zelar pelo <strong>de</strong>coro” da<br />
socieda<strong>de</strong> brasileira.<br />
As correspondências raramente ficavam sem um retorno por parte da Divisão.<br />
Em resposta à carta citada, Rogério Nunes, então diretor da DCDP, forneceu vários<br />
esclarecimentos e, ainda, comentou o fato <strong>de</strong> existir uma empresa pública com a função<br />
<strong>de</strong> criar uma política para o cinema nacional, não sen<strong>do</strong> este um problema<br />
eminentemente da divisão <strong>de</strong> censura, mas <strong>do</strong>s órgãos responsáveis pela produção:<br />
A missão <strong>de</strong> censurar é árdua e espinhosa. E pela própria natureza <strong>do</strong> trabalho,<br />
não agrada a to<strong>do</strong>s. Muitos combatem a existência da Censura, taxan<strong>do</strong>-a <strong>de</strong><br />
castra<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> artística; outros, <strong>de</strong> excessivamente benevolente. (...)<br />
Como V.S. não ignora, existe uma empresa pública criada com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
formular e executar a política <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da indústria<br />
cinematográfica brasileira, bem como cuidar <strong>do</strong> seu fomento cultural. O<br />
candidato à produção <strong>de</strong> um filme brasileiro, quan<strong>do</strong> requer o financiamento<br />
naquela empresa, apresenta o projeto/roteiro da obra, entre outros<br />
<strong>do</strong>cumentos. Acreditamos ser este um <strong>do</strong>s melhores momentos <strong>de</strong> se evitar a<br />
geração <strong>de</strong> uma obra sem valor. Mas tal não ocorre. 238<br />
O diretor da DCDP conseguiu resumir nessa carta um <strong>do</strong>s principais problemas<br />
enfrenta<strong>do</strong>s pelos censores quan<strong>do</strong> faziam a análise <strong>de</strong> filmes nacionais, principalmente<br />
das películas que tivessem si<strong>do</strong> alvo <strong>de</strong> algum investimento da Embrafilme, pois, como<br />
<strong>de</strong>ixou claro, era insustentável para a indústria cinematográfica o veto <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
filmes. Essa leniência em relação aos filmes produzi<strong>do</strong>s pela empresa pública acabava<br />
permitin<strong>do</strong> que fossem libera<strong>do</strong>s para exibição filmes com temáticas polêmicas, como<br />
as pornochanchadas.<br />
Cabe notar que, em vários pareceres, há referências sobre os motivos que<br />
levaram os censores a interditar ou não um filme nacional, mesmo aqueles produzi<strong>do</strong>s<br />
com capital público, fator prepon<strong>de</strong>rante na <strong>de</strong>cisão sobre o veto.<br />
Como eram organismos autônomos, a DCDP não po<strong>de</strong>ria interferir diretamente<br />
nas ativida<strong>de</strong>s da Embrafilme, pois, enquanto a primeira era ligada ao Ministério da<br />
238 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie:<br />
Informações sigilosas. Carta em resposta ao professor Edmar José datada <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1977.<br />
Sem número.
moral.” 241 O filme, <strong>de</strong> Neville <strong>de</strong> Almeida, foi uma adaptação da peça homônima escrita<br />
80<br />
Justiça, a outra era relacionada ao Ministério <strong>de</strong> Educação e Cultura. 239<br />
As cartas enviadas ou encaminhadas à DCDP eram oriundas da socieda<strong>de</strong> civil,<br />
<strong>de</strong> pessoas físicas ou entida<strong>de</strong>s que protestavam sobre to<strong>do</strong>s os campos artísticos. As<br />
que foram analisadas reclamavam da relação entre as propagandas e o alcoolismo, <strong>do</strong><br />
cinema <strong>de</strong> uma forma geral ou então atacavam <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s filmes específicos. Caso<br />
exemplar nesse senti<strong>do</strong> foi a correspondência enviada por Amea Campos que falava<br />
sobre o filme A dama <strong>do</strong> lotação. Ela dizia em sua missiva que foi ao cinema, como<br />
tantos outros brasileiros, para prestigiar o cinema nacional e embora tenha i<strong>do</strong><br />
com o espírito preveni<strong>do</strong> para ver algumas cenas pesadas pois em se tratan<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> filme nacional e <strong>de</strong> Sonia Braga não po<strong>de</strong>ria esperar outra coisa. (...) Qual<br />
não foi minha surpresa, ven<strong>do</strong> não algumas cenas, mais sim to<strong>do</strong> o filme<br />
pesa<strong>do</strong> (...) Existe uma censura no país e ela infelizmente não funcionou neste<br />
caso. O filme é um caso <strong>de</strong> polícia. Tem cenas que nem mesmo os mais<br />
vivi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s mortais po<strong>de</strong> suportar. Não sou puritana, pois conheço a vida<br />
como ela é. Mas daí a concordar com filmes que <strong>de</strong>turpam a mente <strong>de</strong> jovens<br />
inexperientes, <strong>de</strong> jovens que amanhã <strong>de</strong>veriam ser mães <strong>de</strong> família, e que<br />
ven<strong>do</strong> filmes como esse só po<strong>de</strong>rão ser prostitutas como é o caso da dama <strong>do</strong><br />
lotação. 240<br />
A autora da carta também se mostrou atenta aos filmes que eram censura<strong>do</strong>s,<br />
pois dizia que “se a censura não <strong>de</strong>ixou passar filmes como O último tango em Paris, Emannuelle não<br />
po<strong>de</strong>ria nunca <strong>de</strong>ixar passar A dama <strong>do</strong> Lotação, é uma afronta aos mais elementares princípios da<br />
por Nelson Rodrigues. Trazia nos papéis principais Sônia Braga e Nuno Leal Maia. De<br />
fato, a liberação <strong>do</strong> filme A dama <strong>do</strong> lotação não foi tranqüila. Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> examina<strong>do</strong>,<br />
como era praxe, por três censores, optou-se pela liberação <strong>do</strong> filme para maiores <strong>de</strong> 18<br />
anos. No entanto, a DCDP exigiu <strong>do</strong> produtor vários cortes, to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> natureza moral.<br />
Assim, <strong>de</strong>veria ser cortada a cena na qual Carlinhos rasgava a camisa <strong>de</strong> Solange; a cena<br />
<strong>de</strong> lesbianismo; outra <strong>de</strong> sexo entre Bacalhau e Solange na cachoeira; a tomada na qual<br />
Solange está no cemitério ten<strong>do</strong> relações com um velho, bem como a cena na qual “a<br />
câmera <strong>de</strong>talha os movimentos <strong>do</strong> homem comprimin<strong>do</strong> o sexo nas ná<strong>de</strong>gas <strong>de</strong><br />
Solange.” 242<br />
239 A relação entre Embrafilme e a DCDP será melhor analisada no quarto capítulo.<br />
240 Arquivo Nacional. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série:<br />
Censura prévia. Sub-série: Manifestações da socieda<strong>de</strong> civil. Carta solicitan<strong>do</strong> a retirada <strong>do</strong> Filme A dama<br />
<strong>do</strong> Lotação <strong>de</strong> cartaz datada <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1978. Sem número.<br />
241 I<strong>de</strong>m.<br />
242 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie:<br />
Cinema. Parecer <strong>do</strong> filme A Dama <strong>do</strong> Lotação. Parecer 667/78.
81<br />
O filme fez gran<strong>de</strong> sucesso, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s campeões <strong>de</strong> bilheteria <strong>do</strong> cinema<br />
nacional. A propaganda em alguns jornais <strong>de</strong>stacava que<br />
a Embrafilme tem orgulho em realizar, pela primeira vez na história <strong>do</strong><br />
cinema brasileiro, um lançamento nacional: amanhã, dia 17, <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
Sul ao Amazonas, em oitenta gran<strong>de</strong>s cinemas <strong>do</strong> país. 243<br />
A dama <strong>do</strong> lotação<br />
obteve tamanho êxito <strong>de</strong> público que, <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong>pois <strong>do</strong><br />
primeiro certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> censura, a produtora pediu sua revisão no sentin<strong>do</strong> <strong>de</strong> reavaliar<br />
a película e solicitou que o filme fosse libera<strong>do</strong> para maiores <strong>de</strong> 18 anos, porém<br />
integralmente, sem as cenas cortadas. 244 No entanto o filme continuou com as mesmas<br />
cenas cortadas. Como foi visto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a legislação <strong>de</strong> 1946 o certifica<strong>do</strong> da censura era<br />
váli<strong>do</strong> por cinco anos e, após este prazo, a produção <strong>de</strong>veria ser novamente<br />
analisa<strong>do</strong>. 245<br />
Embora o filme tivesse cenas consi<strong>de</strong>radas contrárias à moral vigente naquele<br />
momento, rapidamente adquiriu um tom jocoso, tanto que uma epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> resfria<strong>do</strong><br />
que se espalhava por algumas regiões <strong>do</strong> país passou a ser chamada <strong>de</strong> “a dama <strong>do</strong><br />
lotação”, <strong>de</strong>nominação logo aproveitada por um conheci<strong>do</strong> remédio.<br />
A PÍLULA DA DAMA DO LOTAÇÃO<br />
Tem uma gripe por aí, dan<strong>do</strong> tanto que já foi batizada <strong>de</strong><br />
Dama <strong>do</strong> Lotação. Eis o que ela dá: febres <strong>de</strong> até 40<br />
graus, <strong>do</strong>res no corpo, garganta irritada, nariz<br />
congestiona<strong>do</strong>. Se a Dama <strong>do</strong> Lotação representa perigo,<br />
quem tem <strong>de</strong> se prevenir é você. Tome Coristina ao<br />
primeiro sintoma. Uma gripe po<strong>de</strong> ser famosa, mas não é<br />
bonita, nem gostosa.<br />
Jornal O Dia 13 <strong>de</strong> jun. <strong>de</strong> 1978 p. 3<br />
243 Jornal <strong>do</strong> Brasil 16 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1978.<br />
244 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia. Sub-<br />
série: Informações sigilosas. Ofício 01127. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1978.<br />
245 Decreto n. 20.493 <strong>de</strong> 24/01/1946. Art. 12.
82<br />
A DAMA DO LOTAÇÃO ENTREGA<br />
OS PONTOS<br />
Deu, <strong>de</strong>u, até não po<strong>de</strong>r mais. Isso aí foi o que fez a<br />
Dama <strong>do</strong> Lotação, uma gripe que não escolheu vítima.<br />
Ela <strong>de</strong>u febres horríveis, gargantas tenebrosas, narizes<br />
entupidíssimos e <strong>do</strong>res por to<strong>do</strong> corpo. Um dia, a Dama<br />
<strong>do</strong> Lotação parou, trocada na farmácia por Coristina.<br />
Parou, mas não se regenerou. Se ela voltar a atacar,<br />
previna-se com Coristina. Uma gripe po<strong>de</strong> ser famosa,<br />
mas não é bonita nem gostosa.<br />
O Dia 13 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1978. p. 9.<br />
Conquanto o filme tenha enfrenta<strong>do</strong> inicialmente problemas com a censura e<br />
houvesse pessoas envian<strong>do</strong> correspondências <strong>de</strong>nuncian<strong>do</strong> o teor libidinoso da película,<br />
serviu como uma possibilida<strong>de</strong> para uma agência <strong>de</strong> propaganda <strong>de</strong>senvolver criativos<br />
anúncios utilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> sucesso meteórico <strong>do</strong> filme, como po<strong>de</strong> ser visto nos cartazes<br />
acima.<br />
Se por um la<strong>do</strong> há cartas que criticavam a censura pela liberalida<strong>de</strong> com que<br />
agia, por outro há correspondências que pediam uma maior liberação <strong>do</strong>s filmes. A carta<br />
enviada por Arioval<strong>do</strong> José mora<strong>do</strong>r em Caetano <strong>do</strong> Sul, São Paulo, vai nesse senti<strong>do</strong>.<br />
Na missiva que contava com seis páginas e mais três folhas <strong>de</strong> anexos, dizia o remetente<br />
que<br />
vi os primeiros filmes eróticos da época, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o pioneiro Idílio proibi<strong>do</strong> até<br />
os <strong>de</strong> hoje acompanho a censura que foi <strong>de</strong>snudan<strong>do</strong> a mulheres aos poucos e<br />
a parabenizo pelo excelente trabalho <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>. Primeiro foram os<br />
ombros femininos, <strong>de</strong>pois as costas, posteriormente os seios, vin<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois a<br />
mulher inteiramente nua <strong>de</strong> costas e por fim o nu frontal feminino. O mesmo<br />
aconteceu com o homem. Depois <strong>do</strong> nu frontal feminino e masculino passou<br />
para o ato sexual simula<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pois para o ato sexual implícito e por fim para o<br />
ato sexual explícito. Acontece, porém que poucos filmes tiveram, o privilégio<br />
<strong>de</strong> terem cenas realmente <strong>de</strong> sexo explícito, pois a maioria <strong>de</strong>las são cortadas e<br />
eu não enten<strong>do</strong> o porque. Se já foram libera<strong>do</strong>s alguns com cenas <strong>de</strong> sexo<br />
explícito, porque outros são corta<strong>do</strong>s ou veta<strong>do</strong>s por conterem exatamente<br />
cenas <strong>de</strong> sexo explícito? 246<br />
Ao liberar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s filmes e censurar outros com a mesma temática, a<br />
DCDP ficou exposta a esse tipo <strong>de</strong> crítica. Ainda fazen<strong>do</strong> reclamação e sugerin<strong>do</strong> que a<br />
246 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia.<br />
Subsérie: Manifestações da socieda<strong>de</strong> civil. Sem numeração. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1983.
83<br />
chefe da DCDP livrasse das restrições alguns filmes, o autor da carta mostrou-se<br />
absolutamente conhece<strong>do</strong>r da política da censura e dizia que a liberação <strong>do</strong>s filmes que<br />
continham cenas <strong>de</strong> sexo<br />
começou com o filme Império <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s e pelo que li nos jornais, to<strong>do</strong>s nos<br />
que gostamos <strong>de</strong>ste gênero <strong>de</strong> filmes ficamos agra<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>s ao filho <strong>do</strong> Ministro<br />
Abi Ackel, que o estava assistin<strong>do</strong> sorrateiramente aí em Brasília e foi pego<br />
em flagrante, ten<strong>do</strong> a notícia se espalha<strong>do</strong> rápi<strong>do</strong> por to<strong>do</strong> o país; sen<strong>do</strong> esse<br />
fato praticamente o gera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> filme ter si<strong>do</strong> libera<strong>do</strong>. De lá para cá houve<br />
mais um estrangeiro, que foi o horrível Calígula e <strong>do</strong>is ótimos nacionais que<br />
foram Coisas Eróticas e A fome <strong>do</strong> sexo. Sabe Sra. Solange, assisti a cada um<br />
<strong>de</strong>les mais ou menos umas <strong>de</strong>z vezes cada. Este último chama<strong>do</strong> O Cassino<br />
das bacanais libera<strong>do</strong> pela Sra. Está muito corta<strong>do</strong> e não vale a pena a gente<br />
ver. 247<br />
Po<strong>de</strong>-se perceber que o autor da carta expõe justamente o fato <strong>de</strong> filmes<br />
estrangeiros terem mais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> serem exibi<strong>do</strong>s, enquanto os nacionais, mesmo<br />
que absolutamente corta<strong>do</strong>s, acabavam sen<strong>do</strong> libera<strong>do</strong>s. Vale lembrar que o Império <strong>do</strong>s<br />
Senti<strong>do</strong>s foi produzi<strong>do</strong> em 1976, e só foi libera<strong>do</strong> na década <strong>de</strong> 1980. A questão da<br />
leniência com os filmes nacionais era percebida mesmo por especta<strong>do</strong>res mais atentos a<br />
dinâmica da censura fe<strong>de</strong>ral.<br />
As cartas pesquisadas referem-se apenas as questões cinematográficas e esse é<br />
um <strong>do</strong>s poucos exemplos que mostra um pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> filmes. No entanto,<br />
quan<strong>do</strong> se analisa o conjunto total <strong>de</strong> correspondências, percebe-se que houve sempre<br />
uma constante negociação entre a DCDP e outros órgãos como, por exemplo, a Globo,<br />
que procurou manter cordial relação com o organismo, mas ao mesmo tempo pedia mais<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão. 248<br />
Para além da questão da moral stricto sensu, outra razão para o envio <strong>de</strong> cartas<br />
eram as questões religiosas. Um <strong>do</strong>s casos mais notório <strong>de</strong> censura <strong>de</strong>u-se no governo<br />
Sarney, após o término da ditadura. O filme Je Vous Salue, Marie, <strong>do</strong> diretor francês<br />
Jean-Luc Godard, foi motivo para uma enxurrada <strong>de</strong> cartas pedin<strong>do</strong> a proibição da<br />
película no país. A versão contemporânea para a concepção da virgem Maria oferecida<br />
pelo diretor foi consi<strong>de</strong>rada uma afronta às crenças da igreja católica.<br />
Dessa forma, entida<strong>de</strong>s como o Centro Bíblico Paulista e várias pessoas ligadas<br />
à tradição católica enviaram correspondências pedin<strong>do</strong> a proibição <strong>do</strong> filme no país.<br />
Além das cartas, telefonemas também eram da<strong>do</strong>s no sentin<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressionar o órgão, tal<br />
247 I<strong>de</strong>m.<br />
248 Ver: FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. In: Topoi. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: PPGHIS/7<br />
Letras, 2002. n 5. p. 264.
84<br />
como a ligação <strong>de</strong> Alice Santos, mora<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Copacabana, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, que<br />
telefonou para a DCDP dizen<strong>do</strong> falar em nome <strong>de</strong> seus familiares e da comunida<strong>de</strong><br />
católica, afirman<strong>do</strong> que os cinemas que exibissem o polêmico filme seriam<br />
<strong>de</strong>preda<strong>do</strong>s. 249<br />
O filme foi proibi<strong>do</strong> em pleno regime <strong>de</strong>mocrático e, dan<strong>do</strong> satisfação a frei<br />
Paulo Avelino <strong>de</strong> Assis, Coriolano <strong>de</strong> Loyola, então diretor da DCDP, em<br />
correspondência enviada ao religioso, diz: “esperamos que a interdição da dita película<br />
tenha lhe satisfeito plenamente.” 250<br />
As cartas enviadas à DCDP mostram que a população conhecia a entida<strong>de</strong> e,<br />
embora funcionasse como uma unida<strong>de</strong> repressora – pois cabia-lhe censurar peças,<br />
programação <strong>de</strong> televisão e rádio, filmes e ativida<strong>de</strong>s circenses – trabalhava também<br />
como unida<strong>de</strong> media<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s anseios <strong>de</strong> parcelas da socieda<strong>de</strong> civil frente às películas<br />
que eram produzidas no Brasil e as que chegavam <strong>do</strong> exterior.<br />
A DCDP também teve estreita relação com outras entida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
segurança e informações e, eventualmente, havia troca <strong>de</strong> material. 251<br />
Po<strong>de</strong>m ser<br />
verificadas cartas oriundas das DSI (Divisão <strong>de</strong> Segurança e Informação) ou <strong>de</strong> outros<br />
órgãos <strong>de</strong> informações que chegavam a DCDP. Note-se que as correspondências sobre<br />
as quais me <strong>de</strong>bruço são apenas as relacionadas à produção cinematográfica.<br />
As correspondências oriundas das DSI e das ASI 252 davam conta em sua maioria<br />
da existência <strong>de</strong> filmes supostamente subversivos que estariam sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>s ou<br />
exibi<strong>do</strong>s, ou então indicavam pessoas <strong>do</strong> meio cinematográfico que seriam<br />
supostamente subversivas. 253<br />
Se a DCDP recebia cartas da população, também recebia correspondências <strong>de</strong><br />
outros organismos governamentais. Essas eram correspondências internas ao órgão <strong>de</strong><br />
segurança e informação e serviam para alertar a censura <strong>de</strong> algum “abuso” que pu<strong>de</strong>sse<br />
estar ocorren<strong>do</strong> em qualquer parte <strong>do</strong> país. Dessa forma, embora pareça estranho,<br />
algumas assessorias, que não tinham qualquer relação com a política censória, ao<br />
primeiro sinal <strong>de</strong> possível atitu<strong>de</strong> suspeita alertavam a DCDP. Esse foi o caso da<br />
249 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie:<br />
Informações sigilosas. Ofício sem numeração. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> jan <strong>de</strong> 1986. Sem número.<br />
250 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia. Subsérie:<br />
Informações sigilosas. Ofício. 160/86. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> fev <strong>de</strong> 1986.<br />
252 As Assessorias <strong>de</strong> Segurança e Informações (ASI`S) eram divisões que tinham como missão observar<br />
e <strong>de</strong>nunciar qualquer pessoa que fosse consi<strong>de</strong>rada uma ameaça à segurança nacional.<br />
253 As DSI’S faziam parte <strong>do</strong> SISNI (Serviço Nacional <strong>de</strong> Informação) <strong>do</strong> regime militar. Ten<strong>do</strong> como<br />
órgão principal o SNI (Serviço Nacional <strong>de</strong> Informação), tinha ramificações em outras agências estatais.<br />
Assim, cada ministério possuía uma DSI e as empresas estatais e as autarquias possuíam as ASI’S.
85<br />
correspondência enviada pela ASI da re<strong>de</strong> ferroviária fe<strong>de</strong>ral.<br />
Como exemplo da <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> filmes supostamente subversivos, o chefe <strong>do</strong><br />
Setor <strong>de</strong> Segurança e Informação da 11 a divisão da R.F.F.S.A. escreveu à DCDP<br />
dizen<strong>do</strong> que, no início <strong>de</strong> 1971, o cine São João, em Curitiba, exibiu o filme<br />
Queimada 254 e alertava para o aspecto subversivo da película. O autor utilizou algumas<br />
falas <strong>do</strong> filme para <strong>de</strong>monstrar o que dizia, como:<br />
um guerrilheiro vale por vinte solda<strong>do</strong>s, porque o guerrilheiro luta por um<br />
i<strong>de</strong>al e não tem nada a per<strong>de</strong>r, enquanto que o solda<strong>do</strong> tem família, sua<br />
carreira, seu salário e o conforto que este salário lhe proporciona, razões<br />
bastantes para não morrer. 255<br />
A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações e segurança, da qual fazia parte o autor <strong>do</strong> ofício,<br />
sempre fez esse tipo <strong>de</strong>serviço, reafirman<strong>do</strong> a marca <strong>de</strong> fiscalização e <strong>de</strong>lação que<br />
caracterizava o aparelho repressivo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Outros exemplos <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> informações entre a DCDP e outros órgãos da<br />
comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações po<strong>de</strong>m ser lista<strong>do</strong>s. O ofício data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1973<br />
foi envia<strong>do</strong> para vários órgãos (SNI/AC – FA-2/EMFA – 2ª Séc. EME – 2ª Sec. EMA –<br />
2ª Séc. Emaer – Cie – Cenimar – Cisa – CI/DPF) 256 e tratava <strong>do</strong> filme “Stage of Siege”,<br />
<strong>do</strong> diretor Costa-Gravas. A correspondência dizia que o filme estreou em Washington,<br />
em abril <strong>de</strong> 1973, e que os órgãos <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>veriam ficar atentos pois<br />
nele aparece um personagem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como um diplomata brasileiro<br />
também seqüestra<strong>do</strong>, cujos traços físicos muito se assemelham aos <strong>do</strong><br />
Conselheiro Gomi<strong>de</strong>. 257 Aparecem também cenas <strong>de</strong> militares brasileiros<br />
farda<strong>do</strong>s, com a ban<strong>de</strong>ira nacional ao fun<strong>do</strong>, receben<strong>do</strong> instruções <strong>de</strong> técnicos<br />
da polícia americana sobre méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tortura <strong>de</strong> prisioneiros. 258<br />
Uma anotação à mão foi feita no ofício: “os técnicos <strong>de</strong> censura já estão<br />
alerta<strong>do</strong>s para os problemas aborda<strong>do</strong>s no filme”. Embora não seja possível reconhecer<br />
254 Título original: Quemada! Direção <strong>de</strong> Gillo Pontecorvo. Produção: Itália / França 1969.<br />
255 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia.<br />
Subsérie: Informações sigilosas. Ofício 825/71. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> ago <strong>de</strong> 1971.<br />
256 SNI/AC (Sistema Nacional <strong>de</strong> Informação / Agencia Central); FA-2/EMFA (/Esta<strong>do</strong> Maior das Forças<br />
Armadas); 2 a Sec.EME (2 a Secretaria <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>do</strong> Exército) ; 2 a Sec.EMA (2 a Secretaria Esta<strong>do</strong>-<br />
Maior da Armada); 2 a Sec. EMAer (2 a secretaria Esta<strong>do</strong>-Maior da Aeronáutica); CIE (Centro <strong>de</strong><br />
informações <strong>do</strong> Exército) CENIAMAR (Centro <strong>de</strong> Informações da Marinha); CISA (Centro <strong>de</strong><br />
Informações <strong>de</strong> Segurança da Aeronáutica) CI/DPF (Central <strong>de</strong> Inteligência/ Departamento <strong>de</strong> Polícia<br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>).<br />
257 O cônsul brasileiro em Montevidéu, Aloysio Gomi<strong>de</strong>, fora seqüestra<strong>do</strong> pelos Tupamaros em 1970 e<br />
manti<strong>do</strong> em cárcere durante seis meses.<br />
258 Arquivo Nacional. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série:<br />
Censura prévia. Subsérie: Informações sigilosas. Ofício DSI/717. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> abr. <strong>de</strong> 1973.
86<br />
a assinatura, é provável que tenha si<strong>do</strong> firma<strong>do</strong> por uma agente da polícia fe<strong>de</strong>ral,<br />
provavelmente integrante da DCDP.<br />
O referi<strong>do</strong> ofício era <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> e continha, inclusive, reportagens que haviam<br />
si<strong>do</strong> publicadas nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. O <strong>do</strong>cumento termina relatan<strong>do</strong> que o filme havia<br />
si<strong>do</strong> excluí<strong>do</strong> <strong>do</strong> festival <strong>do</strong> American Film Institute, ocorri<strong>do</strong> no Kennedy Center, o que<br />
teria leva<strong>do</strong> a manifestações contrárias <strong>de</strong> vários cineastas. Segun<strong>do</strong> o ofício, o filme<br />
teria si<strong>do</strong> proibi<strong>do</strong> em respeito à memória <strong>de</strong> John Kennedy, pois a película “parece<br />
justificar o assassinato político.” 259<br />
Outros organismos <strong>de</strong> informações forneciam também relatórios sobre filmes<br />
e/ou atores e diretores para a Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> e essas informações iam parar nas mãos<br />
<strong>do</strong>s técnicos <strong>de</strong> censura, já que eles faziam parte <strong>do</strong> quadro da própria polícia. Em 1972,<br />
o CIE (Centro <strong>de</strong> Informações <strong>do</strong> Exército) enviou ofício comunican<strong>do</strong> que a atriz<br />
Norma Bengel estava empreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> uma campanha <strong>de</strong> difamações contra o Brasil. Em<br />
outubro <strong>de</strong> 1968, a atriz fora seqüestrada em São Paulo, espancada e libertada no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>. No intuito <strong>de</strong> comprovar a informação, o CIE enviou em anexo ao ofício a<br />
tradução <strong>de</strong> uma reportagem da revista Le Nouvel observateur, <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1972. A<br />
correspondência ainda dizia que atriz estava<br />
comprometida com os grupos subversivos que atuam no Brasil. Suas<br />
<strong>de</strong>clarações são inconseqüentes e firmadas em meias verda<strong>de</strong>s e fatos falsos<br />
ou inexistentes. Convém assinalar a tentativa <strong>de</strong> aproveitar a artista para<br />
representar o papel <strong>de</strong> uma “JANE FONDA” brasileira forçan<strong>do</strong> a existência<br />
<strong>do</strong> problema racial no Brasil. 260<br />
A DCDP também trabalhou no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> colaborar com os <strong>de</strong>mais órgãos <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>. Assim, em 1973, enviou ofício ao setor <strong>de</strong> informações <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />
Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> dizen<strong>do</strong> ter notícias sobre cineastas “<strong>de</strong> tendências esquerdistas”, que<br />
estariam se empenhan<strong>do</strong> para produzir suas películas no Brasil. Então, com fins<br />
“subversivos”, os cineastas Jean Rouch, Pierre Kast, Glauber Rocha, Gabriel Garcia<br />
Marques e Louis Malle chegariam no ano posterior ao Brasil objetivan<strong>do</strong> a realização<br />
<strong>de</strong> películas. Infelizmente, a instituição não <strong>de</strong>ixa claro <strong>de</strong> on<strong>de</strong> partiu a fonte das<br />
informações.<br />
Essas trocas <strong>de</strong> informes não fazem da DCDP um órgão <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
259 I<strong>de</strong>m. f. 3.<br />
260 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia.<br />
Subsérie: Informações sigilosas. Registro no CI/DPF n. 4727/72. (Remeta-se a DCDP/DPF). Data<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
15 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1972.
87<br />
informação, mas, sen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> aparelho repressivo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se perceber que<br />
repassava a outros órgãos informações sobre ativida<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>radas contrárias à or<strong>de</strong>m<br />
vigente, ainda que não haja ampla <strong>do</strong>cumentação disponível para atestar a magnitu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ste procedimento.<br />
A DCDP também colaborou com o Departamento <strong>de</strong> Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> no senti<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> vigiar os artistas que fossem supostamente esquerdistas. Figura observada pela<br />
DCDP foi Glauce Rocha que, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> entrevistada pela Tribuna da Imprensa, disse<br />
“acreditar ser por incompetência e não por malda<strong>de</strong> a atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s censores ao<br />
prejudicarem muitos espetáculos já monta<strong>do</strong>s”. 261 Através da carta que enviou ao DPF,<br />
o responsável pela DCDP na época, Aloysio Muhlethaler, no intuito <strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r,<br />
afirmou que<br />
to<strong>do</strong>s os censores foram submeti<strong>do</strong>s a Curso <strong>de</strong> Censor <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>, <strong>do</strong> qual<br />
saíram aprova<strong>do</strong>s, na Aca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Polícia, a fim <strong>de</strong> individualmente<br />
melhorarem suas capacitações intelectuais. Tal curso, ministra<strong>do</strong> por<br />
professores universitários, em nível <strong>de</strong> ensino superior, constitui-se das<br />
seguintes matérias: Introdução à Ciência Política; Introdução à Sociologia;<br />
Psicologia evolutiva e social; Legislação especializada; História da arte;<br />
<strong>Filosofia</strong> da arte; História e técnica <strong>de</strong> teatro; técnica <strong>de</strong> cinema; técnica <strong>de</strong><br />
televisão; comunicação em socieda<strong>de</strong>; literatura brasileira; ética profissional;<br />
técnica operacional e segurança nacional. 262<br />
Aloysio dizia que as notícias que foram publicadas eram “falhas e ten<strong>de</strong>nciosas”<br />
e que haviam si<strong>do</strong> feitas propositadamente com o objetivo <strong>de</strong> indispor a opinião pública<br />
contra as autorida<strong>de</strong>s censórias, por isso solicitava “encaminhar (...) o expediente à<br />
autorida<strong>de</strong> processante competente <strong>de</strong>ste DPF a fim <strong>de</strong> ser instaura<strong>do</strong> processo para<br />
<strong>de</strong>finir responsabilida<strong>de</strong>s criminais, face ao disposto no artigo 14 <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto-lei n. 510,<br />
<strong>de</strong> 20.03.1969.” 263<br />
No entanto, outros casos nos mostram uma preocupação por parte da DCDP<br />
com a questão <strong>de</strong> filmes supostamente subversivos. Em maio <strong>de</strong> 1969, Aloysio<br />
Muhlethaler mostrava-se inquieto com “a constante remessa (...) <strong>de</strong> filmes nacionais <strong>de</strong><br />
longa metragem com conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> natureza subversiva.” 264 O representante da DCDP<br />
mostrava-se profundamente apreensivo ao relatar que<br />
no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> administração, foi possível observar o afluxo sempre<br />
261 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Ofícios <strong>de</strong><br />
solicitação. Ofício n. 231/69. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abr. <strong>de</strong> 1969. Declarações foram copiadas no ofício.<br />
262 I<strong>de</strong>m.<br />
263 Ib<strong>de</strong>m.<br />
264 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Ofícios <strong>de</strong><br />
solicitação. Ofício n. 296/69. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1969. Sem número.
88<br />
crescente à censura <strong>de</strong> películas brasileiras <strong>de</strong> tema político, várias das quais<br />
<strong>de</strong> cunho <strong>do</strong>utrinário no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> sublevação armada, visan<strong>do</strong> à consecução<br />
<strong>de</strong> objetivos sociais. A cada uma <strong>de</strong>ssas investidas, o órgão censório,<br />
cumprin<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>ver funcional e cívico, impõe consi<strong>de</strong>rável número <strong>de</strong><br />
cortes ou proíbe totalmente a exibição da fita, em to<strong>do</strong> o território nacional. 265<br />
Como o diretor <strong>de</strong>ixou claro, fazia parte da função da DCDP censurar filmes<br />
que “atentassem contra a segurança nacional”, <strong>de</strong>finição bastante abrangente. As mais<br />
simples críticas podiam ser assim classificadas. Em certos casos, temas<br />
tradicionalmente liga<strong>do</strong>s a outras esferas como, por exemplo, a utilização <strong>de</strong><br />
entorpecentes, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s perigosos para a segurança nacional.<br />
Uma das preocupações <strong>do</strong> então chefe da DCDP era a exibição <strong>de</strong> filmes<br />
brasileiros em festivais internacionais <strong>de</strong> cinema, já que era necessária uma licença <strong>de</strong><br />
exibição fornecida pelo Itamaraty:<br />
recentemente tivemos o dissabor <strong>de</strong> constatar, pela imprensa, que<br />
paralelamente à mostra oficial <strong>do</strong> Festival <strong>de</strong> Cannes <strong>de</strong>ste ano, foi<br />
organizada uma exibição extra-oficial <strong>de</strong> filmes esquerdistas e entre estes<br />
estavam exatamente aqueles que a censura brasileira havia proibi<strong>do</strong>. Maior<br />
espécie nos causou tal programação pelo fato <strong>de</strong> que essas películas <strong>de</strong>ixam o<br />
país com licença especial <strong>do</strong> Itamaraty, quan<strong>do</strong> a legislação atribui ao SCDP<br />
a concessão ou não da classificação “livre para exportação”.<br />
Visan<strong>do</strong> solucionar o problema, Aloysio sugeriu que fossem tomadas três<br />
medidas: instaurar processos crime contra cineastas brasileiros que realizassem filme <strong>de</strong><br />
cunho subversivo; pedir a interferência <strong>do</strong> ministro da Justiça junto ao Ministério da<br />
Educação e Cultura para que não fosse concedi<strong>do</strong> crédito para a produção <strong>de</strong> filmes<br />
com características marcadamente subversivas e, por fim, que o ministro da Justiça<br />
interce<strong>de</strong>sse junto ao ministro <strong>de</strong> Relações Exteriores para que não fosse autorizada a<br />
saída <strong>de</strong> filmes nacionais sem prévia consulta à DCDP.<br />
A insatisfação da DCDP chegou ao diretor da Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>, que enviou um<br />
ofício para o então ministro da Justiça, Gama e Silva, afirman<strong>do</strong> que eram muitos os<br />
filmes <strong>de</strong> cunho esquerdista e que<br />
apesar das providências repressivas tomadas (...), tem-se observa<strong>do</strong> a<br />
persistência <strong>de</strong> certos produtores e diretores em se <strong>de</strong>dicarem a confecção <strong>de</strong><br />
obras <strong>de</strong> cunho esquerdista, algumas das quais produzidas com recursos<br />
cedi<strong>do</strong>s por órgãos <strong>do</strong> próprio governo da Revolução e <strong>de</strong> estabelecimentos<br />
bancários particulares e estaduais. 266<br />
265 I<strong>de</strong>m.<br />
266 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Ofícios <strong>de</strong><br />
solicitação. Ofício n. 530/69. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1969.
89<br />
Mais uma vez po<strong>de</strong> ser observada a preocupação com a existência <strong>de</strong> filmes<br />
financia<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong> e que criticavam direta ou indiretamente o regime.<br />
A DCDP atritou-se com o Ministério da Educação e Cultura, que tinha agências<br />
financia<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> filmes (INC e Embrafilme), tanto os supostamente subversivos como<br />
os que continham cenas <strong>de</strong> atenta<strong>do</strong> à moral e aos bons costumes. A segunda instância<br />
<strong>de</strong> conflitivida<strong>de</strong> foi com o Itamaraty, na medida em que liberava para a exibição em<br />
festivais internacionais filmes brasileiros que haviam si<strong>do</strong> veta<strong>do</strong>s pela DCDP, fosse<br />
para ser exibi<strong>do</strong> no país ou no exterior. 267<br />
No final da década <strong>de</strong> 1970, o CSC (Conselho Superior <strong>de</strong> Censura) e o po<strong>de</strong>r<br />
Judiciário criariam novos problemas para a DCDP, como se verá no próximo capítulo.<br />
A conclusão da Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> sobre a carta <strong>de</strong> Aloysio <strong>de</strong>fendia a<br />
conveniência <strong>de</strong> aplicar duas das medidas propostas: a intervenção <strong>do</strong> ministro da<br />
Justiça junto ao Ministério da Educação e Cultura e a presença <strong>do</strong> ministro da Justiça<br />
junto ao ministro <strong>de</strong> Relações Exteriores para que não fosse autorizada a saída <strong>de</strong><br />
filmes nacionais censura<strong>do</strong>s anteriormente pela Divisão. Essas medidas tinham um<br />
caráter preventivo, inclusive porque<br />
não é admissível que o próprio governo, que vem manten<strong>do</strong> intensa luta<br />
contra as tentativas <strong>de</strong> subversão da or<strong>de</strong>m e as idéias extremistas que as<br />
sustém, ofereça, por seus órgãos integrantes, facilida<strong>de</strong>s para a produção <strong>de</strong><br />
películas que a pregam ou para sua exibição no exterior. 268<br />
No entanto, quanto à sugestão <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> processos contra os cineastas que<br />
produzissem filmes consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s subversivos, a assessoria jurídica <strong>do</strong> DPF <strong>de</strong>ixava<br />
claro que<br />
a simples produção, sem a conseqüente publicida<strong>de</strong> ou tentativa <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, não<br />
caracteriza a propaganda subversiva, ainda mais que aquela <strong>de</strong>ve ser precedida,<br />
obrigatoriamente, <strong>de</strong> prévio exame da obra pelo SCDP. Assim, o ilícito se<br />
caracteriza, não pela produção da obra, que inclusive po<strong>de</strong> manter-se inédita para o<br />
público, mas por sua exibição ou pela tentativa <strong>de</strong> exibi-la, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />
censura prévia ou apesar <strong>de</strong>sta. Contu<strong>do</strong>, se o cineasta submete o filme ao exame <strong>do</strong><br />
órgão censório e se conforma com a <strong>de</strong>cisão proferida, não há que se falar em<br />
propaganda subversiva, como é <strong>de</strong>finida pela Lei <strong>de</strong> Segurança Nacional, por faltarlhe<br />
elemento essencial, qual seja, a utilização ou tentativa <strong>de</strong> utilização <strong>do</strong> meio <strong>de</strong><br />
comunicação, isto é, <strong>do</strong> meio <strong>de</strong> divulgação, veículo necessário à consumação <strong>do</strong><br />
267 O Itamaraty tinha a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> liberar um filme para festivais no exterior in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da<br />
resolução da DCDP.<br />
268 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Ofícios <strong>de</strong><br />
solicitação. Parecer n. 318/69. Processo n. 18949/69 – SRA. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1969.
90<br />
ilícito. 269<br />
De qualquer forma, parte das reivindicações <strong>de</strong> Aloysio foram atendidas e,<br />
através <strong>de</strong> cartas e ofícios, foi travada uma discussão sobre a ina<strong>de</strong>quação <strong>do</strong><br />
financiamento público <strong>de</strong> obras consi<strong>de</strong>radas subversivas. Em setembro <strong>de</strong> 1969, o<br />
diretor geral da polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> escreveu para o então Ministro da Justiça, Luiz da Gama<br />
e Silva, dizen<strong>do</strong><br />
subalterno na hierarquia ministerial, mas honrosamente ombrea<strong>do</strong> nos i<strong>de</strong>ais<br />
cívicos que nos sugerem tarefas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s na preservação <strong>do</strong>s<br />
eleva<strong>do</strong>s conceitos políticos, administrativos, morais e sociais <strong>de</strong> nossa<br />
Pátria, vimos encarecer a Vossa Excelência urgentes medidas junto aos<br />
Exmos. Senhores Ministros das Relações Exteriores e da Fazenda, para<br />
lograrmos êxito no fiel cumprimento <strong>de</strong> nossas missões. (...) O nosso apelo<br />
objetiva estancar a <strong>de</strong>scontrolada evasão <strong>de</strong> filmes nacionais <strong>de</strong>sairosos e<br />
contradizentes da realida<strong>de</strong> brasileira que levam para o exterior impressões<br />
<strong>de</strong>strui<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> solevantamento da pátria em que nos empenhamos. 270<br />
Vale <strong>de</strong>stacar que esta carta foi escrita em 1969, ou seja, pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>do</strong><br />
endurecimento <strong>do</strong> regime com o AI-5 e perío<strong>do</strong> no qual os ânimos estavam extrema<strong>do</strong>s.<br />
De qualquer maneira, a escrita não reafirma nada mais <strong>do</strong> que as idéias presentes na<br />
legislação censória <strong>de</strong> 1946, que, como foi visto, permitia à censura vetar filmes para o<br />
estrangeiro que sugerissem “vistas <strong>de</strong>sprimorosas” <strong>do</strong> país.<br />
A censura <strong>do</strong> cinema possuiu um caráter diferencia<strong>do</strong> em relação às <strong>de</strong>mais<br />
censuras <strong>de</strong> diversões públicas. Em primeiro lugar, havia a Embrafilme. Embora outras<br />
manifestações artístico-culturais contassem eventualmente com verbas e prêmios<br />
forneci<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong>, como o teatro, apenas o cinema teve uma empresa<br />
financia<strong>do</strong>ra. 271<br />
A outra peculiarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> campo cinematográfico dizia respeito às diferentes<br />
formas <strong>de</strong> censura aos filmes. Se, no caso da música e das peças teatrais havia a<br />
liberação com cortes ou o veto total, no caso <strong>do</strong> cinema havia uma série <strong>de</strong><br />
especificida<strong>de</strong>s.<br />
A DCDP censurava filmes nacionais, estrangeiros, cartazes <strong>de</strong> filmes, bem como<br />
os trailers que seriam exibi<strong>do</strong>s antes das películas. Além disso, fazia também a censura<br />
<strong>do</strong>s curtas-metragens, tipo <strong>de</strong> produção que foi inclusive incentivada pelo próprio<br />
269 I<strong>de</strong>m<br />
270 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Ofícios <strong>de</strong><br />
solicitação. Ofício n. 477/69. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1969.<br />
271 Sobre o teatro durante a ditadura militar ver: GARCIA, Miliandre. “ou vocês mudam ou acabam”:<br />
teatro e censura na ditadura militar (1964-1985). <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> apresentada ao<br />
PPGHIS/<strong>UFRJ</strong>, 2008.
91<br />
regime militar. 272<br />
A lei <strong>de</strong> 1946 previa que to<strong>do</strong> o filme nacional ou estrangeiro <strong>de</strong>veria ser<br />
classifica<strong>do</strong> pelo órgão censor e isso se manteve durante o regime militar. Po<strong>de</strong>ria ser<br />
coloca<strong>do</strong> na categoria <strong>de</strong> “educativo”, “recomenda<strong>do</strong> para a juventu<strong>de</strong>” e, tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong><br />
filme nacional, <strong>de</strong>veria ser classifica<strong>do</strong> também como <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong>” e “livre para<br />
exportação”. A censura cinematográfica se diferenciava <strong>do</strong>s outros campos artísticos,<br />
pois o produtor <strong>de</strong> filmes lutava tanto pela liberação <strong>do</strong> filme para o público interno,<br />
como para que o mesmo pu<strong>de</strong>sse ter a chancela <strong>de</strong> livre para exportação.<br />
Quan<strong>do</strong> o produtor enviava seu filme para a DCDP, po<strong>de</strong>ria esperar várias<br />
respostas: se o filme havia si<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> integralmente, libera<strong>do</strong> com cortes ou<br />
interdita<strong>do</strong>; se havia consegui<strong>do</strong> o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong>” e “livre para<br />
exportação”, além da classificação etária.<br />
Caso o filme fosse libera<strong>do</strong> integralmente, po<strong>de</strong>ria ser exibi<strong>do</strong> nas salas <strong>de</strong><br />
cinema tal como foi envia<strong>do</strong> à DCDP. Este foi o caso <strong>do</strong> filme In<strong>de</strong>pendência ou Morte,<br />
<strong>de</strong> Carlos Coimbra, que teve como atores principais Tarcísio Meira, no papel <strong>de</strong> Pedro I<br />
e Gloria Menezes, representan<strong>do</strong> a Marquesa <strong>de</strong> Santos. A liberação não chega a<br />
surpreen<strong>de</strong>r já que se trata <strong>de</strong> iniciativa que contou com apoio governamental. O filme<br />
integrou as comemorações <strong>do</strong> Sesquicentenário da In<strong>de</strong>pendência, a maior festa oficial<br />
patrocinada pela ditadura militar. O parecer <strong>do</strong> censor enalteceu as características <strong>do</strong><br />
filme afirman<strong>do</strong> que<br />
trata-se <strong>de</strong> um filme excelente sobre a vida <strong>de</strong> D. Pedro I, seus amores, sua<br />
política, sua corte, seus triunfos e seus fracassos como homem e Impera<strong>do</strong>r.<br />
(...) Filme <strong>de</strong> ótima qualida<strong>de</strong> digno <strong>do</strong> povo e suas tradições, em face <strong>do</strong><br />
equilíbrio, bom senso e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ao enfocar os personagens e ambiência<br />
históricas, no Brasil, <strong>de</strong> 1816 a 1831. Pelo exposto, sugerimos a liberação <strong>do</strong><br />
filme em pauta – In<strong>de</strong>pendência ou morte – para maiores <strong>de</strong> 10 (DEZ) ANOS<br />
sem qualquer restrição. 273<br />
O filme <strong>de</strong> Flávio Migliáccio, Aventuras com tio Maneco, <strong>de</strong> 1971, <strong>de</strong>u entrada<br />
na DCDP e foi libera<strong>do</strong> com “censura livre” e sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cortes por parte <strong>do</strong>s<br />
produtores. Por ser <strong>de</strong> temática infantil, teve parecer favorável <strong>do</strong> censor que achou a<br />
película um tanto ingênua, alegre, divertida, com cenas jocosas e impossíveis, em<br />
que os personagens, por alguns momentos, se transformam em <strong>de</strong>senho anima<strong>do</strong>. A<br />
272 Havia a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> certifica<strong>do</strong> da DCDP para qualquer tipo <strong>de</strong> exibição publica <strong>de</strong> películas,<br />
obrigan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os produtores a enviarem seus filmes para a DCDP.<br />
273 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura Prévia.<br />
Subsérie: programação cinematográfica Parecer <strong>do</strong> filme: In<strong>de</strong>pendência ou morte. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong><br />
agosto <strong>de</strong> 1972.
92<br />
temática <strong>de</strong>senvolvida se enquadra perfeitamente na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão <strong>do</strong>s<br />
menores, não contém improbida<strong>de</strong>s, razão porque sugiro sua liberação sem<br />
restrições. 274<br />
Gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> censura referentes aos filmes apresenta a<br />
liberação das películas com algum tipo <strong>de</strong> corte, fosse <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política ou moral. 275 O<br />
filme Vai trabalhar vagabun<strong>do</strong>, <strong>de</strong> Hugo Carvana, teve nos papéis principais o próprio<br />
diretor e a atriz O<strong>de</strong>te Lara. A entrada <strong>do</strong> processo na DCDP aconteceu em 1973 e o<br />
filme foi libera<strong>do</strong> para maiores <strong>de</strong> 18 anos, mas os produtores <strong>de</strong>veriam fazer <strong>do</strong>is<br />
cortes: o primeiro na<br />
cena <strong>de</strong> entrega da encomenda à amiga <strong>de</strong> Dino, a partir da segunda vez em<br />
que o emprega<strong>do</strong> bate a porta. Ainda na segunda parte, cortar cena <strong>do</strong> banho<br />
e <strong>do</strong> colóquio, e partir <strong>do</strong> momento em que o personagem gor<strong>do</strong>, <strong>de</strong> meia<br />
ida<strong>de</strong>, anuncia que vai tomar banho, até momento em que os três se reúnem,<br />
já vesti<strong>do</strong>s na sala. Corta cenas intercaladas <strong>de</strong> ato sexual entre Dino e a<br />
empregada (preta) a partir <strong>do</strong> momento em que Dino vai tirar a roupa, até<br />
momento em que aparece senta<strong>do</strong> na cama, já vesti<strong>do</strong>. 276<br />
Foi o caso também <strong>do</strong> filme Aleluia, Gretchen, libera<strong>do</strong> para maiores <strong>de</strong> 18<br />
anos, em que seus produtores tiveram que fazer <strong>do</strong>is cortes. O enre<strong>do</strong> conta a história <strong>de</strong><br />
uma família que fugiu da Alemanha durante o perío<strong>do</strong> nazista e se fixou no Brasil.<br />
Mesmo sen<strong>do</strong> um filme <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> histórico, o censor, para justificar os cortes, alegava<br />
que o filme<br />
[continha] cenas que pressupõem relacionamento sexual, violência e<br />
exposição <strong>de</strong> nus masculinos, que apesar <strong>de</strong> exibi<strong>do</strong>s com naturalida<strong>de</strong>, sem<br />
envolvimento erótico ou sensual, são perfeitamente visualiza<strong>do</strong>s. 277<br />
Embora com uma certa complacência, os filmes nem sempre fugiam a interdição<br />
total. Foi o caso <strong>do</strong> parecer da técnica <strong>de</strong> censura Luzia Maria Barcellos, que sugeriu o<br />
veto total <strong>do</strong> filme América <strong>do</strong> sexo, dirigi<strong>do</strong> por Leon Hirsman, Flávio Moreira da<br />
Costa, Rozemberg Filho e Rubem Maya. A censora constatou que,<br />
ten<strong>do</strong> em vista que os cortes necessários à moralida<strong>de</strong> <strong>do</strong> filme acarretariam a<br />
274 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura Prévia.<br />
Subsérie: programação cinematográfica Parecer <strong>do</strong> filme: Aventuras com tio maneco. 1971.<br />
275 A questão da diferenciação entre motivação política e moral será discutida no quarto capítulo.<br />
276 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura Prévia.<br />
Subsérie: programação cinematográfica Parecer <strong>do</strong> filme: Vai trabalhar Vagabun<strong>do</strong>. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong><br />
novembro <strong>de</strong> 1973.<br />
277 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: filmes. Processo<br />
<strong>do</strong> filme Aleluia, Gretchen. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1976.
93<br />
incompreensão total das duas primeiras estórias, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> por conseguinte<br />
haver a eliminação <strong>do</strong>s mesmos, o que resultaria na insuficiência <strong>de</strong><br />
metragem para a sua apresentação, e ten<strong>do</strong> em vista a mediocrida<strong>de</strong>,<br />
amoralida<strong>de</strong> e ausência <strong>de</strong> mensagem, sugiro sua interdição. 278<br />
Os filmes também po<strong>de</strong>riam ser libera<strong>do</strong>s para a exibição no Brasil e, no<br />
entanto, não receberem a chancela <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong>” e “livre para exportação”. Caso<br />
curioso foi o filme <strong>do</strong> grupo Os trapalhões, Aladim e a Lâmpada Maravilhosa. Nem o<br />
gran<strong>de</strong> sucesso <strong>do</strong> grupo impediu que os censores Gláucia Baena Soares e Onofre<br />
Ribeiro da Silva, ao analisar o processo, assinalassem que<br />
a qualida<strong>de</strong> técnica e mesmo o próprio filme em si são <strong>de</strong> recomendação duvi<strong>do</strong>sa,<br />
razão pela qual <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> atribuir-lhe o requisito <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong>” e “livre para<br />
exportação”, <strong>de</strong> vez que acreditamos possa no exterior dar uma imagem falsa <strong>do</strong><br />
nosso cinema. 279<br />
Dos processos pesquisa<strong>do</strong>s, a não liberação para exportação constituiu minoria. 280<br />
A preocupação da DCDP era muito mais voltada para o público interno <strong>do</strong> que externo.<br />
Os filmes que continham cenas <strong>de</strong> sexo e nu<strong>de</strong>z po<strong>de</strong>riam ser aqui corta<strong>do</strong>s e proibi<strong>do</strong>s<br />
para menores <strong>de</strong> 18 anos, mas, normalmente, eram libera<strong>do</strong>s para exportação.<br />
Por vezes, após receber a resposta da DCDP, mesmo o filme ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> libera<strong>do</strong><br />
com cortes, os produtores po<strong>de</strong>riam entrar com pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> revisão da censura, sen<strong>do</strong><br />
freqüentes os pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> revisão da classificação etária.<br />
De acor<strong>do</strong> com a legislação, 281 o espetáculo po<strong>de</strong>ria ser visto por maiores <strong>de</strong> 5,<br />
10, 14, 16 e 18 anos. As normas para classificação <strong>de</strong> espetáculos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s aos<br />
menores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> possuíam seis capítulos. O quinto, intitula<strong>do</strong> Aplicação <strong>do</strong>s critérios<br />
gerais na fixação <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, subdividia-se em <strong>do</strong>ze tópicos que <strong>de</strong>veriam ser<br />
observadas pelos censores, quais sejam: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão <strong>do</strong>s menores (o<br />
censor <strong>de</strong>veria estar atento em proibir para menores <strong>de</strong> 18, 16, 14 e 10 anos os<br />
espetáculos que ultrapassassem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s níveis<br />
etários); sensualida<strong>de</strong> (seriam proibi<strong>do</strong>s para menores, em geral, os filmes que<br />
estimulassem a sensualida<strong>de</strong>). Também seriam proibi<strong>do</strong>s para menores <strong>de</strong> 18 anos os<br />
278 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: filmes. Processo<br />
<strong>do</strong> filme América <strong>do</strong> sexo. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1970.<br />
279 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: programação<br />
cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme Aladim e a lâmpada maravilhosa. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1974.<br />
280 Ver quadro nos anexos.<br />
281 Decretos n. 20.493, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1946, 37.008, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1955 e portaria n. 492, <strong>de</strong> 10<br />
<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1962.
94<br />
casos <strong>de</strong> homossexualismo e outras taras sexuais, curras e qualquer espécie <strong>de</strong><br />
violência sexual, cenas <strong>de</strong> orgia e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sregramentos (principalmente aquelas que<br />
participem menores). Os [filmes] que explorem com <strong>de</strong>libera<strong>do</strong> erotismo cenas <strong>de</strong><br />
alcova ou apresentem práticas sexuais, nudismo, strip-tease e danças in<strong>de</strong>centes. 282<br />
Além <strong>do</strong>s casos cita<strong>do</strong>s anteriormente, as cenas e situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sentendimento<br />
familiar também estavam incluídas na proibição para menores <strong>de</strong> 18 anos. Da mesma<br />
forma, cenas que afrontassem as convicções religiosas, instituições nacionais, senso<br />
social, senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver e moral ou, ainda, que exibissem atos criminosos, violência,<br />
me<strong>do</strong> e angústia <strong>de</strong>veriam ser banidas das vistas <strong>de</strong> crianças e jovens pelos censores.<br />
Como foi exposto, o trabalho <strong>do</strong> produtor cinematográfico com a censura<br />
acabava por ser maior <strong>do</strong> que em outros campos artísticos, pois havia, para um só filme,<br />
diversas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> liberação que acabavam por interferir na divulgação e,<br />
conseqüentemente, no lucro que o filme po<strong>de</strong>ria fornecer.<br />
3.2 A Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas e o<br />
treinamento para censores<br />
Alguns trabalhos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a idéia <strong>de</strong> que os censores eram <strong>de</strong>sprepara<strong>do</strong>s e<br />
incapazes <strong>de</strong> elaborar pareceres que traduzissem as intenções das obras analisadas,<br />
figuran<strong>do</strong> muitas vezes como “falastrões”. 283 Talvez mesmo por essa má fama, durante<br />
sua existência a DCDP procurou aperfeiçoar seus funcionários.<br />
Como já foi dito anteriormente, a censura <strong>de</strong> diversões públicas foi centralizada<br />
em Brasília no ano <strong>de</strong> 1966. A partir <strong>de</strong> então, houve uma maior profissionalização,<br />
normatização e uniformização <strong>do</strong> órgão. O processo <strong>de</strong> valorização da instituição po<strong>de</strong><br />
ser percebi<strong>do</strong> pelo aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> censores que, em 1967, era <strong>de</strong> apenas 16<br />
pessoas e, no final <strong>do</strong> regime militar, era <strong>de</strong> 240 agentes. 284 A partir da década <strong>de</strong> 1970,<br />
a DCDP estabeleceu a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s novos funcionários passarem por um<br />
282 RODRIGUES, Carlos. Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Brasília: C.RE.Editora, 1971. pp. 210-211.<br />
283 Essa interpretação embora esteja muito presente na memorialística <strong>do</strong> regime militar, consta em alguns<br />
textos como <strong>de</strong> SIMÕES, Inimá. Roteiro da intolerância: a censura cinematográfica no Brasil. São Paulo:<br />
Editora Senac, 1999. Neste livro o autor diz que “os censores eram ignorantes e obtusos em sua maioria<br />
absoluta, vários censores passaram rapidamente pela universida<strong>de</strong>, acompanhan<strong>do</strong> cursos como ouvintes.<br />
p. 77.<br />
284 STEPHANOU, Alexandre Ayub. O procedimento racional e técnico da censura fe<strong>de</strong>ral brasileira e<br />
seus impedimentos (1964-1988). Op. cit. p. 60. O autor acredita que houve um inchaço na estrutura da<br />
censura, no entanto, trabalhamos com a idéia <strong>de</strong> que para o crescente número <strong>de</strong> trabalho, era preciso um<br />
maior contingente <strong>de</strong> profissionais.
95<br />
processo <strong>de</strong> seleção em nível nacional. 285<br />
Após ser aprova<strong>do</strong> no concurso, o candidato teria que fazer um curso <strong>de</strong><br />
capacitação, condição obrigatória para a sua entrada na Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Embora não se<br />
conheça o programa <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os cursos durante a existência da DCDP, temos<br />
informações sobre o XII Curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Censor <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>, realiza<strong>do</strong> em 1985. 286<br />
Embora este curso tenha aconteci<strong>do</strong> em 1985, momento no qual a censura<br />
encaminhava-se para seu término e a ditadura dava seus últimos suspiros, po<strong>de</strong>mos<br />
afirmar que ele foi o décimo segun<strong>do</strong> curso ocorri<strong>do</strong>, o que nos faz crer que já era uma<br />
prática da instituição a elaboração <strong>de</strong>sses cursos como forma tanto <strong>de</strong> reciclar quanto <strong>de</strong><br />
formar novos censores. O curso possuía quatro objetivos específicos relaciona<strong>do</strong>s à<br />
capacitação <strong>do</strong> candidato a censor:<br />
1 - Fazer o exame prévio <strong>de</strong> qualquer programação relativa aos espetáculos <strong>de</strong> diversões<br />
públicas, inclusive texto <strong>de</strong> canto ou recitação <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à gravação <strong>de</strong> discos;<br />
2 - Executar censura prévia <strong>de</strong> películas cinematográficas e peças teatrais;<br />
3 - Fazer o exame prévio <strong>de</strong> anúncios e propagandas <strong>de</strong> diversões públicas;<br />
4 - Executar <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s relacionadas com a censura <strong>de</strong> diversões públicas. 287<br />
A duração <strong>do</strong> curso foi <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1985 até o dia 20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>do</strong> mesmo<br />
ano, totalizan<strong>do</strong> uma carga horária <strong>de</strong> 776 horas <strong>de</strong> aula. A gra<strong>de</strong> curricular contava<br />
com as seguintes matérias: condicionamento físico, análise estrutural da narrativa, curso<br />
<strong>de</strong> armamento e tiro, comunicação social, cultura brasileira, fiscalização censória,<br />
legislação censória, lógica, polícia política e social, redação oficial, regime jurídico,<br />
organização e competência <strong>do</strong> DPF, segurança nacional, técnica <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> cinema,<br />
técnica <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> letras musicais, técnica <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> teatro e técnica <strong>de</strong> censura<br />
<strong>de</strong> televisão e rádio. 288<br />
O fato <strong>de</strong> freqüentar o curso não tornava o candidato um agente da polícia<br />
fe<strong>de</strong>ral. A finalização <strong>do</strong> curso se dava com o somatório das notas obtidas nas provas<br />
das matérias cursadas e, quan<strong>do</strong> finalmente aprova<strong>do</strong>, o candidato seria um agente da<br />
polícia fe<strong>de</strong>ral e estaria pronto para fazer a censura <strong>de</strong> qualquer forma <strong>de</strong> expressão<br />
artística.<br />
285 Com a Lei n. 5536 <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1968. Art. 3. os funcionários da DCDP passaram a ter que<br />
ter curso superior para ingressar na função.<br />
286 Na série “Treinamento <strong>de</strong> censores” localizada no Arquivo Nacional, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong><br />
Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>, encontramos a <strong>do</strong>cumentação relativa ao Curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong><br />
Censor <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>.<br />
287 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Treinamento <strong>de</strong><br />
censores. Programa <strong>do</strong> curso. f. 1-2.<br />
288 Ver tabela 1
96<br />
Algumas capacitações requeridas para o censor eram próprias da formação <strong>do</strong><br />
policial fe<strong>de</strong>ral, inclusive o uso <strong>de</strong> armamento, em tese inútil para um agente-censor.<br />
Tabela das matérias cursadas no curso para a formação profissional <strong>de</strong> censor<br />
fe<strong>de</strong>ral com os objetivos e carga horária a ser cumprida.<br />
Matéria<br />
Objetivos<br />
Carga<br />
Horária<br />
A<strong>de</strong>stramento Físico<br />
Desenvolver aptidão física, moral e profissional, através <strong>de</strong><br />
méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> condicionamento físico.<br />
42 h/a<br />
Análise Estrutural da Narrativa<br />
Proporcionar conhecimentos das formas da narrativa e<br />
lógicas das ações, visan<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> mensagens <strong>de</strong> 40 h/a<br />
interesse censório.<br />
Armamento e Tiro<br />
Desenvolver habilida<strong>de</strong>s para manejar e empregar armas <strong>de</strong><br />
fogo no <strong>de</strong>sempenho da ativida<strong>de</strong> policial<br />
40 h/a<br />
Comunicação Social<br />
Proporcionar conhecimentos da ca<strong>de</strong>ia informacional, <strong>do</strong>s<br />
meios <strong>de</strong> comunicação social, da publicida<strong>de</strong> e propaganda e 20 h/a<br />
<strong>do</strong>s efeitos da comunicação social.<br />
Cultura Brasileira<br />
Proporcionar conhecimentos <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> formação<br />
cultural brasileiro e <strong>do</strong>s outros fatos sociais, políticos, 32 h/a<br />
econômicos, religiosos e culturais da atualida<strong>de</strong>.<br />
Fiscalização Censória<br />
Proporcionar conhecimentos específicos das ativida<strong>de</strong>s<br />
profissionais relacionadas ao controle e fiscalização censória<br />
12 h/a<br />
Legislação Censória<br />
Proporcionar conhecimentos da Legislação que disciplina a<br />
censura <strong>de</strong> diversões públicas <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, em<br />
particular a censura <strong>de</strong> cinema, rádio, televisão, peças<br />
100 h/a<br />
teatrais e letras musicais<br />
Lógica<br />
Proporcionar conhecimentos das leis <strong>do</strong> raciocínio lógico e<br />
coerente, com vistas à apreensão <strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> análise 50 h/a<br />
censória<br />
Polícia Política e Social<br />
Proporcionar conhecimentos da legislação e das infrações<br />
praticadas contra a Segurança Nacional e a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10 h/a<br />
imprensa<br />
Redação Oficial<br />
Proporcionar conhecimentos para a correta redação <strong>de</strong><br />
correspondência oficial ligada ao <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> cargo, 20 h/a<br />
segun<strong>do</strong> normas e padrões vigentes no DPF<br />
Proporcionar conhecimentos da condição <strong>de</strong> funcionário<br />
Regime Jurídico, organização e<br />
público estatutário, seus direitos e <strong>de</strong>veres, e da constituição<br />
competência <strong>do</strong> DPF<br />
e área <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> DPF<br />
20 h/a<br />
Segurança Nacional<br />
Proporcionar conhecimentos fundamentais sobre a <strong>do</strong>utrina<br />
<strong>de</strong> Segurança Nacional e da organização e funcionamento <strong>do</strong> 10 h/a<br />
Sistema <strong>de</strong> Segurança Interna.<br />
Técnica <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> Cinema<br />
Proporcionar conhecimentos que capacitem à análise<br />
censória da mensagem cinematográfica<br />
66 h/a<br />
Técnica <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> letras Proporcionar conhecimentos que capacitem à análise<br />
musicais<br />
censória das mensagens das letras musicais<br />
30 h/a<br />
Técnica <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> teatro<br />
Proporcionar conhecimentos que possibilitem a compreensão<br />
<strong>do</strong> fenômeno teatral e das técnicas <strong>de</strong> censura específicos<br />
66 h/a<br />
Técnica <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> televisão e Proporcionar conhecimentos que possibilitem a compreensão<br />
rádio<br />
das técnicas <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> televisão e rádio<br />
66 h/a<br />
Tabela integrante <strong>do</strong> programa <strong>do</strong> curso para formação <strong>de</strong> censor. Arquivo Nacional. Divisão regional <strong>do</strong><br />
Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série. Treinamento <strong>de</strong> Censores. Programa <strong>do</strong><br />
curso. f. 3-6.<br />
Após ter passa<strong>do</strong> pelas duas etapas <strong>do</strong> concurso, a prova e o curso <strong>de</strong> formação
97<br />
<strong>de</strong> censores, o candidato finalmente tornava-se um agente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Polícia<br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. No entanto, ele não <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> se “aprimorar” no ofício, já que a DCDP<br />
promovia cursos periódicos <strong>de</strong>ntro da instituição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1970. A intenção<br />
<strong>do</strong>s cursos era promover um aperfeiçoamento na maneira <strong>de</strong> se fazer censura. Também<br />
visava alcançar uma homogeneida<strong>de</strong> nos pareceres censórios, evitan<strong>do</strong> discrepâncias<br />
entre os mesmos.<br />
Em 1971, João Ma<strong>de</strong>ira, relações públicas <strong>do</strong> DPF, solicitou ao diretor-geral da<br />
Editora Abril uma permissão para que o professor Wal<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Souza, então diretor<br />
responsável pela editora, pu<strong>de</strong>sse ministrar um curso a “Censores Especializa<strong>do</strong>s”. 289<br />
No ano seguinte, o diretor geral <strong>do</strong> DPF, general Nilo Caneppa Silva, escreveu para<br />
Victor Civita, funda<strong>do</strong>r da Editora Abril, externan<strong>do</strong> os agra<strong>de</strong>cimentos pela<br />
colaboração da editora, dizen<strong>do</strong> que:<br />
Tenho a honra <strong>de</strong> me dirigir a Vossa Senhoria para externar os meus<br />
agra<strong>de</strong>cimentos pela valiosa colaboração prestada a este Departamento pelo<br />
professor Wal<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Souza, diretor <strong>de</strong>ssa empresa, que veio à Aca<strong>de</strong>mia<br />
Nacional <strong>de</strong> Polícia para integrar uma equipe que visou atualizar conhecimentos<br />
<strong>de</strong> análise cinematografia, <strong>de</strong>stinada a funcionários <strong>de</strong> nível superior da Censura<br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. (...) Peço, pois, a Vossa Senhoria dizer-lhe que eu, em nome pessoal, e<br />
<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que assistiram as suas aulas, manifestam-se agra<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>s pelo seu<br />
gran<strong>de</strong> interesse e <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s durante o curso. 290<br />
Outros cursos e palestras foram ministra<strong>do</strong>s durante a existência da DCDP,<br />
especialmente sobre a censura cinematográfica. Em 1973, aconteceu no auditório da<br />
Escola Nacional <strong>de</strong> Informações, em Brasília, uma conferência sobre mensagens<br />
justapostas nos filmes estrangeiros. O conferencista, que não tem o nome revela<strong>do</strong>, fez<br />
um minucioso estu<strong>do</strong> sobre a questão, inclusive dizen<strong>do</strong> que, havia 15 anos, estava<br />
trabalhan<strong>do</strong> na “assessoria psicopedagógica”, estudan<strong>do</strong> a questão das imagens<br />
subversivas em filmes. 291<br />
Para o autor da conferência, as mensagens justapostas seriam colocadas<br />
estrategicamente (em sucessão progressiva a outras mensagens comuns) no <strong>de</strong>senrolar<br />
<strong>do</strong> filme e tinham como objetivo “acionar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s estímulos pré-estabeleci<strong>do</strong>s” no<br />
289 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: treinamento <strong>de</strong><br />
censores. Curso especial para censurar filmes.<br />
290 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Treinamento <strong>de</strong><br />
censores. Of. 479/71/SRP/GAB. 18 <strong>de</strong> nov. 1971. Caixa 1.<br />
291 AN. Divisão Regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: treinamento <strong>de</strong><br />
censores. Carta a Victor Civita. Caixa 1.
98<br />
especta<strong>do</strong>r. 292 ,Para explicar o que seriam tais mensagens ele usou como exemplo <strong>do</strong>is<br />
cineastas consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s subversivos: o francês Jean-Luc Godard e o cineasta brasileiro<br />
Glauber Rocha. Sobre Glauber Rocha contou que havia estuda<strong>do</strong> no IDHEC (<strong>Instituto</strong><br />
<strong>de</strong> Altos Estu<strong>do</strong>s Cinematográficos) com o “mestre das mensagens subversivas”,<br />
Godard. 293 As mensagens justapostas estariam direcionadas à juventu<strong>de</strong>, principalmente<br />
aos universitários, e serviriam para “<strong>de</strong>turpar os valores hierárquicos da socieda<strong>de</strong><br />
vigente”. Para isso, existiriam <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> mensagem, a “ostensiva” e a “oculta”. A<br />
diferença entre as duas era que, no primeiro caso, o censor<br />
vê, analisa e anota, para limitação <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte. (...) Na mensagem<br />
oculta, produzida por esta chamada técnica <strong>de</strong> mensagens justapostas, que não<br />
permite ao censor comum ver, analisar e anotar. É imprescindível que o censor<br />
passe a conhecer <strong>de</strong>talhes técnicos <strong>de</strong> elaboração, para adquirir realmente<br />
condições técnicas <strong>de</strong> análise, interpretação e enquadramento legal. 294<br />
A partir <strong>de</strong>ssa palestra, alguns censores foram obriga<strong>do</strong>s a freqüentar um curso<br />
<strong>de</strong> uma semana <strong>de</strong> treinamento intensivo no qual o censor apren<strong>de</strong>ria a analisar filmes<br />
com mensagens justapostas.<br />
A preocupação com a idéia da Segurança Nacional chegava a tal ponto que, na<br />
década <strong>de</strong> 1970, os filmes <strong>de</strong> Kung Fu – arte marcial oriunda da China – passaram a ser<br />
mais observa<strong>do</strong>s pelos técnicos da censura. Pensar em um filme <strong>de</strong> kung fu como<br />
potencialmente subversivo sem dúvida alguma causa um estranhamento, mas, segun<strong>do</strong><br />
os promotores <strong>do</strong> curso, as razões estavam embasadas em estu<strong>do</strong>s “sérios”:<br />
Os filmes <strong>de</strong> Kung Fu, na interpretação <strong>de</strong> conheci<strong>do</strong>s críticos <strong>de</strong> cinema, psicólogos<br />
e psiquiatras da Europa e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, são porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> mensagens<br />
subversivas que po<strong>de</strong>m predispor os especta<strong>do</strong>res jovens a i<strong>de</strong>ntificar-se com o tipo<br />
<strong>de</strong> violência praticada nos filmes <strong>de</strong> “Kung Fu” (violência, <strong>de</strong>ntro da i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong><br />
Mao Tse Tung.) 295<br />
Idéias <strong>de</strong>sse tipo levavam a DCDP ao <strong>de</strong>scrédito e serviram para aumentar o<br />
folclore sobre a censura e os censores.<br />
Além da tentativa <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> técnica <strong>do</strong>s funcionários da DCDP,<br />
houve uma preocupação constante, por parte da censura, em aperfeiçoar as leis que a<br />
292 AN. Divisão Regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: treinamento <strong>de</strong><br />
censores. Curso especial <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> filmes.<br />
293 I<strong>de</strong>m.<br />
294 Ib<strong>de</strong>m.<br />
295 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: treinamento <strong>de</strong><br />
censores. Curso especial para censurar filmes. Caixa 1.
99<br />
regiam. Sen<strong>do</strong> assim, em 1974, o ministro da Justiça, Arman<strong>do</strong> Falcão, <strong>de</strong>signou seu<br />
assessor especial, Alberto <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> Rocha, além <strong>do</strong> professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Pernambuco, Mario Pessoa <strong>de</strong> Oliveira e <strong>do</strong> Diretor da DCDP, Rogério<br />
Nunes, para constituírem uma comissão com o fim <strong>de</strong><br />
proce<strong>de</strong>r a um levantamento da disciplina legal e da situação atual da<br />
problemática da censura <strong>de</strong> diversões públicas e <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> comunicação, bem<br />
como para apresentar sugestões que melhor a situem no propósito <strong>de</strong> preservação<br />
da moralida<strong>de</strong> pública e <strong>de</strong>fesa das instituições. 296<br />
Embora a comissão tenha trabalha<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> cumprir a tarefa, não<br />
conseguiu apresentar resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> prazo estipula<strong>do</strong>. Então, em 1977, Arman<strong>do</strong><br />
Falcão retirou da comissão o advoga<strong>do</strong> Mario Pessoa <strong>de</strong> Oliveira e o seu assessor, que<br />
foram substituí<strong>do</strong>s por Joaquim Luiz <strong>de</strong> Oliveira Bello, José Carlos Silva <strong>de</strong> Meira<br />
Mattos e por José Rosa Filho, além <strong>de</strong> manter Rogério Nunes. 297<br />
Em outubro <strong>de</strong> 1977, a nova comissão concluiu os trabalhos, que foram<br />
apresenta<strong>do</strong>s na forma <strong>de</strong> anteprojeto <strong>de</strong> lei. O texto estabelecia as novas normas para a<br />
censura <strong>de</strong> diversões públicas. Os integrantes da comissão tinham como objetivo<br />
precípuo “consolidar as normas censórias em vigor para aten<strong>de</strong>r à necessida<strong>de</strong> cada dia<br />
mais premente <strong>de</strong> eliminar diversificações e multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dispositivos existentes<br />
sobre a matéria, muito <strong>de</strong>les obsoletos e conflitantes.” 298 De qualquer forma, as leis<br />
censórias não foram alteradas, continuan<strong>do</strong> os censores, até o fim da DCDP, se<br />
pautan<strong>do</strong> na legislação censória <strong>de</strong> 1946.<br />
O ano <strong>de</strong> 1978 foi marca<strong>do</strong> pelo abrandamento da censura política à imprensa.<br />
Em 1979 Petrônio Portela assumiu o cargo <strong>de</strong> ministro da Justiça, no contexto da<br />
“abertura política”. Foi nessa conjuntura que, em 1980, realizou-se o Seminário<br />
Nacional sobre Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas. O evento teve gran<strong>de</strong> repercussão na<br />
época, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> por Ricar<strong>do</strong> Cravo Albin e Pompeu <strong>de</strong> Souza. 299<br />
encontro visava <strong>de</strong>bater novos critérios para a censura, bem como aproximar os<br />
produtores <strong>do</strong> Conselho Superior <strong>de</strong> Censura que havia da<strong>do</strong> início aos trabalhos<br />
recentemente. 300<br />
O<br />
296 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Treinamento <strong>de</strong><br />
censores. Carta a Victor Civita. Caixa 1.<br />
297 AN. DSI. Ministério da Justiça. Fun<strong>do</strong>: TT. Caixa 612. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1974. f. 8.<br />
298 AN. DSI. Ministério da Justiça. Fun<strong>do</strong>: TT. Caixa 612. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1974. f. 6.<br />
299 Miliandre Garcia trabalhou este e outros seminários enfocan<strong>do</strong> a questão <strong>do</strong> teatro. Ver: GARCIA,<br />
Miliandre. “ou vocês mudam ou acabam”. Op. cit. pp. 209 -217.<br />
300 A respeito ver: ALBIN, Ricar<strong>do</strong> Cravo. Driblan<strong>do</strong> a censura: <strong>de</strong> como o cutelo vil incidiu na cultura.<br />
<strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Ed. Gryphus, 2002. pp. 41-43.
100<br />
Em 1981, foram realiza<strong>do</strong>s outros três seminários promovi<strong>do</strong>s pela DCDP, o II<br />
Seminário Nacional <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas, o Seminário sobre Televisão e<br />
Censura e o Seminário sobre Censura à Programação <strong>de</strong> TV e Público Usuário. 301 Em<br />
1983, foram criadas a Jornada <strong>de</strong> Leitura Analítica da Legislação sobre Censura, que<br />
visou aperfeiçoar os censores no trato com as normas pertinentes à legislação censória.<br />
Na ocasião foi estabeleci<strong>do</strong> o Manual <strong>de</strong> Rotinas Operacionais, elabora<strong>do</strong> e implanta<strong>do</strong><br />
pela DCDP no intuito <strong>de</strong> melhorar o fluxo <strong>de</strong> informação acerca <strong>do</strong> material censura<strong>do</strong><br />
nas SCDPs. 302<br />
A realização <strong>de</strong>sses seminários e jornadas reflete a preocupação da Divisão em<br />
aprimorar o seu funcionamento, ao mesmo tempo em que visava <strong>de</strong>monstrar a<br />
importância da sua função perante a socieda<strong>de</strong>, já que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> anunciada a abertura<br />
política, a DCDP corria sérios riscos <strong>de</strong> ter suas ativida<strong>de</strong>s interrompidas – como <strong>de</strong> fato<br />
aconteceu.<br />
301 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Relatórios <strong>de</strong><br />
Ativida<strong>de</strong>s. Relatório <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 1981. P. 5. Caixa única.<br />
302 AN. Divisão regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Relatórios <strong>de</strong><br />
Ativida<strong>de</strong>s. Relatório <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 1983. P. 3. Caixa única.
país. 303 Desta forma, quan<strong>do</strong> da centralização da censura cinematográfica já havia uma<br />
101<br />
Capítulo IV - Por uma socieda<strong>de</strong> or<strong>de</strong>ira: a censura aos<br />
filmes nacionais<br />
Nos capítulos prece<strong>de</strong>ntes procuramos <strong>de</strong>monstrar que a censura<br />
cinematográfica no país teve suas raízes na década <strong>de</strong> 1930, perío<strong>do</strong> no qual o Esta<strong>do</strong><br />
brasileiro montou um aparato responsável pela censura aos filmes exibi<strong>do</strong>s em território<br />
nacional. A centralização da censura cinematográfica em 1932 mostrava que o cinema<br />
já era uma questão central durante a década <strong>de</strong> 1930, também <strong>de</strong>ixava claro a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar um “mo<strong>de</strong>lo” representativo daquilo que <strong>de</strong>veria ser exibi<strong>do</strong> no<br />
tentativa <strong>de</strong> moldar o tipo <strong>de</strong> película a ser apresentada nas diversas regiões <strong>do</strong> país e,<br />
no caso <strong>do</strong>s filmes nacionais, o tipo a ser produzi<strong>do</strong>. Esse mecanismo fazia com que os<br />
censores elegessem um mo<strong>de</strong>lo para to<strong>do</strong> o Brasil, pois o veto serviria tanto para<br />
regiões afastadas <strong>do</strong>s centros urbanos quanto para zonas mais industrializadas, on<strong>de</strong> a<br />
politização e o rompimento <strong>do</strong>s costumes sempre foi mais avança<strong>do</strong>.<br />
Ainda segun<strong>do</strong> a legislação que entrou em vigor a partir <strong>de</strong> 1932, o responsável<br />
pela fiscalização <strong>do</strong>s certifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> censura era a autorida<strong>de</strong> policial <strong>de</strong> cada esta<strong>do</strong>. 304<br />
Ou seja, embora a censura cinematográfica fosse nacionalizada, a fiscalização era<br />
regionalizada.<br />
4.1 - E a nu<strong>de</strong>z foi castigada: a censura moral aos filmes<br />
nacionais<br />
O cineasta Glauber Rocha que visualizou politicamente o movimento <strong>do</strong><br />
Cinema Novo com o manifesto Estética da Fome, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1960, já solicitava<br />
a transferência da censura da polícia para o âmbito <strong>do</strong> Ministério da Educação. Em seu<br />
livro, Glauber Rocha proclamava:<br />
a censura. Eis outra pedra fundamental. A censura <strong>de</strong>veria estar no Ministério da<br />
Educação e Cultura. Esta é, contu<strong>do</strong>, uma solução que não interessa à Motion Picture.<br />
303 Decreto n. 21.240. <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1932. O primeiro artigo <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto dizia: “Fica nacionaliza<strong>do</strong> o<br />
serviço <strong>de</strong> censura <strong>do</strong>s filmes cinematográficos.”<br />
304 Decreto n. 21.240. <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1932.. Ver art. 23.
102<br />
Uma vez transferida das mãos <strong>de</strong> policiais ignorantes e <strong>de</strong> senhoras puritanas para o<br />
julgamento <strong>de</strong> intelectuais, críticos, professores e homens <strong>de</strong> comprovada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
compreensão cultural <strong>do</strong> cinema, a censura normalmente não visaria meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
programas <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s filmes americanos B e C. 305<br />
A reivindicação <strong>do</strong> diretor <strong>de</strong> Terra em Transe só foi atendida com a<br />
Constituição <strong>de</strong> 1988, quan<strong>do</strong> a DCDP acabou e o que permaneceu foi a classificação<br />
etária, sob a gerência <strong>do</strong> Ministério da Educação. Vale notar que a proposta <strong>do</strong> autor <strong>do</strong><br />
livro Revisão crítica <strong>do</strong> cinema brasileiro não era acabar com a censura, mas<br />
reivindicar padrões mais técnicos que justificassem <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s cortes.<br />
Uma das idéias presente no manifesto Estética da fome, também escrito por<br />
Glauber, era justamente a aversão à idéia <strong>de</strong> pornografia.<br />
On<strong>de</strong> houver um cineasta disposto a enfrentar o comercialismo, a exploração, a<br />
pornografia, o tecnicismo, aí haverá um germe <strong>do</strong> Cinema Novo. 306<br />
Talvez esse fosse um <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> maior contato entre Glauber Rocha e o<br />
governo militar. Não foi apenas no manifesto que ele se mostrou contrário às obras que<br />
exploravam a lubricida<strong>de</strong>, também fazia isso repetidas vezes nos jornais, como por<br />
exemplo, em 1978, quan<strong>do</strong> revi<strong>do</strong>u a entrevista <strong>do</strong> então diretor da Embrafilme,<br />
Roberto Farias. Nesta entrevista, Farias afirmou que a pornochanchada era um<br />
instrumento váli<strong>do</strong> na conquista <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. 307<br />
To<strong>do</strong>s os filmes exibi<strong>do</strong>s nas salas cinematográficas passavam pela análise <strong>do</strong><br />
Departamento <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong> Diversões Públicas. Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s filmes que foram<br />
produzi<strong>do</strong>s pela Embrafilme, a gran<strong>de</strong> maioria sofreu cortes pela censura por questões<br />
referentes à moral e aos bons costumes. As temáticas nesse campo são variadas, mas <strong>de</strong><br />
uma forma geral giravam em torno da questão da nu<strong>de</strong>z, palavras consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> baixo<br />
calão, homossexualida<strong>de</strong> e drogas, notadamente a maconha. 308<br />
Sem dúvida a Embrafilme causou muitos problemas à DCDP, posto que além<br />
das divergências com a própria empresa, em alguns casos a divisão necessitava<br />
justificar para a socieda<strong>de</strong> o motivo <strong>de</strong> liberar certos filmes polêmicos. 309 Nesse senti<strong>do</strong>,<br />
a carta <strong>de</strong> um mora<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora é emblemática. Mesmo antes <strong>de</strong> ver o filme O<br />
bem <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, homem <strong>de</strong> Itu, o cidadão enviou uma correspondência apelan<strong>do</strong> à censura<br />
305 ROCHA, Glauber. Revisão crítica <strong>do</strong> cinema brasileiro. Op. cit. p. 141.<br />
306 ROCHA, Glauber. Uma estética da fome. Revista Civilização brasileira. Ano. 1. n. 3. Julho <strong>de</strong> 1965.<br />
307 Correio Brasiliense. 31 <strong>de</strong> jan. <strong>de</strong> 1978.<br />
308 Também Carlos Fico percebeu questão semelhante em suas análises sobre a censura. Ver: FICO,<br />
Carlos. Além <strong>do</strong> golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura militar. Op. cit. pp. 87- 109.<br />
309 I<strong>de</strong>m. p. 99.
103<br />
para que regulasse o cinema nacional. Ten<strong>do</strong> visto o trailer da película afirmava que<br />
to<strong>do</strong>s sabermos que, na cida<strong>de</strong> paulista <strong>de</strong> Itu, a mania <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za é costume<br />
local, on<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os objetos como lápis, pentes, abri<strong>do</strong>res <strong>de</strong> garrafa,<br />
canivetes, picolés e tu<strong>do</strong> o mais é vendi<strong>do</strong> em tamanho gigante. Desse<br />
costume, tiraram o enre<strong>do</strong> para mais um filme altamente pornográfico. O<br />
super<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, homem <strong>de</strong> Itu que através <strong>do</strong>s trailers se vê que, na base <strong>de</strong><br />
gozação, em to<strong>do</strong> o transcorrer <strong>do</strong> filme homens e mulheres se referem<br />
ostensivamente ao tamanho gigante <strong>do</strong> pênis <strong>do</strong> homem <strong>de</strong> Itu e com isso<br />
passará a ser estabeleci<strong>do</strong> em toda a região e talvez até <strong>de</strong> âmbito nacional<br />
referências eróticas em formas <strong>de</strong> chacotas a to<strong>do</strong>s os habitantes masculinos<br />
<strong>de</strong> Itu. 310<br />
A resposta <strong>do</strong> diretor da DCDP, Rogério Nunes, <strong>de</strong>nota a polêmica entre as<br />
duas instituições durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> funcionamento e mostra que os <strong>de</strong>bates eram<br />
<strong>de</strong> conhecimento da população. Ou seja, a socieda<strong>de</strong> civil tanto tinha informações sobre<br />
a Embrafilme e os financiamentos ao cinema nacional, quanto <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r que a DCDP<br />
tinha para “regular” o setor.<br />
Como vossa senhoria não ignora, existe uma empresa pública criada com a<br />
finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formular e executar a política <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da indústria<br />
cinematográfica brasileira, bem como cuidar <strong>do</strong> seu fomento cultural. O candidato à<br />
produção <strong>de</strong> um filme brasileiro, quan<strong>do</strong> requer o financiamento naquela empresa,<br />
apresenta o projeto/roteiro da obra, entre outros <strong>do</strong>cumentos. Acreditamos ser esse<br />
um <strong>do</strong>s melhores momentos <strong>de</strong> se evitar a geração <strong>de</strong> uma obra sem valor. Mas tal<br />
não ocorre. O ônus da permissivida<strong>de</strong> ou da tolerância recai unicamente na Censura<br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> a quem compete, a posteriori, examinar o filme. Nessa análise, as cenas<br />
mais chocantes ou contun<strong>de</strong>ntes são podadas. Às vezes, chega-se à proibição total<br />
<strong>do</strong> filme. O certo é que quase to<strong>do</strong>s os filmes nacionais sofrem cortes, buscan<strong>do</strong>-se,<br />
contu<strong>do</strong>, não <strong>de</strong>scaracterizar <strong>de</strong>mais a “estória”. O que não se po<strong>de</strong> é interditar to<strong>do</strong>s<br />
os filmes produzi<strong>do</strong>s no Brasil, com risco <strong>de</strong> criar uma situação insustentável para a<br />
nossa indústria cinematográfica. 311<br />
A carta <strong>de</strong> Rogério Nunes <strong>de</strong>monstra uma preocupação presente no âmbito da<br />
DCDP. Ora, se a censura fosse muito rígida com os filmes nacionais, a idéia <strong>de</strong> uma<br />
indústria cinematográfica que pu<strong>de</strong>sse andar com suas próprias pernas seria um sonho<br />
impossível <strong>de</strong> ser concretiza<strong>do</strong>.<br />
Os cortes não eram realiza<strong>do</strong>s nos roteiros, a DCDP ficava responsável por<br />
censurar cenas já filmadas e editadas, ou seja, on<strong>de</strong> já havia si<strong>do</strong> feito um investimento<br />
financeiro. Desse mo<strong>do</strong>, o veto total <strong>de</strong> uma película po<strong>de</strong>ria fazer da DCDP a<br />
responsável pela inviabilida<strong>de</strong> da produção cinematográfica brasileira.<br />
310 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia.<br />
Subsérie: Manifestações da socieda<strong>de</strong> civil. Ofício 02819/78. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> set <strong>de</strong> 1978.<br />
311 AN. Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong> DCDP. Série: Censura prévia.<br />
Subsérie: Manifestações da socieda<strong>de</strong> civil. Carta n. 012/78 –<br />
DCDP. Data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1978.
104<br />
Ao analisar uma película, os censores tinham a preocupação <strong>de</strong> não censurar por<br />
completo para não inviabilizar a exibição <strong>do</strong> filme. Isso fica claro quan<strong>do</strong> avaliamos<br />
que, <strong>do</strong>s filmes financia<strong>do</strong>s pela Embrafilme, praticamente to<strong>do</strong>s sofreram algum tipo<br />
<strong>de</strong> censura, mas nenhum foi completamente barra<strong>do</strong>. Ten<strong>do</strong> em vista a lista <strong>do</strong>s filmes<br />
pesquisa<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>mos especular que a censura garantia certa leniência aos filmes<br />
nacionais, já que nenhum <strong>de</strong>les sofreu veto total. 312<br />
Analisemos alguns vetos. A produtora <strong>do</strong> filme <strong>de</strong> Pedro Carlos Rovai, Ainda<br />
agarro essa vizinha, <strong>de</strong>u entrada na DCDP em março <strong>de</strong> 1974 no pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>do</strong><br />
certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> censura. Os primeiros censores opinaram pela não liberação <strong>do</strong> filme,<br />
alegan<strong>do</strong> que havia um “alto apelo à pornografia sem outro propósito senão o <strong>de</strong> visar<br />
ren<strong>do</strong>sa comercialização”. Em outro parecer <strong>do</strong> mesmo processo, o técnico <strong>de</strong> censura<br />
Corrêa Lima menciona a questão da regionalização: “se houvesse leis para as regiões<br />
<strong>de</strong>ste país-continente – o filme seria libera<strong>do</strong> para a Guanabara, pois ali teria manifesta<br />
aceitação.” 313<br />
De qualquer forma, em caráter <strong>de</strong> recurso, o filme foi libera<strong>do</strong> para maiores <strong>de</strong><br />
18 anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fossem obe<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>s os cortes sugeri<strong>do</strong>s. No julgamento <strong>do</strong> censor<br />
Correa Lima fica clara a idéia <strong>de</strong> que o filme po<strong>de</strong>ria ser libera<strong>do</strong> para a Guanabara,<br />
mas não para o resto <strong>do</strong> país <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as cenas <strong>de</strong> nudismo e ao vocabulário “forte”. No<br />
entanto, a legislação não permitia a liberação apenas para algumas regiões <strong>do</strong> país, e sim<br />
nacionalmente. Segun<strong>do</strong> o censor, “as expressões contidas, fabulosas em gírias e ditos<br />
locais, embora algumas vezes obscenos e mesmo imorais, é um retrato daquela gente,<br />
gente <strong>do</strong> asfalto, mas que compõe o quadro <strong>do</strong> povo brasileiro.” 314<br />
Também sobre o longa metragem dirigi<strong>do</strong> por Denoy <strong>de</strong> Oliveira, Amante muito<br />
louca, os pareceres recomendam a proibição <strong>do</strong> filme posto que<br />
além <strong>de</strong> apresentar a dissolução na família, mostra os jovens como <strong>de</strong>siludi<strong>do</strong>s da<br />
vida, buscan<strong>do</strong> satisfação no sexo e em movimentos hippyes. Além disso, o pai<br />
aparece ensinan<strong>do</strong> ao filho uma dupla moral em relação ao homem e à mulher e<br />
aprovan<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>rnismo da filha. 315<br />
O filme foi proibi<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser exibi<strong>do</strong> em território nacional e voltou para a<br />
312 Ver nos anexos 2 e 3 a tabela <strong>do</strong>s filmes pesquisa<strong>do</strong>s.<br />
313 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
ainda agarro essa vizinha. Data 03/1974.<br />
314 I<strong>de</strong>m.<br />
315 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Amante muito louca. 24/08/1973.
105<br />
produtora, que realizou inúmeros cortes no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixá-lo mais “leve” para o<br />
público e para a DCDP. O parecer sobre o recurso reconhece o empenho <strong>do</strong>s produtores<br />
em retirar cenas que tivessem choca<strong>do</strong> os censores, bem como liberava o filme para<br />
maiores <strong>de</strong> 18 anos.<br />
Os interessa<strong>do</strong>s fizeram muitos cortes na tentativa <strong>de</strong> escoimar a obra <strong>de</strong> seus aspectos<br />
negativos, e o que sobrou apresenta, e não prega nem estimula, uma família em pleno<br />
processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sintegração e o impacto que faz com que o processo se estanque. O<br />
abismo que se cavara entre o pai boçal e imoral e seus jovens filhos <strong>de</strong>sorienta<strong>do</strong>s e<br />
soltos à sanha das piores influências <strong>de</strong>saparece ante um cataclisma maior que foi a<br />
revelação <strong>do</strong>s podres morais <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s à mãe e esposa que, alheia a tu<strong>do</strong>, <strong>de</strong> sonho apenas<br />
vivia. 316<br />
To<strong>do</strong> o filme, veta<strong>do</strong> integralmente, parcialmente ou com classificação etária<br />
que <strong>de</strong>sagradasse aos realiza<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>volvi<strong>do</strong> a DCDP em caráter <strong>de</strong> recurso,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que houvesse uma solicitação <strong>de</strong> revisão. Assim, o filme voltava para a censura<br />
para que, à luz <strong>do</strong>s comentários <strong>do</strong> produtor ou diretor, pu<strong>de</strong>sse ser reavalia<strong>do</strong>.<br />
Em vários filmes há primeiramente a avaliação <strong>de</strong> alguns censores que optam<br />
pela não liberação, mas, por fim, normalmente em grau <strong>de</strong> recurso, acaba-se permitin<strong>do</strong><br />
a exibição <strong>do</strong>s mesmos. Percebe-se assim que havia o estabelecimento <strong>de</strong> algo próximo<br />
a uma “negociação” entre a DCDP e os produtores e cineastas, o que impediu que<br />
maiores conflitos se estabelecessem entre a DCDP e a Embrafilme, afinal muitos filmes<br />
foram inicialmente veta<strong>do</strong>s na íntegra, o que impõe certa reserva à perspectiva <strong>de</strong> que a<br />
censura não pretendia inviabilizar a exibição <strong>de</strong> filmes financia<strong>do</strong>s pela Embrafilme.<br />
Talvez se possa afirmar que a DCDP contava com os recursos.<br />
Na <strong>de</strong>cisão final da DCDP, <strong>do</strong>s cento e vinte três processos analisa<strong>do</strong>s, entre<br />
produção e co-produção, nenhuma película foi completamente vetada. Alguns<br />
utilizaram-se <strong>do</strong> recurso para garantir a liberação. A prática mais rotineira era <strong>de</strong> que o<br />
interessa<strong>do</strong> enviasse o filme e se veta<strong>do</strong>, fizesse os cortes sugeri<strong>do</strong>s e enviasse<br />
novamente para a divisão. Dessa forma, percebe-se que a tônica da censura não era para<br />
o veto total <strong>do</strong>s filmes nacionais, mas para o corte <strong>de</strong> cenas que eram consi<strong>de</strong>radas<br />
“impróprias” para que a população assistisse.<br />
Para as produtoras, evi<strong>de</strong>ntemente não era interessante ter a película censurada e<br />
per<strong>de</strong>r o investimento feito. Esse, certamente, é o motivo para a aceitação <strong>do</strong>s cortes.<br />
Não é incomum encontrarmos nos processos um filme que primeiramente é<br />
interdita<strong>do</strong> e posteriormente libera<strong>do</strong>, exemplo disso foi o longa Os mansos, <strong>de</strong> Pedro<br />
316 I<strong>de</strong>m.
106<br />
Carlos Rovai. Quan<strong>do</strong> enviaram o filme para a divisão ele foi interdita<strong>do</strong> para exibição<br />
em território nacional, no entanto, os próprios produtores fizeram cortes e remeteram<br />
novamente para a DCDP que respon<strong>de</strong>u no processo:<br />
reven<strong>do</strong> os pareceres e ten<strong>do</strong> assisti<strong>do</strong> ao filme, verificamos que foram feitos to<strong>do</strong>s<br />
os cortes que a interessada alega ter feito. A negativida<strong>de</strong> apresentada anteriormente<br />
foi, em sua maior parte, sanada. A comicida<strong>de</strong> não foi atingida e nem a obra<br />
mutilada, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>, em compensação <strong>do</strong> feito um saneamento da obra a ponto <strong>de</strong><br />
torná-la aceitável para classificação <strong>de</strong> impróprio até 18 anos. 317<br />
Dos processos pesquisa<strong>do</strong>s, oitenta filmes tiveram cenas cortadas por atentar<br />
contra a moral e os bons costumes, número bem superior a <strong>do</strong>s filmes censura<strong>do</strong>s por<br />
motivações políticas.<br />
Tabela <strong>do</strong>s processos pesquisa<strong>do</strong>s<br />
Tipos <strong>de</strong> Produção<br />
Censura<br />
Moral<br />
Censura<br />
Política<br />
Ambos os tipos<br />
<strong>de</strong> censura<br />
Sem<br />
censura<br />
Total<br />
Produção<br />
57 04 09 20 90<br />
Co-produção 23 0 08 02 33<br />
Tabela elaborada pelo autor com base nos processos encontra<strong>do</strong>s no Arquivo Nacional/DF. Fun<strong>do</strong>:<br />
Censura Prévia<br />
Um <strong>do</strong>s casos mais conheci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> censura atingiu o filme Toda nu<strong>de</strong>z será<br />
castigada. Esta película causou gran<strong>de</strong> alar<strong>de</strong> na imprensa, pois foi inicialmente<br />
liberada e, posteriormente, teve sua exibição proibida nos cinemas. A pen<strong>de</strong>nga gerou<br />
intensos <strong>de</strong>bates na imprensa, que procurou questionar a DCDP a respeito das formas <strong>de</strong><br />
censura e da legitimida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s censores. 318<br />
O filme foi inspira<strong>do</strong> na peça homônima <strong>de</strong> Nelson Rodrigues. Dirigi<strong>do</strong> por<br />
Arnal<strong>do</strong> Jabor, conta a história <strong>de</strong> uma família tradicional na qual Herculano, um<br />
homem puritano que só teve uma mulher na vida, promete para seu filho, enquanto a<br />
317 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Os mansos. 28/08/1972.<br />
318 Algumas matérias publicadas em jornais brasileiros sobre o filme Toda nu<strong>de</strong>z será castigada: O<br />
Globo. 27<strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1972. Última Hora. 9 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1973. Tribuna da Imprensa. 13 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1973.<br />
Correio da Manhã. 18 mar <strong>de</strong> 1973. Opinião. 19 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1973. Jornal <strong>do</strong> Brasil. 26 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1973.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 21 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1973. Última Hora. 26 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1973. Folha <strong>de</strong> São Paulo. 30 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong><br />
1973.
107<br />
esposa agoniza no leito <strong>de</strong> morte, que jamais terá outra mulher. O irmão Patrício,<br />
viven<strong>do</strong> às expensas <strong>de</strong> Herculano, fazia <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> para que o viúvo ficasse cada vez mais<br />
em suas mãos. Ele coloca junto à mesa <strong>de</strong> Herculano uma fotografia <strong>de</strong> Geni, cantora <strong>de</strong><br />
casa noturna e prostituta. Após se embebedar, Herculano vai ao bor<strong>de</strong>l, encontra Geni e<br />
passa a noite com ela. Isso é o suficiente para que Herculano se apaixone por Geni e a<br />
prostituta passa então a nutrir afeto pelo viúvo. Herculano inicialmente renega e relação<br />
entre os <strong>do</strong>is, mas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à paixão que <strong>de</strong>senvolve por Geni, não consegue largá-la.<br />
A produtora <strong>do</strong> filme <strong>de</strong>u entrada no pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> censura em 16 <strong>de</strong><br />
novembro <strong>de</strong> 1972. A resposta da DCDP foi rápida e, poucos dias <strong>de</strong>pois, os técnicos da<br />
censura Luiz Carlos Aucelino e Vilma Duarte <strong>do</strong> Nascimento assinaram o parecer.<br />
No julgamento <strong>do</strong>s censores, o filme aparecia como um drama conten<strong>do</strong> cenas<br />
<strong>de</strong> “sexo, violência, aberração e <strong>de</strong> traumatismo <strong>de</strong> educação”. 319 No relatório, o censor<br />
também <strong>de</strong>veria resumir o enre<strong>do</strong> <strong>do</strong> filme, que foi simplifica<strong>do</strong> da seguinte maneira:<br />
“Domínio acentua<strong>do</strong> <strong>de</strong> algumas beatas provoca um drama na educação <strong>de</strong> uma família<br />
por não aceitar o sexo como algo tão natural, provocan<strong>do</strong> em um viúvo sua <strong>de</strong>rrocada<br />
moral ao encontrar o amor em um prostíbulo.” 320 Destacan<strong>do</strong> a linguagem tida como <strong>de</strong><br />
baixo calão, o relatório afirmava que a mensagem <strong>do</strong> filme era negativa, pois trazia<br />
como tema principal “o <strong>de</strong>svirtuamento <strong>de</strong> educação provocan<strong>do</strong> um comportamento<br />
anti-social.” 321<br />
Embora a película tivesse, para os censores, uma mensagem negativa, foi<br />
liberada para exibição para maiores <strong>de</strong> 18 anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fossem cortadas quatro cenas.<br />
Três <strong>de</strong>las foram consi<strong>de</strong>radas imorais e a outra cena <strong>de</strong>veria ser cortada porque,<br />
segun<strong>do</strong> o entendimento <strong>do</strong>s censores, estaria insultan<strong>do</strong> a corporação policial. Segun<strong>do</strong><br />
o parecer, os produtores <strong>de</strong>veriam retirar <strong>do</strong> filme<br />
1. a palavra suruba e as cenas on<strong>de</strong> aparece um pe<strong>de</strong>rasta;<br />
2. O gesto pornográfico que Geni faz baten<strong>do</strong> uma mão fechada na outra aberta;<br />
3. A fala <strong>de</strong> Geni quan<strong>do</strong> diz “perto <strong>de</strong> você fico molhadinha” e a <strong>de</strong> Herculano a Geni<br />
dizen<strong>do</strong> “vou <strong>de</strong>florar você”;<br />
4. Tirar a seqüência que apresenta o ambiente policial como um antro <strong>de</strong> <strong>de</strong>pravação e<br />
irresponsabilida<strong>de</strong>. 322<br />
319 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Toda nu<strong>de</strong>z será castigada. Data 16/11/1972. f. 8.<br />
320 I<strong>de</strong>m.<br />
321 Ib<strong>de</strong>m.<br />
322 Ib<strong>de</strong>m.
108<br />
Ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> a resposta da DCDP, o diretor <strong>do</strong> filme, Arnal<strong>do</strong> Jabor, enviou,<br />
alguns dias <strong>de</strong>pois, uma carta ao chefe da DCDP pedin<strong>do</strong> a revisão da censura feita ao<br />
filme Toda nu<strong>de</strong>z será castigada. Nela alegava que, se as cenas <strong>do</strong> filme fossem<br />
cortadas, o entendimento e seqüência da película seriam prejudica<strong>do</strong>s.<br />
O diretor argumentava que, no primeiro corte, a palavra “suruba” não <strong>de</strong>via ser<br />
cortada, pois aparecia <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> contexto, já que foi pronunciada em um prostíbulo e,<br />
sen<strong>do</strong> assim, não chocaria o especta<strong>do</strong>r. Quanto ao segun<strong>do</strong> corte, a aparição <strong>do</strong><br />
homossexual, o diretor escreveu que era absolutamente leve e que o mesmo tipo<br />
aparecia também em programas televisivos. Nesse caso, a saída <strong>do</strong> homossexual tiraria<br />
sumariamente o personagem <strong>do</strong> filme, posto que só aparecia naquela cena. Em seguida,<br />
Jabor fez uma ressalva mais prolongada e <strong>de</strong>talhada sobre o quarto corte, que incidia<br />
sobre uma gran<strong>de</strong> seqüência da película, a da <strong>de</strong>legacia. Jabor disse que não havia a<br />
intenção <strong>de</strong> fazer uma acusação sobre a irresponsabilida<strong>de</strong> policial. O diretor alegava<br />
que não se tratava <strong>de</strong> uma crítica à polícia, mas uma cena satírica critican<strong>do</strong> o “mal<br />
atendimento burocrático”. A cena era importante para o entendimento <strong>do</strong> filme.<br />
A sugestão <strong>de</strong> eliminar a cena na qual Geni aparecia fazen<strong>do</strong> o gesto com a mão<br />
aparentemente foi acatada ou, pelo menos, não foi mencionada na carta <strong>de</strong> Jabor.<br />
Ao receber o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> reconsi<strong>de</strong>ração, a DCDP repetiu to<strong>do</strong> o processo. Desta<br />
vez, os censores responsáveis pela análise <strong>do</strong> processo foram Marly Cavalcanti <strong>de</strong><br />
Albuquerque e José Augusto Costa, que elaboraram um parecer dizen<strong>do</strong> que o filme<br />
realmente tinha uma mensagem negativa. Sen<strong>do</strong> assim, mantiveram to<strong>do</strong>s os cortes e<br />
acrescentaram, ainda, o corte <strong>de</strong> mais uma seqüência, a última cena, na qual o filho<br />
Serginho foge com um “ladrão boliviano”.<br />
Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> nesse exemplo, o recurso podia ser uma faca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />
gumes, pois o diretor tanto po<strong>de</strong>ria conseguir que sua solicitação fosse atendida como<br />
po<strong>de</strong>ria ter o seu filme ainda mais mutila<strong>do</strong>.<br />
Toda nu<strong>de</strong>z será castigada foi finalmente libera<strong>do</strong>, em fins <strong>de</strong> 1972, para<br />
maiores <strong>de</strong> 18 anos, com os cortes já menciona<strong>do</strong>s, e tanto angariou a simpatia <strong>do</strong>s<br />
críticos, como conseguiu obter, nas primeiras semanas <strong>de</strong> exibição, uma consi<strong>de</strong>rável<br />
bilheteria: 323<br />
323 Por exemplo, uma matéria em O Globo, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1973, dizia: “Cinco semanas <strong>de</strong> exibição <strong>do</strong><br />
filme “Toda nu<strong>de</strong>z será castigada”, somente no Cinema Roxy, ren<strong>de</strong>ram CR$ 512.606,00. Uma<br />
consagração para Arnal<strong>do</strong> Jabor, o realiza<strong>do</strong>r cinematográfico, e Nélson Rodrigues, o autor da história.”
109<br />
o filme, <strong>de</strong>u um susto em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Sua estréia no ‘Roxy’ foi um sucesso<br />
comercial e <strong>de</strong> crítica, uma rara combinação no cinema nacional. O público<br />
entusiasmou-se com Darlene Gloria no papel da prostituta Geni e aplaudia o filme<br />
no meio. A adaptação <strong>de</strong> Jabor era ao mesmo tempo fiel e criativa. Mas nem assim<br />
passou incólume pelo po<strong>de</strong>r. 324<br />
De fato, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> liberada, a película teve que voltar para a DCDP. Em 20 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 1973, um ofício <strong>do</strong> diretor geral <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> pedia a<br />
interdição <strong>do</strong>s seguintes filmes anteriormente libera<strong>do</strong>s: Sopro no coração e Aventura é<br />
uma aventura, ambos produções francesas; A classe operária vai ao paraíso; Sacco e<br />
Vanzetti; Mimi, o metalúrgico, produções italianas; Cama com música, produzi<strong>do</strong> na<br />
Dinamarca; Queimada, produção inglesa; Garotos virgens <strong>de</strong> Ipanema e Toda nu<strong>de</strong>z<br />
será castigada, produções brasileiras. 325 O ofício envia<strong>do</strong> pelo general Antonio<br />
Ban<strong>de</strong>ira exigia o recolhimento <strong>do</strong>s certifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> liberação emiti<strong>do</strong>s pela DCDP.<br />
O filme foi recolhi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cinemas, voltou novamente para a DCDP e passou por<br />
uma nova análise em julho <strong>de</strong> 1973. Os censores Gláucia Soares e Reginal<strong>do</strong> Oscar <strong>de</strong><br />
Castro analisaram que o filme já havia passa<strong>do</strong> pela censura meses atrás e concluíram<br />
que tu<strong>do</strong> estava <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pela instituição, não<br />
caben<strong>do</strong>, portanto, a interdição. Continuaram os censores dizen<strong>do</strong> que<br />
seria contraproducente dar-lhe ainda maior relevância com a medida proibitória. No<br />
nosso enten<strong>de</strong>r, o filme nada tem <strong>de</strong> construtivo, nem oferece mensagem que<br />
justifique as cenas mais contun<strong>de</strong>ntes. Caso se tratasse <strong>do</strong> primeiro exame,<br />
opinaríamos pela interdição. Na situação presente, opinamos, entretanto, pela<br />
liberação, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> aos cortes e a classificação etária. 326<br />
Realmente o filme ganhou notorieda<strong>de</strong> internacional, ten<strong>do</strong> conquista<strong>do</strong> o Urso<br />
<strong>de</strong> Prata, prêmio concedi<strong>do</strong> ao melhor filme no festival da Alemanha. Faturou ainda<br />
<strong>do</strong>is Kikitos <strong>de</strong> ouro no festival <strong>de</strong> Grama<strong>do</strong>, um por melhor filme e o outro para melhor<br />
atriz, Darlene Glória, 327 por sua atuação como Geni.<br />
No entanto, outros pareceres foram imediatamente encomenda<strong>do</strong>s pela DCDP. O<br />
324 CASTRO, Ruy. O anjo pornográfico: a vida <strong>de</strong> Nelson Rodrigues. São Paulo: Companhia das Letras,<br />
1992. p. 410.<br />
325 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Toda nu<strong>de</strong>z será castigada. Data 16/11/1972. f. 43.<br />
326 I<strong>de</strong>m.<br />
327 Darlene Glória nasceu em São José <strong>do</strong> Calça<strong>do</strong>, Espírito Santo. Embora tenha começa<strong>do</strong> sua carreira<br />
como cantora, foi no cinema que fez sucesso. Estreou na sétima arte em 1964 no filme Um ramo para<br />
Luiza. Em 1966 recebeu o prêmio <strong>de</strong> melhor atriz coadjuvante por sua atuação em Choque <strong>de</strong> Sentimentos<br />
e em 1973 o prêmio <strong>de</strong> melhor atriz no Festival <strong>de</strong> Berlim e também um Kikito em Grama<strong>do</strong> na mesma<br />
categoria por Toda Nu<strong>de</strong>z Será Castigada.
dias.” 328 Outros pareceres caminhavam na mesma linha da não liberação da obra, que<br />
110<br />
relatório escrito por Carlos Alberto <strong>de</strong> Souza dizia que o filme contrariava frontalmente<br />
todas as <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> artigo 41 <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> n.20493, já que apresentava o<br />
“comportamento <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>sajustadas que [procuravam no sexo] a solução para seus<br />
<strong>de</strong>sencontros. Encerra uma mensagem negativa e <strong>de</strong>formada da realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s nossos<br />
supostamente feria os dispositivos legais. Além <strong>do</strong> mais, o diretor não havia<br />
em nenhuma das situações (...) [procura<strong>do</strong>] uma sanção reprobatória para o<br />
comportamento negativo <strong>do</strong>s protagonistas. Os problemas focaliza<strong>do</strong>s são<br />
corriqueiros no submun<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sajuste social e não apresentam soluções ten<strong>de</strong>ntes a<br />
saná-los. E bem assim, chocam-se frontalmente com os objetivos nacionais (...) na<br />
parte em que eles tratam <strong>do</strong> zelo que se <strong>de</strong>ve ter para com a família, a socieda<strong>de</strong> e a<br />
boa imagem <strong>do</strong> país, diante <strong>do</strong> conturba<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> atual. 329<br />
O interessante no parecer acima é que nos remete à tradição da época em que as<br />
encenações cênicas eram protagonizadas pelos jesuítas na catequização <strong>do</strong>s indígenas.<br />
Nelas, o arrependimento era o ponto <strong>de</strong> partida para a salvação <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>r. 330 Ora, para<br />
o censor, mais <strong>do</strong> que o percurso <strong>do</strong>s personagens, o importante era mostrar o alguma<br />
forma <strong>de</strong> expiação. 331<br />
O terceiro parecer também optou pela não liberação da produção. Redigi<strong>do</strong> por<br />
José Augusto Costa, <strong>de</strong>monstra a preocupação <strong>do</strong> funcionário tanto com a instituição<br />
que representa, como com seu próprio ofício. Embora longo, vale citar um trecho:<br />
Torna-se necessária (...) uma breve explicação para esta nova atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> censor, para<br />
que a primeira vista não pareça uma atitu<strong>de</strong> leviana, contraditória ou<br />
antiprofissional. Quan<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> o filme, estava a censura fe<strong>de</strong>ral com uma<br />
orientação mais liberal e, consequentemente, uma série <strong>de</strong> espetáculos <strong>do</strong> teor <strong>de</strong><br />
Toda nu<strong>de</strong>z será castigada foi anteriormente liberada para o público. Por outro la<strong>do</strong>,<br />
os censores vêm trabalhan<strong>do</strong> até esse momento exclusivamente calca<strong>do</strong>s no seu bom<br />
sen<strong>do</strong> e naquilo que lhes parece estar em afinação com a legislação censória, com o<br />
pensamento da Chefia e <strong>do</strong> Governo (...) a prática <strong>do</strong> dia-a-dia impõe a necessida<strong>de</strong><br />
urgente <strong>de</strong> se estabelecer uma orientação <strong>de</strong>finitiva à ação cesória <strong>de</strong>ntro da <strong>do</strong>utrina<br />
328 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Toda nu<strong>de</strong>z será castigada. Data 16/11/1972. f. 8.<br />
329 I<strong>de</strong>m.<br />
330 Para esse assunto ver: MAGALDI, Sábato. Panorama <strong>do</strong> teatro brasileiro. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Ministério<br />
da educação e cultura/Funarte/Serviço nacional <strong>do</strong> teatro, s/d. SOUZA, J. Galante. O teatro no Brasil:<br />
evolução <strong>do</strong> teatro no Brasil. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: ministério da Educação e Cultura/<strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong><br />
Livro, 1960.<br />
331 Curioso notar que as primeiras formas <strong>de</strong> encenação teatral foram trazidas pelos jesuítas. Nos autos, a<br />
representação <strong>do</strong> caminho certo a tomar ou o arrependimento <strong>do</strong> personagem peca<strong>do</strong>r eram regra. Sobre<br />
esse assunto ver: MAGALDI, Sábato. Panorama <strong>do</strong> teatro brasileiro. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: Funarte, s/d. e<br />
SOUSA, J. Galante <strong>de</strong>. O teatro no Brasil. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Livro, 1960.
111<br />
filosófica <strong>do</strong> governo. Os censores <strong>de</strong>vem saber e serem informa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que pensam<br />
os ministros <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, o diretor-geral da DPF e o governo sobre a condução <strong>do</strong>s<br />
espetáculos públicos, sem o que to<strong>do</strong> o seu trabalho, ainda a mercê <strong>do</strong> seu bom<br />
senso e <strong>de</strong> uma legislação falha e por vezes contraditória, irá por água abaixo pon<strong>do</strong><br />
em risco suas qualida<strong>de</strong>s profissionais e prejudican<strong>do</strong> acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> a imagem <strong>do</strong><br />
governo no âmbito interno e internacional. (...) Por essas razões acordamos em que<br />
o filme Toda nu<strong>de</strong>z será castigada seja interdita<strong>do</strong>, muito embora reconheça que<br />
essa atitu<strong>de</strong> contraditória venha a causar sérios transtornos ao governo uma vez que,<br />
além <strong>de</strong> já ter si<strong>do</strong> libera<strong>do</strong>, foi o filme premia<strong>do</strong> pelo INC, órgão <strong>do</strong> Ministério da<br />
Educação e Cultura, e é um filme em parte subvenciona<strong>do</strong> pela Embrafilme.<br />
Acreditamos que, com essa atitu<strong>de</strong> – a interdição –, venha a surgir um maior<br />
entrosamento entre os órgãos governamentais responsáveis pela política<br />
cinematográfica nacional. O INC [<strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema], a Embrafilme<br />
[Empresa Brasileira <strong>de</strong> Filme], o MEC [Ministério da Educação e Cultura], o MJNI<br />
[Ministério da Justiça e negócios Interiores], a AERP [Acessória Especial <strong>de</strong><br />
Relações Públicas] e o DPF [Departamento <strong>de</strong> Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>]. 332<br />
Outros pareceres foram incorpora<strong>do</strong>s ao processo <strong>do</strong> filme alegan<strong>do</strong> que ele não<br />
<strong>de</strong>veria ser libera<strong>do</strong>.No entanto, o diretor da Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> assinou um relatório no<br />
qual afirmava que o filme po<strong>de</strong>ria ser exibi<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fossem feitos mais alguns<br />
cortes: a retirada das cenas nas quais Geni aparecia com os seios <strong>de</strong>snu<strong>do</strong>s e daquelas<br />
nas quais aparecia a expressão “ladrão boliviano”.<br />
Não fica exatamente claro o porquê da liberação <strong>de</strong>ste filme especificamente, já<br />
que outros proibi<strong>do</strong>s ao mesmo tempo continuaram censura<strong>do</strong>s, apesar da pressão feita<br />
por parte da Associação Nacional <strong>do</strong>s Produtores Cinematográficos. 333 Talvez a<br />
premiação em um festival internacional tenha se constituí<strong>do</strong> em propaganda positiva <strong>do</strong><br />
filme e, por este fato, proibi-lo po<strong>de</strong>ria significar uma “mancha” na imagem da<br />
instituição. Outro fator que po<strong>de</strong> ter estimula<strong>do</strong> a polícia a liberar a película é o<br />
argumento conti<strong>do</strong> no parecer <strong>do</strong> técnico <strong>de</strong> censura afirman<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> um filme<br />
premia<strong>do</strong> pelo INC e produzi<strong>do</strong> parcialmente com verba fe<strong>de</strong>ral da Embrafilme.<br />
O caso <strong>do</strong> longa-metragem <strong>de</strong> Arnal<strong>do</strong> Jabor é emblemático porque, além <strong>de</strong><br />
toda a problemática envolven<strong>do</strong> a liberação <strong>do</strong> filme, dá pistas sobre a idéia <strong>de</strong><br />
produção nacional e censura. Outro caso notório foi O leão <strong>do</strong> norte, <strong>do</strong> diretor Carlos<br />
Del Pino. O filme obteve financiamento da Embrafilme e <strong>de</strong>u entrada na DCDP em<br />
1975. Embora tenha si<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> para maiores <strong>de</strong> 16 anos, a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> filme foi<br />
consi<strong>de</strong>rada péssima. “Filme medíocre, sem maior expressão cinematográfica ou<br />
histórica. Opino pela concessão <strong>de</strong> “Boa Qualida<strong>de</strong>” a título <strong>de</strong> reconhecimento ao<br />
332 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Toda nu<strong>de</strong>z será castigada. Data 16/11/1972. f. 8. Grifo <strong>do</strong> autor.<br />
333 Folha <strong>de</strong> São Paulo. 30 <strong>de</strong> jun. <strong>de</strong> 1973.
112<br />
esforço <strong>de</strong> seu produtor.” 334<br />
As palavras <strong>do</strong> funcionário José Augusto Costa <strong>de</strong>ixam claro que havia uma<br />
orientação bastante relativa nos pareceres censórios. Nesse caso, o filme era<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong> péssima qualida<strong>de</strong>, mas seria libera<strong>do</strong> pela tentativa <strong>do</strong> produtor.<br />
Certamente a suposta tentativa não impressionava o censor, mas o fato <strong>de</strong> ser um filme<br />
nacional.<br />
Um das questões que aparecem freqüentemente nos pareceres diz respeito à<br />
preocupação <strong>do</strong>s censores com a alegada <strong>de</strong>satualização da legislação censória, que<br />
ainda era <strong>de</strong> 1946. Esse argumento era utiliza<strong>do</strong> tanto para a censura cinematográfica,<br />
como para outras produções avaliadas pela DCDP 335 para justificar possíveis filmes que<br />
fossem libera<strong>do</strong>s.<br />
Outra questão bastante propalada nos meios <strong>de</strong> comunicação era sobre a falta <strong>de</strong><br />
critérios da censura, como no caso <strong>do</strong> filme <strong>de</strong> Arnal<strong>do</strong> Jabor. A Folha <strong>de</strong> S. Paulo dizia<br />
que “explicaram os técnicos que os atuais critérios usa<strong>do</strong>s na censura se baseiam na<br />
<strong>do</strong>utrina existente na atual legislação brasileira, que estabelece normas subjetivas para a<br />
avaliação das normas <strong>de</strong> censura.” 336<br />
A falta <strong>de</strong> orientação também po<strong>de</strong> ser percebida quan<strong>do</strong> se lê os inúmeros<br />
processos. Os censores escreviam pareceres sobre um mesmo filme que acabavam se<br />
chocan<strong>do</strong>. Para um censor um filme po<strong>de</strong>ria ser libera<strong>do</strong> sem problemas e, para outro,<br />
po<strong>de</strong>ria ser necessária a realização <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> cortes.<br />
Também houve casos em que foi recomendada a mudança <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> filme<br />
para se a<strong>de</strong>quar aos padrões censórios. Esse foi o caso <strong>do</strong> longa-metragem <strong>de</strong> Roberto<br />
Farias, Os machões, que contou com as atuações <strong>de</strong> Erasmo Carlos e Reginal<strong>do</strong> Farias.<br />
O filme <strong>de</strong>u entrada na DCDP em 1972 e os pareceres recomendavam a liberação para<br />
maiores <strong>de</strong> 18 anos, com cortes. O terceiro parecer pon<strong>de</strong>rava o porquê da liberação:<br />
Lembro, por oportuno, que a DCDP liberou, recentemente, o filme Domingo<br />
Maldito, <strong>de</strong> procedência inglesa, exploran<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>primente o<br />
homossexualismo e exportan<strong>do</strong> para o mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong> a filosofia britânica<br />
favorável a sua prática (...) Já no presente caso não vejo motivo para tal. O<br />
assunto é trata<strong>do</strong> na base da sátira. 337<br />
334 Filme O leão <strong>do</strong> norte<br />
335 FICO, Carlos. Além <strong>do</strong> golpe. Op. cit. p. 98.<br />
336 Folha <strong>de</strong> São Paulo. 30 <strong>de</strong> jun. <strong>de</strong> 1973.<br />
337 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Os machões Data 19/04/1972.
113<br />
O filme foi libera<strong>do</strong>, com cortes, para maiores <strong>de</strong> 18 anos, e recebeu as<br />
classificações <strong>de</strong> ‘boa qualida<strong>de</strong>’ e ‘livre para exportação’. No entanto, uma das<br />
modificações que os produtores tiveram que fazer foi alterar o nome <strong>do</strong> filme,<br />
inicialmente intitula<strong>do</strong> Os bonecas para Os machões.<br />
Realmente, vários filmes tiveram problemas com a censura <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à questão da<br />
homossexualida<strong>de</strong>. As cenas com esse conteú<strong>do</strong> sempre eram anotadas. 338 Também nas<br />
ruas a repressão aos homossexuais se fazia sentir, posto que este grupo fosse alvo<br />
privilegia<strong>do</strong> da polícia, principalmente no centro <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> e <strong>de</strong> São Paulo. 339<br />
O filme <strong>de</strong> Aurélio Teixeira, Soninha toda pura, que teve no elenco as atrizes<br />
Elza <strong>de</strong> Castro e Adriana Prieto, retratava a história <strong>de</strong> uma menina, que durante anos,<br />
viveu em um internato e, posteriormente, voltou para casa <strong>do</strong>s pais. O filme solicitou o<br />
certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> censura em abril <strong>de</strong> 1971 e foi libera<strong>do</strong> para maiores <strong>de</strong> 18 anos, ten<strong>do</strong><br />
também consegui<strong>do</strong> o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong>” e “livre para exportação”. No<br />
entanto, algumas cenas <strong>de</strong>veriam ser cortadas. Entre elas, uma utilizava as expressões<br />
“porra louca” e “porra”. Na outra, um rapaz fumava maconha e também <strong>de</strong>via ser<br />
cortada “a seqüência <strong>do</strong> beijo entre duas jovens, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> permanecer apenas o instante<br />
<strong>do</strong> início e o final, quan<strong>do</strong> o rapaz as surpreen<strong>de</strong> naquele ato.” 340<br />
Também no filme A extorsão, último roda<strong>do</strong> por Flávio Tambellini, que conta a<br />
trajetória <strong>de</strong> um homem fotografa<strong>do</strong> com a amante que passa a ser chantagea<strong>do</strong>, há<br />
restrições a uma cena <strong>de</strong> homossexualismo. Os produtores pediram o certifica<strong>do</strong> em<br />
julho <strong>de</strong> 1975 e conseguiram a liberação com cortes. To<strong>do</strong>s os cortes se relacionavam à<br />
questão moral, como a seqüência que mostrava nus em uma sauna mista coletiva e “ a<br />
cena <strong>do</strong> beijo <strong>de</strong> <strong>do</strong>is homossexuais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento em que a camisola vestida pelo<br />
cabeleireiro é aberta pelo seu parceiro até o final, quan<strong>do</strong> aparece a cena <strong>do</strong> parque.” 341<br />
O filme Café na cama, <strong>do</strong> diretor Alberto Pieralisi, narra a história <strong>de</strong> Norma<br />
Simone, uma jovem suburbana que sonha ser atriz <strong>de</strong> televisão. Os primeiros censores<br />
optaram pela não liberação para o público interno alegan<strong>do</strong> que<br />
338 Sobre o tema ver GREEN, James Naylor. Além <strong>do</strong> carnaval: a homossexualida<strong>de</strong> masculina no Brasil<br />
<strong>do</strong> século XX. São Paulo: Unesp, 2000. pp 391-450.<br />
339 I<strong>de</strong>m. p. 396.<br />
340 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Soninha toda pura. Data 10/04/1971.<br />
341 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
A extorsão Data 10/07/1975.
114<br />
a película enfoca, sob o ponto <strong>de</strong> vista negativo, os processos imorais que<br />
consubstanciam as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sonestas e ilegais. Fica patentea<strong>do</strong> que os meios<br />
escusos po<strong>de</strong>m ter um bom <strong>de</strong>sfecho. Os valores morais são relega<strong>do</strong>s, assim como<br />
as estruturas sociais são <strong>de</strong>turpadas. No final, quan<strong>do</strong> ela resolve aceitar o antigo<br />
namora<strong>do</strong>, após este ter consegui<strong>do</strong> vencer uma corrida e ganhar eleva<strong>do</strong> prêmio,<br />
configura-se a importância <strong>de</strong>smedida que a mesma dava ao dinheiro, sacrifican<strong>do</strong><br />
para isso sentimentos e princípios. 342<br />
Novamente o que traz o parecer <strong>do</strong> censor é a preocupação com o teor da<br />
mensagem final, ou seja, a moral da história. Nesse caso a falta <strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção <strong>de</strong> Sonia –<br />
ou melhor, o fato <strong>de</strong> no fim <strong>do</strong> filme ela ter fica<strong>do</strong> com seu antigo namora<strong>do</strong> porque ele<br />
conseguiu enriquecer – faz com que a censura seja rigorosa e tente proibir a exibição <strong>do</strong><br />
filme.<br />
Também é interessante notar a carta da produtora Eletrofilmes que, após saber da<br />
proibição, solicitou uma nova avaliação da censura. A produtora reconheceu que o filme<br />
era provoca<strong>do</strong>r e atribui isso ao público e ao merca<strong>do</strong> nacional. Ou seja, segun<strong>do</strong> a<br />
produtora, era necessário esse tipo <strong>de</strong> produção, já que o merca<strong>do</strong> tinha essa <strong>de</strong>manda.<br />
Café na cama teve seu roteiro original basea<strong>do</strong> no romance homônimo, <strong>de</strong> Marcos<br />
Reis, (...) cuja estória <strong>de</strong>senvolveu-se sobre uma temática sexy e ousada, bem ao<br />
gosto <strong>do</strong> público brasileiro e <strong>de</strong>ntro da realida<strong>de</strong> social contemporânea. Como sabe<br />
V. Ex., o cinema está vincula<strong>do</strong> à arte, mas é também indústria e comércio. E, como<br />
industriais <strong>de</strong> cinema, que somos, temos, por questão <strong>de</strong> sobrevivência, <strong>de</strong> nos ater<br />
àquilo que o público <strong>de</strong>seja e quer ver, e nem sempre po<strong>de</strong>mos nos dar ao luxo <strong>de</strong><br />
produzirmos aquilo que nos agradaria. (...) Gostaríamos ainda <strong>de</strong> fazer ver a V. Ex.,<br />
que uma produtora como a nossa estaria con<strong>de</strong>nada inapelavelmente à falência se<br />
incidisse em Café na cama uma proibição total. 343<br />
O filme acabou sen<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> com cortes.<br />
A crítica ao filme foi também bastante severa. O famoso bonequinho <strong>de</strong> O<br />
Globo <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> se retirar no meio da sessão e José Carlos Monteiro diz que o filme<br />
é outra horrível chanchada erótica brasileira, sem a mínima qualida<strong>de</strong> artística, mas<br />
com futuro comercial assegura<strong>do</strong>. Por isso, criticá-la seriamente é pura perda <strong>de</strong><br />
tempo. Afinal <strong>de</strong> contas, noventa por cento <strong>do</strong>s produtos <strong>do</strong> gênero são, na verda<strong>de</strong>,<br />
coisas <strong>de</strong>ste tipo, in<strong>de</strong>fensáveis sob o aspecto estético, porém, perfeitamente viáveis<br />
<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista industrial. 344<br />
Embora alguns diretores da Embrafilme tenham feito discursos contra o cinema<br />
342 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Café na cama. 02/10/1973.<br />
343 I<strong>de</strong>m.<br />
344 O Globo. 24 <strong>de</strong> abr. <strong>de</strong> 1974.
115<br />
com fortes apelos eróticos, a imprensa freqüentemente publicava que esse era o tipo <strong>de</strong><br />
obra financiada pelo Esta<strong>do</strong>. Por exemplo, em 1975 o Diário <strong>de</strong> Petrópolis publicou<br />
uma matéria na qual transcreveu o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Roberto Farias dizen<strong>do</strong> que<br />
os a<strong>de</strong>ptos da pornografia (...) fornecem munição aos adversários <strong>do</strong> cinema<br />
brasileiro (...) O Brasil <strong>de</strong>ve assumir sua comédia erótica, que é gênero váli<strong>do</strong>, mas<br />
não o filme <strong>de</strong>bocha<strong>do</strong>, que se utiliza da publicida<strong>de</strong> suja, predatória e cínica, e que<br />
procura levar o público ao cinema como a convidá-lo para uma imoralida<strong>de</strong>. 345<br />
No entanto, ao mesmo tempo em que o jornal elogiava a atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> “jovem<br />
diretor”, dizia que essa posição era ingênua, posto que “freqüentemente tais filmes<br />
pornográficos, <strong>de</strong>bocha<strong>do</strong>s, sujos e predatórios são financia<strong>do</strong>s pela empresa estatal”. 346<br />
Ao enviar o filme à DCDP o diretor/produtor recebia apenas o resulta<strong>do</strong> final da<br />
avaliação <strong>do</strong>s censores, ou seja, os pareceres eram <strong>de</strong> uso exclusivo da divisão e não<br />
chegavam ao gran<strong>de</strong> público. Em alguns, é possível perceber uma preocupação<br />
pedagógica quanto a temas morais. Um exemplo nesse senti<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> no<br />
processo <strong>do</strong> longa-metragem Um mari<strong>do</strong> virgem, <strong>de</strong> Saul Lachtermacher, que<br />
mencionava a impotência. De uma forma geral os censores ficaram choca<strong>do</strong>s com o<br />
filme, mas um <strong>de</strong>les, Joel Ferras, tentou salvar o filme <strong>do</strong> veto total alegan<strong>do</strong> que<br />
o problema enfoca<strong>do</strong> é muito sério, e tem si<strong>do</strong> causa <strong>de</strong> muita <strong>de</strong>sgraça entre<br />
homens e mulheres, muito suicídio seria evita<strong>do</strong> se houvesse uma educação,<br />
esclarecimento sobre as possíveis causas e curas <strong>do</strong> mal. Achamos que o presente<br />
filme, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> escoima<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excessos, mesmo os incluí<strong>do</strong>s a título <strong>de</strong><br />
comicida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> trazer ajuda ou indicação para a solução <strong>de</strong> muitos casos<br />
idênticos. Como professor, tenho conhecimento <strong>de</strong> muitos casos <strong>de</strong> suicídio,<br />
homossexualismo, pe<strong>de</strong>rastia, loucura, e vários outros tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgraça cujo início<br />
foi um trauma <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>r <strong>de</strong> impotência. O aspecto <strong>de</strong> comédia fez com que um<br />
assunto sério chegasse a to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira agradável, leve, <strong>de</strong>spreocupa<strong>do</strong>, servin<strong>do</strong><br />
não só para entretenimento como para educar. 347<br />
O filme terminou sen<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> para os maiores <strong>de</strong> 18 anos com cortes e<br />
libera<strong>do</strong> para exportação.<br />
Houve um maior número <strong>de</strong> filmes com teor erótico nos cinemas em fins da<br />
década <strong>de</strong> 1970, perío<strong>do</strong> ficou conheci<strong>do</strong> como “abertura”, mas não percebemos uma<br />
atuação mais branda da censura naquele momento. No perío<strong>do</strong>, duas questões<br />
sobressaem. A primeira foi a regulamentação <strong>do</strong> Conselho Superior <strong>de</strong> Censura (CSC),<br />
345 FARIAS, Roberto. Apud: Diário <strong>de</strong> Petrópolis. 14 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1975. Arte e capitalismo.<br />
346 Diário <strong>de</strong> Petrópolis. 14 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1975. Arte e capitalismo.<br />
347 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Um mari<strong>do</strong> virgem. Data 09/01/1974.
116<br />
em 1979, e a segunda a atuação da justiça na liberação <strong>de</strong> alguns filmes durante a<br />
década <strong>de</strong> 1980. 348<br />
Na verda<strong>de</strong>, ao contrário <strong>do</strong> que se costumava pensar na época, o que acontecia<br />
não era uma liberalida<strong>de</strong> maior da DCDP em relação aos filmes, mas a criação <strong>de</strong> uma<br />
instância recursal, o CSC, e a atuação <strong>de</strong> alguns juízes permitin<strong>do</strong> a exibição <strong>de</strong> filmes.<br />
Segun<strong>do</strong> o jornal O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S., “um só juiz da antiga 1 a Vara <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
(...) conce<strong>de</strong>u nos últimos meses 42 liberações a filmes pornográficos originalmente<br />
veta<strong>do</strong>s pela DCDP.” 349<br />
O que acontecia era que, após o filme ter si<strong>do</strong> censura<strong>do</strong> pela DCDP, o produtor<br />
entrava na justiça com a intenção <strong>de</strong> garantir a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> sua obra<br />
artística. Tais ações aconteceram apenas no final <strong>do</strong>s anos 1970 evi<strong>de</strong>ntemente porque o<br />
contexto da abertura permitia que os juízes agissem com alguma in<strong>de</strong>pendência.<br />
A motivação <strong>do</strong> juiz para liberar o filme Calígula não estava no mérito da obra<br />
em si, mas na ilegalida<strong>de</strong> da tramitação, subterfúgio que, afinal, permitia a atuação<br />
ousada <strong>de</strong>sses juízes.<br />
O advoga<strong>do</strong> da Paris Filmes, Célio Rodrigues Pereira, argumentou que a<br />
censura não obe<strong>de</strong>ceu ao Parágrafo 3 <strong>do</strong> artigo 8 da Lei 5536/68, que fixa<br />
um prazo <strong>de</strong> 20 dias para o Serviço <strong>de</strong> Censura e Diversões Públicas, órgão<br />
da Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>, emitir certifica<strong>do</strong> para filmes. Segun<strong>do</strong> a Lei, se não<br />
houver manifestação da Censura ou <strong>do</strong> diretor-geral da Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>, a<br />
obra fica liberada com proibição até 16 anos. 350<br />
Entretanto, alguns dias <strong>de</strong>pois, um mandato <strong>de</strong> segurança impediu que o filme<br />
fosse exibi<strong>do</strong> em salas comerciais até a <strong>de</strong>cisão final da pendência judicial. 351<br />
Mesmo após a criação <strong>do</strong> CSC, seu pleno funcionamento foi repleto <strong>de</strong><br />
discussões e mal-entendi<strong>do</strong>s. Em 1982 a distribui<strong>do</strong>ra Artenova entrou com manda<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
segurança no Tribunal <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Recursos (TFR) solicitan<strong>do</strong> que os filmes Império <strong>do</strong>s<br />
Senti<strong>do</strong>s 2 e Contos imorais fossem libera<strong>do</strong>s. Os filmes haviam da<strong>do</strong> entrada na DCDP<br />
e tiveram sua exibição proibida no Brasil. Os produtores recorreram ao CSC, que<br />
liberou as películas, mas o ministro da Justiça baixou portaria interditan<strong>do</strong> novamente<br />
os filmes. O TFR <strong>de</strong>cidiu que o CSC <strong>de</strong>veria ser obe<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>, já que não era um órgão<br />
consultivo, “como o consi<strong>de</strong>rava o ministro da Justiça, Ibraim Abi Ackel.”<br />
348 O Conselho Superior <strong>de</strong> Censura foi trabalha<strong>do</strong> no terceiro capítulo. Sobre o CSC ver: ALBIN,<br />
Ricar<strong>do</strong> Cravo. Driblan<strong>do</strong> a censura. Op. cit.<br />
349 O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. 10 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1984. “Cinema Pornô, juiz conce<strong>de</strong>u 42 liberações.”<br />
350 Jornal <strong>do</strong> Brasil. 30 set. <strong>de</strong> 1982.<br />
351 O Dia. 21 <strong>de</strong> out <strong>de</strong> 1982.
1978. 352 Além das matérias nos periódicos, uma série <strong>de</strong> encontros e movimentos marcou<br />
117<br />
Em outro caso o TFR <strong>de</strong>sautorizou o CSC. O filme Coisas eróticas, havia si<strong>do</strong><br />
libera<strong>do</strong> pelo CSC com algumas recomendações que, segun<strong>do</strong> o conselho, não foram<br />
observadas pelos produtores. Dessa forma, o presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> conselho pediu a apreensão<br />
das cópias. Os produtores entraram com mandato <strong>de</strong> segurança no Tribunal <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />
Recursos e este liberou o filme que voltou a ser exibi<strong>do</strong> nas salas <strong>de</strong> projeção.<br />
Embora a batalha <strong>do</strong> governo e <strong>do</strong>s organismos censórios contra a suposta pornografia<br />
tenha perdura<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> da ditadura militar, na década <strong>de</strong> 1980 os<br />
discursos e as ações tomaram dimensões ainda maiores. Os filmes estrangeiros <strong>de</strong> apelo<br />
sexual libera<strong>do</strong>s pelo CSC e pela justiça <strong>de</strong>vem ter estimula<strong>do</strong> uma resposta <strong>de</strong> parte da<br />
socieda<strong>de</strong> que “zelava” pela moralida<strong>de</strong> nos meios <strong>de</strong> comunicação. Uma intensa<br />
discussão na imprensa sobre o papel da censura na socieda<strong>de</strong> estabeleceu-se. Figuras<br />
públicas fizeram críticas à DCDP, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> sua ineficiência e a pouca utilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
órgão, <strong>de</strong>bate estimula<strong>do</strong> pelo abrandamento da censura à imprensa que ocorreu em<br />
o <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> censura promovida pela DCDP. Em 1980, houve o seminário<br />
sobre censura no Congresso Nacional. Em 1982, um ato público no teatro Casa Gran<strong>de</strong><br />
contra a censura convoca<strong>do</strong> pela Associação Brasileira <strong>de</strong> Cineastas, Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Artistas Plásticos Profissionais, Sindicato <strong>do</strong>s Escritores, Sindicato <strong>do</strong>s<br />
Artistas e Técnicos, Sindicato <strong>do</strong>s Jornalistas, Associação Brasileira <strong>de</strong> Imprensa,<br />
Sindicato <strong>do</strong>s Músicos e pela Associação <strong>do</strong>s Músicos e Arranja<strong>do</strong>res. 353<br />
Ou seja, o que po<strong>de</strong>mos constatar é que, juntamente com a criação <strong>do</strong> CSC e o<br />
fim da censura à imprensa, houve uma maior disposição <strong>do</strong>s artistas, no contexto da<br />
abertura, em lutar contra a censura.<br />
Na medida em que cresciam no país os movimentos contra a censura, também se<br />
acirrava a luta <strong>de</strong> grupos conserva<strong>do</strong>res contra o que entendiam como pornografia no<br />
cinema e na televisão. Como relatou a revista Isto É, “há uma onda moralista no país<br />
rigorosamente proporcional à onda da pornografia”. 354 Nesse senti<strong>do</strong>, o presi<strong>de</strong>nte João<br />
Figueire<strong>do</strong> (1979-1984) <strong>de</strong>u forte apoio ao propor uma “cruzada contra a pornografia”,<br />
iniciativa que foi solidamente apoiada pelo então chefe da DCDP, Solange Herna<strong>de</strong>z,<br />
que esteve à frente da instituição entre os anos <strong>de</strong> 1981 e 1984. A imprensa publicava<br />
352 Ver anexo com as matérias publicadas nos jornais nacionais sobre censura.<br />
353 A questão da censura a imprensa já foi discutida, para o fim da censura aos jornais ver: FICO, Carlos.<br />
Além <strong>do</strong> golpe. Op. cit.<br />
354 Isto É. 1 <strong>de</strong> out. <strong>de</strong> 1980. p.12.
118<br />
cartas <strong>de</strong> cidadãos indigna<strong>do</strong>s com as cenas a que eram submeti<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os dias, como<br />
a <strong>de</strong> “Maria <strong>do</strong> Carmo ao passar diante <strong>de</strong> uma banca <strong>de</strong> jornais [e ver] reluzente <strong>de</strong><br />
traseiros”. Lida Maria Perosa, então presi<strong>de</strong>nte da Liga das Professoras Católicas,<br />
percebia na pornografia uma, “conspiração <strong>do</strong> sionismo internacional, interessa<strong>do</strong> em<br />
<strong>de</strong>struir as tradições da socieda<strong>de</strong> cristã”. 355<br />
Na Câmara houve iniciativas no intuito <strong>de</strong> barrar a exibição <strong>do</strong>s filmes<br />
pornográficos. Nesse senti<strong>do</strong>, o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> Jorge Arbage (PDS/PA) apresentou um<br />
projeto que consi<strong>de</strong>rava crime <strong>de</strong> ultraje público ao pu<strong>do</strong>r a exibição <strong>de</strong> filmes<br />
pornográficos. A pena po<strong>de</strong>ria chegar a seis meses <strong>de</strong> prisão. 356<br />
Foi justamente nos primeiros anos da década <strong>de</strong> 1980 que esteve à frente da<br />
DCDP Solange Herna<strong>de</strong>z. A funcionária ficou bastante conhecida no meio artístico,<br />
porque tentava fazer com que a DCDP não morresse em uma época <strong>de</strong> abertura. Ela<br />
ficou conhecida como “Solange Tesourinha”. 357<br />
Afirmamos que havia um tácito acor<strong>do</strong> entre Embrafilme, DCDP e crítica<br />
especializada <strong>de</strong> que as pornochanchadas eram ruins, mas garantiam a sobrevivência <strong>do</strong><br />
cinema nacional, opinião reafirmada por diretores da época como Carlos Mossi, que<br />
comentou que “se não fossem os filmes eróticos os cinemas brasileiros estariam as<br />
moscas”. 358 Como foi dito, esse tácito acor<strong>do</strong> fez com que a Embrafilme produzisse<br />
obras <strong>de</strong> cunho erótico que acabavam sen<strong>do</strong> minimizadas, posto que obras <strong>do</strong> cinema<br />
estrangeiro com teor licencioso eram barradas pela DCDP.<br />
Em 1980, o presi<strong>de</strong>nte Figueire<strong>do</strong> recebeu os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s evangélicos Daso<br />
Coimbra (PP-RJ), Igo Losso (PDS-PR) e Joel Ferreira (PDS-AM), o pastor Nilson<br />
Amaral Fanini e o reveren<strong>do</strong> Isaías Souza Maciel. Após a reunião Fugueire<strong>do</strong> mostrouse<br />
“impressiona<strong>do</strong> com o excesso <strong>de</strong> pornografia em revistas e no cinema e criticou a<br />
posição da Embrafilme – empresa estatal <strong>de</strong> cinema – que anda financian<strong>do</strong> essas<br />
coisas”. 359 Figueire<strong>do</strong>, em 1982, convocaria a socieda<strong>de</strong> brasileira<br />
para uma cruzada contra o que <strong>de</strong>finiu como ‘uma onda <strong>de</strong> erotismo e relaxamento<br />
<strong>de</strong> costumes’ e, ainda, ‘a escalada <strong>do</strong> obsceno e <strong>do</strong> pornográfico’. Em<br />
pronunciamento transmiti<strong>do</strong> à noite por ca<strong>de</strong>ia nacional <strong>de</strong> rádio e <strong>de</strong> televisão,<br />
Figueire<strong>do</strong> enfatizou que essa convocação se dirigia a todas as forças da socieda<strong>de</strong>,<br />
355 Isto É. 1 <strong>de</strong> out. <strong>de</strong> 1980. p. 13.<br />
356 Gazeta <strong>de</strong> Notícias. 19 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1982. p. 7.<br />
357 Revista Isto É. 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z <strong>de</strong> 1984. Nesta data a revista publicou um especial sobre censura <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong><br />
o papel <strong>de</strong> Solange Hernan<strong>de</strong>z a frente da DCDP.<br />
358 Jornal <strong>do</strong> Comércio. 28 <strong>de</strong> jul. <strong>de</strong> 1985.<br />
359 Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas. 1 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1980.
119<br />
<strong>de</strong> qualquer orientação, seja filosófica, seja religiosa, seja política’. 360<br />
Embora a cruzada contra a pornografia tenha causa<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> alar<strong>de</strong> na época, a<br />
abertura cada vez se concretizava e, mesmo que a DCDP ainda tenha da<strong>do</strong> alguns<br />
suspiros após os governos militares, como no caso <strong>do</strong> filme Je vous salue Marie, foi<br />
finalmente enterrada com a Constituição <strong>de</strong> 1988.<br />
4.2. - Pra frente Brasil: a censura política<br />
Embora a DCDP estivesse institucionalmente autorizada a censurar o que<br />
pu<strong>de</strong>sse ameaçar a segurança <strong>do</strong> país, essa censura política nunca foi bem vista pelos<br />
funcionários. O uso especificamente político da censura era visto com certo <strong>de</strong>sconforto<br />
pelos censores. 361<br />
Dos filmes analisa<strong>do</strong>s, pu<strong>de</strong>mos encontrar restrições exclusivamente políticas<br />
em apenas quatro. Outros nove sofreram censura política além <strong>de</strong> restrições morais.<br />
O filme A noite <strong>do</strong> espantalho, <strong>de</strong> Sergio Ricar<strong>do</strong>, produzi<strong>do</strong> em 1974 <strong>de</strong>u<br />
entrada na DCDP em 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1974. O parecer <strong>do</strong> primeiro censor dizia que<br />
o filme tem flagrantes implicações políticas, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista sociológico, já que<br />
retrata um drama social verda<strong>de</strong>iro. Configura-se também como filme meramente<br />
social, a partir <strong>do</strong> momento em que investiga a função das várias camadas da<br />
socieda<strong>de</strong> no sistema social, não como um to<strong>do</strong>, mas abordan<strong>do</strong> um problema<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. Seu autor, Sergio Ricar<strong>do</strong> e o co-roteirista Maurice Capovila, são<br />
conheci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cinema político. 362<br />
Embora o filme tenha si<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> para maiores <strong>de</strong> 18 anos, o parecer<br />
recomendava que fosse troca<strong>do</strong> o pseudônimo “Fi<strong>de</strong>l Castro” <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s participantes<br />
<strong>do</strong> elenco, pois “sua menção, esta sim, po<strong>de</strong> gerar manifestações <strong>de</strong> simpatia contrárias<br />
ao regime e aos interesses nacionais.” 363<br />
Quan<strong>do</strong> Leon Hirszman pediu a liberação <strong>de</strong> São Bernar<strong>do</strong>, um <strong>do</strong>s censores<br />
anotou que<br />
360 O Globo. 16 mar. <strong>de</strong> 1982. p. 4.<br />
361 FICO, Carlos. “Prezada censura”: cartas ao regime militar. In: Topoi: Revista <strong>de</strong> História. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Janeiro</strong>: Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em História Social da <strong>UFRJ</strong> / 7 Letras, set. 2002, n. 5, p. 259.<br />
362 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
A noite <strong>do</strong> espantalho. Data 30/04/1974.<br />
363 I<strong>de</strong>m.
120<br />
o filme tecnicamente e plasticamente muito bem feito, consegue dar ao especta<strong>do</strong>r a<br />
idéia <strong>de</strong> uma época (1930) em que, no interior <strong>do</strong> Brasil, o patrão era o <strong>do</strong>no<br />
absoluto. Graciliano Ramos, um <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>rnos clássicos da literatura brasileira, é<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> autor <strong>de</strong> tendências socialistas. Não encontro, porém, no filme qualquer<br />
forma <strong>de</strong> proselitismo. 364<br />
O parecer <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> censor seguiu na mesma direção. Depois <strong>de</strong> ver o nome <strong>de</strong><br />
Graciliano Ramos e assistir ao filme ele diz que “apesar (...) <strong>de</strong> apresentar a vida<br />
miserável <strong>do</strong> colono, as arbitrarieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> patrão, algumas exctações sociais, não<br />
po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rá-lo como socialista subversivo.” 365<br />
Raros foram os pareceres imbuí<strong>do</strong>s apenas da temática política como os<br />
exemplos que apresentamos acima. O mais comum era que os pareceres misturassem<br />
política e moral. O filme Bye, bye, Brasil, dirigi<strong>do</strong> por Cacá Diegues, sofreu cortes<br />
porque, ao la<strong>do</strong> da questão da nu<strong>de</strong>z e palavras <strong>de</strong> baixo calão, “mostra[va] a ocupação<br />
<strong>de</strong> empresas americanas no território nacional.” 366<br />
Eles não usam Black Tie, basea<strong>do</strong> na peça homônima <strong>de</strong> Gianfrancesco<br />
Guarnieri e leva<strong>do</strong> para as telas <strong>do</strong> cinema pelo diretor Leon Hirszman., tinha como<br />
pano <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> as greves <strong>do</strong> ABC paulista, o filme trabalha com a experiência <strong>de</strong> uma<br />
família operária na periferia <strong>de</strong> São Paulo, que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à crise sindical e política, assiste<br />
a <strong>de</strong>sagregação <strong>do</strong> núcleo familiar. Fez enorme sucesso <strong>de</strong>ntro e fora <strong>do</strong> país e, como<br />
afirmou a revista Veja, “em 1981, pela primeira vez em sua história, o cinema brasileiro<br />
ganhou prêmios internacionais sem cangaceiros nem caboclos.” 367 De fato, o filme<br />
ganhou diversos prêmios, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se os festivais <strong>de</strong> Veneza, Cannes e Havana.<br />
Embora Guarnieri tenha atua<strong>do</strong> e escrito o roteiro com Hirszman, perto <strong>do</strong><br />
lançamento <strong>do</strong> filme quis mudar o título original para “Segunda-feira, greve geral”.<br />
Depois <strong>de</strong> muita insistência <strong>do</strong> então diretor da Embrafilme, Celso Amorim, em manter<br />
o título primeiro a fim evitar problemas com a censura, o nome da peça <strong>de</strong> Guarnieri foi<br />
manti<strong>do</strong>. 368<br />
O filme <strong>de</strong> Roberto Farias Pra frente Brasil, teve mais problemas para sua<br />
liberação. Com estréia prevista para 1982, o filme foi aprova<strong>do</strong> pela DCDP. A película<br />
364 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
São Bernar<strong>do</strong>. Data 05/1972.<br />
365 I<strong>de</strong>m.<br />
366 AN, coor<strong>de</strong>nação regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Fun<strong>do</strong>: Divisão <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong><br />
Diversões Públicas. Série: “Censura Prévia”. Sub-série: programação cinematográfica. Processo <strong>do</strong> filme<br />
Bye, bye, Brasil. Data 12/1979.<br />
367 Veja. 16 <strong>de</strong> set. 1981.<br />
368 I<strong>de</strong>m.
121<br />
narrava a história <strong>do</strong> seqüestro <strong>de</strong> um trabalha<strong>do</strong>r que, confundi<strong>do</strong> como terrorista, era<br />
tortura<strong>do</strong> enquanto o resto <strong>do</strong> país comemorava a conquista da copa <strong>de</strong> 1970.<br />
O filme <strong>de</strong>sagra<strong>do</strong>u os militares, que pressionaram a então chefe da DCDP para<br />
impedir sua exibição. Seus pareceres “sumiram” e, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à pressão superior, Solange<br />
Hernan<strong>de</strong>z o proibiu. 369 “A diretora da censura, portanto, caberia a responsabilida<strong>de</strong><br />
sobre a integralida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s processos. No caso <strong>de</strong> Pra frente Brasil, apesar <strong>de</strong> três<br />
pareceres favoráveis à liberação Solange Hernan<strong>de</strong>s proibiu.” 370<br />
Não obstante as várias questões políticas passíveis <strong>de</strong> serem anotadas em<br />
qualquer filme, essas só eram feitas em casos mais óbvios, mesmo assim, sem<br />
prolonga<strong>do</strong>s pareceres, mostran<strong>do</strong> um certo incômo<strong>do</strong> <strong>do</strong>s censores com tal prática. O<br />
que <strong>de</strong> fato era coibi<strong>do</strong> com orgulho, como um tipo <strong>de</strong> “<strong>de</strong>ver cívico” <strong>do</strong> censor, era<br />
tu<strong>do</strong> aquilo que ofen<strong>de</strong>sse a moral.<br />
369 O Dia. 25 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1982. / Jornal <strong>de</strong> Brasília 27 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1982.<br />
370 Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. 27 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1982.
122<br />
Consi<strong>de</strong>rações finais<br />
Quan<strong>do</strong> da escrita <strong>do</strong> projeto para a realização <strong>de</strong>ste trabalho, a idéia era<br />
perceber como o Esta<strong>do</strong>, durante as décadas <strong>de</strong> 1960 e 1970, pensou a produção<br />
cinematográfica nacional. Esse questionamento surgiu a partir da percepção <strong>de</strong> que, ao<br />
mesmo tempo em que havia uma empresa <strong>de</strong> economia mista, com ações<br />
majoritariamente <strong>do</strong> governo, a Embrafilme, havia também um órgão responsável por<br />
selecionar os tipos <strong>de</strong> filme a serem exibi<strong>do</strong>s no país, a DCDP.<br />
Ou seja, ao mesmo tempo em que o Esta<strong>do</strong> intensificou o papel da censura<br />
durante o regime militar, construiu as bases para a produção cinematográfica nacional<br />
com órgão regulatório e financia<strong>do</strong>r que garantiu um fluxo <strong>de</strong> especta<strong>do</strong>res para assistir<br />
aos filmes nacionais.<br />
Se, como afirmamos, a política cultural <strong>do</strong> governo militar com diretrizes<br />
nacionais começou apenas em 1975 com o lançamento <strong>do</strong> PNC, uma visão voltada para<br />
o campo cinematográfico já apresentava suas primeiras manifestações em 1966, com a<br />
criação <strong>do</strong> INC e seu fortalecimento em 1969 com a Embrafilme.<br />
A política cultural dizia respeito à valorização da tradição cultural brasileira.<br />
No entanto, os organismos governamentais possuíam certa autonomia <strong>de</strong> criação,<br />
notadamente no campo cinematográfico, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ce<strong>do</strong> possuiu uma empresa<br />
financia<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> vários filmes que iam <strong>de</strong> encontro aos anseios <strong>do</strong> regime.<br />
No entanto, o campo cinematográfico ficou à parte <strong>de</strong>ssa discussão, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />
beneficia<strong>do</strong> com a criação <strong>de</strong> organismos que tinham como finalida<strong>de</strong> a regulação <strong>do</strong><br />
patrocínio aos filmes produzi<strong>do</strong>s no país.<br />
A partir <strong>do</strong>s processos sobre a censura aos filmes financia<strong>do</strong>s pela Embrafilme,<br />
po<strong>de</strong>mos afirmar que havia um acor<strong>do</strong> tácito entre censura, diretores e críticos <strong>de</strong> que a<br />
pornochanchada, apesar <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada esteticamente ruim e <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong><br />
mensagem positiva para a socieda<strong>de</strong>, na verda<strong>de</strong> constituía-se como o gran<strong>de</strong> filão <strong>do</strong><br />
merca<strong>do</strong> cinematográfico. As pornochanchadas continuavam levan<strong>do</strong> o público às salas<br />
<strong>de</strong> projeção. A DCDP provavelmente liberava os filmes – após cortar seus excessos –<br />
talvez consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a questão da indústria cinematográfica brasileira. Vale lembrar que<br />
a Embrafilme não fazia uma censura <strong>do</strong>s roteiros: qualquer projeto que <strong>de</strong>monstrasse<br />
viabilida<strong>de</strong> técnica e os pré-requisitos necessários po<strong>de</strong>ria ser financia<strong>do</strong>.
123<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos perceber uma tendência por parte <strong>do</strong>s censores à<br />
aceitação <strong>de</strong> filmes que, mesmo consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s esteticamente pobres por parte da crítica<br />
especializada ou ainda contrários à moral, pu<strong>de</strong>ssem alavancar o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
indústria cinematográfica no Brasil.<br />
Dessa forma, po<strong>de</strong>-se notar uma lógica que articulava a atuação da Embrafilme<br />
e da censura. Do la<strong>do</strong> da empresa <strong>de</strong> filmes, procurava-se produzir obras que tivessem<br />
boas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comercialização, ou seja, filmes <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong> apelo sexual. Do la<strong>do</strong><br />
da DCDP, aparentemente havia um entendimento <strong>de</strong> que, para viabilizar a produção<br />
cinematográfica nacional, era preciso permitir algumas “ousadias”.<br />
Percebe-se, <strong>de</strong>ssa forma, uma clara tensão entre a Embrafilme, que não se via<br />
obrigada a vetar qualquer tipo <strong>de</strong> produção, e a DCDP, que julgava várias das obras<br />
imorais e <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong> artística, mas não vetava completamente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong><br />
ser uma produção nacional.<br />
A idéia <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar que a “indústria cinematográfica nacional” morresse,<br />
estimulava os censores a não proibir os filmes produzi<strong>do</strong>s no país. Assim, sem que os<br />
diretores <strong>de</strong>sejassem, os censores participavam da produção, sugerin<strong>do</strong> cenas a serem<br />
cortadas, minutos a serem retira<strong>do</strong>s e personagem a serem excluí<strong>do</strong>s.<br />
No caso <strong>do</strong>s filmes, não era comum que o censor recomendasse a adição <strong>de</strong><br />
alguma cena, provavelmente pelo alto custo envolvi<strong>do</strong> no processo <strong>de</strong> filmagem. No<br />
entanto, a retirada <strong>de</strong> personagens e partes que não agradassem ao censor era uma<br />
prática corriqueira. Isso diferia <strong>do</strong> caso da censura da música, para a qual havia<br />
alterações <strong>de</strong> palavras e frases sugeridas, com a DCDP interferin<strong>do</strong>, assim, no próprio<br />
processo <strong>de</strong> criação. Dessa forma, o censor tinha seu papel muda<strong>do</strong> <strong>de</strong> fiscaliza<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> para quase um “co-autor” da canção. No caso <strong>do</strong> cinema, po<strong>de</strong>ríamos dizer que<br />
o censor passou a ter o papel <strong>de</strong> editor da película.
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SCHWARTZ, Roberto. Corações veteranos. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: s.ed, 1974. (Col. Frenesi)<br />
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Pós-graduação em História da Pontifícia <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Católica <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul,<br />
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TAVARES, Flávio. Memórias <strong>do</strong> esquecimento: os segre<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s porões da ditadura.<br />
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139<br />
Fontes:<br />
Arquivos:<br />
Arquivo Nacional. Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Documentos. Seção <strong>de</strong> Arquivos<br />
Intermediários. Fun<strong>do</strong> ”Divisão <strong>de</strong> Segurança e Informações” <strong>do</strong> Ministério da Justiça.<br />
Série: Movimentos Contestatórios à Or<strong>de</strong>m Política e Social. Série: Diversos.<br />
Arquivo Nacional. Coor<strong>de</strong>nação Regional <strong>do</strong> Arquivo Nacional no Distrito <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>.<br />
Fun<strong>do</strong> “Divisão <strong>de</strong> censura <strong>de</strong> Diversões Públicas – DCDP”. 1. Seção Administração<br />
Geral. Série Correspondência Oficial. Subsérie Ofícios. Subsérie Informações<br />
Sigilosas. Subsérie Manifestações da Socieda<strong>de</strong> Civil. Série Relatórios <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s.<br />
2. Seção Censura Prévia. Série Publicações. 3. Seção Coor<strong>de</strong>nação e Controle. Série<br />
Fiscalização. 4. Seção orientação. Série Cursos. Série Normatização.<br />
Arquivo Funarte. Clipping Embrafilme.<br />
Legislativa:<br />
Constituição Fe<strong>de</strong>rativa <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong> 1988.<br />
Decreto n. 44.853, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1958.<br />
Decreto n. 50.278, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1961.<br />
Decreto n 77.299, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1976<br />
Decreto n. 21.240 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1932.<br />
Decreto n. 24.651. 10 <strong>de</strong> jul. <strong>de</strong> 1934.<br />
Decreto n. 60.220, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> fev. <strong>de</strong> 1967<br />
Decreto n. 20.493 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> jan. <strong>de</strong> 1946.<br />
Decreto n. 50518 <strong>de</strong> 1961.<br />
Decreto n. 43, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1966<br />
Decreto-lei n. 74, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1966.<br />
Decreto-lei n. 43, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1966.<br />
Decreto-lei n. 526 <strong>de</strong> 1938.<br />
Decreto-lei n. 25 <strong>de</strong> 30/11/1937.<br />
Decreto-lei n. 92 <strong>de</strong> 21/12/1937.<br />
Decreto-lei n. 93 <strong>de</strong> 21/12/1937.<br />
Decreto-lei n. 862, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> set. <strong>de</strong> 1969.<br />
Decreto-lei n. 1915 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1939.<br />
Decreto-lei n. 8462 <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1945.<br />
Decreto-lei n. 1949 <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1939. art. 36.<br />
Decreto-lei n. 1077 <strong>de</strong> 26/01/1970.<br />
Lei n. 6.281, <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1975.<br />
Lei n. 7505. 2 <strong>de</strong> jul <strong>de</strong> 1986.<br />
Lei n. 8313 <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1991.<br />
Lei n. 5536 <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1968.<br />
Periódicos:<br />
Folha <strong>de</strong> São Paulo. 07 <strong>de</strong> mar. 1993. Ca<strong>de</strong>rno Mais.<br />
Folhetim. 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1979.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 14 <strong>de</strong> ago <strong>de</strong> 1966.<br />
Folha da Tar<strong>de</strong>. 11 <strong>de</strong> out. 1975.
Jornal <strong>de</strong> Brasília. 5 <strong>de</strong> Nov. 1975.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 14 <strong>de</strong> set <strong>de</strong> 1969.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 19 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1974.<br />
Última Hora. 30 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1977.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 04 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1973.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 5 <strong>de</strong> abr. <strong>de</strong> 1980.<br />
Carta Mensal. Ano I n. 1 1979.<br />
O Globo. 12 <strong>de</strong> mar. <strong>de</strong> 1989.<br />
Gazeta Mercantil. 28 set. 1983. “Negócio <strong>de</strong> alto risco”<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil 2 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1980<br />
Scena muda. 16 <strong>de</strong> fev. 1922.<br />
Cinearte. 31 <strong>de</strong> mar. 1926.<br />
Veja. 7 <strong>de</strong> out. De 1970.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil 16 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1978.<br />
Jornal O Dia 13 <strong>de</strong> jun. <strong>de</strong> 1978.<br />
O Dia. 13 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1978.<br />
O Globo. 27<strong>de</strong> nov. <strong>de</strong> 1972.<br />
Última Hora. 9 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1973.<br />
Tribuna da Imprensa. 13 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1973.<br />
Correio da Manhã. 18 mar <strong>de</strong> 1973.<br />
Opinião. 19 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1973.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 26 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1973.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 21 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1973.<br />
Última Hora. 26 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1973.<br />
Folha <strong>de</strong> São Paulo. 30 <strong>de</strong> jun <strong>de</strong> 1973.<br />
O Globo. 24 <strong>de</strong> abr. <strong>de</strong> 1974.<br />
O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. 10 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1984.<br />
Jornal <strong>do</strong> Brasil. 30 set. <strong>de</strong> 1982.<br />
O Dia. 21 <strong>de</strong> out <strong>de</strong> 1982.<br />
Isto É. 1 <strong>de</strong> out. <strong>de</strong> 1980.<br />
Isto É. 1 <strong>de</strong> out. <strong>de</strong> 1980.<br />
Gazeta <strong>de</strong> Notícias. 19 <strong>de</strong> mar <strong>de</strong> 1982.<br />
Revista Isto É. 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z <strong>de</strong> 1984.<br />
Jornal <strong>do</strong> Comércio. 28 <strong>de</strong> jul. <strong>de</strong> 1985<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas. 1 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1980.<br />
O Globo. 16 mar. <strong>de</strong> 1982.<br />
140
141<br />
Anexo 1<br />
Legislação sobre exibição cinematográfica e criação <strong>de</strong><br />
entida<strong>de</strong>s ligadas a produção cinematográfica
142<br />
Decreto n. 21.240 <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1932.<br />
Decreto-lei n. 1949 <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />
1939.<br />
Decreto n. 20493 24 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1946.<br />
Decreto n. 30179 <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1951<br />
Decreto n. 52745 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1963<br />
Decreto-lei n. 43, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />
1966.<br />
Lei n. 5536 <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1968<br />
Decreto-lei n. 862, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong><br />
1969.<br />
Resolução INC n. 60 <strong>de</strong> 1971.<br />
Resolução INC n. 106 <strong>de</strong> 1975<br />
Lei n. 6312, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1975.<br />
Lei n. 6281 <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1975.<br />
Decreto n. 77299, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1976.<br />
Decreto n. 79893 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1977<br />
Obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> um filme<br />
educativo em cada programa.<br />
Obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s cinemas exibirem<br />
anualmente no mínimo um filme nacional <strong>de</strong><br />
entrecho e <strong>de</strong> longa-metragem.<br />
Obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s cinemas exibirem no<br />
mínimo três filmes nacionais <strong>de</strong> longametragem<br />
e <strong>de</strong> entrecho.<br />
To<strong>do</strong>s os cinemas existentes no território<br />
nacional ficam obriga<strong>do</strong>s a exibir filmes<br />
nacionais <strong>de</strong> longa metragem, na proporção<br />
mínima <strong>de</strong> um nacional para cada oito<br />
estrangeiros.<br />
To<strong>do</strong>s os cinemas existentes no território<br />
nacional ficam obriga<strong>do</strong>s a exibir filmes<br />
nacionais <strong>de</strong> longa metragem, 56 dias por<br />
ano.<br />
Cria o <strong>Instituto</strong> nacional <strong>de</strong> cinema.<br />
Dispõe sobre a censura <strong>de</strong> obras teatrais e<br />
cinematográficas, cria o Conselho superior <strong>de</strong><br />
censura.<br />
Cria a Empresa Brasileira <strong>de</strong> Filmes<br />
Fixa cota <strong>de</strong> exibição obrigatória <strong>de</strong> filme<br />
nacional <strong>de</strong> longa metragem, para 84 dias por<br />
ano.<br />
Fixa a quota <strong>de</strong> exibição obrigatória <strong>de</strong> filme<br />
<strong>de</strong> longa metragem, para 112 dias por ano.<br />
Cria a Fundação Nacional <strong>de</strong> Arte<br />
(FUNARTE).<br />
Extingue o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema,<br />
amplia as atribuições da Empresa Brasileira<br />
<strong>de</strong> Filmes S.A.<br />
Cria o Conselho Nacional <strong>de</strong> Cinema<br />
(Concine).<br />
Fixa os valores da contribuição para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da indústria cinematográfica<br />
nacional.
143<br />
Anexo 2<br />
Lista <strong>de</strong> filmes produzi<strong>do</strong>s pela Embrafilme
144<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA X X Sim<br />
LUA DE MEL E AMENDOIM X X Sim<br />
LUCIO FLAVIO, PASSAGEIRO DA AGONIA X X Sim<br />
TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA X X Sim<br />
AGENTE POSITIVO O<br />
AVENTURAS COM TIO MANECO X sim<br />
O BARÃO OTELO NO BARATO DOS BILHÕES X X sim<br />
CAPITÃO BANDEIRA CONTRA O DOUTOR MOURA BRASIL X X sim<br />
CONFISSÕES DE FREI ABOBORA X X Sim<br />
A CULPA X X sim<br />
O DOCE ESPORTE DO SEXO X X sim<br />
FAUSTÃO X sim<br />
INDEPENDÊNCIA OU MORTE X sim<br />
ISABEL E A MORTE<br />
MÃOS VAZIAS X X Sim<br />
MINHA NAMORADA X X nao<br />
PRA QUEM FICA CHAU<br />
PROCURA-SE UM VIRGEM X X sim<br />
RUA DESCALÇA
145<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
SÃO BERNARDO X<br />
SONINHA TODA PURA X X sim<br />
A CASA ASSASSINADA X X sim<br />
CASSY JONES, O MAGNIFICOR SEDUTOR X X sim<br />
A CONSTRUÇÃO DA MORTE<br />
O DIA MARCADO X X sim<br />
GAUDÊNCIA, O CENTAURO DOS PAMPAS X sim<br />
UM MARIDO SEM E COMO UM JARDIM SEM FLORES<br />
UMA PANTERA EM MINHA CAMA X X<br />
PINDORAMA X X<br />
QUANDO AS MULHERES PAQUERAM X<br />
A VIÚVA<br />
AINDA AGARRO ESSA VIZINHA X X<br />
AMANTE MUITO LOUCA X X sim<br />
AZARENTO, UM HOMEM DE SORTE X<br />
CAFÉ NA CAMA X X sim<br />
A CASA DAS TENTAÇÕES X Sim<br />
OS CONDENADOS X x sim<br />
ENIGMA PARA DEMÔNIOS X sim
146<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
EU TRANSO, ELA TRANSA X<br />
O FORTE<br />
GURU DAS SETE CIDADES X X Sim<br />
A INFIDELIDADE AO ALCANCE DE TODOS X X sim<br />
UM INTRUSO NO PARAÍSO X X sim<br />
O JUDOKA<br />
OS MACHÕES X X Sim<br />
OS MANSOS X X Sim<br />
O MARIDO VIRGEM X X sim<br />
MISSÃO: MATAR!<br />
PICAPAU AMARELO<br />
PRIMEIROS MOMENTOS X sim<br />
RALLY DA JUVENTUDE<br />
RELATÓRIO DE UM HOMEM CASADO<br />
SÓIS DA ILHA DE PÁSCOA X sim<br />
O SUPER CARETA X<br />
TATI, A GAROTA X sim<br />
ÚLTIMO ÊXTASE X X sim<br />
ANJO DA NOITE X sim
147<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
AVENTURAS DE UM DETETIVE PORTUGUÊS<br />
BRUTOS INOCENTES<br />
CALEIDOSCÓPIO<br />
COMO NOS LIVRA DO SACO<br />
DELÍCIAS DESTA VIDA<br />
DESCARTE X X sim<br />
E AS PILULAS FALHARAM X Sim<br />
EDÍFICIO CHAMADO 200 X sim<br />
ESQUADRÃO DA MORTE X X sim<br />
ESSA GOSTOSA BRINCADEIRA A DOIS X X sim<br />
EU DOU O QUE ELA GOSTA X X sim<br />
HORA E A VEZ DO SAMBA X sim<br />
MOÇAS DAQUELA HORA X X sim<br />
MULHERES QUE FAZEM DE TUDO<br />
NOITE DO ESPANTALHO<br />
OBSESSÃO<br />
PORTAL DA SOLIDÃO<br />
SAGARANA, O DUELO X X sim<br />
SEGUNDO CLICHÊ
148<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
O SIGNO DE ESCORPIÃO X X sim<br />
SÓ RESTAM AS ESTRELAS<br />
A TRANSA DO TURF X X sim<br />
52 FILMETES COLORIDOS<br />
O CAÇADOR DE FANTASMAS X sim<br />
CADA UM DÁ O QUE TEM X X sim<br />
EFIGÊNIA DÁ TUDO O QUE TEM X X sim<br />
A ESTRELA SOBE X X sim<br />
A EXTORSÃO X X sim<br />
A FORÇA DE XANGÔ X X sim<br />
GARGALHADA FINAL X X sim<br />
GUERRA CONJUGAL<br />
IPANEMA ADEUS X X sim<br />
O LEÃO DO NORTE X sim<br />
A LENDA DE UBIRAJARA<br />
O MARGINAL X X sim<br />
A OVELHA NEGRA X sim<br />
O PADRE QUE QUERIA PECAR<br />
O PISTOLEIRO
149<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
PUREZA PROIBIDA X<br />
QUANDO AS MULHERES QUEREM PROVAS<br />
QUEM TEM MEDO DE LOBISOMEM?<br />
ROBIN HOOD, O TRAPALHÃO DA FLORESTA X sim<br />
O TRAPALHÃO NA ILHA DO TESOURO<br />
UM VARÃO ENTRE AS MULHERES X X sim<br />
ESSA MULHER É MINHA X sim<br />
ESSE RIO MUITO LOUCO X X sim<br />
KUNG FU CONTRA AS BONECAS x X sim<br />
MARILIA E MARINA X X sim<br />
PRIMAVERA DOS ENFORCADOS<br />
COMO MATAR UMA SOGRA X X sim<br />
O CRIME DO ZÉ BIGORNA<br />
GENTE FINA É OUTRA COISA X sim<br />
SIMBA, O MARUJO TRAPALHÃO X sim<br />
O BEM DOTADO HOMEM DE ITÚ<br />
ESSA FREIRA É UMA PARADA<br />
AS FILHAS DO FOGO<br />
ANJO SÓ NO CEÚ
150<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
OS EMBALOS DE IPANEMA X X<br />
A PANTERA NUA<br />
BYE BYE BRASIL<br />
O PEQUENO POLEGAR<br />
PROVA DE FOGO<br />
AS QUATRO CHAVEZ MÁGICAS<br />
A RAINHA DO RÁDIO<br />
RAONI<br />
O REI DA VELA X X Sim<br />
SE SEGURA MALANDRO<br />
O SEGREDO DA MÚMIA<br />
TINHA BU BU BU NO BO BO BÓ<br />
TRAFICANTES DO CRIME<br />
OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS<br />
VAI TRABALHAR VAGABUNDO X X sim<br />
VAMOS CANTAR DISCO BABY<br />
VINICIUS DE MORAIS, UM RAPAZ DE FAMÍLIA<br />
A VOLTA DO FILHO PRODIGO<br />
EQUIPAMENTO
151<br />
PRODUÇÃO<br />
Libera<strong>do</strong><br />
SEM corte<br />
Libera<strong>do</strong><br />
COM corte<br />
Moral Política Ambas<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
A GOSTOSA DA GAFIEIRA<br />
SOMBRAS DE UM VERÃO<br />
A IDADE DA TERRA X
152<br />
Anexo 3<br />
Lista <strong>de</strong> filmes co-produzi<strong>do</strong>s pela Embrafilme
153<br />
Co-Produção e entrada na DCDP<br />
Diretor<br />
Livre<br />
SEM<br />
corte<br />
Livre<br />
COM<br />
corte<br />
Censura<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
Boa<br />
Qualida<strong>de</strong><br />
A DAMA DO LOTAÇÃO Neville D’Almeida X MORAL SIM SIM<br />
Problemas no<br />
Processo<br />
carta <strong>de</strong> cidadã pedin<strong>do</strong> ao<br />
Ministério da Justiça a retirada<br />
<strong>do</strong> filme <strong>de</strong> cartaz<br />
A IDADE DA TERRA Glauber Rocha X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO<br />
A LIRA DO DELÍRIO Walter Lima Junior X MORAL SIM SIM<br />
A MORTE TRANSPARENTE<br />
A MULHER DO DESEJO<br />
Carlos Hugo<br />
Christensen<br />
Carlos Hugo<br />
Christensen<br />
X MORAL SIM SIM<br />
X MORAL SIM SIM<br />
ALELUIA, GRETCHEN Sylvio Back X MORAL SIM SIM<br />
AMOR E TRAIÇÃO (A PELE DO BICHO) Pedro Camargo X MORAL SIM NÃO<br />
CABRA MARCADO PARA MORRER Eduar<strong>do</strong> Coutinho X MORAL SIM NÃO<br />
CHUVAS DE VERÃO Carlos Diegues X MORAL SIM SIM<br />
DORAMUNDO<br />
João Batista <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong><br />
X MORAL E POLÍTICA SIM SIM<br />
ELES NÃO USAM BLACK-TIE Leon Hirszman X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO<br />
ESTRADA DA VIDA<br />
Nelson Pereira <strong>do</strong>s<br />
Santos<br />
X LIVRE SIM NÃO<br />
EU TE AMO Arnal<strong>do</strong> Jabor X MORAL SIM NÃO<br />
FRUTO PROIBIDO Egydio Eccio X MORAL SIM SIM<br />
GIGANTE DA AMÉRICA Julio Bressane X MORAL SIM NÃO<br />
INQUIETAÇÕES DE UMA MULHER CASADA Alberto Salvá X MORAL SIM SIM<br />
LUCÍOLA, O ANJO PECADOR Alfre<strong>do</strong> Sternheim X MORAL SIM SIM<br />
LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA Hector Babenco X MORAL E POLÍTICA NÃO NÃO
154<br />
Co-Produção e entrada na DCDP<br />
Diretor<br />
Livre<br />
SEM<br />
corte<br />
Livre<br />
COM<br />
corte<br />
Censura<br />
Livre para<br />
Exportação<br />
Boa<br />
Qualida<strong>de</strong><br />
Problemas no<br />
Processo<br />
MENINO DO RIO Antonio Calmon X MORAL SIM NÃO<br />
O AMANTE DE MINHA MULHER Alberto Pieralisi X MORAL SIM SIM<br />
O AMULETO DE OGUM<br />
Nelson Pereira <strong>do</strong>s<br />
Santos<br />
X MORAL NÃO NÃO<br />
O BEIJO NO ASFALATO Buno Barreto X MORAL SIM NÃO<br />
O HOMEM DO PAU BRASIL<br />
O HOMEM QUE VIROU SUCO<br />
O NAMORADOR<br />
Joaquim Pedro <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong><br />
João Batista <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong><br />
Adnor Pitanga e<br />
Lenine Ottoni<br />
X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO<br />
X MORAL E POLÍTICA SIM NÃO<br />
X MORAL SIM SIM<br />
OS AMANTES DA CHUVA Roberto Santos X MORAL SIM SIM<br />
OS SETE GATINHOS Neville D'Almeida X MORAL SIM SIM<br />
PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO Hector Babenco X MORAL E POLÍTICA NÃO NÃO<br />
RIO BABILÔNIA Neville D'Almeida X MORAL SIM NÃO<br />
SE SEGURA, MALANDRO Hugo Carvana X MORAL SIM SIM<br />
TUDO BEM Arnal<strong>do</strong> Jabor X MORAL E POLÍTICA SIM SIM<br />
UM MARCIANO EM MINHA CAMA Carlos Imperial X MORAL NÃO NÃO<br />
XICA DA SILVA Carlos Diegues X<br />
não existe <strong>de</strong> fato uma censura MORAL<br />
como nos <strong>de</strong>mais<br />
SIM SIM
155<br />
Anexo 4<br />
Matérias publicadas na imprensa classificadas por assunto.<br />
(Pesquisa realizada no Arquivo da Funarte/RJ que mantém um clipping que era<br />
realiza<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> pesquisa da Embrafilme)
Censura<br />
156<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura não será intensificada O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/09/1980<br />
NOTA Jornal da Tar<strong>de</strong> - São Paulo 24/06/1976<br />
Censura unifica o critério para exame <strong>de</strong> fita publicitária O Globo 24/06/1976<br />
Ministério vai <strong>de</strong>finir posição sobre a censura Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC - Santo André - SP 13/07/1976<br />
Governo estuda mudanças na censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 23/07/1979<br />
Censura: nem a publicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s filme escapa Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/12/1976 Folha Ilustrada<br />
Ramalhete: "A censura é insolúvel" O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/08/1979<br />
Deputa<strong>do</strong> quer fim da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 01/09/1979<br />
Portella propõe amanhã reformulação da censura Jornal ? 29/07/1979 05<br />
Embrafilme, Justiça e MEC conversam sobre a censura Tribuna da Imprensa 21/04/1979<br />
Censura estuda reforma para se adaptar à lei Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/05/1979 09<br />
Censura muda e cria sala <strong>de</strong> cinema especial Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/05/1979 01<br />
Petrônio aceita abolição <strong>de</strong> censura no teatro e cinema A Notícia 22/03/1979 02<br />
Euro Brandão não <strong>de</strong>seja a censura subordinada ao MEC O Dia 09/09/1977 22<br />
Solução sobre a censura será dada por Figueire<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 08/04/1978<br />
Censura, afinal, po<strong>de</strong> ser lucrativa Tribuna da Imprensa 18/10/1978<br />
Filmes pornográficos libera<strong>do</strong>s na Holanda O Dia 30/11/1978<br />
A censura, omitida nas reformas Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/10/1978<br />
Agências e produtoras cobram <strong>de</strong> seus clientes uma taxa para o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> censura ... Mas o certifica<strong>do</strong> é totalmente gratuito Diário Popular - SP 08/10/1978<br />
Porta-voz <strong>de</strong> Geisel: censura <strong>de</strong>ve existir Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/06/1978<br />
Abre-se uma brecha na censura? Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/02/1978 03<br />
Censura po<strong>de</strong>rá sair <strong>do</strong> DPF e ganhar autonomia O Globo 30/05/1979 9<br />
Censura classificatória tem confirmação: Ma<strong>de</strong>ira Tribuna da Imprensa 18/04/1979 05<br />
Censura chega ao fim tribuna da Imprensa 10/07/1979 01<br />
Jornalista vai chefiar a Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/04/1979 07<br />
Censura classificatória será enviada a Figueire<strong>do</strong> O Globo 16/06/1979<br />
Censura não libera mais nada nos próximos 40 dias O Liberal - Belém, PA 30/05/1978<br />
Figueire<strong>do</strong> examina Conselho <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>de</strong> Brasília 16/06/1979<br />
Chefe da Embrafilme con<strong>de</strong>na a Censura Zero Hora - Porto Alegre 31/05/1979
Censura<br />
157<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Voto <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/08/1968<br />
Simpósio sobre censura já tem primeiros convida<strong>do</strong>s O Dia 20/04/1979<br />
Ministro quer cinema sem censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/05/1979<br />
Petrônio <strong>de</strong>termina o fim da censura prévia a livros O Globo 18/04/1979 34<br />
Instala-se em Brasília o Conselho <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>do</strong> Commercio 26/09/1979<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura reúne-se Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos - Santos, SP 26/09/1979<br />
Nova censura tem a primeira runião, hoje Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/09/1979<br />
Um novo conselho muda o mo<strong>de</strong>la da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/09/1979<br />
Regulamento da Censura já recebe as críticas Diário da Noite - Belo Horizonte 29/10/1979<br />
Em um mês, censura regulamentada O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/10/1979<br />
Figueire<strong>do</strong> regulamenta o Conselho cria<strong>do</strong> em 1968 para revisar a Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/09/1979<br />
A vez <strong>do</strong> bom cinema Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/06/1976<br />
Livres, com cortes Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/09/1978<br />
Censura abradrá, diz Rogério Nunes O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 16/12/1978 11<br />
Censura em Pauta Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/09/1978<br />
Censura no Brasil está sen<strong>do</strong> liberal <strong>de</strong>mais Última Hora 30/12/1976<br />
Censores não crêem em afrouxamento com liberação <strong>de</strong> filmes O Fluminense 20/10/1978<br />
Censura e criativida<strong>de</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/08/1978 11<br />
O último censura<strong>do</strong>: Casanova, coitadim... Revista Isto É 16/11/1977<br />
Literatura e Anfetaminas Revista Veja 02/02/1977 30<br />
A Carta Revista Veja 02/02/1977 Cinema<br />
Censura <strong>de</strong> filmes será regulamentada Jornal <strong>de</strong> Hoje (Nova Iguaçu) 22/10/1979<br />
Os filmes e a censura Tribuna da Imprensa 19/10/1979<br />
Para breve, a Censura classificatória O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/05/1979 12<br />
Ministro <strong>de</strong>fine posição sobre censura à arte A Gazeta (Vitória - ES) 13/07/1976<br />
Conselho Superior <strong>de</strong> Censura será revisor Tribuna da Imprensa 16 e 17/06/1979 07<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura já tem seu anteprojeto O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 16/06/1979 10<br />
NOTA 02 O Globo 22/03/1974<br />
Com a Censura Diário <strong>de</strong> Pernambuco 04/01/1974<br />
Sindicato <strong>de</strong> cinema quer que lei da censura seja obe<strong>de</strong>cida fielmente Jornal <strong>do</strong> Brasil 06/09/1973
Censura<br />
158<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Delegação <strong>de</strong> cinema pe<strong>de</strong> regulamentação da lei <strong>de</strong> censura ao Gen. Ban<strong>de</strong>ira Jornal <strong>do</strong> Brasil 11/07/1973<br />
Censura Tribuna da Imprensa 20/03/1973<br />
Censura espanhola favorece o turismo O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 23/03/1973<br />
CENSURA: Motta briga pela <strong>de</strong>mocracia na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Correio Braziliense 18/05/1979 Varieda<strong>de</strong>s<br />
Censura prévia a filme continua Tribuna da Imprensa 26/04/1968<br />
Anticensura torna-se radical, diz Valadares Jornal <strong>do</strong> Commercio 10/01/1968<br />
Congresso aprovará censura <strong>do</strong> Govêrno Última Hora 29/10/1968<br />
Censura agora vai limitar-se à ida<strong>de</strong> O Globo 26/04/1968<br />
Censura não se faz só na ida<strong>de</strong> Diário <strong>de</strong> Notícias 02/03/1968<br />
Relatório final fixa limites para a censura Última Hora 07/05/1968<br />
Gama: Censura é com a família Diário <strong>de</strong> Notícias 04/1968<br />
NOTA 03 Tribuna da Imprensa 25/04/1968<br />
Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> segunda-feira se censura muda critério para filmes Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/04/1968<br />
Censura classificatória será enviada a Figueire<strong>do</strong> O Globo 16/06/1979 O País<br />
A vez da censura A Notícia 01/08/1978<br />
Euro Brandão acha censura necessária mas é contra a passagem <strong>de</strong>la para o MEC Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/09/1978 07<br />
Mais vítimas da tal <strong>de</strong> censura Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC (SP) 19/05/1978<br />
Censura em cinema Tribuna da Imprensa 28/11/1978<br />
Governo vai atualizar e abrandar a censura O Globo 10/12/1978<br />
Conselho Superior <strong>de</strong> Censura: só falta o sim <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 16/06/1979 12<br />
Os subersivos sutis Revista Veja 03/05/1978 Cinema<br />
Embrafilme vê Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Vale Paraibano (São José <strong>do</strong>s Campos, SP) 21/04/1979<br />
NOTA 04 Popular da Tar<strong>de</strong> (SP) 24/07/1976<br />
Conselho vai reduzir legislação para a censura <strong>de</strong> diversões O Globo 27/05/1970<br />
Confirma<strong>do</strong>. Censura cai mesmo para livros e teatro Tribuna da Imprensa 11/04/1979 07<br />
Censura vai ser classificatória Última hora 18/04/1979 09<br />
Filme <strong>de</strong> costumes e peça i<strong>de</strong>ológica vão ter ida<strong>de</strong> O Fluminense 18/04/1979 Censura<br />
Presi<strong>de</strong>nte regulamenta o Conselho <strong>de</strong> Censura Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC - Santo André, SP 14/09/1979<br />
Figueire<strong>do</strong> regulamenta o Conselho cria<strong>do</strong> em 1968 para revisar a Censura Jornal <strong>do</strong> Brasiol 14/09/1979<br />
Psicólogos classificam filmes Jornal <strong>do</strong> Brasil 08/06/1979
Censura<br />
159<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Petrônio promete a artistas que mudará o novo código <strong>de</strong> menores O Globo 07/12/1979 07<br />
Petrônio promete rever participação <strong>do</strong> menor Tribuna da Imprena 07/12/1979 09<br />
Jurista mineiro critica o novo código <strong>de</strong> menores O Globo 04/12/1979<br />
O <strong>de</strong>magogo e a censura Diário <strong>de</strong> Pernambuco 15/06/1976<br />
Alberto Cavalcanti con<strong>de</strong>na critério político da censura O esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/02/1977<br />
A <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> Censura Tribuna da Imprensa 25/11/1989 Coluna Aberta<br />
Censura tem lei que se baseia no DIP Correio da Manhã 11/04/1968<br />
Passarinho que acabar com a Censura Correio da Manhã 08/08/1968<br />
Grupo <strong>de</strong> trabalho da Censura inicia ativida<strong>de</strong> forman<strong>do</strong> 5 comissões Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/03/1968<br />
Presi<strong>de</strong>nte recebe estu<strong>do</strong>s sobre a Censura mas sua reformulação não é pra já Jornal <strong>do</strong> Brasil 02/03/1968<br />
Censura & Palavrão O Jornal 28/01/1968<br />
Será o facismo da licenciosida<strong>de</strong>... Jornal <strong>do</strong> Commercio 26/03/1968<br />
O que é censurável no Brasil? Jornal <strong>do</strong> Brasil 11/01/1968 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 05<br />
Vice-Presi<strong>de</strong>nte da Câmara vê cultura pressionada por censura e interesse externo Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/03/1976<br />
O Presi<strong>de</strong>nte não adimitiu a censura Última Hora 11/08/1976 04<br />
Diretor da Censura vê intelectual como <strong>do</strong>ente que "<strong>de</strong>testa os médicos" Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/12/1976 Nacional pág. 15<br />
Embrafilme: Censura econômica preocupa o diretor C. Amorim Jornal <strong>de</strong> Santa Catarina 03/06/1979<br />
Censura por classificação vai vigorar já Tribuna da Imprensa 30/05/1979 1 e 2<br />
Censura con<strong>de</strong>nada Tribuna da Imprensa 30/05/1979 04<br />
A nova censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/04/1979 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Solução sobre a censura será dada por Figueire<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/04/1979 05<br />
Ma<strong>de</strong>ira assume censura e pe<strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> nome O Globo 12/04/1979 06<br />
Censura <strong>de</strong> Petrônio cria reações Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/04/1979 06<br />
O novo chefe da Censura, queren<strong>do</strong> uma censura fora da polícia O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/04/1979 02<br />
À beira <strong>do</strong> corte Revista Veja 11/04/1979 30 e 31<br />
E a Censura foi a o Festival Correio Braziliense 26/01/1979<br />
As vantagens comerciais e culturais <strong>do</strong> fim da censura Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 15/04/1979<br />
Ministro é contra a censura Jornal <strong>do</strong> Commercio 24/05/1979<br />
Ainda a censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 01/06/1979
Censura<br />
160<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Embrafilme se queixa da censura Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 31/05/1979<br />
Cinemas temem parada da censura Foha <strong>de</strong> São Paulo 31/05/1979<br />
Qüiprocó Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/12/1976<br />
Censura Anônima Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/10/1976<br />
Guilherme diz que censor vai <strong>de</strong>saparecer Última Hora 28/06/1979 04<br />
GUILHERME "Não <strong>de</strong>ve haver censura alguma à palavra escrita" Correio Braziliense 28/06/1979<br />
Para seu diretor, censura no País ainda é bastante liberal o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/12/1976<br />
Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> esclarece censura na semana <strong>do</strong>s calouros da UFSC Correio <strong>do</strong> Povo - Porto Alegre, RS 16/08/1976<br />
Censura aperta mão boba <strong>do</strong> cafajeste Gazeta <strong>de</strong> Notícias 26/04/1968<br />
Costa e Silva receberá 5ª-feira anteprojeto <strong>de</strong> reformulação da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/06/1968<br />
Descentralização não agrada chefe da censura Tribuna da Imprensa 14/07/1979<br />
O direito <strong>do</strong> censor Jornal <strong>do</strong> Commercio 20/04/1968 Gente e Notícia<br />
Censura não mudará até vir a nova lei diário <strong>de</strong> Notícias 18/10/1968<br />
Gama e Silva recebe hoje os princípios e projetos para a reforma da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 08/05/1968<br />
Coronel Florimar Campelo acusa<strong>do</strong> por Júlio Bressane <strong>de</strong> "canibalismo cultural" Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/03/1968<br />
Censura prévia <strong>de</strong> espetáculos não passa no plenário Correio da Manhã 28/09/1967<br />
CFC pe<strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> ministros para censura não mutilar mais obras <strong>de</strong> arte Jornal <strong>do</strong> Brasil 23/12/1967<br />
Benevolências da Censura Jornal <strong>do</strong>s Sports 26/09/1967<br />
Especialista alerta câmara sobre o projeto <strong>de</strong> censura Diário <strong>de</strong> São Paulo 03/11/1968<br />
Da Censura Crítica 9 a 15/06/1975 22<br />
Nei Braga recebe artistas para discutir censura Diário <strong>de</strong> Pernambuco 04/02/1975<br />
A política <strong>de</strong>scobre a censura Jornal da Tarce 22/05/1975<br />
Nei examina censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/01/1975<br />
Nei Braga <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> censura para a segurança nacional Última Hora 17/07/1970<br />
Regulamentação <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Censura Folha da tar<strong>de</strong> 16/06/1979<br />
Petrônio anuncia novas diretrizes da censura A Tribuna 26/04/1979<br />
Censura libera filmes e estabelece critérios Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 18/07/1979<br />
Cinemas ganham manda<strong>do</strong> contra censura estadual O Globo 16/07/1976<br />
Três filmes serão julga<strong>do</strong>s pelo CSC Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 25/08/1982
Censura<br />
161<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
"Pra frente, Brasil" reabre batalha na censura <strong>do</strong> país O Dia 25/08/1982<br />
Conselho se reúne para julgamentos Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/08/1982 Folha Iustrada pág. 40<br />
Diretora da Censura confessa <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> pareceres Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/08/1982 15<br />
"Prá Frente Brasil" sai <strong>de</strong> pauta até 83 e "Das tripas Coração" é libera<strong>do</strong> O Globo 28/08/1982 07<br />
Somem pareceres favoráveis à liberação <strong>de</strong> "Prá Frente Brasil" Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/08/1982 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 01<br />
Censura fecha direito à informação O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/08/1982 37<br />
"Pra Frente Brasil": julgamento só em janeiro O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/08/1982 21<br />
Censura: diretora retirou pareceres O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 28/08/1982 19<br />
Código <strong>de</strong> Censura, nova ameaça à criação O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 22/08/1982 35<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura vai receber íntegra <strong>do</strong>s pareceres O Globo 20/11/1982 14<br />
CENSURA Pra Frente, Brasil, e a retirada <strong>do</strong>s pareceres Jornal da Tar<strong>de</strong> 16/09/1982<br />
Solange vai explicar-se junto ao CSC Correio Braziliense 12/09/1982<br />
Dia marca<strong>do</strong> para as explicações <strong>de</strong> Dona Solange Jornal da Tar<strong>de</strong> 11/09/1982<br />
Diretora <strong>de</strong> Censura dará explicações ao Conselho O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/09/1982 15<br />
MFC repele convite para participar da censura e divulga nota pela CNBB Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/09/1982 06<br />
Latinoamérica Cine Boletim - Buenos Aires 06/1982 8-9<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura adia <strong>de</strong>cisões O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 17/09/1982<br />
Cinestas <strong>de</strong>nunciam volta da censura política no país Jornal <strong>de</strong> Brasília 17/09/1982<br />
Diretora da censura, isenta <strong>de</strong> culpa O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/09/1982 24<br />
Justificativas <strong>de</strong> Solange, na 5ª feira jornal <strong>de</strong> Brasília 11/09/1982 Roteiro<br />
A cabeça <strong>do</strong> censor Folha <strong>de</strong> São Paulo 01/09/1982 Mulher pág. 05<br />
A cada dia uma nova proibição Top News - Goiânia 25 a 31/07/1982<br />
A censura assusta A Tribuna - Santos 04/07/1982<br />
A censura, cada vez mais assusta<strong>do</strong>ra O Popular - Goiânia 04/07/1982<br />
A censura é obscena Revista Nova nº 106 07/1982 Opinião pág. 90<br />
A censura volta a atacar: <strong>do</strong>is filmes nacionais são proibi<strong>do</strong>s A Gazeta - Vitória 08/07/1982<br />
A crise <strong>do</strong> sistema que abalou a moral O Popular - Goiânia 18/04/1982<br />
A cruzada da moral em ação Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 27/02/1982<br />
A <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> teatro como forma <strong>de</strong> censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/07/1982 Folha Ilustrada pág. 60<br />
A Igreja ficará fora <strong>do</strong> grupo da censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/03/1982 18
Censura<br />
162<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A Igreja reitera sua rejeição em integrar a Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/03/1982 08<br />
A interdição <strong>do</strong> filme e da peça Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/04/1982 04<br />
A nova censura governamental Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/07/1984 Letras Jurídicas<br />
CENSURA a primeira reunião <strong>do</strong> Conselho, com a liberação <strong>de</strong> um filme Jornal da tar<strong>de</strong> 28/07/1982<br />
A socieda<strong>de</strong> civil se mobiliza contra a censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/08/1982 19<br />
A volta <strong>do</strong> tiroteio Revista Isto é 21/07/1982<br />
ABI critica <strong>de</strong>creto: é inconstitucional Tribuna da Imprensa 03/03/1983 06<br />
Abi-Ackel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> mudanças na censura Tribuna da Imprensa 29/06/1982 03<br />
Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> percurso Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/04/1982 Folha Ilustrada pág. 29<br />
Ackel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> mudança no CSC O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/06/1982 21<br />
Ackel discute censura com cineastas O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/08/1982 19<br />
Adia<strong>do</strong> o exame <strong>do</strong> filme "Pra Frente, Brasil" Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/07/1982 Folha Ilustrada pág. 29<br />
Adiaram julgamento <strong>de</strong> "Pra Frente, Brasil" O Dia 27/08/1982<br />
Agora, censor chefia censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 23/03/1985<br />
Agora, foram-se os <strong>de</strong><strong>do</strong>s Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/06/1982 11<br />
Altera<strong>do</strong> o Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> Goiaz - Goiânia 27/06/1982<br />
Ana Carolina e Jão Batista <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>: proibições e cortes voltam a preocupar cineastas Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/07/1982 Ca<strong>de</strong>rno B Pág. 07<br />
Anteprojeto <strong>de</strong> censura recebe críticas O Dia 29/07/1984<br />
Antes que seja tar<strong>de</strong> Revista Veja nº 723 14/07/1982 14 e 15<br />
Arbítrio e prepotência, a marca <strong>do</strong> Governo <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Jornal <strong>do</strong>s Sports 26/06/1982<br />
Artistas acionam tribunal Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/08/1982 Foha Ilustrada pág. 33<br />
Artistas vão à Justiça contra mudança no CSC O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/08/1982 26<br />
Artistas, intelectuais e políticos se unem para lutar contra a censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 15/07/1982 19<br />
As liberações <strong>do</strong> CSC, para canções e filmes O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 23/02/1984<br />
As mudanças na censura O Dia 08/07/1982<br />
Ato público contra a censura O Globo 20/07/1982 14<br />
Ato público repudiará a censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/07/1982 23<br />
Audálio teme escalada obscurantista Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/04/1982<br />
Carolina Diário Popular 20/07/1982 Basti<strong>do</strong>res<br />
Batista quer o seu filme na televisão Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/07/1984 Folha Ilustrada pág. 27
Censura<br />
163<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Boa noite, general: uma peça vetada Jornal <strong>de</strong> Brasília 13/04/1982 18<br />
Carolina fica na expectativa O Liberal - Belém 17/07/1982<br />
Censura A Gazeta 15/04/1982<br />
Censura adia liberação <strong>de</strong> Pra Frente Brasil Jornal <strong>de</strong> Brasília 28/07/1982<br />
CSC adia julgamento <strong>de</strong> Prá Frente Brasil Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 27/08/1982<br />
Censura: como ela <strong>de</strong>ve agir (se é que <strong>de</strong>ve agir)? Jornal da Tar<strong>de</strong> 29/07/1982<br />
Censura: Dahal no Conselho, falan<strong>do</strong> pelos cineastas Jornal da Tar<strong>de</strong> 10/07/1982<br />
Censura <strong>de</strong> ressaca Tribuna da Imprensa 19/04/1982 04<br />
Censura <strong>de</strong>cida amanhã sobre três filmes O Popular - Goiânia 25/08/1982 23<br />
Censura <strong>de</strong>ve ter papel mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>r, diz Men<strong>do</strong>nça Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/11/1982 58<br />
Censura e concorrência Jornal <strong>do</strong> Brasil 20/01/1982 Editorial pág. 10<br />
Censura e cultura Jornal da Tar<strong>de</strong> 13/07/1982<br />
Censura examina filmes <strong>de</strong> Farias e Carolina O Globo 20/07/1982 07<br />
Censura gera protestos <strong>de</strong> artistas Folha <strong>de</strong> São Paulo 2/07/1982 Folha Ilustrada pág. 45<br />
Censura impe<strong>de</strong> ida <strong>de</strong> longa-metragem ao Festival <strong>de</strong> Grama<strong>do</strong> Última Hora 23/02/1983<br />
Censura: Justiça divulga anteprojeto da nova lei O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/07/1984<br />
Censura não <strong>de</strong>verá sofrer alterações A Tribuna 19/02/1983<br />
Censura não libera "Pra Frente Brasil" Correio Braziliense 28/07/1982<br />
Censura não revela relator <strong>de</strong> "Pra Frente" Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/07/1982 Folha Ilustrada pág. 27<br />
Censura no Conselho Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/06/1982 02<br />
Censura passa a Ackel o chicote da censura Tribuna da Imprensa 03/03/1983 06<br />
Censura po<strong>de</strong>rá se tornar ainda mais rigorosa, admite dirigente Correio <strong>do</strong> Povo - Porto Alegre 20/07/1982<br />
Censura sai da Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> O Globo 28/02/1984 Swann<br />
Censura sofre crítica <strong>de</strong> 300 pessoas no <strong>Rio</strong> Última Hora 21/07/1982 08<br />
Censura vai <strong>de</strong>cidir sobre filmes Jornal <strong>de</strong> Santa Catarina - Blumenau 25/08/1982<br />
Censura vai exigir trabalho duro Folha <strong>de</strong> São Paulo 31/01/1982 56<br />
Censura vê filme premia<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 04/04/1982<br />
Censura: abertura se esfacelan<strong>do</strong> Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 29/08/1982<br />
A censura cada vez mais assusta<strong>do</strong>ra O Fluminense 06/07/1982<br />
CENSURA - Ana Carolina enfrentan<strong>do</strong> critérios que nem Brasília enten<strong>de</strong> Jornal da Tar<strong>de</strong> 15/07/1982
Censura<br />
164<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura: assunto para 'amadurecer' nas gavetas <strong>do</strong> Ministério da Justiça O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 17/02/1982<br />
Censura, ato inferior por natureza Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/06/1982 64<br />
Censura: cada vez mais assusta<strong>do</strong>ra Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 04/07/1982<br />
Censura confiável, enfim Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/06/1983 03<br />
Censura: em março comissão retoma estu<strong>do</strong> da consolidação Correio <strong>do</strong> Povo - Porto Alegre 19/02/1982<br />
Censura: fala o <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>, falam os cineastas Jornal da Tar<strong>de</strong> 30/06/1982 03 e 04<br />
CENSURA Mudança na lei: o Conselho <strong>de</strong>u suas sugestões. É a vez da Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong>. Jornal da Tar<strong>de</strong> 24/02/1984<br />
Censura, muitas emendas ao anteprojeto O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/07/1984<br />
Censura: o protesto <strong>do</strong>s cineastas Jornal da Tar<strong>de</strong> 13/04/1982<br />
Censura: os protestos contra a mudança Jornal da Tar<strong>de</strong> 26/06/1982<br />
Censura política e abertura Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/04/1982 Especial pág. 2<br />
Censuras Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/02/1983 10<br />
Charge Henfil 01 Revista Isto É nº291 21/07/1982 98<br />
Charge Henfil 02 Revista Isto É nº 278 21/04/1982 82<br />
Chefe da Censura continua no cargo O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São paulo 31/08/1982 22<br />
'Cristiane F', sem a <strong>de</strong>cisão O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/02/1983<br />
Cineasta consi<strong>de</strong>ra liberal o novo Conselho <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/07/1982 07<br />
Cineastas brasileiros querem dialogar com a Censura Correio Braziliense 12/08/1982<br />
Cineastas <strong>de</strong>batem rumos da Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/06/1982 Folha Ilustrada pág. 42<br />
Cineastas discordam <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões da Censura Diário da manhã - Goiânia 01/08/1982<br />
Cineastas e artistas vão a Brasília para protestar Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/01/1982 Folha Ilustrada pág. 54<br />
CNBB recusa ca<strong>de</strong>ira na Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/03/1982 05<br />
Coisas da Censura Jornal <strong>do</strong> Commercio - PE - Recife 30/06/1982<br />
Com ou sem censura, cineastas não <strong>de</strong>sistem <strong>de</strong> se inspirar nos fatos O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/02/1983 35<br />
Começam hoje estu<strong>do</strong>s sobre a lei <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/03/1985<br />
Comissão espera ter em 60 dias Lei <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/03/1985<br />
Comissão estuda nova censura Última Hora 05/02/1982 05<br />
Comissão reestudará a censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 05/02/1982 18<br />
Comissão se prepara para mudar censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/03/1982 19<br />
Conferência <strong>de</strong> Censura alerta contra sadismo Folha <strong>de</strong> São Paulo 08/04/1982 Folha Ilustrada pág. 31
Censura<br />
165<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Congresso con<strong>de</strong>na mistura <strong>de</strong> sexo e violência em filmes Notícias Populares 11/04/1982<br />
Conselheiro prevê censura mais conserva<strong>do</strong>ra Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/06/1982 05<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura com novos membros Última Hora 25/06/1982 05<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura é modifica<strong>do</strong> O Fluminense 25/06/1982<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura mais "rigoroso" O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/07/1982 19<br />
CENSURA Conselho julga recursos <strong>do</strong>s produtores <strong>de</strong> filmes Diário da Manhã - Goiânia 25/08/1982<br />
Conselho terá reunião para liberar filmes O Fluminense 15/07/1982<br />
Conserva<strong>do</strong>rismo Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/07/1982 27<br />
Criticadas as novas or<strong>de</strong>ns da censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/01/1982 Folha Ilustrada pág. 34<br />
Conselho Superior <strong>de</strong> Censura - Anúncio <strong>de</strong>sclassifica<strong>do</strong> Revista Veja nº 724 21/07/1982 14<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura muda para socieda<strong>de</strong> particular O Globo 20/06/1982 05<br />
CSC não <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ainda liberar "Pra Frente" Tribuna da Imprensa 15/07/1982 06<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura reformula<strong>do</strong> julga hoje "Pra Frente Brasil" O Globo 27/07/1982 05<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura tem nova composição A Crítica - Manaus 25/06/1982<br />
CSC vai julgar filmes "perigosos" para a PF Tribuna da Imprensa 25/08/1982 06<br />
CSC vai recru<strong>de</strong>scer em <strong>de</strong>fesa da moral Tribuna da Imprensa 20/07/1982 02<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura: reunião adiada O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/07/1982 21<br />
D. Ivo: Igreja não quer fazer parte da Censura Última Hora 25/03/1982 03<br />
Decreto <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong> reestrutura o CSC Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/06/1982 Folha Ilustrada pág. 49<br />
Decreto muda a estrutura <strong>do</strong> CSC O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/06/1982 19<br />
Depois da ressaca, a censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 07/07/1982 02<br />
"É a alforria <strong>do</strong> Conselho" Folha <strong>de</strong> São Paulo 30/05/1982 Folha Ilustrada pág. 66<br />
É proibi<strong>do</strong> proibir Pasquim nº 683 28/07/1982<br />
Em jogo, a abertura para o cinema O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/07/1982 17<br />
Encontro <strong>de</strong> Dramaturgia termina com protestos Correio Braziliense 13/04/1982 16<br />
Esclarecimento <strong>do</strong> CNMC Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/07/1982 A Palavra <strong>do</strong> Leitor pág. 03<br />
"Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio" Jornal <strong>de</strong> Brasília 23/01/1981<br />
Estréia adiada Revista Veja nº 730 01/09/1982 27<br />
Figueire<strong>do</strong> altera Conselho <strong>de</strong> Censura Correio Braziliense 25/06/1982<br />
Figueire<strong>do</strong> modifica Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/06/1982 03
Censura<br />
166<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Figueire<strong>do</strong> muda a composição <strong>do</strong> Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Zero Hora - Porto Alegre 25/06/1982<br />
Filmes censura<strong>do</strong>s ? 20/07/1988 Painel<br />
Filmes censura<strong>do</strong>s, na Assembléia Legislativa Diário Popular 22/07/1982<br />
Forma<strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> trabalho para unificar censura Jornal <strong>de</strong> Santa catarina 06/02/1982<br />
Forma<strong>do</strong> grupo que atualizará leis censórias O Popular - Goiânia 05/02/1982<br />
Governo faz corte no Conselho <strong>de</strong> Censura Tribuna da Imprensa 25/06/1982 02<br />
Governo muda Censura para julgar "Pra Frente Brasil" Jornal <strong>do</strong> Commercio 25/06/1982<br />
Governo vai rever a censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/02/1982 02<br />
Grupo <strong>de</strong> trabalho estuda consolidação da censura Correio Braziliense 05/02/1982<br />
Gustavo Dahl, a censura vista pela sociologia O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/08/1982 44<br />
Igreja não participa <strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> censura tribuna da Imprensa 25/03/1982 02<br />
Indica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is representantes ao Conselho Folha <strong>de</strong> São Paulo 07/07/1982 Folha Ilustrada pág. 31<br />
Inovações na área da censura Diário Comércio e Indústria - SP 19/02/1982<br />
Já não se fazem censores como antigamente... Última Hora 13/07/1982 TV/Crítica<br />
Jorge Ama<strong>do</strong> con<strong>de</strong>na alterações no Conselho Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/07/1982 Folha Ilustrada pág. 32<br />
Juiz manda apreen<strong>de</strong>r livro <strong>de</strong> Sônia Braga Tribuna da Imprensa 28/04/1982 02<br />
Folha Ilustrada / Painel da<br />
Julgamento em Brasília Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/08/1982<br />
Ilustrada<br />
Justiça <strong>de</strong>rrubou arbítrio <strong>do</strong> ministro sobre censura O Dia 29/05/1982<br />
Justiça examina nova legislação para censura jornal <strong>de</strong> Brasília 05/02/1982<br />
Justiça quer sugestões sobre lei da censura Gazeta Mercantil 19/07/1984<br />
Justiça vai criar nova legislação sobre censura A Tribuna 05/02/1982<br />
Lá vem besteira Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/07/1982 Folha Ilustrada pág. 49<br />
Leis sobre censura serão consolidadas Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 19/02/1982<br />
Mais censura Folha <strong>de</strong> Sçao Paulo 29/06/1982 02<br />
Brazil's Presi<strong>de</strong>nt edicts sexplicity is over<strong>do</strong>ne; Hits periodicals, Screen Variety - NY 07/04/1982 pág. 01 e 83<br />
MEC nomeia quatro novos conselheiros para o CFE O Globo 07/07/1982 08<br />
Medidas da Censura são recebidas com ironia Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/01/1982 Folha Ilustrada pág. 40<br />
Men<strong>do</strong>nça prevê impasse na reunião da Censura O Globo 22/01/1982 06<br />
Men<strong>do</strong>nça quer censura com mais rigor Jornal <strong>de</strong> Brasília 20/07/1982<br />
Ministério da Justiça vai rever leis sobre a censura O Globo 26/01/1982 04
Censura<br />
167<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Ministro da Justiça reformula lei da Censura Tribuna da Imprensa 05/02/1982 06<br />
Moral pornográfica Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/07/1982 Cartaz<br />
Mudança na Censura é golpe na cultura Última Hora 26/06/1982 05<br />
Não julgar para não vetar O Dia 03/08/1982<br />
Nova legislação da Censura já quase pronta em Brasília O Dia 19/02/1982<br />
Novo Conselho <strong>de</strong> Censura faz primeira reunião que consi<strong>de</strong>ra "prova <strong>de</strong> fogo" Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/07/1982 06<br />
O Emendão e a Emendinha Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/06/1982<br />
O fiel da balança Diário <strong>do</strong> Paraná 16/04/1982<br />
O homem que foi proibi<strong>do</strong> na TV O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/07/1982 19<br />
CENSURA O novo diretor já foi escolhi<strong>do</strong>. E promete várias mudanças. Jornal da Tar<strong>de</strong> 20/03/1985<br />
O próprio CSC reverá censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/01/1982 Folha Ilustrada pág. 34<br />
'O Rei da Vela' po<strong>de</strong> ser libera<strong>do</strong> amanhã Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1982 38<br />
O tigre <strong>de</strong> papel Revista Isto É 01/09/1982 63<br />
Ofício prova que Censura quer impor novas normas O Globo 24/01/1982 05<br />
CENSURA Os artistas pe<strong>de</strong>m mudanças no Conselho Superior Jornal da Tar<strong>de</strong> 25/01/1982<br />
Os critérios da censura Diário Popular 08/07/1982<br />
Os novos nomes <strong>do</strong> Conselho Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/07/1982<br />
Os produtores <strong>de</strong> cinema <strong>de</strong>batem com os censores Correio <strong>do</strong> Povo 13/08/1982<br />
Os produtores perguntam: 'A quem favorece modificações no CSC?' O Esta <strong>do</strong> São Paulo 23/07/1982 18<br />
Sob protestos <strong>do</strong>s profissionais da classe O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/07/1982 17<br />
Outra vitória <strong>do</strong> obscurantismo Diário da Manhã - Goiânia 02/07/1982<br />
Para Eucli<strong>de</strong>s, Conselho será conserva<strong>do</strong>r Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/06/1982 38<br />
Peça mineira recebe veto da Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/07/1982 Folha Ilustrada pág. 27<br />
Plano <strong>de</strong> mudanças para Censura recebe críticas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 06/02/1982 18<br />
Produtores censuram seus próprios filmes Folha da Tar<strong>de</strong> 24/04/1982<br />
'Pra Frente Brasil' po<strong>de</strong> ser exibi<strong>do</strong> no próximo ano O Globo 26/08/1982 06<br />
"Pra Frente Brasil" só será julga<strong>do</strong> após as eleições Jornal <strong>de</strong> Brasília 27/08/1982<br />
Pra Frente, Brasil só <strong>de</strong>pois da eleição Última Hora 27/08/1982 08<br />
Pre Frente Brasil: a or<strong>de</strong>m é esperar os ares <strong>de</strong> 1983 Jornal da tar<strong>de</strong> 27/08/1982<br />
Presi<strong>de</strong>nte amplia e reestrutura Conselho Superior <strong>de</strong> Censura O Globo 26/06/982 04
Censura<br />
168<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Presi<strong>de</strong>nte odifica composição <strong>do</strong> CSC Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 26/06/1982<br />
Pressões da Censura. E os artistas reagem. O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 02/07/1982<br />
Primeira reunião adia <strong>de</strong>cisões mais importantes Zero Hora - Porto Alegre 28/07/1982<br />
Projetos <strong>de</strong> Censura em discussão Folha <strong>de</strong> São Paulo 30/03/1982 Folha Ilustrada pág. 33<br />
Quem são os novos juízes <strong>do</strong> Conselho O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/07/1982 17<br />
Reações à mudança no Conselho <strong>de</strong> Censura, entre a crítica e a apatia O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/06/1982 17<br />
Reestrutura<strong>do</strong> o Conselho Superior da Censura Folha da Tar<strong>de</strong> 25/06/1982<br />
Reestrutura<strong>do</strong>, o Conselho <strong>de</strong> Censura reúne-se no dia 16 O Globo 10/07/1982<br />
Reúne-se hoje o novo Conselho <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/07/1982 Folha Ilustrada pág. 29<br />
Sal<strong>do</strong> da reunião <strong>do</strong> CSC: expectativa otimista para outros filmes censura<strong>do</strong>s O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/07/1982 22<br />
NOTA 05 Gazeta <strong>de</strong> Vitória 17/07/1982<br />
NOTA 06 Jornal <strong>do</strong> Brasil 04/07/1982<br />
Sem unanimida<strong>de</strong>, Censura julga 'Pra Frente Brasil' Folha <strong>de</strong> São paulo 14/06/1982 Folha Ilustrada pág. 29<br />
Será no dia 26 a nova reunião <strong>do</strong> Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Diário Popular 29/07/1982<br />
Seres <strong>de</strong> segunda classe O Dia 18/07/1982 Cinema<br />
Apelo <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong> <strong>de</strong> Simone <strong>de</strong> Carvalho ao presi<strong>de</strong>nte Figueire<strong>do</strong> Diário Popular 03/03/1983<br />
Sinal <strong>de</strong> atraso Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/06/1982 10<br />
Somente no final <strong>do</strong> mês a nova censura se reúne Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/07/1982 35<br />
Sônia Braga: fotos apreendidas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 28/04/1982 22<br />
Subprocura<strong>do</strong>r vai integrar novo Conselho <strong>de</strong> Censura O Globo 07/07/1982 05<br />
Teatro critica a nova Censura Última Hora 30/06/1982 05<br />
Tesoura em ação Revista Veja nº 723 14/07/1982 25<br />
Três filmes no in<strong>de</strong>x da Censura Correio Braziliense 20/07/1982<br />
TRF X Censura: "A alforria <strong>do</strong> Conselho" Correio Braziliense 29/05/1982<br />
Um absur<strong>do</strong> O Globo 21/02/1983<br />
Um <strong>de</strong>creto que po<strong>de</strong> ter conseqüências <strong>de</strong>sastrosas Jornal da Tar<strong>de</strong> 29/06/1982 12<br />
Um espécime típico da época vitoriana Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/07/1982 Folha Ilustrada pág. 36<br />
Uma reunião <strong>de</strong>mocrática, para se falar da censura Diário Popular 25/07/1982<br />
Volta da Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/07/1982 Informe JB pág.06<br />
Ackel não explica a <strong>de</strong>volução <strong>do</strong> projeto Tribuna da Imprensa 21/03/1980 02
Censura<br />
169<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
"Emanuelle" e os perigos <strong>de</strong> Brasília Jornal <strong>do</strong> Commercio 12/03/1980<br />
Pelé acusa a Censura por seus 'absur<strong>do</strong>s' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/03/1980 19<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura será 'menos liberal' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/03/1980<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura po<strong>de</strong> ser reformula<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 25/03/1980 03<br />
Regulamento da Censura volta ao CSC Última Hora 21/03/1980 03<br />
Juiz regula sessões para menores Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/09/1980<br />
Filho <strong>de</strong> Abi-Ackel ver o filme veta<strong>do</strong> foi 'peraltice' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/08/1980<br />
A nova resolução <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/09/1980 33<br />
A Justiça é para to<strong>do</strong>s? Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/10/1980 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 01<br />
A farsa da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/09/1980 11<br />
Filho <strong>de</strong> Abi-Ackel na sessão <strong>do</strong> filme veta<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 16/08/1980 18<br />
Filme proibi<strong>do</strong> é visto pelo filho <strong>de</strong> Abi-Ackel O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 16/08/1980 18<br />
Chefe da Censura pe<strong>de</strong> 'liberalização' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/06/1980 26<br />
Censura Tribuna da Imprensa 13/06/1980<br />
O fim da censura e o início das diversões públicas? O Globo 01/06/1980 02<br />
Censura vê 25 filmes Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 13/10/1980 08<br />
Juiza<strong>do</strong> controlará ida <strong>de</strong> menores a área <strong>de</strong> patinação O Globo 24/09/1980 13<br />
Censura continua in<strong>de</strong>cisa sobre 'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 05/10/1980 17<br />
Regulamento da Censura já está com Figueire<strong>do</strong> O Globo 18/03/1980 05<br />
Retrocesso da lei <strong>de</strong> censura, sem explicação O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/03/1980 21<br />
Regulamentação da Lei <strong>de</strong> Censura é vista Correio <strong>do</strong> Povo 21/03/1980 08<br />
Ackel não explica <strong>de</strong>volução <strong>do</strong> projeto Tribuna da Imprensa 21/03/1980 02<br />
Ackel <strong>de</strong>volve o projeto <strong>de</strong> lei sobre a censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/03/1980 06<br />
Tradução <strong>de</strong> título <strong>de</strong> filme <strong>de</strong>ve ser fiel ao original Correio Braziliense 28/03/1980<br />
Cravo Albin <strong>de</strong>nuncia neurose da censura Tribuna da Imprensa 28/03/1980 02<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura po<strong>de</strong> ser reformula<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 25/03/1980 03<br />
O CSC apresenta sugestões O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/03/1980<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura examina mais 12 filmes Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 13/11/1980<br />
Sobre a Censura Diário Popular 06/09/1980<br />
Bravo, senhor juiz! Jornal <strong>do</strong> Commercio 11/11/1980
Censura<br />
170<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura, '<strong>de</strong>ntro das instituições <strong>de</strong>mocráticas' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/06/1980<br />
Censura: menos contestações O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/06/1980<br />
A censura e o fim das sessões privadas Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/02/1980<br />
Última sessão <strong>de</strong> censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/02/1980<br />
Conselheiros <strong>do</strong> CSC querem po<strong>de</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> reduzi<strong>do</strong> na censura a filmes e obras Jornal <strong>do</strong> Brasil 20/07/1980<br />
Embrafilme vê 'Z' como pró-regime Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/01/1980<br />
NOTA 07 Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/09/1980<br />
Censura examina limite etário O Globo 13/11/1980 06<br />
Censura julga 12 filmes Última Hora 13/11/1980 03<br />
Censura adia a <strong>de</strong>cisão sobre 'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 05/12/1980 02<br />
'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' proibi<strong>do</strong> volta a <strong>de</strong>bate na censura O Dia 04/10/1980<br />
Censura O Dia 13/11/1980<br />
Censura mineira corta Dona Beja vinte vezes Tribuna da Imprensa 09/10/1980<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura olha 25 produções Diário <strong>de</strong> Natal 23/10/1980<br />
Alteração no Conselho <strong>de</strong> Censura O Povo - Fortaleza 21/09/1980<br />
As metas <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Censura. Em 81, a vez <strong>do</strong> cinema político Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/12/1980 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Abi Ackel mantém a liberação <strong>de</strong> filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/02/1980<br />
Deputa<strong>do</strong> quer censura por critério <strong>de</strong> faixa etária Folha<strong>de</strong> São Paulo 24/10/1980 Folha Ilustrada pág. 31<br />
Abolição da censura à arte irá a plenário O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/10/1980 19<br />
Censura vai consultar as leis européias O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/05/1980 16<br />
Lí<strong>de</strong>r e Ministro <strong>de</strong>batem projeto Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/05/1980<br />
CSC <strong>de</strong>baterá legislação <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/02/1980<br />
Conselho aprova fim da censura política e mantém a <strong>do</strong>s costumes Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/03/1980 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 05<br />
Artistas falam com a própria censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/05/1980 Folha Ilustrada pág. 29<br />
A Censura (no Brasil inclusive) é tema <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate em Nova Iorque Jornal <strong>do</strong> Brasil 11/02/1980 Cadreno B pág. 05<br />
O cinema proibi<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/08/1978 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 08<br />
Censura, alterações só após a reunião <strong>do</strong> CSC Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/02/1980<br />
Censura só muda após amplo <strong>de</strong>bate Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/02/1980 09<br />
Sena<strong>do</strong>r vai propor alteração no atual Conselho <strong>de</strong> Censura Jornal da Bahia 21/09/1980<br />
Conselho examina liberação <strong>de</strong> 25 filmes brasileiros A Gazeta - ES 23/10/1980
Censura<br />
171<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura A Gazeta - ES 10/09/1980<br />
Nossos filmes não-pornográficos po<strong>de</strong>m ganhar crivo <strong>de</strong> especiais O Dia 05/11/1980<br />
Entram em choque os hábitos <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s centros Diário Popular 09/11/1980<br />
Censura discute <strong>de</strong>pravação Última Hora 09/10/1980 08<br />
Censura estuda liberação <strong>de</strong> <strong>do</strong>ze filmes Jornal <strong>do</strong> Commercio 13/11/1980<br />
A Censura discute: o que é especial? Jornal da Tar<strong>de</strong> 13/11/1980<br />
70 anos <strong>de</strong> censura Revista Diagnose nº 1 01/02/1980 Cinema pág. 29<br />
'Emanuelle' libera<strong>do</strong>, mas com corte O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 09/04/1980 22<br />
Ministro não quer censura muito rígida Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 25/01/1980<br />
'Emanuelle' Jornal <strong>do</strong> Brasil 11/04/1980 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 05<br />
Cinema <strong>de</strong> exceção Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/08/1980<br />
Filme nacional po<strong>de</strong> ser 'especial' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 05/11/1980 16<br />
Sena<strong>do</strong>r con<strong>de</strong>na exploração <strong>do</strong> sexo Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/08/1980 09<br />
Brossard usa filme proibi<strong>do</strong> para criticar governo O Globo 07/08/1980 04<br />
Abi Ackel revê sua posição sobre a censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/07/1980<br />
Filme proibi<strong>do</strong> passa só para amigos <strong>do</strong> filho <strong>do</strong> ministro Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/08/1980 09<br />
Garcia explica episódio sobre o filho <strong>de</strong> Ibrahim Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 19/08/1980<br />
Abaixo a tesoura Revista Isto É nº 417 19/12/1984 Editorial pág. 17<br />
A <strong>do</strong>na da Censura Revista Isto É nº 417 19/12/1984 Brasil pág. 18<br />
Sexo Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 18/11/1980<br />
Regulamento da censura volta ao CSC Última Hora 21/03/1980 03<br />
Porno-shops, uma possiblida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>bate no Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Censura Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 28/09/1980 15<br />
CSC <strong>de</strong>baterá legislação <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/02/1980<br />
Legislação sobre censura será regulamentada em breve O Globo 25/01/1980 06<br />
Censura <strong>de</strong>bate o selo classificatório O Globo 08/07/1980<br />
CSC aprova normas para títulos <strong>de</strong> fitas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/03/1980<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura critica Carlos Melo Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/10/1980 Folha Ilustrada pág. 31<br />
Chacrinha faz queixas no Conselho <strong>de</strong> Censura O Globo 11/07/1980<br />
Censura vai consultar as leis européias O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/05/1980 16<br />
Em exame regulamentação da legislação <strong>de</strong> censura Correio <strong>do</strong> Povo 29/02/1980 09
Censura<br />
172<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Cinema especial para menores Correio Braziliense 16/08/1980 07<br />
'Emanuelle', triste tolice Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/05/1980<br />
Abi-Ackel manda acabar cm os 'cineminhas privês', em Brasília Folha da Tar<strong>de</strong> 25/08/1981<br />
Concine acha que 'Império <strong>do</strong>s Senti<strong>do</strong>s' abre nova fase da história da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/10/1980<br />
CENSURA Celso Amorin vê progresso cultural quan<strong>do</strong> não há censura Correio Braziliense 31/04/1979<br />
Libera<strong>do</strong> 'O Império <strong>do</strong>s Senti<strong>do</strong>s' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/09/1980 17<br />
Liberação <strong>de</strong> 'O Império', 'um marco na abertura' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 13/09/1980 16<br />
Censura fixa critério moral mais rigoroso para filmes exibi<strong>do</strong>s na TV Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/10/1980<br />
Veja as fotos acima. São apenas três <strong>do</strong> filmes que agora você po<strong>de</strong>rá ver na TV. Jornal da Tar<strong>de</strong> 24/10/1980<br />
Filmes nacionais libera<strong>do</strong>s para a TV Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/10/1980<br />
Censura libera 26 filmes para apresentação em TV O Globo 24/10/1980<br />
O cinema e os menores O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/12/1972<br />
CSC realiza 1ª sessão secreta Correio Braziliense 18/11/1982 04<br />
Regulamentação da Lei <strong>de</strong> Censura será revista Correio <strong>do</strong> Povo 21/03/1980 08<br />
Ministro preten<strong>de</strong> mudar o Conselho <strong>de</strong> Censura O Globo 03/04/1980 07<br />
Sessão privada com filmes não libera<strong>do</strong>s é proibida O Globo 25/08/1981 05<br />
Censura, abertura e 'liberalismo' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/11/1981 16<br />
Jece Valadão <strong>de</strong>nuncia 'plano' da Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/06/1981 29<br />
CENSURA Agora, mais rigor para filmes e espetáculos que falem <strong>de</strong> tóxicos Jornal da Tar<strong>de</strong> 13/03/1981<br />
Censura <strong>de</strong>ixa sexo mais livre Última Hora 11/05/1981 19<br />
Luz vermelha O Globo 02/05/1981 81<br />
NOTA O Globo 23/04/1969<br />
Imperial versus Censura Correio Braziliense 10/10/1981 02<br />
Crise ameaça o Conselho <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 06/11/1981 Folha Ilustrada pág. 33<br />
Censura po<strong>de</strong> rever vetos ministeriais Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/11/1981 Folha Ilustrada ppág. 34<br />
Curiosida<strong>de</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/09/1981 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 03<br />
Inquietações <strong>de</strong> um Conselho <strong>de</strong> Censura Correio Braziliense 19/09/1981 26<br />
Censura O Globo 22/09/1981 Informe JB pág. 06<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura, a rota <strong>de</strong> colisão <strong>do</strong>s conselheiros Jornal <strong>do</strong> Brasil 15/12/1981 09<br />
Só em março Censura <strong>de</strong>ve instalar-se no Ministério Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/11/1981 33
Censura<br />
173<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura ainda em <strong>de</strong>bate sobre critérios O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 06/11/1981 19<br />
Diretora <strong>de</strong> Censura ssume em cerimônia reservada O Globo 27/11/1981 06<br />
Artistas vão para a arua protestar contra a censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 03/07/1981 Folha Ilustrada pág. 38<br />
Governo quer mudar a lei <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/03/1981 26<br />
O filme <strong>de</strong> Gavras: última palavra é <strong>de</strong> Ackel Jornal da Tar<strong>de</strong> 16/01/1981<br />
Cinema sem censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/02/1981 18<br />
Censura po<strong>de</strong> acabar em peças proibidas a menor O Globo 15/05/1981 06<br />
Censora pe<strong>de</strong> fim da censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 15/05/1981 23<br />
CNT diz que classe teatral quer manutenção da censura O Globo 02/06/1981 04<br />
Ackel não vai alterar a Censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 23/05/1981 19<br />
Ma<strong>de</strong>ira alega motivos pessoais e <strong>de</strong>ixa a Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/11/1981<br />
Censura passará a ser subordinada diretamente ao Ministro da Justiça O Globo 31/10/1981 05<br />
Artistas tomam lugar da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/03/1981 18<br />
Censura quer normas para apreciar obras sobre drogas O Globo 13/03/1981 05<br />
Censura terá norma só para os entorpecentes Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 13/03/1981 02<br />
Premiação isenta filme <strong>de</strong> censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/01/1981 09<br />
Na censura O Globo 17/01/1981 08<br />
Socióloga propõe o fim da censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/05/1981 38<br />
Ibrahim faz mudanças na Divisão <strong>de</strong> Censura Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 31/10/1981 02<br />
Abi-Ackel pe<strong>de</strong> à Censura que seja mais rigorosa Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/05/1981 08<br />
Censora adimite o fim da 'censura policialesca' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 13/02/1984<br />
Comissão inicia estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> nova lei <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 02/02/1984<br />
NOTA Jornal da Tar<strong>de</strong> 12/07/1982<br />
Debate: A censura está voltan<strong>do</strong>? Revista O Engenho e Arte nº 10 03/11/1980<br />
Ackel <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> os corte <strong>de</strong> 'O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' Diário <strong>do</strong> Paraná 16/01/1981<br />
Anistia não atingiu as artes, diz Cravo Albin Tribuna da Imprensa 23/01/1981 10<br />
Cravo Albin alerta sobre ação política da censura Última Hora 28/01/1981 04<br />
Censura estuda liberações Última Hora 12/02/1981 07<br />
Censura enfrenta em 81 filmes políticos Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 07/01/1981<br />
Censura vê hoje o 'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 15/01/1981 06
Censura<br />
174<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Petrônio preten<strong>de</strong> abrandar censura em salas <strong>de</strong> arte Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/03/1981<br />
Cravo Albin vê censura política se acentuan<strong>do</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 23/01/1981<br />
Censura econômica inibe produção cinematográfica O Povo 20/09/1981<br />
Pornografia em anúncio terá multas O Dia 27/06/1986<br />
Guerra aberta aos cartazes <strong>do</strong>s filmes pornográficos Jornal da Manhã 03/04/1985<br />
Cartazes pornográficos dão multa a exibi<strong>do</strong>res O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 09/07/1985<br />
Censura critica prefeito por fazer censura O Globo 16/05/1985<br />
IV Tribuna da Imprensa 26/08/1984<br />
Festival O Globo 26/08/1984<br />
Boca <strong>do</strong> Lixo é contra banana split Jornal <strong>de</strong> Brasília 22/03/1984<br />
Gaúchos recusam pornôs que ludibriam a Censura Jornal <strong>do</strong>s Sports 04/03/1984<br />
Ainda se paga um alto preço Jornal <strong>do</strong> Brasil 15/01/1985<br />
Censura proíbe, Judiciário libera Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/12/1985<br />
D. Mauro Morelli aceita liberação <strong>de</strong> 'Je Vous Salue' Folha <strong>de</strong> São Paulo 09/12/1985<br />
'Je Vous Salue, Marie' Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/12/1985 Cartas<br />
A mér<strong>de</strong>, Monsieur Pasquim nº 856 05 a 11/12/1985<br />
Distribui<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> liberar Godard <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> Natal Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/12/1985<br />
Legislação precisa mudar Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/12/1985<br />
Temor infunda<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 09/12/1985 Opinião<br />
'Ave Maria' só passa por censura no próximo ano Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/12/1985<br />
O evangelho segun<strong>do</strong> Jean-Luc ? Nº 1756 14/12/1985<br />
Censura só veta 'Marie' com or<strong>de</strong>ns Correio Braziliense 03/12/1985<br />
Censura não se <strong>de</strong>fine sobte Godard Jornal <strong>de</strong> Brasília 03/12/1985<br />
Coriolano diz que Censura libera o filme <strong>de</strong> Godard O Globo 03/12/1985<br />
D. Paulo diz que o filme <strong>de</strong> Godard não merece ser visto Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/12/1985<br />
Volta triunfal da censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/12/1985<br />
À sombra <strong>de</strong> Maria Revista Veja nº980 04/12/1985 140<br />
Ziral<strong>do</strong> diz que Censura não segue sugestões da Comissão Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/12/1985<br />
Livre Pensar Jornal <strong>de</strong> Brasília 14/07/1985<br />
Censura, a<strong>de</strong>us Correio Braziliense 13/07/1985
Censura<br />
175<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura po<strong>de</strong> liberar tu<strong>do</strong> que proibiu em vinte anos Folha <strong>de</strong> São Paulo 30/03/1985<br />
Para inglês não ver Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/06/1985 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Censura libera filmes para TV O Povo 17/06/1988 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 5<br />
A Censura muda <strong>de</strong> mãos Última Hora 21/06/1988 13<br />
Censura passa para o Ministério da Justiça O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/06/1988 20<br />
Censura acabou, ameaça continua Correio Braziliense 04/11/1988 APARTE Pág. 24<br />
A Última Tentação vai estrear dia 17 Jornal <strong>de</strong> Brasília 08/11/1988 C<strong>de</strong>rno 2 pág. 8<br />
Ameaça tira 'A Tentação' <strong>do</strong> Fest<strong>Rio</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 10/11/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 1<br />
Jânio ameaça o filme <strong>de</strong> Scorcese Jornal da Tar<strong>de</strong> 17/11/1988 14<br />
Novos olhos da Censura O Globo 05/11/1988 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno Pág. 1<br />
Acabou a censura. E daí? Jornal da Tar<strong>de</strong> 19/08/1988 22<br />
Vem aí a nova TV sem censura O Globo 20/09/1988 Segn<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 2<br />
Censura suspen<strong>de</strong> exame <strong>de</strong> filmes O Globo 07/10/1988 6<br />
Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/10/1988 Ca<strong>de</strong>rno B, Cartas pág. 2<br />
Filme <strong>de</strong> Scorcese livre <strong>de</strong> censura com a nova Carta Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná 15/09/1988 6<br />
Só não censura quem não quer O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 09/06/1987 2<br />
PF tira <strong>de</strong> cartaz os filmes pornográficos A Tar<strong>de</strong> 29/11/1987<br />
Censura aprova o diabo, mas sem o corpo Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/08/1987 Folha Ilustrada pág. 33<br />
A censura e o censurável Jornal <strong>de</strong> Brasília 18/12/1987 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 1<br />
A qualquer hora, a tesoura corta Tribuna da Imprensa 19/10/1987 Tribuna Bis<br />
Abert pe<strong>de</strong> autocensura às emissoras Folha <strong>de</strong> São Paulo 07/10/1987 Folha Ilustrada Pág. 29<br />
Quem tem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> ir ao cinema? A Tar<strong>de</strong> 09/04/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2<br />
Quan<strong>do</strong> a tesoura é cega Jornal <strong>de</strong> Brasília 19/07/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
Ministro envia a Sarney o projeto que regula a Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 02/03/1989 6<br />
CNBB estuda o projeto <strong>de</strong> censura O Globo 24/02/1989 6<br />
Genoíno vê censura como uma aberração Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 23/02/1989 4<br />
Protestos contra a ressurreição <strong>do</strong> velho fantasma Jornal da Tar<strong>de</strong> 23/02/1989 20<br />
Governo vetará filme <strong>de</strong> Godara com lei <strong>de</strong> 68 O Globo 28/01/1986 5<br />
Quem são e o que pensam os censores Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/06/1986 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
TRF confirma veto a fime <strong>de</strong> Godard O Globo 25/06/1986 5
Censura<br />
176<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Quem tem me<strong>do</strong> da censura? Última Hora 08/10/1986 4<br />
O encontro <strong>do</strong>s cineastas com Brossard Jornal da tar<strong>de</strong> 26/06/1986 17<br />
Cineastas querem extinção <strong>de</strong> censura em filme <strong>de</strong> TV Tribuna da Imprensa 26/06/1986 Política Nacional pág. 5<br />
Censura divulga listagem <strong>de</strong> filmes que Cura<strong>do</strong>ria que ver Folha <strong>de</strong> São Paulo 15/02/1986 Folha Ilustrada pág. 52<br />
Fez-se a sua vonta<strong>de</strong> Revista Isto É nº 477 12/02/1986 18<br />
Brossard X Stallone Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/08/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 1<br />
Veto <strong>de</strong> 'Ave Maria' partiu <strong>de</strong> Sarney Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/02/1986 Folha Ilustrada pág. 28<br />
Minas ganha Maria. Mas não leva O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/09/1986 Ca<strong>de</strong>rno 2 Pág. 3<br />
Caso Godard, sob o rigor da Justiça O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/02/1986 19<br />
'Mary' draws steam as press. Nixes Releases Variety 12/03/1986 Latin-American Films<br />
Cultura exige fim da espada e da mordaça Correio Braziliense 22/09/1985<br />
Censura ou educação: forma <strong>de</strong> diálogo? O Popular 31/08/1986<br />
Em cartaz, um novo crítico Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/02/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 4<br />
O Cobra segun<strong>do</strong> Brossard Jornal da Tar<strong>de</strong> 27/08/1986 14<br />
Juiz quer liberar 'Ave Maria' Folha <strong>de</strong> São Paulo 30/08/1986 Folha Ilustrada pág. 78<br />
Juiz libera 'Cobra' sem cortar cenas Folha <strong>de</strong> São Paulo 06/09/1986 Folha Ilustrada pág. 42<br />
Cobra Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/09/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pá. 2 - Cartas<br />
Alvo conserva<strong>do</strong>r O Globo 27/05/1986 8<br />
Censura volta a proibir filmes e peças <strong>de</strong> teatro O Dia 09/09/1984<br />
O recru<strong>de</strong>scimento da censura Correio Braziliense 14/10/1984 Pág. 24<br />
Censura proibe filme que ganhou Margarida <strong>de</strong> Prata Última Hora 16/05/1984<br />
Censura volta a proibir filmes e peças <strong>de</strong> teatro O Dia 09/09/1984<br />
Abi-Ackel cancela reunião da Censura na hora <strong>de</strong> começar Jornal <strong>do</strong> Brasil 06/09/1984<br />
'Evangelho' sobre Teotônio é libera<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/10/1984<br />
Contra a censura Jornal da Bahia 12/09/1984<br />
Sopa grossa <strong>do</strong> filme pornô Diário Popular 26/02/1984<br />
Transa com a censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/05/1985<br />
Vitória Nacional Jornal <strong>de</strong> Brasília 11/10/1984 Painel Walter Gomes<br />
Filmes libera<strong>do</strong>s para TV estão geran<strong>do</strong> polêmica O Esta<strong>do</strong> 28/09/1984<br />
Censura é elogiada por ter libera<strong>do</strong> filmes nacionais O Globo 28/09/1984
Censura<br />
177<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura julga filmes <strong>de</strong> Wladimir <strong>de</strong> Carvalho Última Hora 25/10/1984<br />
CSC se reúne para julgar filmes políticos O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/10/1984<br />
A censura volta a se assanhar Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/02/1984<br />
Nasce Uma Mulher, só para maiores Correio Braziliense 25/03/1984<br />
Manti<strong>do</strong>s os cortes em <strong>Rio</strong> Babilônia Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 25/03/1983<br />
Censura não libera filme <strong>de</strong> Neville Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/03/1983 Folha Ilustrada pág. 31<br />
'<strong>Rio</strong> Babilônia' aguarda julgamento <strong>do</strong> CSC Correio Braziliense 23/03/1983<br />
'<strong>Rio</strong> Babilônia' ainda não po<strong>de</strong> ser exibi<strong>do</strong> sem cortes Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/03/1983 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 1<br />
As <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong> CSC sobre 'Parahyba', 'O Rei da Vela' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/08/1983<br />
Muito barulho por nada O Dia 06/10/1982 Cinema<br />
Censura em Cinema Tribuna da Imprensa 21.22/06/1980 Em Foco<br />
Censura quer regular importação <strong>de</strong> filmes para vi<strong>de</strong>ocassete Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/02/1983 6<br />
Brasil estuda censura a cassetes e cabo-TV Jornal <strong>do</strong> Commercio 11/04/1982 6<br />
Censura preocupada com TV a cabo e vi<strong>de</strong>o-cassete O Globo 10/04/1982 5<br />
Censura já <strong>de</strong> olho em ví<strong>de</strong>o-cassete e TV a cabo Correio Braziliense 11/04/1982 Nacional pág. 4<br />
Ví<strong>de</strong>o-cassetes já preocupam censores Jornal <strong>de</strong> Brasília 09/04/1982 5<br />
Cassetes ainda sem censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/04/1982 22<br />
Abaixo o moralismo Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/10/1989 Revista Domingo<br />
O anteprojeto da nova lei <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/07/1984<br />
Censor conserva<strong>do</strong>r <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> filme que fala mal <strong>do</strong> governo Jornal <strong>do</strong> Brasil 06/05/1984<br />
Comissão para lei <strong>de</strong> censura <strong>de</strong>signada ontem O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/01/1984<br />
Ackel muda tu<strong>do</strong> na censura e vai taxar pornografia Correio Braziliense 24/01/1984<br />
Produtores abrem guerra contra censura e Ackel Correio Braziliense 21/01/1984<br />
Solange vê com simpatia modificações na Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 03/02/1984<br />
A nova velha censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/08/1984<br />
Conselho Superior veta nova lei <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/08/1984<br />
Censura: anteprojeto 'veta<strong>do</strong>' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 02/08/1984<br />
Conselho tenta amenizar a censura Correio Braziliense 13/06/1984<br />
Com tesouras novas e as lâminas afiadas Correio Braziliense 08/09/1984<br />
Censura <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser caso <strong>de</strong> polícia Correio Braziliense 05/02/1984
Censura<br />
178<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A Censura <strong>de</strong> volta Jornal <strong>do</strong> Brasil 11/09/1984 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Discutin<strong>do</strong> a lei Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/08/1984 São Paulo<br />
Lei <strong>de</strong> Censura, porpostas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/08/1984<br />
Censura, muitas emendas ao anteprojeto O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/07/1984<br />
Juristas atualizarão Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/01/1984<br />
Sai em 90 dias a nova legislação sobre a Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/01/1984<br />
Censura: os juristas consultarão socieda<strong>de</strong> Folha da Tar<strong>de</strong> 24/02/1984<br />
Censura agora vai à 'crítica popular' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 04/07/1984<br />
Nova Censura só na terça-feira Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/07/1984<br />
Nova lei vai <strong>de</strong>scentralizar a Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/07/1984<br />
Mudança na Censura tem texto pronto O Globo 03/07/1984<br />
Cinema examina em Assembléia Lei da Censura Gazeta Mercantil 14/07/1984<br />
Censura sairá da Polícia para Gabinete <strong>do</strong> Ministro O Globo 08/04/1984<br />
Continua difícil a mudança da lei <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 08/04/1984<br />
Mais rigor para nova lei <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>de</strong> Brasília 04/07/1984<br />
Censura através <strong>do</strong>s tempos O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/08/1984<br />
A Censura avisa que não morreu Correio Braziliense 02/06/1984<br />
Censura prévia é inadmissível Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/10/1984<br />
CSC libera, na íntegra, filme sobre Teotônio O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/10/1984<br />
CSC não será modifica<strong>do</strong>. É <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> STF O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/03/1983 26<br />
Nos meandros da Justiça, censura per<strong>de</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 10/07/1983<br />
O projeto Ma<strong>de</strong>ira Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/06/1979 Teatro<br />
Censura estuda reforma para se adptar à lei Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/05/19879<br />
Os super-funcionários e os filmes proibi<strong>do</strong>s A Tar<strong>de</strong> 10/08/1976<br />
Censura e Cultura (II) Opinião nº 125 28/03/1975<br />
Festa e liberações no ato público Jornal da Tar<strong>de</strong> 30/07/1985<br />
A Censura está errada Revista Veja nº 903 26/12/1985<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura po<strong>de</strong> ser reativa<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/01/1987<br />
Duas questões <strong>de</strong> bom 'censo' Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/03/1985<br />
Censura: ainda um alto preço a se pagar Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 23/01/1985
Censura<br />
179<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura muda, mas não acaba, afirma Diretor O Globo 212/08/1985<br />
Censura se <strong>de</strong>mocratiza e passa a reprimir apenas sexo, droga e violência Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/08/1985<br />
Homossexualismo na TV não é tolera<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/08/1985<br />
Lucena pe<strong>de</strong> o fim da censura prévia O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/06/1985<br />
Sepultura para a tesoura Revista Isto É 07/08/1985<br />
'A Censura acabou': há sincerida<strong>de</strong> nisso? O Pasquim 08/08/1985<br />
Saiu estu<strong>do</strong> que liquida a Censura no país O Dia 09/08/1985<br />
Lei <strong>de</strong> censura terá novo prazo para sugestões O Dia 09/08/1985<br />
Lyra no Casa Gran<strong>de</strong> começa a varrer o entulho autoritário Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/07/1985<br />
Censura acabou, diz Fernan<strong>do</strong> Lyra Folha <strong>de</strong> São Paulo 31/07/1985<br />
Abert critica timi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> comissão contra Censura O Globo 31/07/1985<br />
Os negros anos <strong>de</strong> um país censura<strong>do</strong> Afinal 25/06/1985 Especial pág. 48<br />
Artistas propõe mudança na Censura até o dia 30 O Globo 16/05/1985<br />
Comissão propõe trocar censura por Defesa da Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Expressão Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/05/1985<br />
Censura com censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/01/1986 Opinião pág. 11<br />
Censura sem censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/01/1986 Opinião pág. 11<br />
Anteprojeto torna censura apenas classificatória O Globo 26/01/1986 7<br />
A nova censura sai essa semana Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/01/1986 Folha Ilustrada pág. 46<br />
Duas ou três coisas que sabemos da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 31/01/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
Censura não é mais órgão <strong>de</strong> repressão Correio Braziliense 06/04/1985<br />
O tributo <strong>do</strong> autoritarismo Jornal <strong>do</strong> Commercio 01/05/1985<br />
Ricar<strong>do</strong> Cravo Albim quer o fim da censura política O Globo 13/02/1985<br />
Duas propostas para a censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/05/1985<br />
Abert pe<strong>de</strong> fim da censura e critica cortes na televisão O Globo 05/03/1985<br />
Escolhi<strong>do</strong> novo diretor da Divisão <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/03/1985<br />
Extinguir a censura Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 15/02/1985<br />
Censura outra vez: o baile das palavras Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/06/1984 Especial pág. 04<br />
Concine cria projeto que permite exibição <strong>de</strong> filmes proibi<strong>do</strong>s Jornal <strong>de</strong> Brasília 19/10/1978<br />
Cineastas aprovam <strong>do</strong>cumento pela liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/04/1982 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
Filmes que você não vai ver na TV ou nos cinemas Jornal da Tar<strong>de</strong> 23/04/1982 Cine Festival
Censura<br />
180<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
O cinema política ainda sofre censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 18/08/1983<br />
Em <strong>de</strong>bate, nosso cinema político Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/08/1983 Folha Ilustrada<br />
Ciclo <strong>de</strong> cinema evoca Gláuber Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/08/1983<br />
Cinema político, tema <strong>de</strong> mostra e <strong>de</strong>bate na 'Folha' Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/08/1983<br />
Parreira prega equilíbrio entre criação e censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/04/1983<br />
Fim da censura. Um apelo aos constituintes Jornal da Tar<strong>de</strong> 23/07/1987 Arte e Espetáculos pág. 15<br />
Artistas estão em Brasília para <strong>de</strong>rrubar censura O Globo 31/08/1987 7<br />
Prata Palomares nas telas, após censura Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 21/02/1984 Cinema/ Lançamentos<br />
A censura <strong>de</strong> teatro e cinema ? 14/11/1946 Dia a Dia<br />
Grupo <strong>de</strong> trabalho sobre a censura fará relatório em 60 dias para Gama e Silva Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/01/1968<br />
Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão no teatro e no cinema Diário <strong>de</strong> São Paulo 04/09/1966<br />
Um protesto em Brasília Jornal <strong>do</strong> Brasil 02/12/1967<br />
Cineastas repelem ameças à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 13/04/1982 5<br />
Pra frente Brasil: começo <strong>de</strong> uma crise no cinema e na censura? Jornal da Tar<strong>de</strong> 06/04/1982<br />
TV-E - o novo nome da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/07/1979 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Na última noite o Fest<strong>Rio</strong> cai no samba Correio Braziliense 28/11/1984<br />
Na corte <strong>do</strong> Imperial Última Hora 27/10/1972 Quentes<br />
Rebu no cinema O Globo 22/07/1982<br />
Cineastas <strong>de</strong>nunciam censura A Tribuna 13/09/1978<br />
Nova lei <strong>de</strong> censura vai ao Congresso Tribuna da Imprensa 02/01/1985<br />
Censura não tem mais anteprojeto Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/01/1985<br />
Ackel suspen<strong>de</strong> reformulação da Lei <strong>de</strong> Censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 05/01/1985<br />
Censura veta quatro curtas em Cachoeira O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/09/1984<br />
Cineastas repudiam a censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/09/1984<br />
Tapajós na Justiça para garantir filme na tela O Liberal 12/09/1984<br />
Filme <strong>de</strong> Renato Tapajós veta<strong>do</strong> pela Censura O Povo 12/09/1984<br />
Protestos marcam o início da Jornada Correio Braziliense 11/09/1984<br />
XIV Jornada <strong>de</strong> Inema na Bahia não tem censura O Dia 09/09/1985<br />
A censura <strong>do</strong>s filmes está ultrapassada Última Hora 01/05/1978<br />
O Brasil no Festival: competin<strong>do</strong> e enfrentan<strong>do</strong> a censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 21/11/1984
Censura<br />
181<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Entida<strong>de</strong>s criticam nova censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/05/1984<br />
Impedida mostra <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o militante Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 29/05/1984<br />
Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa O Fluminense 09/08/1985<br />
O escândalo Je Vous Salue Marie chega ao Brasil Correio Braziliense 13/11/1985<br />
Je vous salue, liberda<strong>de</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/11/1984 Affonso Romano <strong>de</strong> Sant'Anna<br />
Vozes femininas: já estamos no merca<strong>do</strong> O Globo 23/11/1985<br />
Je vous salue festival Correio Braziliense 26/11/1985<br />
Ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a centralização das <strong>de</strong>cisões da censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/07/1979<br />
Filmes impróprios O Liberal 01/08/1976<br />
Ainda da Censura Crítica 16 a 22/06/1975 21<br />
A censura <strong>de</strong>ve mudar <strong>de</strong> nome O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/04/1979 12<br />
Cineastas <strong>de</strong>nunciam excesso da censura Última Hora 24/08/1978 3<br />
Intelectuais pe<strong>de</strong>m o fim da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/10/1978 20<br />
Comissão lamenta que censura fique O Globo 13/10/1978 7<br />
A pior censura é o colonialismo cultural Última Hora 01/09/1979 2<br />
A nova censura Última Hora 17/04/1979 2<br />
Abrandamento da censura surpreen<strong>de</strong> distribui<strong>do</strong>r O Globo 03/04/1979<br />
Escritor con<strong>de</strong>na censura á palavra mas <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-a em TV Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/06/1979 16<br />
Sai o censor, entra o 'examina<strong>do</strong>r' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 28/06/1979<br />
<strong>Rio</strong> e São Paulo receberão logo <strong>de</strong>cisões da Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/10/1972<br />
Instituí<strong>do</strong> o Conselho <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>de</strong> Brasília 14/09/1979<br />
A nova censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 14/09/1979<br />
As restrições Última Hora 12/03/1976 Armin<strong>do</strong> Blanco<br />
Amorim salienta censura econômica O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/05/1975<br />
Censura rigorosa à publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espetáculos Folha da Tar<strong>de</strong> 29/12/1976<br />
O fim da censura Movimento 30/04 a 06/05/1979 21<br />
Censura liberou a chinesa sem corte e quem tiver 18 anos po<strong>de</strong> ir vê-la Diário <strong>de</strong> Notícias 23/03/1968<br />
Auto <strong>do</strong> censor censura<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/03/1968<br />
DPF vigia os passos <strong>do</strong>s censores Tribuna da Imprensa 27/09/1967<br />
Gama vê censura contra o teatro Correio da Manhã 03/10/1968
Censura<br />
182<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Teatro, cinema e TV têm agora Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Diário <strong>de</strong> São Paulo 03/12/1968<br />
Filmes proibi<strong>do</strong>s tinham passa<strong>do</strong> pela Censura, mas General viu e não gostou Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/05/1979<br />
Governo libera censura para arte e literatura Correio Braziliense 10/04/1979<br />
A tutela da censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 08/04/1979 Suplemento Cultural pág. 3<br />
Censura: a abertura está nas gavetas <strong>do</strong> Ministério da Educação jornal <strong>do</strong> Brasil 25/03/1979<br />
'To<strong>do</strong>s esperamos que não haja mais censura a livros e periódicos' Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/04/1979 Ca<strong>de</strong>no B pág. 4<br />
Ministro da Educação diz que censura se ajusta aos interesses <strong>de</strong> segurança Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/07/1976<br />
Aplausos e restrições para o tango <strong>de</strong> Bernar<strong>do</strong> Bertolucci Jornal <strong>do</strong> Comercio 19/02/1973<br />
Como falar <strong>do</strong> palco quan<strong>do</strong> a censura pe<strong>de</strong> silêncio? Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/07/1976<br />
Manifesto pe<strong>de</strong> fim da censura e <strong>do</strong> silêncio O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/01/1977<br />
Censura - nunca se falou tanto nela Folha <strong>de</strong> São Paulo 31/01/1977 Folha Ilustrada<br />
Censura - manifesto tem mais pró <strong>do</strong> que contra Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/01/1977 Folha Ilustrada<br />
'Ao DPF para investigações' Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/01/1977 7<br />
Instalada a comissão que vai reformular a censura O Globo 08/03/1968<br />
Projeto <strong>de</strong> Gama acaba a censura Correio da manhã 08/03/1968<br />
Cineastas acusam censura <strong>de</strong> laboratórios Diário Popular 15/09/1978<br />
Geisel man<strong>do</strong>u acabar a censura. Quem não cumpriu a or<strong>de</strong>m ou a or<strong>de</strong>m não era mesmo pra valer? Tribuna da Imprensa 29/09/1978<br />
Nada sugere que a censura vá modificar a sua atual política O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 05/02/1978<br />
Manifestações <strong>de</strong> artistas no <strong>Rio</strong> e em Belo Horizonte repudiam censura e opressão Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/08/1978<br />
Censura - 'Tu<strong>do</strong> o que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda' Jornal <strong>do</strong> Commercio 07/09/1978 Ca<strong>de</strong>rno C pág. 8<br />
Cineastas pe<strong>de</strong>m hoje ao diretor da Censura que libere filmes proibi<strong>do</strong>s Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/07/1978<br />
Filmes proibi<strong>do</strong>s - anistia ampla, geral e irrestrita Manchete 17/11/1979<br />
Censura - uma promessa <strong>de</strong> <strong>do</strong>mar o fantasma <strong>do</strong> imoral Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/09/1978 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
A nova censura - com Ma<strong>de</strong>ira, a conversa amena em vez <strong>do</strong> tratamento <strong>de</strong> choque Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/04/1979 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Censura - Plínio Marcos: 'um dia a corda racha' Correio Braziliense 01/06/1979<br />
Plínio Marcos duvida <strong>do</strong> fim da censura Jornal <strong>de</strong> Brasília 01/06/1979 Nacional pág. 8<br />
Censura - um palavrão (quase) em extinção Última Hora 16/04/1979<br />
A censura censurada Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/07/1976<br />
Dalton Trevisan censura<strong>do</strong>. Em boa companhia Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/07/1976<br />
A censura, auto<strong>de</strong>finida Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/07/1976<br />
Ca<strong>de</strong>rno B Pág. 4 - José Carlos<br />
Oliveira
Censura<br />
183<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Os <strong>do</strong>cumentos da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/06/14978 Especial<br />
Censura política Revista Visão nº 16 19/04/1982<br />
O novo Conselho <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/07/1982 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
E a censura adia o julgamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>is filmes. Sob protestos Jornal da Tar<strong>de</strong> 17/09/1982<br />
Eucli<strong>de</strong>s Men<strong>do</strong>nça <strong>de</strong>ixará o CSC <strong>de</strong>pois das eleições O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/09/1982 19<br />
Artistas comparecem à reunião <strong>do</strong> CSC. Em pauta, 'O Rei da Vela' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 16/09/1982 22<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura não julga 'O Rei da Vela' e diretor <strong>de</strong>nuncia manobra Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/09/1982 6<br />
Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong>volverá os pareceres sobre 'Pra Frente' Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/09/1982 Folha Ilustrada pág. 40<br />
Cineasta na Censura: a abertura está podre Tribuna da Imprensa 17/09/1982 5<br />
Censura adia <strong>de</strong>cisão sobre filmes e irrita cineastas O Globo 17/09/1982 5<br />
'Rei da Vela' será examina<strong>do</strong> pelo Conselho Folha <strong>de</strong> São Paulo 15/09/1982 Folha Ilustrada pág. 34<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura terá novo presi<strong>de</strong>nte em novembro O Globo 18/09/1982 7<br />
Perfil Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/09/1982 Zózimo pág. 3<br />
Ackel quer a censura bem longe e Rosa assume Correio Braziliense 21/09/1982<br />
Calígula, o avesso pelo avesso Folha <strong>de</strong> São Paulo 08/10/1982 Folha Ilustrada pág. 41<br />
Censura: batalha jurídica <strong>de</strong>clarada O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/10/1982 22<br />
Lições <strong>de</strong> Brasil Folha <strong>de</strong> São Paulo 08/10/1982 Folha Ilustrada pág 41<br />
Caso 'Calígula' e a ameaça <strong>do</strong> código <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 06/10/1982 23<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura adia julgamento <strong>de</strong> Pra Frente, Brasil A Gazeta 27/08/1982<br />
Censura adia <strong>de</strong>cisão e revolta cineastas Diário da Manhã 17/09/1982<br />
Censura prejudica PDS? Correio Braziliense 18/09/1982<br />
Diretora da Censura mostra por que retirou os pareceres Jornal <strong>do</strong> Commercio 11/09/1980<br />
Diretora <strong>de</strong> Censura alega po<strong>de</strong>res: abafou pareceres O Dia 11/09/1982<br />
Calígula Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 01/10/1982<br />
Folha Ilustrada, Painel da<br />
Ilustrada pág. 37<br />
'Calígula' vai às telas, mesmo estan<strong>do</strong> proibi<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 30/09/1982 Folha Ilustrada pág. 42<br />
Ackel tenta tirar filme <strong>do</strong>s cinemas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/09/1982 26<br />
Ubal<strong>do</strong>, o brasileiro Revista Isto É nº300 22/09/1982 Henfil pág. 122<br />
'Calígula' vai continuar nos cinemas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 02/10/1982 7<br />
Caso Pra Frente Brasil: inquérito conclui que não há culpa<strong>do</strong> Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/09/1982<br />
Ven<strong>do</strong> e apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 01/10/1982 Editorial pág. 2
Censura<br />
184<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A questão da Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 02/10/1982 Editorial pág. 10<br />
Uma boa briga. Assunto: censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 18/11/1982<br />
Censura, a prática dá cria também nos palcos Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/11/1982 Folha Ilustrada pág. 32<br />
Pareceres da Censura serão exibi<strong>do</strong>s aos conselheiros Folha da Tar<strong>de</strong> 20/11/1982<br />
Censura não mais permitirá intromissão da P. <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Jornal <strong>de</strong> Santa Catarina 19/11/1982<br />
Conselho Superior <strong>de</strong> Censura exige fim <strong>de</strong> parecer secreto O Dia 18/11/1982<br />
Censura se rebela contra rolha da PF Tribuna da Imprensa 18/11/1982 <strong>Rio</strong> pág. 6<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura suspen<strong>de</strong> as reuniões Última Hora 18/11/1982 6<br />
Em protesto, CSC suspen<strong>de</strong> reuniões O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 18/11/1982 32<br />
Chega o fim a novela e Calígula fica em cartaz Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/10/1982 Folha Ilustrada pág. 38<br />
Procura<strong>do</strong>ria <strong>de</strong>siste <strong>do</strong> manda<strong>do</strong> contra 'Calígula' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/10/1982 20<br />
Censura provoca ato <strong>de</strong> protesto <strong>do</strong> Conselho Folha <strong>de</strong> São Paulo 18/11/1982 40<br />
Apenas um 'pretexto caligular' Folha <strong>de</strong> São Paulo 16/10/1982 Folha Ilustrada pág. 35<br />
E enquanto a censura não vem poucos resistem à 'Calígula' Folha <strong>de</strong> São Paulo 12/10/1982 Folha Ilustrada pág.19<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura faz primeira sessão secreta O Globo 18/11/1982 15<br />
Quan<strong>do</strong> a diplomacia <strong>de</strong>rrota a censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 28/10/1982<br />
Uma saída política para o impasse na Censura? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/11/1982 21<br />
OK, Censura, você venceu Revista Isto É nº308 03/11/1982 Blitz<br />
Censura <strong>de</strong> filmes está dan<strong>do</strong> lucro a cinemas Gazeta <strong>de</strong> Vitória 22/10/1982<br />
Mistérios da Censura, entre idéias abreviadas Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/10/1982 Folha Ilustrada pág. 42<br />
Censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 25/06/1982<br />
Eucli<strong>de</strong>s Men<strong>do</strong>nça e seu sucessor no CSC <strong>de</strong>batem justiça e censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/11/1982 45<br />
Autor intima<strong>do</strong> a 'explicar' conto O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/08/1982 21<br />
Mais mobilização contra a censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/08/1982 20<br />
Congresso em Brasília vai <strong>de</strong>bater censura Tribuna da Imprensa 20/09/1982 6<br />
Julgamento <strong>de</strong> 'Pra Frente' só ano que vem Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/08/1982 Folha Ilustrada pág. 40<br />
Artistas organizam comitê para lutar contra Censura O Globo 20/08/1982 5<br />
Censura política, problema ainda real na arte O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/11/1982 46<br />
Conselho obtém uma primeira vitória Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/11/1982<br />
Portaria causa impasse na Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 16/11/1982
Censura<br />
185<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Pré-natalinas Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/12/1982<br />
O filme Pra Frente, Brasil libera<strong>do</strong> sem qualquer corte Correio <strong>do</strong> Povo 16/12/1982<br />
Devagar, mas pra frente Revista Isto É nº314 29/12/1982 82<br />
Representante da ABI critica <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Ackel Folha <strong>de</strong> São Paulo 15/12/1982 Folha Ilustrada pág. 34<br />
Vitória da negociação Revista Isto É nº313 22/12/1982 57<br />
Que o público julgue Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 19/12/1982<br />
Censura não será caso <strong>de</strong> polícia O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/12/1982<br />
Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/12/1982 6<br />
Além da Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/12/1982 Editorial pág. 10<br />
Jaguar Tribuna da Imprensa 17/12/1982 4<br />
A censura revista Diário da Manhã 18/12/1982<br />
Pronto o projeto para mudança da Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/12/1982 Folha Ilustrada pág.28<br />
Censura voltará à carga contra filme sobre drogas O Dia 18/12/1982<br />
O po<strong>de</strong>r maligno das censoras Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/12/1982 Folha Ilustrada pág. 42<br />
Quiprocó e arranca rabo nos pornôs O Povo 18/11/1982<br />
MEC cria Conselho para incentivar campanha que preserva valores morais Jornal <strong>do</strong> Brasil 15/04/1982 22<br />
Permissivida<strong>de</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/05/1982 Ca<strong>de</strong>rno B - Cartas pág. 2<br />
Mesmo os maldizentes gostam... certo? Gazeta <strong>de</strong> Notícias 23/05/1982<br />
Sob o falso moralismo, a nu<strong>de</strong>z política Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/01/1982<br />
Folha Ilustrada pág. 34 - Helena<br />
Silveira vê TV<br />
A cruzada moral e o aborto O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/03/1982 2<br />
Seminário sobre a censura, um festival <strong>de</strong> protestos Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/05/1980<br />
Artistas, to<strong>do</strong>s contrários às restrições O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/05/1980 17<br />
<strong>Rio</strong> rejeita seminário <strong>de</strong> censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/05/1980<br />
Censura posta em questão durante seminário Correio Braziliense 11/06/1980<br />
Liberda<strong>de</strong> não é ver Emanuelle sem roupa Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/05/1980 29<br />
Seminário <strong>de</strong> censura: resulta<strong>do</strong>s? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/05/1980 16<br />
Em 3 dias, só uma sugestão no Seminário sobre Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/05/1980 27<br />
Seminário agrada chefe da Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/05/1980<br />
Seminário sobre censura: pra quê? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 23/05/1980<br />
Seminário <strong>de</strong> Censura no <strong>Rio</strong>: a mesma contestação O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/05/1980
Censura<br />
186<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A censura, <strong>de</strong>batida livremente Jornal da Tar<strong>de</strong> 21/05/1980<br />
Censura<strong>do</strong>s e censores, juntos, no 1º Seminério sobre Censura Diário Popular 23/05/1980<br />
Censura: um <strong>de</strong>bate público O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1980<br />
Censura realizará série <strong>de</strong> seminários Tribuna da Imprensa 25/04/1980 2<br />
Amanhã, os limites <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r censório O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/05/1980 17<br />
Termina seminário sobre a censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/05/1981 31<br />
Sexo no cinema, <strong>de</strong>bate <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 12/05/1981 25<br />
Um 'código especial' no lugar da censura institucionalizada? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/05/1980 18<br />
Censura quer ouvir agora platéia sobre espetáculos Tribuna da Imprensa 05/11/1981 6<br />
Censura em <strong>de</strong>bate no Ruth Escobar Folhad e São Paulo 13/07/1980 33<br />
Censura <strong>de</strong>bate programas <strong>de</strong> TV com entida<strong>de</strong>s, Igreja e público O Globo 05/11/1981 7<br />
Começa hoje seminário sobre a Censura O Globo 02/12/1981 5<br />
Abi-Ackel não aprova censura governamental O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/12/1981 23<br />
TV, música e censura. Com a palavra: Cravo Albim Correio Braziliense 13/05/1981 17<br />
Censura fará seminário volante em São Paulo, <strong>Rio</strong> e Brasília Folha da Tar<strong>de</strong> 26/04/1980<br />
Censura: um <strong>de</strong>bate público O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1980<br />
Seminário sobre Censura encerra <strong>de</strong>bates no <strong>Rio</strong> O Globo 31/05/1980 3<br />
Seminário ouve <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> artistas brazilienses Correio Braziliense 12/06/1980<br />
Ambiguida<strong>de</strong>s no encontro <strong>de</strong> censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/05/1980<br />
De olho na censura Diário Popular 02/11/1980<br />
Censura Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos 19/09/1984<br />
Censura controlan<strong>do</strong> exibi<strong>do</strong>r Última Hora 14/06/1975<br />
Censura tira outro filme <strong>de</strong> cartaz Última Hora 29/11/1975<br />
Joquim Pedro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> & a Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Crítica 3 a 9/02/1975 17<br />
Censura proíbe 'Último Tango' Diário da Noite 29/03/1974<br />
'O Exorcista' vai dia 30 à Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/04/1974<br />
Censura proíbe filmes imorais Última Hora 03/09/1974<br />
Censura veta filmes a capa <strong>de</strong> um disco Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/09/1974<br />
Sindicatos pedirão <strong>de</strong> novo liberação <strong>de</strong> filmes nacionais Jornal <strong>do</strong> Brasil 06/07/1973<br />
Censura proíbe mais um filme Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/09/1973
Censura<br />
187<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Apreensão Última Hora 08/09/1973<br />
'In<strong>de</strong>pendência ou Morte' com censura até 10 O Esta<strong>do</strong> 15/09/1972<br />
Censura proíbe a Fossa Correio da Manhã 09/08/1968<br />
Censura volta a proibir Diário <strong>de</strong> Notícias 14/08/1968<br />
Censura proíbe livro e filme pornográficos Jornal <strong>de</strong> Brasília 09/06/1976<br />
Censura apreen<strong>de</strong> filme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 02/06/1976<br />
Art troca nome <strong>de</strong> filme para enganar a Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 02/0/1976<br />
Desespero da Ilha A Notícia 02/06/1976<br />
Censura <strong>de</strong> Brasília A Província <strong>do</strong> Pará 10/06/1976<br />
O veto da censura nas imagens críticas <strong>do</strong> Festival <strong>de</strong> Curta-metragem Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/06/1976<br />
Censura libera 'Cabeças Cortadas' <strong>de</strong> Glauber Rocha Diário <strong>de</strong> Pernambuco 19/10/1978<br />
Manifesto contra a censura <strong>do</strong> Super 8 O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/10/1978<br />
Censura ainda não liberou 'Morte e Vida' Tribuna da Imprensa 24/11/1978<br />
DPF proíbe Mojica Última Hora 17/11/1978<br />
Filme sobre exílio político está proibi<strong>do</strong> Correio <strong>do</strong> Povo 12/12/1978<br />
Censura po<strong>de</strong>rá rever os fillmes proibi<strong>do</strong>s O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/10/1978 19<br />
Censura ataca outra vez Tribuna da Imprensa 12/12/1978<br />
Censura libera um filme <strong>de</strong> Glauber Jornal <strong>de</strong> Brasília 19/10/1978 7<br />
'Casanova' libera<strong>do</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 13/09/1978<br />
Censura libera Casanova e Carvana promove O Malandro A Notícia 02/09/1978<br />
Petrônio libera filmes, livros e peças eróticas Tribuna da Imprensa 10/04/1979 7<br />
Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> proíbe filme sobre anistia Tribuna da Imprensa 03/04/1979 5<br />
Petrônio quer abrandar censura para mostrar 'Emanuelle' como arte Jornal <strong>do</strong> Brasil 23/03/1979 9<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura libera filmes e não quer obras cortadas O Fluminense 20/12/1979<br />
CSC libera filme proibi<strong>do</strong> há 1 ano Jornal <strong>de</strong> Brasília 15/11/1978<br />
Livre da Censura Jornal <strong>de</strong> Brasília 26/10/1979<br />
Censura libera sem cortes nove filmes anteriormente proibi<strong>do</strong>s Correio <strong>do</strong> Povo 07/12/1979 9<br />
Conselheiros liberam nove filmes O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/12/1979 18<br />
Polícia fe<strong>de</strong>ral proíbe <strong>do</strong>cumentário Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/04/1979<br />
Censura começa a liberar filmes Diário <strong>de</strong> Pernambuco 23/10/1979
Censura<br />
188<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Os filmes fazem fila à porta da 'abertura' Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/10/1979 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Censura vencida Última Hora 07/11/1979 2<br />
Censura libera o filme sobre Gregório Bezerra Tribuna da Imprensa 10/11/1979 3<br />
Leucemia - o (ainda censura<strong>do</strong>) grito pela anistia Tribuna da Imprensa 12/11/1979 10<br />
Censura - mais três filmes libera<strong>do</strong>s Jornal da Tar<strong>de</strong> 13/11/1979<br />
Mais 3 filmes libera<strong>do</strong>s pela Censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 13/11/1979 23<br />
Censura libera 3 filmes O Globo 13/11/1979 8<br />
Só 15 estão agora pen<strong>de</strong>ntes na censura Tribuna da Imprensa 13/11/1979 2<br />
Conselho libera 'Leucemia' Jornal <strong>do</strong> Brasil 15/11/1979 8<br />
Censura libera 'leucemia' mas seu autor reclama Tribuna da Imprensa 15/11/1979 2<br />
Censura libera filme 'Leucemia' e as músicas <strong>de</strong> Geral<strong>do</strong> Vandré O Dia 15/11/1979<br />
'Último Tango em Paris' foi libera<strong>do</strong> sem cortes Correio <strong>do</strong> Povo 06/11/1979 11<br />
Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> proíbe '25' Jornal <strong>de</strong> Brasília 10/02/1979<br />
Censura libera filme '25' O Fluminense 05/05/1979<br />
A Censura vai acabar. Ainda vale a pena ver o pacote <strong>do</strong>s proibi<strong>do</strong>s? Revista Manchete 04/05/1979 Cinema<br />
Censura po<strong>de</strong> liberar mais filmes eróticos Tribuna da Imprensa 10/12/1979 5<br />
'Contos Eróticos', agora libera<strong>do</strong> sem nenhum corte O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/12/1979<br />
Cineasta recorre contra Concine O Esta<strong>do</strong> 23/10/1980<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura livre 'O Império <strong>do</strong>s Senti<strong>do</strong>s' O Povo 13/09/1980<br />
Crônica e Joe Hill, finalmente libera<strong>do</strong>s Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 10/10/1980<br />
O Império <strong>do</strong>s Senti<strong>do</strong>s e Brubaker, libera<strong>do</strong>s Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 01/11/1980<br />
O Império <strong>do</strong>s Senti<strong>do</strong>s O Dia 09/11/1980<br />
Filme <strong>de</strong> Gravas só em janeiro Correio Braziliense 05/10/1980<br />
A Rebel<strong>de</strong>, proibi<strong>do</strong> pela Censura, agora nas telas Notícias Populares 07/12/1980<br />
'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' vai ser julga<strong>do</strong> Correio Braziliense 04/12/1980<br />
O 'Império' libera<strong>do</strong> Correio Braziliense 12/09/1980 Varieda<strong>de</strong>s pág. 32<br />
Clássico <strong>do</strong> cinema erótico po<strong>de</strong>rá ser libera<strong>do</strong> pelo CSC Correio Braziliense 05/09/1980<br />
Censura Jornal <strong>de</strong> Brasília 05/12/1980<br />
Documentário sobre Jari está libera<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 17/12/1980<br />
Censura não libera antes <strong>do</strong> dia 15 <strong>de</strong> janeiro Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/12/1980 Ca<strong>de</strong>rno B Pág. 1
Censura<br />
189<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> hoje se libera 'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' O Globo 04/12/1980 5<br />
Três filmes ameaçam Conselho <strong>de</strong> Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/04/1980<br />
Sem cortes Jornal <strong>do</strong> Brasil 11/11/1980<br />
Liberada sem cortes a obra-prima <strong>de</strong> Nagisa Oshima Jornal <strong>do</strong> Brasil 12/09/1980 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
Um filme <strong>de</strong>safia as censuras Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/08/1980 9<br />
Censura proíbe filme <strong>do</strong> grego Costa-Gravas Folha <strong>de</strong> São Paulo 30/08/1980 Folha Ilustrada pág. 25<br />
Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/01/1977<br />
Censura ou incompetência ameaçam filmes participantes <strong>de</strong>sta Mostra Correio <strong>do</strong> Povo 28/05/1980<br />
'Mimi' e 'A Classe Operária', sete anos <strong>de</strong>pois da censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 15/05/1980 20<br />
Emanuelle na censura Jornal <strong>do</strong> Comércio 03/02/1980<br />
Motim libera<strong>do</strong> Revista Veja 07/05/1980 25<br />
Censura ainda retém mais <strong>de</strong> 400 filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 09/05/1980<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura libera mais três filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/06/1980<br />
Após as críticas, CSC libera mais cinco obras O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 13/06/1980<br />
'Emanuelle' e 'Encouraça<strong>do</strong> Potemkin', agora libera<strong>do</strong>s O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 15/02/1980 19<br />
Após liberação, distribui<strong>do</strong>res ameaçam não apresentar 'Z' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/02/1980<br />
Filme preso po<strong>de</strong> ser libera<strong>do</strong> Última Hora 07/07/1980<br />
Censura <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> hoje sobre 31 filmes proibi<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 07/10/1980<br />
Distribui<strong>do</strong>ra pe<strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> 31 filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/05/1980<br />
'Zabriskie Point' foi libera<strong>do</strong> pela Censura Correio <strong>do</strong> Povo 07/03/1980 8<br />
Dois filmes libera<strong>do</strong>s pelo Conselho O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/03/1980<br />
Antes da estréia, cortes da Censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 10/12/1980<br />
Censura: 'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' po<strong>de</strong> ser libera<strong>do</strong> hoje Jornal da Tar<strong>de</strong> 04/12/1980<br />
Censura libera 2 filmes Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 07/03/1980<br />
Censura libera sem corte o filme 'Zabriskie Point' O Globo 07/03/1980 6<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio - um ano <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates na censura, a estréia sem duas cenas e seis legendas Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/07/1981<br />
Algo está muito erra<strong>do</strong> Luta Democrática 12/09/1975 Editorial<br />
Ficou mais difícil divulgar filme ruim Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/01/1977<br />
Um pedi<strong>do</strong> para fortalecer censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 23/07/1981 Folha Ilustrada pág. 33<br />
Governo amplia Conselho <strong>de</strong> Censura para combater on<strong>de</strong> <strong>de</strong> pornografia O Globo 21/05/1981 6
Censura<br />
190<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura sustenta que pornografia é inevitável Folha da Tar<strong>de</strong> 18/03/1981<br />
Remédio eficaz O Globo 10/02/1981 Carlos Swann pág. 10<br />
Um cruza<strong>do</strong> quer censurar o 'Império <strong>do</strong>s Senti<strong>do</strong>s' Correio Braziliense 08/04/1981<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura liberal com erotismo Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/03/1981 35<br />
Produtores pe<strong>de</strong>m para Abi-Ackel eqüida<strong>de</strong> na censura <strong>do</strong>s filmes Correio <strong>do</strong> Povo 21/01/1984<br />
Conselhos e Censuras Jornal <strong>de</strong> Brasília 23/02/1984 Ca<strong>de</strong>rno Leitura pág. 19<br />
Censura não será um caso <strong>de</strong> polícia Correio Braziliense 23/02/1984 Por Ki<strong>do</strong> Guerra pág. 21<br />
Cinema nacional estrila contra as amarras da Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> O Dia 21/01/1984<br />
'Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> compreomete o cinema nacional' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/01/1984<br />
Censura está prejudican<strong>do</strong> o cinema Última Hora 21/01/1984<br />
Censura prejudica cinema brasileiro Tribuna da Imprensa 21/01/1984<br />
Censura julga recurso <strong>de</strong> 6 filmes 5ª feira Correio Braziliense 10/01/1984<br />
Cineasta protesta e Censura libera filme Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/01/1984<br />
Cineastas <strong>de</strong>nunciam ação discriminatória da censura em filmes A Gazeta 21/01/1984<br />
Censura volta a proibir filmes Tribuna da Imprensa 10/09/1984<br />
Censura volta a proibir filmes e peças <strong>de</strong> teatro O Dia 09/09/1984<br />
Conselho <strong>de</strong> censura volta a funcionar Diário Popular 18/09/1984<br />
Libera<strong>do</strong>, sem cortes, 'Profissão Mulher' Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/06/1983<br />
A subversão indígena Revista Isto É 27/04/1983 53<br />
Verda<strong>de</strong>, único critério para o ato da censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 15/04/1983 17<br />
Violência gera polêmica no Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 15/04/1983<br />
Censura veta Rita Lee e libera filmes O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/10/1983 16<br />
Censura libera filme <strong>de</strong> Joffre Rodrigues Jornal <strong>de</strong> Brasília 13/10/1983<br />
Dois pesos Jornal <strong>do</strong> Commercio 26/08/1983<br />
Maiores <strong>de</strong> 16 anos já po<strong>de</strong>m ver 'Parahyba' ? 29/09/1983 Cinema - Celso Marconi<br />
Filmes recebem censura política Folha <strong>de</strong> Goiáz 08/12/1983<br />
Filmes libera<strong>do</strong>s O Popular 10/11/1983<br />
O que a Censura examinará hoje Última Hora 14/06/1983<br />
Cristhiane F é livre mas com <strong>do</strong>is cortes Tribuna da Imprensa 02/02/1983 2<br />
Censura veta filme e alega incompetência Tribuna da Imprensa 19/02/1983 2
Censura<br />
191<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Abi Ackel libera 'Cristiane F...' mas com <strong>do</strong>is cortes Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/02/1983 28<br />
Jar<strong>de</strong>l censura<strong>do</strong> Folha da Tar<strong>de</strong> 23/02/1983<br />
Censora libera filme mas não suporta sexo Tribuna da Imprensa 02/03/1983 3<br />
Black-Tie libera<strong>do</strong> com cortes para TV Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 26/02/1983<br />
'Black Tie' na TV só sem seios da <strong>de</strong>putada Tribuna da Imprensa 26 e 27/02/1983 3<br />
Censura impe<strong>de</strong> filme em Grama<strong>do</strong> Correio <strong>do</strong> Povo 19/2/1983 Festival<br />
Mais rigor no Conselho Superior <strong>de</strong> Censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 24/04/1982<br />
Censura libera Pra frente Brasil Jornal da Tar<strong>de</strong> 16/12/1982<br />
Abi-Ackel libera filme com cortes o Globo 15/12/1982 8<br />
Exibição proibida Correio Braziliense 03/12/1982<br />
Liberações e cortes só após discussões agitadas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/02/1983 17<br />
'Eles não usam black-tie' é libera<strong>do</strong> para TV com cortes O Globo 26/02/1986 6<br />
Censura dia <strong>de</strong>cisão sobre 'Black-Tie' na televisão O Globo 05/02/1983<br />
Abi-Ackel libera filme mas mantém corte da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 15/12/1982 15<br />
Ataque-suspresa Revista Veja nº741 17/11/1982 Cinema pág. 181<br />
'O rei da Vela' e 'Ao Sul <strong>do</strong> meu Corpo': vitória <strong>de</strong> <strong>do</strong>is bons conselhos Jornal <strong>de</strong> Brasília 22/10/1982 Roteiro - Cinema<br />
TFR mantém 'Calígula' em cartaz. Governo vai recorrer O Globo 05/10/1982 8<br />
Censura libera exibição <strong>do</strong> filme 'O Rei da Vela' Jornal <strong>de</strong> Brasília 22/10/1982<br />
'Calígula' é retira<strong>do</strong> <strong>de</strong> cartaz por <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> TFR O Globo 21/10/1982 8<br />
Censura examina filmes brasileiros O Globo 20/10/1982 6<br />
O julgamento <strong>do</strong> rei Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/10/1982 Folha Ilustrada pág. 33<br />
Calígula sai mesmo <strong>de</strong> cartaz Última Hora 21/10/1982 3<br />
'Rei da Vela', libera<strong>do</strong>. Caetano, censura<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/10/1982 30<br />
Censura libera 2 filmes e proíbe músicas e peça Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/10/1982 8<br />
Censura proíbe música <strong>de</strong> Caetano e peça teatral O Globo 22/10/1982 7<br />
Liminar suspen<strong>de</strong> a exibição <strong>do</strong> filme 'Calígula' Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/10/1982 Folha Ilustrada pág. 40<br />
TFR suspen<strong>de</strong> o filme 'Calígula' em to<strong>do</strong> o país Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/10/1982 14<br />
Censura libera 'Rei da Vela' Folha da Tar<strong>de</strong> 22/10/1982<br />
Juiz em questão Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/11/1982<br />
Tribunal retira filme 'Calígula' <strong>de</strong> cartaz Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 21/10/1982<br />
Folha Ilustrada - Painel da<br />
Ilustrada, pág. 33
Censura<br />
192<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
'Calígula', recurso contra O Esta<strong>do</strong> 16/10/1982<br />
Censura libera 'O Rei da Vela' Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/10/1982 Folha Ilustrada pág.42<br />
'Calígula', proibi<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o país Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/10/1982 Folha Ilustrada pág. 42<br />
Justiça or<strong>de</strong>na retirada <strong>de</strong> 'Calígula' das telas <strong>do</strong> <strong>Rio</strong>-SP O Dia 21/10/1982<br />
Calígula Revista Isto É nº305 27/10/1982 94<br />
Juiz <strong>de</strong>termina retirada <strong>do</strong> filme 'Calígula' <strong>de</strong> cartaz Gazeta <strong>de</strong> Vitória 21/10/1982<br />
TFR <strong>de</strong>termina retirada <strong>de</strong> 'Calígula' <strong>de</strong> cartaz O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/10/1982<br />
Conselho libera filme mas diretora da Censura recorre contra a medida Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/11/1982<br />
Manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong> tirar 'Calígula' <strong>de</strong> cartaz O Esta<strong>do</strong> 06/10/1982<br />
Diretora da Censura vai contra liberação <strong>de</strong> filme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/11/1982 31<br />
Recurso libera exibição <strong>de</strong> 'Calígula' em oito capitais O Globo 30/09/1982 7<br />
Censura não libera o filme 'O Rei da Vela' Jornal <strong>do</strong> Commercio 17/09/1982<br />
Filme <strong>de</strong> Raffaelli libera<strong>do</strong> e apreendi<strong>do</strong> Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 03/09/1982<br />
Calígula Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/10/1982<br />
Folha Ilustrada, Painel da<br />
Ilustrada pág.37<br />
Justiça recorre ao TFR contra a exibição <strong>de</strong> 'Calígula' O Globo 01/10/1982 6<br />
'Calígula' po<strong>de</strong>rá ser retira<strong>do</strong> <strong>de</strong> cartaz ainda hoje O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/10/1982<br />
Justiça <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> libera 'Calígula' sem cortes, para maiores <strong>de</strong> 18 anos Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/09/1982<br />
Tribunal libera filme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 04/09/1982 16<br />
Censura Correio Braziliense 27/08/1982<br />
Autor não fala sobre 'Filha <strong>de</strong> Delega<strong>do</strong>' Tribuna da Imprensa 30/08/1982<br />
CSC recomenda veto a 'lixo estrangeiro' Jornal <strong>do</strong> Commercio 28/07/1982<br />
Liberações na reunião <strong>do</strong> CSC O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 28/07/1982 22<br />
A bela e a fera O Globo 28/07/1982 Carlos Swann pág. 10<br />
Censura libera pornochanchadas e não julga 'Pra Frente Brasil' O Globo 28/07/1982 6<br />
Peça premiada é proibida pouco antes da estréia Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/07/1982 Folha Ilustrada pág. 23<br />
Justiça libera mais 3 filmes eróticos sem cortes O Dia 20/07/1982<br />
Justiça libera filme por or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> TFR O Globo 17/07/1982 6<br />
'O Homem que virou Suco' não po<strong>de</strong>rá ser visto na TV Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/07/1982 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 1<br />
A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ontem: proibição para <strong>do</strong>is filmes Jornal da Tar<strong>de</strong> 02/07/1982<br />
Libera<strong>do</strong> 'Missing' com <strong>do</strong>is cortes Jornal <strong>do</strong> Brasil 01/07/1982 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 7
Censura<br />
193<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> confirma aliberação <strong>de</strong> 'Missing' Folha <strong>de</strong> São Paulo 01/07/1982 Folha Ilustrada pág. 40<br />
Censura mutila Das Tripas Coração Última Hora 02/07/1982 5<br />
Tribunal libera <strong>do</strong>is filmes proibi<strong>do</strong>s Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/06/1982 Folha Ilustrada pág. 49<br />
Sinal ver<strong>de</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 20/06/1982 Zózimo pág. 3<br />
Pergunta Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/06/1982 Ca<strong>de</strong>rno B, Zózimo, pág. 3<br />
TFR libera o filme 'A mulher e... La Bete' Jornal <strong>de</strong> Brasília 30/05/1982 Cida<strong>de</strong><br />
Liberação <strong>de</strong> filme terá recurso junto ao Supremo Correio Braziliense 30/05/1982<br />
TFR libera o filme 'A mulher e a besta' O Globo 28/05/1982 5<br />
Liberação <strong>de</strong> filme pelo TFR agrada Conselho <strong>de</strong> Censura O Globo 29/05/1982 6<br />
TFR libera 'La femme et la Bête' Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/05/1982 7<br />
Sustada interdição <strong>de</strong> filme Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/05/1982 42<br />
A liberação para <strong>do</strong>is filmes O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 28/05/1982 20<br />
Libera<strong>do</strong> filme <strong>de</strong> Zé Celso, só <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> festival Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/05/1982 Folha Ilustrada pág. 35<br />
Censura veta peça com poema <strong>de</strong> Castro Alves Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/05/1982 40<br />
Boa noite, General. Aceno ainda duvi<strong>do</strong>so Jornal <strong>de</strong> Brasília 20/05/1982 Roteiro<br />
CSC: 'Boa noite, General' para maiores <strong>de</strong> 16 anos O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1982 27<br />
Censura libera 'Boa noite General' e cria comissão para a TV O Globo 20/05/1985 7<br />
Conselho libera peça proibida pela Censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1982 44<br />
Censura aprova peça Boa Noite, general Última Hora 20/05/1985 5<br />
'Pra Frente, Brasil', em exame Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/05/1982 Folha Ilustrada Pág. 25<br />
Produtora <strong>de</strong> cinema recorre contra ato <strong>de</strong> ministro Folha da Tar<strong>de</strong> 01/04/1982<br />
Conselho adia julgamento da peça <strong>de</strong> Vianey Jornal <strong>de</strong> Brasília 24/04/1982<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura adia <strong>de</strong>cisão sobre a peça 'Boa Noite, General' P Globo 24/04/1982 5<br />
CSC recru<strong>de</strong>sce: peça tem censura mantida Jornal <strong>do</strong> Commercio 24/04/1982<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura <strong>de</strong>bate hoje veto a peça política O Globo 23/04/1982 6<br />
CSC julga <strong>de</strong>z obras e discute a censura política Jornal da Tar<strong>de</strong> 23/04/1982<br />
Estrada aci<strong>de</strong>ntada Revista Isto É nº278 21/04/1982 Censura pág. 30<br />
Sindicato ilu<strong>de</strong> os fe<strong>de</strong>rais Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/04/1982<br />
Censura veta outro filme, agora no ABC Jornal <strong>do</strong> Commercio 14/04/1982<br />
ABC: Censura impe<strong>de</strong> estréia <strong>de</strong> filme O Globo 14/04/1982 6
Censura<br />
194<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura veta peça teatral por incitar contra o regime Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/04/1982 5<br />
Censura proíbe peça por consi<strong>de</strong>rá-la capaz <strong>de</strong> incitar contra o regime Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/04/1982 4<br />
Só três entre 13 filmes libera<strong>do</strong>s Tribuna da Imprensa 19/03/1982 2<br />
A censura volta ao ataque Jornal da Tar<strong>de</strong> 19/03/1982<br />
Censura liberou Filhos e Amantes Diário da Manhã 24/02/1982 Hoje no Cinema<br />
Libera<strong>do</strong> ontem o filme 'Filhos e Amantes' Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/02/1982 Folha Ilustrada pág. 36<br />
Conselho reexamina cortes em 'Filhos e Amantes' Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/02/1982 34<br />
Filme proibi<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser libera<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 15/01/1982 Folha Ilustrada pág. 43<br />
Censura libera mais filmes tanto para TV como cinema Diário Popular 16/01/1981<br />
'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' só po<strong>de</strong> passar com um único corte Tribuna da Imprensa 28/01/1981 11<br />
Foi libera<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio Luta Democrática 16/01/1981<br />
Censura mete a tesoura no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio Tribuna da Imprensa 16/01/1981 2<br />
Censura tem 45 dias para dar <strong>de</strong>cisão sobre filme Correio <strong>do</strong> Povo 23/01/1981 5<br />
Ministro vê liberação <strong>do</strong> 'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 25/01/1981 11<br />
Porta aberta O Globo 15/08/1981 Carlos Swann<br />
Censura <strong>do</strong> Maranhão proíbe 'Lúcio Flávio' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1981<br />
CSC examina assuntos pen<strong>de</strong>ntes O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/02/1981 14<br />
'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' é libera<strong>do</strong> com cortes Correio Braziliense 16/01/1981 6<br />
'Calígula' luta com a Censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 06/03/1981 15<br />
'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio', agora <strong>de</strong>cisão para Abi-Ackel O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 16/01/1981 16<br />
Conselho vai indagar sobre censura a filme Jornal <strong>de</strong> Brasília 19/11/1981<br />
<strong>Rio</strong>centro, tema veta<strong>do</strong> na jornada <strong>de</strong> curtas O Popular 11/09/1981<br />
Minoria absoluta O Globo 18/09/1981 10<br />
Filme sobre <strong>Rio</strong>centro é censura<strong>do</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 11/09/1981<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura revê hoje obras proibidas o Globo 17/09/1981 7<br />
CSC libera filmes, nove músicas e 'Oh Calcutá' Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 18/09/1981 20<br />
Censura libera Macunaíma para exibição na TV com um corte na trilha sonora Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/09/1981 8<br />
'Macunaíma' libera<strong>do</strong> para televisão Folha <strong>de</strong> São Paulo 18/09/1981 35<br />
Censura libera 'Dona Flor' para TV e proíbe Pasolini O Globo 09/10/1981 8<br />
Pela Cultura e Porno-<strong>de</strong>senho O Globo 24/12/1981 12
Censura<br />
195<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura libera filme e disco <strong>de</strong> poemas Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/02/1981 35<br />
'Calígula' proibi<strong>do</strong> pela Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/07/1981 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
'Calígula' não terá cortes, nem exibição Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/07/1981 Folha Ilustrada pág. 25<br />
Filme retira<strong>do</strong> <strong>de</strong> cartaz em Recife O Globo 18/07/1981 7<br />
Censura poríbe meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> veicular disco <strong>de</strong> <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> cassa<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/02/1981 14<br />
Guerrilha liberada O Globo 14/02/1981 Ibrahim Sued pág. 24<br />
'Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Sítio' no circuito comercial Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/03/1981 21<br />
Censura só proíbe 4 em 15 filmes Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/08/1981 14<br />
Censura examina hoje <strong>de</strong>z filmes O Globo 14/04/1981 5<br />
Censura <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> sobre filmes e composições Correio <strong>do</strong> Povo 15/04/1981 5<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura libera nove filmes para televisão O Globo 26/03/1981 9<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura libera mais oito filmes para TV O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/01/1981 19<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura veta oito filmes para televisão Última Hora 02/06/1981 8<br />
Percalços da liberda<strong>de</strong> Revista Isto É nº262 30/12/1981 78<br />
Cacex pe<strong>de</strong> ao governo fim da censura nas exportações <strong>de</strong> discos, filmes e livros Jornal <strong>do</strong> Brasil 20/10/1980 23<br />
Texto certo Revista Veja nº645 14/01/1981 56<br />
Censura, não. Autocensura Jornal <strong>do</strong> Commercio 21/12/1980<br />
'Z' é um barômetro da <strong>de</strong>mocracia' Jornal <strong>do</strong> Brasil 02/04/1980<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura será extinto Folha <strong>de</strong> São Paulo 16/01/1986 Folha Ilustrada pág.32<br />
E a Censura vai mudar, afinal? Jornal <strong>de</strong> Brasília 15/03/1986 Artes e Espetáculos Pág. 23<br />
Normas para censura <strong>de</strong> filmes Gazeta Mercantil 12/07/1986 São Paulo<br />
Coriolano joga na <strong>de</strong>fesa Correio Braziliense 05/04/1985 APARTE pág. 19<br />
Nova vítima da tesoura Revista Isto É nº506 03/09/1986 Censura pág. 45<br />
Censura Tribuna da Imprensa 07/05/1986 Cartas pág. 4<br />
Corrêa <strong>de</strong>seja impor censura à pornografia O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 22/02/1989 6<br />
Arquivo Nacional exuma Censura Correio Braziliense 21/05/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
Or<strong>de</strong>m é liberar com responsabilida<strong>de</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 08/10/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 8<br />
Comissão extingue a censura; tarefa <strong>do</strong> censor será menor Gazeta <strong>do</strong> Povo 11/08/1988<br />
Defesa da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Criação e Expressão Gazeta <strong>de</strong> Notícias 30/11/1988 O Guia <strong>do</strong> Barnabé<br />
Proibida toda e qualquer forma <strong>de</strong> censura no país O Globo 31/08/1988 5
Censura<br />
196<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura po<strong>de</strong>rá sobreviver na próxima Constituição Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/05/1988 Folha Ilustrada pág. 56<br />
Constituinte acaba com to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> censura o Globo 25/05/1988 Política pág. 5<br />
Sai censura, entra liberda<strong>de</strong> Correio Braziliense 13/07/1988 APARTE pág. 28<br />
Um SOS contra a censura Jornal da Tar<strong>de</strong> 13/07/1988 18<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura tem novo presi<strong>de</strong>nte O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/09/1988 20<br />
Arruman<strong>do</strong> a casa para a liberda<strong>de</strong> Jonal <strong>de</strong> Brasília 12/10/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 8<br />
Conselho <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a liberda<strong>de</strong> Zero Hora 07/10/1988 Programa<br />
Ah, liberda<strong>de</strong>! Correio Braziliense 12/10/1988 APARTE pág. 23<br />
Agora, é proibi<strong>do</strong> proibir Jornal <strong>de</strong> Brasília 05/10/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 7<br />
Decreto extingue Conselho <strong>de</strong> Censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/09/1988 19<br />
O drible da Constituição Correio Braziliense 30/09/1988 APARTE pág. 32<br />
Justiça muda normas para censura <strong>de</strong> filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/10/1988 A-4<br />
Conselheiros ainda temem a Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/10/1988 8<br />
Classificação substitui censura O Liberal 05/07/1988 7<br />
Censura <strong>de</strong>ve sair da óbita <strong>do</strong> DPF Correio Braziliense 05/04/1988 12<br />
A velha tesoura po<strong>de</strong> ser aposentada Jornal da Tar<strong>de</strong> 05/07/1988 Artes e Espetáculos pág. 22<br />
Fim da Censura tem 34 mil assinaturas Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/05/1987 Folha Ilustrada pág. 33<br />
Fim da Censura, e a exigência <strong>de</strong> 40 mil pessoas Jornal da Tar<strong>de</strong> 13/05/1987 Artes e Espetáculos pág. 22<br />
Abert quer ampliar censura nos meio <strong>de</strong> comunicação Tribuna da Imprensa 30/07/1987 9<br />
Furta<strong>do</strong> quer escon<strong>de</strong>r a tesoura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/03/1987 32<br />
Cultura embaixo da ponte O Globo 04/10/1987 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 5<br />
Censura será votada hoje em duas comissões Correio Braziliense 12/06/1987 Política pág. 5<br />
Pelo fim da Censura Correio Braziliense 30/07/1987 APARTE pág. 22<br />
Censura a espetáculos, programas <strong>de</strong> rádio e TV será só indicativa O Globo 26/10/1980 Política pág, 2<br />
Parágrafos sobre censura provocam críticas gerais O Globo 28/08/1987 O País pág. 6<br />
Censura O Globo 28/08/1987 Cartas <strong>do</strong> Leitor pág.4<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura terá nova composição Folha <strong>de</strong> São Paulo 26/02/1987 Folha lustrada pág. 37<br />
A censura e as outras censuras O Dia 14/04/1985 Cinema N.H.<br />
Diretor da Censura: vinculação à polícia agora é mera formalida<strong>de</strong> O Globo 11/04/1985<br />
Coriolano reafirma a nova face da censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 06/04/1985
Censura<br />
197<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Censura: menor em filme proibi<strong>do</strong>, nem com os pais O Globo 09/04/1985<br />
Censura liberada, com cortes Revista Isto É 27/03/1985 Cultura pág. 48<br />
A Nova república não vai ter censores Jornal <strong>de</strong> Brasília 24/03/1985<br />
Dona Solange entrega a tesoura. E sai pelos fun<strong>do</strong>s Jornal da Tar<strong>de</strong> 14/03/1985<br />
Chico Buarque quer liberar obras censuradas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 64 Jornal <strong>do</strong> Brasil 30/03/1985<br />
Censura não vai atuar na comercialização <strong>de</strong> discos O Globo 12/04/1985<br />
Tal e qual Jornal <strong>do</strong> Brasil 12/04/1985 Zózimo<br />
De censura<strong>do</strong> a censor Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/04/1985<br />
Censuran<strong>do</strong> a censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/12/1985 Opinião<br />
Censura: surpresa no Conselho Jornal da Tar<strong>de</strong> 11/04/1985<br />
Artistas <strong>de</strong>finem a nova censura Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/03/1985<br />
CENSURA - tu<strong>do</strong> em uma dúzia <strong>de</strong> artigos Jornal da Tar<strong>de</strong> 29/03/1985<br />
Censura: um encontro com o CSC e corte O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/04/1985<br />
Nova Censura não fica com a Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/04/1985<br />
A questão da censura, para a Nova República O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 17/02/1985<br />
Ricar<strong>do</strong> Cravo Albin quer o fim da censura política O Globo 13/02/1985<br />
Solange Hernan<strong>de</strong>z vai <strong>de</strong>ixar Censura <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> antes <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> março Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/02/1985<br />
Censura - da política para a cultura Jornal da Tar<strong>de</strong> 05/03/1985<br />
Obriga<strong>do</strong>, Dona Solange! Jornal da Tar<strong>de</strong> 06/03/1985<br />
Bye, bye, Solange Folha <strong>de</strong> São Paulo 01/03/1984<br />
Solange Hernan<strong>de</strong>s, exoneração oficial O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/03/1985<br />
Justiça exonera Solange e mais três assessores O Globo 14/03/1985<br />
A Censura vira '<strong>de</strong>fesa da livre expressão' Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/07/1985<br />
Aviso aos censura<strong>do</strong>s Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/07/1985 Informa JB<br />
Liberou geral O Globo 18/07/1985 Coluna Política<br />
Lyra vê cultura no Casa Gran<strong>de</strong> Tribuna da Imprensa 13 e 14/07/1985<br />
A<strong>de</strong>us, Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/07/1985 Infrome<br />
Motéis, TV e ensino noturno tiram o público <strong>do</strong> cinema? Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/02/1978 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Nos embalos <strong>de</strong> Calmon Lampião da Esquina 06/1979 10
Censura<br />
198<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
As <strong>de</strong>liciosas chanchadas Correio Braziliense 29/07/1988 APARTE pág. 27<br />
Chanchadas, rir à toa é peca<strong>do</strong>? Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/05/1988 Classifica<strong>do</strong>s pág. 9<br />
Como era boa a nossa chanchada Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/01/1988 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 5<br />
Reviven<strong>do</strong> as chanchadas, marco <strong>do</strong> cinema brasileiro Jornal da Tar<strong>de</strong> 04/09/1989 Divirta-se pág. 24<br />
Este mun<strong>do</strong> é uma chanchada Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/09/1989 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 1<br />
Chanchadas: um dia ainda serão cult movies Correio Braziliense 17/09/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 6<br />
O continente perdi<strong>do</strong> O Globo 21/08/1989 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 1<br />
Cinema sem confete Última Hora 24/02/1987 Revista pág. 7<br />
Que fim levaram as comédias cariocas <strong>de</strong> carnaval? O Globo 02/02/1986 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 10<br />
Carnaval e o filmusical brasileiro Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 11/02/1986<br />
Canção <strong>de</strong> setembro Diário <strong>de</strong> Pernambuco 04/09/1986<br />
Chanchada pega fogo Jornal <strong>de</strong> Brasília 17/01/1986 Artes e Espetáculos pág. 16<br />
Era uma vez a chanchada O Povo 14/02/1985 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno<br />
As chanchadas e Oscarito. Hoje, no Globo Repórter O Globo 08/05/1984 27<br />
Alegres lembranças O Globo 10/03/1984 Coluna <strong>de</strong> Carlos Swann<br />
'Globo Repórter' revive as chanchadas <strong>do</strong> cinema Diário Popular 01/03/1984<br />
FESTIVAL ATLÂNTIDA, A chanchada - quem diria? - acabou na cinemateca Jornal da Bahia 04/01/1984<br />
A história <strong>de</strong> uma peruca que <strong>de</strong>pôs Getúlio Vargas Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/08/1984 Folha Ilustrada pág. 35<br />
A velha chanchada revista pela TV Folha <strong>de</strong> São Paulo 01/03/1984<br />
Assim era a chanchada O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/04/1981<br />
Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Programas e<br />
Leituras <strong>do</strong> Jornal da Tar<strong>de</strong><br />
Paródia, o la<strong>do</strong> cômico e o político O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/10/1980 18<br />
No MIS, as origens <strong>do</strong> nosso cinema popular O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/03/1975<br />
Watson Mace<strong>do</strong>: a chanchada no MIS Última Hora 06/03/1975 Cine Ronda<br />
Nessa antologia só entra a chanchada Jornal da Cida<strong>de</strong> 21/02/1975 Cinema<br />
(Re)visão da chanchada Correio da Manhã 21 e 22/03/1972<br />
Ciclo na cinemateca rediscute a chanchada Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/09/1989 Folha Ilustrada pág. F-5<br />
Uma nova realida<strong>de</strong> Exame nº319 ano XVII 06/02/1985<br />
Veja o que a Cinedistri traz para nós neste 71 Opular da Tar<strong>de</strong> 05/01/1971 De ver e Ouvir
Embrafilme<br />
199<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Cinema e Embrafilme Correio Braziliense 31/10/1978<br />
Uma câmera na mão e uma briga na cabeça Folha <strong>de</strong> São Paulo 08/05/1984<br />
Embrafilme lembra INCE, seu avô Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/01/1987 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 8<br />
Projetos <strong>de</strong> filmes Última Hora 06/08/1984<br />
Fora <strong>do</strong> esquema 'cinemão' Lampião da Esquina nº 2 06/78<br />
Portella <strong>de</strong>bate no Sena<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná 21/11/1980<br />
Cineastas elimina<strong>do</strong>s criticam Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 07/05/1983 32<br />
Sai lista <strong>de</strong> mais 41 projetos aprova<strong>do</strong>s pela Embrafilme Diário <strong>de</strong> Minas 19/08/1988<br />
A Embra dá e não cobra O Globo 12/03/1989 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno<br />
Revista <strong>de</strong> Domingo, Cinema<br />
Uma luz no fim da tela Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/05/1989<br />
pág. 18<br />
Cai participação da Embrafillme na produção cinematográfica Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/07/1989 Folha Ilustrada pág. E-1<br />
Em busca <strong>de</strong> novos caminhos O Liberal 09/05/1989<br />
A hora <strong>de</strong> virar a mesa O Globo 26/02/1989 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 12<br />
Embrafilme e o barateamento da produção Tribuna da Bahia 24/07/1989<br />
Enfim, fora das prateleiras Última Hora 18/04/1989 UH Revista pág. 1<br />
'Pacto' cinematográfico teve sua primeira rodada Producine 07/1989 2<br />
Até vaquinha para filmar O Globo 03/11/1986 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 1<br />
Vem aí mais um capítulo da novela Embrafilme O Fluminense 14/08/1988 Cinema<br />
Segurança equivocada Jornal <strong>de</strong> Brasília 08/02/1984<br />
Embrafilme con<strong>de</strong>na a censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 31/05/1979<br />
A Embrafilme faz sua <strong>de</strong>fesa Jornal da Tar<strong>de</strong> 26/08/1983<br />
Embrafilme quer o 'sistema alternativo' Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos 31/01/1983<br />
Embrafilme busca alternativas <strong>de</strong> exibição Folha <strong>de</strong> São Paulo 16/01/1983<br />
A crise <strong>do</strong> cinema brasileiro Correio Braziliense 06/05/1984<br />
Reformulações e escolha <strong>do</strong> novo presi<strong>de</strong>nte da Embrafilme Folha da Tar<strong>de</strong> 15/04/1982<br />
Roberto e Calil os mais cota<strong>do</strong>s para Embrafilme Correio Braziliense 25/04/1982<br />
Candidatos à direção da Embrafilme são seis Folha <strong>de</strong> São Paulo 15/04/1982 Folha Ilustrada pág. 38<br />
Parreira indica<strong>do</strong> à direção da Embra Diário <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> ABC 14/04/1982 3<br />
Cineastas criam comissão para reformular Embrafilme O Globo 16/04/1982
Embrafilme<br />
200<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Á procura <strong>do</strong> novo diretor da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 09/04/1982 13<br />
Dois pontos Última Hora 09/04/1982 2<br />
Mudanças na Embrafilme já em estu<strong>do</strong> O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 06/04/1982<br />
Na Embrafilme, Pinheiro será presi<strong>de</strong>nte interino Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/04/1982 Folha Ilustrada<br />
Embrafilme A Tar<strong>de</strong> 05/04/1982 5<br />
Hoje, o nome <strong>do</strong> novo diretor? Jornal da Tar<strong>de</strong> 06/04/1982 18<br />
Ludwig recebe plano <strong>de</strong> reforma da Embrafilme O Globo 06/04/1982<br />
Embrafilme muda seu roteiro: é <strong>do</strong> MIC Tribuna da Imprensa 03/04/1982 2<br />
Direção da Embrafilme com Carlos Augusto Calil O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/04/1982 21<br />
Carlos Augusto Calil <strong>de</strong>ve ser o presi<strong>de</strong>nte interino O Globo 03/04/1982 5<br />
Crise na Embrafilme afasta o presi<strong>de</strong>nte A Tar<strong>de</strong> 02/04/1982 8<br />
Por que Celso Amorin <strong>de</strong>ixou a Embrafilme Jornal da Tar<strong>de</strong> 02/04/1982 20<br />
Embrafilme po<strong>de</strong> trocar <strong>de</strong> Ministério O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/05/1982 28<br />
Embrafilme busca novos espaços para o cinema O Povo 14/09/1981<br />
Esta é a Embrafilme que você vê Última Hora 21/10/1980<br />
Um mal menor? Revista Veja 18/04/1979 Cinema<br />
Nova or<strong>de</strong>m na Embrafilme Revista Isto É 18/04/1979<br />
Embrafilme: Amorin toma posse e fala <strong>de</strong> seus planos Diário Popular 14/04/1979<br />
Estes são os novos planos para o cinema nacional Jornal da Tar<strong>de</strong> 16/04/1979<br />
Cineastas querem se fazer representar em um novo conselho O Fluminense 12 e 13/02/1978<br />
Roberto Farias vê o cinema nacional na sua melhor fase O Fluminense 14/02/1978<br />
Embrafilme: eleição contestada O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 18/02/1978<br />
Embrafilme e a divergência <strong>de</strong> suas minorias acionárias O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/02/1978<br />
Roberto farias na contra-ofensiva Jornal <strong>de</strong> Brasília 18/02/1978<br />
Embrafilme: o que há por trás da história? Última Hora 20/02/1978<br />
Farias critica manda<strong>do</strong>s contra a Embrafilme O Globo 12/10/1978<br />
Cinema encolhi<strong>do</strong> O Globo 01/04/1990 Ca<strong>de</strong>rno D pág. 4<br />
Fim da Embrafilme surpreen<strong>de</strong> secretário O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 17/03/1990 14<br />
Embrafilme reage às <strong>de</strong>missões O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/03/1990 Política pág. 06
Embrafilme<br />
201<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
O fim da Embrafilme Tribuna da Imprensa 23/03/1990 Tribuna Bis<br />
Manifesta <strong>do</strong> Embrafilme acusa arbitrarieda<strong>de</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 21/03/1990<br />
Funcionários repdudiam extinção Zero Hora 20/03/1990<br />
Perplexida<strong>de</strong> na Embrafilme Diário da Tar<strong>de</strong> 20/03/1990<br />
Artistas em <strong>de</strong>fesa da cultura O Globo 27/03/1990<br />
Roberto Farias <strong>de</strong>sconhece o aval <strong>do</strong> SNI na criação da Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 07/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-12<br />
Cinema luta pela Embrafilme Correio Braziliense 04/04/1990<br />
Para Bressane SNI avalizou Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-2<br />
Matou o cinema e foi para Brasília UH Revista 28/03/1990<br />
Pretensão e água benta Jornal <strong>do</strong> Brasil 04/02/1990 Idéias pág. 10<br />
Equipe <strong>de</strong> Collor volta atrás e agora estuda a manutenção da Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/03/1990 Folha Ilustrada pág. E-1<br />
Embrafilme foi iniciativa <strong>do</strong> regime militar Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/03/1990 Folha Ilustrada pág. E-2<br />
Cinema, a difícil arte <strong>de</strong>sse negócio Diário <strong>do</strong> Comércio 29/09/1988 12<br />
Embrafilme prepara-se para nova fase Correio Braziliense 01/05/1984<br />
Embrafilme muda política <strong>de</strong> produção O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/05/1984<br />
Embrafilme - Assembléria <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> estimular produção Jornal <strong>do</strong> Brasil 01/05/1984 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 6<br />
Embrafilme po<strong>de</strong> aban<strong>do</strong>nar o merca<strong>do</strong> internacional? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/06/1984<br />
Uma séria intervenção cirúrgica na Embrafilme Correio Braziliense 28/07/1984 Atualida<strong>de</strong>s pág. 21<br />
Embrafilme: projeto <strong>de</strong> mudanças pronto Diário <strong>do</strong> Povo 06/03/1984<br />
Embrafilme e Itamaraty Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/05/1984<br />
Os <strong>de</strong>scontentes e a carruagem da Embrafilme Gazeta <strong>de</strong> Notícias 05/02/1984<br />
MEC discute apoio à Embafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 22/07/1984<br />
Ruy Guerra não per<strong>do</strong>a a Embrafilme Folha da Tar<strong>de</strong> 02/11/1984<br />
Anteprojeto preten<strong>de</strong> estatizar Embrafilme Diário <strong>do</strong> Comércio 06/02/1985<br />
Apareci<strong>do</strong>, discutin<strong>do</strong> a Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/03/1985<br />
Embrafilme será empresa pública Correio Braziliense 05/02/1985 Atualida<strong>de</strong>s<br />
Embrafilme - Ludwig garante: nada certo sobre o novo diretor Jornal <strong>do</strong> Tar<strong>de</strong> 16/04/1982<br />
Mudanças na Embra: só a censura não sai Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 27/04/1982<br />
Os melhores <strong>de</strong> 1986 Jornal <strong>do</strong> Brasil 01/02/1987 Revista <strong>de</strong> Domingo pág. 28<br />
Abusan<strong>do</strong> da sorte O Fluminense 20/05/1987 Cinema
Embrafilme<br />
202<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Embrafilme <strong>de</strong>sfila entre as maiores distribui<strong>do</strong>ras Jornal <strong>de</strong> Brasília 16/01/1987 Artes e Espetáculos pág. 16<br />
Embrafilme Distribui<strong>do</strong>ra no rank das cinco maiores Gazeta <strong>do</strong> Povo 21/01/1987<br />
Distribuição à <strong>de</strong>riva Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/02/1986 Folha Ilustrada pág. 46<br />
On<strong>de</strong> estão os nossos filmes? Jornal <strong>do</strong> Brasil 06/10/1985 Revista <strong>de</strong> Domingo<br />
Embrafilme será reformulada até maio Jornal <strong>do</strong> Brasil 04/04/1982 6<br />
Direção da Embrafilme com Carlos Augusto Calil O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/04/1982 21<br />
Ludwig aceita <strong>de</strong>missão <strong>do</strong> presiente da Embrafilme o Globo 02/04/1982 7<br />
Celso Amorim se <strong>de</strong>mite da presidência da Embrafilme O Globo 02/04/1982 7<br />
3ª feira, Embrafilme terá novo presi<strong>de</strong>nte Correio Braziliense 18/04/1982<br />
Política da Embrafilme não muda, diz Ludwig Jornal <strong>de</strong> Brasília 20/04/1982<br />
Embrafilme já teria diretores difeini<strong>do</strong>s Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/04/1982 Folha Ilustrada pág. 36<br />
Já com Figueire<strong>do</strong> a lista sêxtupla para Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/04/1982 Folha Ilustrada pág. 38<br />
Parreira teria si<strong>do</strong> imposta 'lá <strong>de</strong> cima' Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/04/1982 Folha Ilustrada pág. 25<br />
A Embrafilme continuará na área <strong>do</strong> MEC O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/04/1982<br />
Otelo con<strong>de</strong>na intervenção na Embrafilme Jornal <strong>de</strong> Brasília 03/04/1982<br />
Ministro: Embrafilme será reorganizada mas manterá sua política O Globo 26/04/1982 7<br />
Cinestas paulistas <strong>de</strong>finem sua posição em relação à Embrafilme Jornal da Tar<strong>de</strong> 06/04/1982<br />
Cineastas baianos discutem censura na Embrafilme Jornal da bahia 07/04/1982<br />
Cinema diz não ao plano <strong>de</strong> Ludwig Jornal <strong>do</strong> Commercio 04/04/1982<br />
A Embrafilme e o 'Z' tupiniquim O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 08/04/1982 3<br />
Esdrúxula situação Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 06/04/1982 5<br />
MEC muda atribuições da Embrafilme O Fluminense 04/04/1982<br />
E a cinemateca O Globo 07/07/1979<br />
TV-E = Censura Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/07/1979<br />
Embrafilme promoverá mostra na Argentina Correio <strong>do</strong> Brasil 16/07/1987<br />
Embrafilme: num mato sem cachorro Correio Braziliense 12/03/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 8<br />
Sarney revela <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> privatizar Embrafilme O Esta<strong>do</strong> 06/11/1983<br />
Embrafilme preocupa o cineasta Nelson Santos Diário <strong>de</strong> Natal 10/12/1986<br />
Celso Furta<strong>do</strong> ainda quer mudar a Embrafilme Folha da Tar<strong>de</strong> 29/11/1986<br />
Livre iniciativa Gazeta <strong>do</strong> Povo 22/01/1988
Embrafilme<br />
203<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Distribuição privatizada agita Embrafilme Folha da Tar<strong>de</strong> 04/02/1988<br />
Embrafilme po<strong>de</strong>rá tornar-se fundação O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/05/1987<br />
A velha Embra acaba por <strong>de</strong>creto O Dia 04/11/1987 27<br />
O cinema vai cair no mun<strong>do</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 06/11/1987 Ca<strong>de</strong>rnoB pág. 1<br />
Embratrem da alegria Revista Veja 31/05/1989 127<br />
Embrafilme e o apoio espanhol O Globo 16/05/1989 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 1<br />
O que vem por aí Tribuna da Bahia 27/07/1989<br />
Embra, Trapalhões e outras Tribuna da Bahia 28/09/1989 Cinema<br />
Planos para agitar a usina Embrafilme Jornal da Tar<strong>de</strong> 17/08/1989 21<br />
Embrafilme: vinte anos <strong>de</strong> luta pelo cinema brasileiro Noticiário das Empresas nº179 08/1989<br />
Os 20 anos da Embrafita S/A Jornal <strong>de</strong> Brasília 23/07/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 11<br />
Embrafilme entra na distribuição A Tar<strong>de</strong> 29/11/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2<br />
O lugar da Embrafilme é em Brasília O Fluminense 29/11/1989 Nas telas<br />
Filial da Embra reaberta em breve Tribuna da Bahia 05/12/1989 Cinema<br />
Suspense hitchcokiano no cinema brasileiro: o que será feito da Embrafilme Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 11/05/1988<br />
Embrafilme é saudável, diz Magalhães Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 24/05/1988<br />
Uma <strong>de</strong>spedida cinematográfica Jornal <strong>do</strong> Brasil 12/05/1988 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 10<br />
Bilheteria, nova vocação da Embra Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/06/1988 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
Cineastas acusam direção da Embra <strong>de</strong> prejudicar distribuição e só querer lucro Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/05/1988 Folha Ilustrada pág. 41<br />
Última Sessão Jornal <strong>do</strong> Brasil 06/05/1988 Informa pág. 6<br />
Bomba Cinematográfica O Fluminense 08/05/1988<br />
Ghignone <strong>de</strong>ixa a Embrafilme e rebate críticas Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 04/05/1988<br />
Muita polêmica nos basti<strong>do</strong>res <strong>do</strong> cinema Correio Braziliense 07/05/1988 APARTE pág. 24<br />
Semana <strong>de</strong>cisiva para o cinema Jornal <strong>de</strong> Minas 10/05/1988<br />
Fábio Magalhães vai dirigir a Embrafilme O Liberal 13/05/1988<br />
Ghignone <strong>de</strong>ixa a Embrafilme Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 13/05/1988 Geral pág. 8<br />
Fernan<strong>do</strong> Ghignone <strong>de</strong>mitiu-se da presidênica da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná 14/05/1988<br />
Embrafilme Zero Hora 13/05/1988 O País pág. 14<br />
Para o MIC, com calma Correio Braziliense 17/05/1988 APARTE<br />
O estatuto que faltava para os filmes nacionais Folha da Tar<strong>de</strong> 02/06/1988
Embrafilme<br />
204<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Novos diretores da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná 09/06/1988 Almanaque pág. 8<br />
Embrafilme tem nova diretoria O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 10/06/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
Embrafilme tem novos dirigentes Diário <strong>de</strong> Pernambuco 17/06/1988 Diversões pág. 5<br />
Furta<strong>do</strong> anuncia que Fábio Magalhães vai presidir Embrafilme Diário <strong>de</strong> Pernambuco 14/05/1988<br />
Magalhães é o novo diretor da Embrafilme Gazeta <strong>do</strong> Povo 24/05/1988<br />
Toma posse o novo cobrão nacional das 'tesouradas' Notícias populares 01/09/1988<br />
Novo presi<strong>de</strong>nte da Embrafilme <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> nova postura Correio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> 24/05/1988<br />
Cineastas querem ir para o MIC Correio Braziliense 10/05/1988 APARTE pág. 26<br />
Embrafilme encara o cinema como indústria Diário <strong>de</strong> Natal 24/05/1988<br />
Embrafilme já tem estatuto Correio <strong>do</strong> Brasil 01/06/1988 14<br />
Embrafilme Última Hora 26/06/1988 4<br />
Embrafilme lege nova diretoria Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 09/06/1988 5<br />
Os planos <strong>de</strong> Oliveira à frente da Embrafilme Hoje em Dia 10/01/1989 Cultura pág. 24<br />
Sucessão Jornal <strong>do</strong> Brasil 31/03/1989 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 3<br />
Cinema sai: sem TFM, choro e vela Jornal <strong>de</strong> Brasília 05/11/1975 Câmara<br />
Embrafilme - relatório da diretoria - balanço Jornal <strong>do</strong> Commercio 15/06/1989<br />
Embrafilme: tensão no meio cinematográfico O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 25/08/1983<br />
No Centro, o otimismo apesar da crise Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/08/1983 Folha Ilustrada<br />
Embrafilme: agora seu campo <strong>de</strong> ação é maior Jornal da manhã 02/06/1988<br />
Embrafilme po<strong>de</strong> ser tranferida para Indústria e Comércio O Dia 08/06/1988<br />
Crise não reduz ativida<strong>de</strong>s da Embrafilme Correio Braziliense 11/05/1988 Sr. Redator pág. 22<br />
Embrafilme Jornal <strong>do</strong> Brasil 08/11/1988 Car<strong>de</strong>rno B, Cartas pág. 2<br />
O velho filme da Embra O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/09/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
Pé <strong>de</strong> página Jornal <strong>de</strong> Brasília 03/12/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág.2<br />
Filme nacional Jornal <strong>do</strong>s Sports 18/01/1987<br />
Embrafilme teme ver suas verbas reduzidas Gazeta <strong>do</strong> Povo 03/08/1989<br />
Indústria Cinematográfica carioca <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Embrafilme Correio <strong>do</strong> Povo 15/11/1978<br />
Mais uma entida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>fesa da Embrafilme Jornal da Tar<strong>de</strong> 14/11/1978<br />
Os passos positivos da Embrafilme Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/05/1982 Ca<strong>de</strong>rno Especial pág.3
Embrafilme<br />
205<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Celso Amorim <strong>de</strong>ixa a direção da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 02/04/1982 19<br />
A 'Embra' e a crise <strong>do</strong> cinema brasileiro Correio Braziliense 05/04/1982<br />
O cinema e o mecenas Última Hora 05/04/1982 2<br />
Ruy Guerra critica <strong>de</strong>missão <strong>de</strong> Amorim Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 30/04/1982<br />
Volta no parafuso Folha <strong>de</strong> São Paulo 16/04/1982 2<br />
Celso Amorim <strong>de</strong>mite-se da Embrafilme Jornal <strong>de</strong> Brasília 02/04/1982<br />
'Pra Frente' leva crise à Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/04/1982 1<br />
Por que Celso Amorim <strong>de</strong>ixou a Embrafilme? Jornal da Tar<strong>de</strong> 02/04/1982<br />
'Pra Frente Brasil' <strong>de</strong>rruba o presi<strong>de</strong>nte da Embrafilme Jornal <strong>do</strong> Commercio 02/04/1982<br />
'Pra Frente Brasil' O Liberal 02/04/1982<br />
A voz <strong>do</strong> Macunaíma Jornal da Semana Inteira nº298 ano VI 10 a 16/04/1982<br />
Celso Amorim e a Embrafilme Gazeta <strong>de</strong> Notícias 09/04/1982<br />
Os limites da ação política Jornal <strong>de</strong> Nrasília 04/04/1982 Política<br />
Ludwig analisa Embrafilme Jornal <strong>de</strong> Brasília 04/04/1982<br />
Patrocinan<strong>do</strong> e censuran<strong>do</strong> opiniões O Dia 07/04/1982<br />
O cinema viverá sem a abertura? Jornal <strong>do</strong> Commercio 06/04/1982<br />
Pra Frente Brasil Correio Braziliense 03/04/1982<br />
Embrafilme: Farias presta contas ao ministro Brandão Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/11/1978<br />
Embrafilme exige filiação <strong>de</strong> empresas Jornal <strong>de</strong> Brasília 01/07/1978<br />
Cinema brasileiro num 1979 cheio <strong>de</strong> dúvidas A notícia 25/04/1979<br />
Embrafilme: Bressane con<strong>de</strong>na sua extinção Tribuna da Imprensa 26/08/1983<br />
Artistas con<strong>de</strong>nam fim da Embrafilme Última Hora 25/08/1983<br />
Seplan estuda meio para acabar com as estatais A Gazeta 25/08/1983<br />
Cineastas brasileiros <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a Embrafilme Jornal <strong>de</strong> Brasília 28/08/1983<br />
Chegou a hora da verda<strong>de</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/08/1983 Notas e Informações<br />
Cineastas ironizam o fim da Embrafilme O Fluminense 27/08/1983<br />
Artistas se reúnem contra a extinção da Embrafilme O Dia 28/08/1983<br />
O leilão <strong>do</strong> cinema nacional. Quem dá mais? Jornal <strong>de</strong> Brasília 25/08/1983 Dos Editores<br />
Que fechem a Embrafilme! Jornal <strong>do</strong> Brasil 29/08/1983 Editorial pág.8<br />
Solução à Embrafilme, fechar ou privatizar Tribuna da Imprensa 01/09/1983
Embrafilme<br />
206<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Defendida a extinção ou incorporação <strong>de</strong> estatais O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 01/09/1983<br />
Nova Carta ao FMI reduzirá mais os gastos <strong>de</strong> estatais jornal <strong>do</strong> Brasil 02/09/1983<br />
Embrafilme mudará sua estrutura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 02/09/1983<br />
Roberto Parreira: 'Embrafilme vive uma crise <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo' O Globo 05/09/1983 15<br />
Neville D'Almeida: 'Somos contra a privatização' O Globo 05/09/1983 15<br />
Deputa<strong>do</strong> acusa empresas multinacionais: 'Tentam liquidar a Embrafilme' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 10/09/1983<br />
Multinacionais querem liquidar a Embrafilme Tribuna da Imprensa 10 e 11/09/1983<br />
Deputa<strong>do</strong> vê ameaça ao cinema nacional O Povo 25/09/1983<br />
Embrafilme ameaçada Última Hora 27/09/1983<br />
Mais cinco empresas serão <strong>de</strong>sestatizadas Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 20/09/1983<br />
Embrafillme aceita venda só parcial Correio Braziliense 20/09/1983<br />
A Embrafilme privatizada. (Em parte) Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/10/1983<br />
Aqui o sol se põe Correio Braziliense 28/08/1983 Política além da notícia<br />
Embrafilme na mira da privatização O Popular 15/11/1983 Cinema<br />
Governo vai privatizar distribuição <strong>de</strong> filmes Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/11/1983<br />
Em discussão, o papel da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/12/1983<br />
Embrafilme po<strong>de</strong> ser extinta Folha <strong>de</strong> Goiaz 15/12/1983<br />
Poucas & Boas O Dia 20/11/1983<br />
Embrafilme dá autonomia aos produtores Última Hora 11/05/1984<br />
Cineastas discutem Embrafilme Jornal da Bahia 10 e 11/02/1985<br />
A partir <strong>de</strong> hoje, o <strong>de</strong>bate sobre o cinema Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/01/1985<br />
A dama da lotação O Globo 16/04/1978<br />
Embrafilme - Assembléia Geral Extraordinária Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/01/1977<br />
O cinema luta por seus direitos na Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/01/1977 Folha Ilustrada pág. 33<br />
Embrafilme anuncia filmes <strong>de</strong> melhor nível artístico Correio <strong>do</strong> Povo 03/02/1976<br />
Política da Embrafilme possibilitará filmes no Esta<strong>do</strong>, diz cinesta Diário <strong>de</strong> Natal 04/02/1976<br />
Embrafilmes pensa em pólo cinematográfico no Esta<strong>do</strong> Zero Hora 09/04/1985<br />
Os argumentos da Embrafilme A Tar<strong>de</strong> 30/10/1975 Cinema
Embrafilme<br />
207<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Embrafilme quer temas históricos Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/11/1975<br />
Embrafilme pe<strong>de</strong> ajuda a esta<strong>do</strong>s Jornal <strong>de</strong> Santa catarina 04/07/1975<br />
Embrafilme Diário da Noite - Edição Matutina 26/07/1975<br />
Farias da Embrafilme Jornal <strong>de</strong> Brasília 17/12/1975 Persona<br />
O nosso cinema busca agora sua afirmação. (Roberto Farias) O Globo 02/08/1975<br />
Farias e seu primeiro ano na Embrafilme Notícias Populares 20/10/1975<br />
Vida <strong>do</strong> padre Cícero será um <strong>do</strong>s maiores projetos da Embrafilmes Tribuna <strong>do</strong> Ceará 06/12/1974<br />
Chega cineasta Roberto Farias O Povo 06/12/197?<br />
Diegues acha que fusão <strong>do</strong> INC e Embrafilme vai dar estrutura ao cinema Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/08/1974<br />
Roberto Farias: nova mentalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cinema O Globo 03/08/1974<br />
Ney <strong>de</strong>termina inovação ao empossar Roberto Farias Diário <strong>de</strong> Brasília 20/08/1974<br />
Embrafilme tem planos para o cinema brasileiro Correio <strong>do</strong> Povo 12/10/1974<br />
Cinema Nacional Jornal da Tar<strong>de</strong> 15/10/1974<br />
Embrafilme na distribuição e produção Correio <strong>do</strong> Povo 28/09/1973<br />
Embrafilme lançará 'S. Bernar<strong>do</strong>' Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/10/1973<br />
Cinema nacional, em movimento O Jornal 26/09/1973<br />
Embrafilme cria sua distribui<strong>do</strong>ra Diário <strong>de</strong> Notícias 14/08/1973<br />
Embrafilme distribui seu plano básico <strong>de</strong> diretrizes e vai co-produzir filmes Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/07/1973<br />
Qualida<strong>de</strong> é o objetivo único da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 22/03/1973<br />
Roberto Farias <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> privaização da Embra Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/03/1990 Folha Ilustrada pág. E-3<br />
Ex-diretores criticam 'estrutura cartorial' Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/03/1990<br />
Fim da Embrafilme divi<strong>de</strong> cineastas Jornal da Bahia 21/03/1990<br />
Quem ataca Roberto Farias? Só po<strong>de</strong>m ser as multinacionais Jornal da Bahia 08/11/1978<br />
A resposta da Embrafilme às <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/11/1978<br />
Roberto Farias elogia a Embrafilme e nega crise <strong>do</strong> cinema nacional O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/02/1978<br />
Lançamento <strong>de</strong> novas ações da Embrafilme Folha da Tar<strong>de</strong> 15/02/1978<br />
Roberto farias na contra-ofensiva Jornal <strong>de</strong> Brasília 18/02/1978<br />
Descentralizar, uma das metas <strong>de</strong> Amorim O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/04/1979<br />
Incompetência Jornal <strong>do</strong> Brasil 04/04/1982<br />
Cineastas cariocas reúnem-se hoje para <strong>de</strong>bater crise na Embrafilme O Globo 12/04/1982 6
Embrafilme<br />
208<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A Embrafilme oito anos <strong>de</strong>pois (I) Correio Braziliense 18/09/1983 Atualida<strong>de</strong>s<br />
Cinebrás, uma idéia polêmica Última Hora 07/05/1982<br />
Delfim no cinema Notícias Populares 08/12/1983<br />
Embrafilme - indústria e cultura Jornal <strong>de</strong> Letras 07/1983 2º Ca<strong>de</strong>rno<br />
Cineastas consagra<strong>do</strong>s e estreantes via Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 10/07/1983<br />
As alterações na voz da Embrafilme O Popular 29/06/1983<br />
Embrafilme apóia Última Hora 30/11/1983<br />
Em <strong>de</strong>bate, o cinema como política Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/01/1985<br />
Barreto quer greve Correio Braziliense 08/05/1985<br />
Idéia engavetada Correio Braziliense 10/04/1986 APARTE pág. 21<br />
Sarney tira as estatais da conversão da dívida Jornal da Tar<strong>de</strong> 04/10/1988 10<br />
O drama <strong>do</strong> nosso cinema fora das telas O Globo 12/06/1988 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno Pág. 5<br />
O cinema e a dívida externa Correio Braziliense 20/09/1988 APARTE pág. 1<br />
Embrafilme vai funcionar como empresa O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/05/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
A indústria cinematográfica nacional O Fluminense 28/05/1988<br />
Ministério da Cultura a<strong>do</strong>ta posição firme Producine 05/1989 2<br />
Embrafilme faz reunião a fim <strong>de</strong> baratear custos Jornal <strong>do</strong> Comercio 03/08/1989<br />
Sena<strong>do</strong>ra critica Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 21/03/1982 9<br />
Embrafilme S/A Correio Braziliense 29/08/1983 PT Saudações<br />
Cineasta <strong>de</strong>nuncia: 'filmes brasileiros para tevê são engaveta<strong>do</strong>s pela Embrafilme' Tribuna da Imprensa 18/03/1979 Eventos<br />
'Première Nacional' Folha da Tar<strong>de</strong> 05/06/1982 No Ar: Ferreira Netto<br />
Finalmente, Embrafilme na TV Correio Braziliense 14/02/1981<br />
Embrafilme prepara ofensiva contra 'enlata<strong>do</strong>s' Folha da Tar<strong>de</strong> 27/08/1980<br />
Embrafilme fecha contrato com Tv's Gazeta Mercantil 07/01/1981<br />
Embrafilme quer conquistar a televisão Jornal <strong>de</strong> Brasília 01/09/1978<br />
Disperdício <strong>de</strong> dinheiro é com a Embrafilme Diário Popular 25/05/1982<br />
Documentaristas querem verbas O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/06/1981 36<br />
O vazio <strong>do</strong> cinema paulista Revista Visão 07/07/1975 52<br />
Regulamentação da Embrafilme prejudica produtores paulistas Notícias Populares 20/02/1982<br />
Cinema, militância cultural sem apoio Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/12/1981 Folha Ilustrada pág. 67
Embrafilme<br />
209<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Poucas verbas contrariam cineastas Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/02/1982 Folha Ilustrada pág. 18<br />
Uma superintendência paulista, para tirar <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> as <strong>de</strong>cisões da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 31/05/1979<br />
Cinema nacional é Abacaxi Jornal <strong>de</strong> S. Catarina 17/10/1980<br />
Financian<strong>do</strong> O Globo 29/05/1980 Carlos Swann pág. 10<br />
A Embrafilme esperneia Última Hora 11/08/1981 2<br />
Quem será? Revista Veja 22/02/1978 Cinema pág. 80<br />
Embrafilme esclarece pornochanchada Correio Braziliense 01/02/1978<br />
Nós, e a Embrafilme Correio Braziliense 01/02/1978<br />
Embrafilme divulga nota contra críticas <strong>de</strong> Glauber Rocha O Globo 01/02/1978 O País pág. 6<br />
Embrafilme, sem censura, não combate pornochanchada O Globo 29/01/1978 4<br />
Roberto Farias afirma que a pornochanchada aju<strong>do</strong>u muito o cinema brasileiro Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/01/1978 15<br />
Indústria <strong>do</strong> cinema melhorou, diz Farias O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/10/1977 10<br />
Coisas da nossa pobreza Correio Braziliense 01/10/1977<br />
Embrachanchadas Última Hora 30/09/1977 2<br />
Brasil é o 3º produtor cinematográfico mundial Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos 10/01/1977<br />
Embrafilme con<strong>de</strong>na e pe<strong>de</strong> ação enérgica contra pornô-chanchada Última Hora 12/08/1975<br />
Embrafilme faz sua <strong>de</strong>fesa Correio Braziliense 20/09/1980 7<br />
Estética sub<strong>de</strong>senvolvida Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/10/1980 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
Cineastas se unem para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a Embrafilme Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/09/1980 Folha Ilustrada pág.51<br />
Cinema contra campanha 'moralista' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/09/1980<br />
Um relatório da Embrafilme Diário <strong>de</strong> Notícias 25/10/1975<br />
Intelectuais em crise Correio Braziliense 26/07/1980<br />
A 'batata' pornográfica Folha da Tar<strong>de</strong> 27/09/1980<br />
Da Embrafilme a Casanova Jornal <strong>do</strong> Commercio 18/10/1984<br />
Entendimento com Cacex para exportar filmes O Globo 04/09/1979<br />
Embrafilme busca dólares no exterior O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 24/10/1982 49<br />
Ofensiva sem discriminações O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/10/1981 39<br />
Amorim: apenas 30 filmes estão nas prateleiras Correio Braziliense 21/03/1980 19<br />
Embrafilme vai <strong>do</strong>brar o apoio a co-produções Jornal <strong>do</strong> Comércio 25/08/1979<br />
Embrafilme vai usar os financiamentos para dar estabilida<strong>de</strong> à indústria Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/08/1979
Embrafilme<br />
210<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Embrafilme muda critério para seleção <strong>de</strong> projetos Folhad e São Paulo 25/08/1979<br />
EMBRAFILME, conflito e legitimida<strong>de</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r Tribuna da Imprensa 22/10/1980<br />
EMBRAFILME Jornal <strong>do</strong> Brasil 15/10/1978 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 4<br />
Embrafilme: quem lucra com sua política cinematográfica O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/10/1978 24<br />
A crise da Embrafilme em <strong>de</strong>bate - Para on<strong>de</strong> vai o cinema brasileiro? Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 15/04/1982 4<br />
Os cineastas (cautelosos) falam da crise da Embrafilme Jornal da Tar<strong>de</strong> 21/09/1981<br />
'Pra Frente, Brasil' Jornal <strong>do</strong> Brasil 23/06/1982 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 1<br />
Delfim estudará aumento <strong>de</strong> capital da Embrafilme O Dia 15/10/1980<br />
Amorim <strong>de</strong>staca apoio <strong>do</strong> ministro Jarbas Passarinho O Norte 30/11/1980 Tela e Palco<br />
Embrafilme apóia <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m cinema O Fluminense 31/10/1980<br />
O rega-bofe da Embrafilme na mira da imprensa Folha da tar<strong>de</strong> 20/07/1981 Cinema/Crítica<br />
Embrafilme reage: 'Críticos têm preconceito' Folha da Tar<strong>de</strong> 23/07/1980<br />
Cinema sem pai nem mãe e Mistérios da Embrafilme Jornal <strong>do</strong> Commercio 26/06/1981<br />
A quem interessa? Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 30/09/1980 5<br />
Uma Embrafilme mais profissional O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/02/1981 21<br />
Embrafilme <strong>de</strong>sativa escritórios no país Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 21/07/1981<br />
Cineastas brasileiros contestam Figueire<strong>do</strong> Correio Braziliense 21/09/1980 11<br />
Escrevo e assino O Povo 03/11/1980 Ezaclir Aragão<br />
Embrafilme, Nelson etc e tal Crítica 9 a 15/06/1975 22<br />
Ministro Portella <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Embrafilme no Sena<strong>do</strong> O Fluminense 04/10/1980 Cinema<br />
Dono das camisas, <strong>do</strong>no da bola O Dia 18/04/1982 Cinema - Nelson Hoineff<br />
Embrafilme: o que <strong>de</strong>ve ser muda<strong>do</strong>? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/02/1981 14<br />
Embrafilme e a crítica A Notícia 01/12/1978 5<br />
Embrafilme sem política <strong>de</strong> dirigismo cultural Correio da Paraíba 21/09/1979<br />
Receita para o novo homem Folha <strong>de</strong> São Paulo 08/09/1980<br />
Números que comprometem O Dia 19/08/1980 Cinema - Nelson Hoineff<br />
Embrafilme: polêmica e contestação Diário <strong>de</strong> São Paulo 25/11/1978<br />
Embrafilme: um bo<strong>de</strong> meramente expiatório Jornal <strong>de</strong> Brasília 02/11/1978<br />
No en<strong>de</strong>reço <strong>do</strong> cinema nacional, o bandi<strong>do</strong> é a Embrafilme Diário <strong>de</strong> Minas 15/06/1980<br />
Cinema, monopólio e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional Terceiro Mun<strong>do</strong> nº45 05/1982 78
Embrafilme<br />
211<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Manifesto contra a Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 14/08/1981 19<br />
Cineastas paulistas rompem com a Embrafilme Jornal <strong>do</strong> Brasil 02/08/1980 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Embrafilme quer criar pólos regionais no país Jornal <strong>de</strong> S. Catarina 24/10/1982<br />
A Embrafilme e Reis Veloso Última Hora 23/05/1987 Diário <strong>do</strong> Carioca<br />
O homem da transição assume a Embrafilme Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/01/1987 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
O enterro da Embrafilme Tribuna da Imprensa 26/01/1987 4<br />
Queda-<strong>de</strong>-braço na Embrafilme Última Hora 23/04/1987 Diário <strong>do</strong> Carioca pág. 8<br />
Embrafilme amplia espaços culturais Jornal <strong>de</strong> Brasília 27/06/1987 Cultura pág. 16<br />
A Embrafilme sem a 'turma <strong>do</strong> Barreto' Jornal <strong>de</strong> Brasília 26/03/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág.11<br />
Finalmente, a Embrafilme dá lucro Última Hora 19/02/1988 Revista pág. 3<br />
Embrafilme, um mo<strong>de</strong>lo fali<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 23/03/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 12<br />
Embrafilme já tem 18 filmes para a TV, mas como obrigar a televisão a mostrar? Última Hora 30/01/1979<br />
As dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um filme premia<strong>do</strong> Correio Braziliense 01/12/1977 Cinema<br />
Verbas <strong>do</strong> BNDE para a Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/05/1980<br />
Prêmios Gazeta <strong>de</strong> Alagoas 21/01/1984 Nogueira Saraiva<br />
Dona Flor e Barreto: os <strong>do</strong>is mari<strong>do</strong>s da Embrafilme Tribuna da Imprensa 31/07/1979 Sem Censura<br />
Hélio Fernan<strong>de</strong>s - em primeira mão Tribuna da Imprensa 25/04/1982 7<br />
Preza<strong>do</strong> jornalista Hélio Fernan<strong>de</strong>s Tribuna da Imprensa 18/07/1979 Cartas<br />
Sr. Redator Tribuna da Imprensa 16/07/1979 Cartas<br />
Embrafilme no banco <strong>do</strong>s réus Tribuna da Imprensa 28 e 29/04/1979 Sem Censura<br />
A Embrafilme aliada às multinacionais contra o cinema nacional Tribuna da Imprensa 21 e 22/10/1978 Hélio Fernan<strong>de</strong>s<br />
Corrupção, corrupção, corrupção: dar dinheiro a cineastas-intelectuais-<strong>de</strong> esquerda, para que não combatam o governo Tribuna da Imprensa 10/10/1978 Hélio Fernan<strong>de</strong>s pág. 9<br />
A Embrafilme no banco <strong>do</strong>s réus e sem advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa Tribuna da Imprensa 16/10/1978 Hélio Fernan<strong>de</strong>s pág. 9<br />
Documentaristas fazem manifesto contra a Embrafilme Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 28/07/1978<br />
Documentaristas <strong>de</strong>nuncuam Embrafilme e Festival Correio Braziliense 27/07/1978<br />
A Embra e a Boca, uma guerra antiga Correio Braziliense 28/10/1984
Financiamento<br />
212<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Embrafilme agora quer dinheiro <strong>de</strong> fora Folha <strong>de</strong> São Paulo 24/07/1985<br />
Entre Bressane e os Trapalhões Jornal <strong>de</strong> Brasília 02/09/1989 ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 2<br />
A via crucis <strong>de</strong> um financiamento O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/10/1978<br />
Roberto Farias espera apoio <strong>de</strong> secretarias Jornal <strong>de</strong> Brasília 04/07/1975<br />
Embrafilme preten<strong>de</strong> <strong>do</strong>brar financiamentos Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 04/07/1975<br />
Embrafilme po<strong>de</strong> duplicar financimento a cineastas Diário Comércio e Indústria 04/07/1975<br />
Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> financiamento para o cinema brasileiro Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 16/07/1975<br />
MEC liberará Cr$ 7 milhões para financiar filmes históricos O Esta<strong>do</strong> 24/01/1975<br />
MEC vai financiar filmes Diário <strong>do</strong> Paraná 24/01/1975<br />
Embrafilme quer temas históricos Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/11/1975 8<br />
Financiamento po<strong>de</strong> ter o critério modifica<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> brasil 14/07/1973<br />
Negócio <strong>de</strong> alto risco Gazeta mercantil 28/09/1983<br />
Produtor <strong>de</strong> cinema se sente prejudica<strong>do</strong> com exigências <strong>do</strong> BNDES O Globo 09/09/1986 2º Ca<strong>de</strong>rno Pág. 3<br />
Oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio para quem quer ser sócio da Xuxa Jornal <strong>do</strong> Commercio 24/11/1987<br />
Seminário para nalisar produção e financiamento <strong>de</strong> filmes nacionais Hoje em Dia 22/11/1988<br />
Brilhantes... mas sem grana O Liberal 01/11/1988
História <strong>do</strong> Cinema<br />
213<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
O senso político <strong>de</strong> Gláuber Rocha O Esta<strong>do</strong> 11/06/1985<br />
Cinema brasileiro nos anos 70 A Tribuna 25/12/1979<br />
Embrafilmes diz que fará retrospectiva <strong>do</strong> cinema brasileiro Jornal <strong>de</strong> Brasília 03/05/1975<br />
As novas perspectivas <strong>do</strong> cinema nacional O Esta<strong>do</strong> 03/05/1975<br />
Mistérios e <strong>de</strong>stinos <strong>do</strong> cinema brasileiro Jornal <strong>de</strong> Brasília 26/10/1975 Especial<br />
Da Vera Cruz à Cinelândia passan<strong>do</strong> pela Atlântida Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/09/1983<br />
Cinema Nacional realiza<strong>do</strong> com dificulda<strong>de</strong>, mas reconheci<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro e fora <strong>do</strong> país Jornalzinho <strong>de</strong> Brasília 30/10/1980<br />
No MIS, um retrato <strong>de</strong> nossa história Diário Popular 23/09/1978
Política cinematográfica<br />
214<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Cinema e Esta<strong>do</strong> Folhetim 04/09/1983 04<br />
Difíceis caminhos <strong>do</strong> cinema no Brasil Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 10/03/1983<br />
Cinema Esta<strong>do</strong> Pasquim 20/10/1983<br />
Embrafilme e as medidas para incentivo ao cinema O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 28/09/1983 17<br />
Entre o terror e o êxtase Tribuna da Imprensa 06/01/1981 10<br />
Exterior, meta da Embrafilme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 17/06/1981 20<br />
Cinema brasileiro, um dilema: Esta<strong>do</strong> ou capital priva<strong>do</strong>? O Globo 13/10/1980 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 19<br />
A questão <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no cinema brasileiro Folha <strong>de</strong> São Paulo 31/10/1979 Folha Ilustrada pág. 31<br />
Cineastas pe<strong>de</strong>m apoio política para cultura Jornal <strong>de</strong> Brasília 30/03/1984<br />
Em cartaz, a crise <strong>do</strong> cinema Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/05/1984 29<br />
Na TV, cineastas não choram mais Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/11/1984<br />
Por um cinema mais <strong>de</strong>mocrático Folha <strong>de</strong> São Paulo 12/05/1984 Folha Ilustrada pág. 44<br />
Uma nova política, ou o abismo O Dia 06/08/1984<br />
Cinema brasileiro - o gigante a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> Tribuna da Imprensa 18/05/1984<br />
Crise ameaça nosso cinema Nas Bancas 24/10/1985 Ca<strong>de</strong>rno Especial pág 1<br />
Cinema: as expectativas <strong>de</strong> uma nova política Última Hora 18/06/1985<br />
Já pronto <strong>do</strong>cumento que reformula cinema O Fluminense 28/12/1985<br />
Apareci<strong>do</strong> cria grupos para Embrafilme Jornal <strong>de</strong> Brasília 23/04/1985<br />
Choque econômico esvazia pacote da Cultura Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/03/1986 Folha Ilustrada pág. 23<br />
Cineastas aprovam política para o cinema Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/02/1986 Folha Ilustrada pág. 29<br />
Sarney <strong>de</strong>ve mudar hoje o Concine Folha <strong>de</strong> São Paulo 23/12/1986 Folha Ilustrada pág 27<br />
Pacote da Embrafilme - Nelson Pereira dá apoio Correio Braziliense 10/12/1986 19<br />
Filme pornográfico será regulamenta<strong>do</strong> O Dia 28/06/1986<br />
Do Informe JB Gazeta <strong>do</strong> Povo 12/11/1985 Entre linhas<br />
Governo abre os cofres mas quer ví<strong>de</strong>os históricos Folha da Tar<strong>de</strong> 11/06/1985<br />
A busca <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo Jornal <strong>de</strong> Brasília 10/01/1990 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 1<br />
Dúvidas e dívidas <strong>de</strong> nosso audiovisual Jornal <strong>de</strong> Brasília 20/08/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 10<br />
Collor quer o fim da pasta <strong>de</strong> Cultura Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/11/1989 Folha Ilustrada pág. 1<br />
49% acham que o Esta<strong>do</strong> não <strong>de</strong>ve financiar cinema brasileiro Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/06/1988 Folha Ilustrada pág. 66<br />
Um cadáver insepulto ou um <strong>do</strong>ente morimbun<strong>do</strong>? Correio Braziliense 26/03/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 7
Política cinematográfica<br />
215<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
O que virá <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> paternalismo da Embra? Correio Braziliense 16/12/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
Modificada a estrutura <strong>do</strong> Concine Correio <strong>do</strong> Povo 22/11/1979 10<br />
Concine já tem Miguel Borges como presi<strong>de</strong>nte O Esta<strong>do</strong>d e São Paulo 18/10/1979 19<br />
Concine fixa preços <strong>do</strong>s ingressos padroniza<strong>do</strong>s O Dia 18/12/1979<br />
Certifica<strong>do</strong> para filmes publicitários O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/07/1979<br />
Concine mantém direito à segunda semana Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/02/1979 17<br />
Por que o Concine não fiscaliza os nossos curtas? Correio <strong>do</strong> Povo 17/02/1980<br />
Concine é o responsável pela exibição <strong>de</strong> péssimos curtos Jornal <strong>do</strong> Commercio 25/01/1980 Coluna <strong>de</strong> Celso Marconi<br />
Concine repensa sua ação fiscaliza<strong>do</strong>ra O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/03/1981 23<br />
Um professor <strong>de</strong> teoria literária enfrenta a prática <strong>do</strong> cinema nacional Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/03/1980 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 1<br />
Concine, futuro ainda in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/03/1980 21<br />
Jornalista é novo diretor <strong>do</strong> Concine Jornal <strong>do</strong> Brasil 23/04/1982 13<br />
Ludwig nomeia jornalista para presidir o Concine O Globo 23/04/1982 06<br />
Concine <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> investigar laboratórios <strong>de</strong> filmes O Globo 13/07/1982 5<br />
Concine <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o papel <strong>de</strong> fiscaliza<strong>do</strong>r Zero Hora 10/02/1990 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno Pág. 2<br />
Mais distribui<strong>do</strong>ras recuam na ação contra po<strong>de</strong>r fiscaliza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Concine Folha <strong>de</strong> São Paulo 10/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-2<br />
Empresas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o querem tirar o Concine <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 01/02/1990 Folha Ilustrada pág. E-3<br />
A crise passa. O filme não Revista Isto É nº 277 14/04/1982 22 e 23<br />
Cinema, veículo i<strong>de</strong>ológico à luz da psicologia O Fluminense 19/04/1977 17<br />
Cineastas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte criam distribui<strong>do</strong>ra Correio Braziliense 05/02/1982<br />
Os cineastas montam sua distribui<strong>do</strong>ra O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/02/1982 39<br />
Cineastas distribuem seus filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/01/1982 Folha Ilustrada pág. 21<br />
Nasce uma nova distribui<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 08/02/1982 Folha Ilustrada pág. 21<br />
O cinema político à procura <strong>de</strong> um espaço Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/01/1983 35<br />
Cinema Político Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná 14/04/1985<br />
Cinema ou Política Pasquim nº895 04 a 10/09/1986 16<br />
O dirigismo cultural está em cena Folha <strong>de</strong> São Paulo 12/06/1985<br />
Figueire<strong>do</strong> recebe estu<strong>do</strong> sobre cinema brasileiro O Globo 02/10/1980<br />
Não viu e não gostou Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/10/1980 Zózimo pág. 3<br />
Tancredan<strong>do</strong> no <strong>Rio</strong> Revista Isto É 14/11/1984 Cultura pág. 48
Política cinematográfica<br />
216<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
No rio, Tancre<strong>do</strong> ouve artistas e intelectuais Folha <strong>de</strong> São Paulo 07/11/1984<br />
Cinema pe<strong>de</strong> socorro ao Planejamento Jornal <strong>de</strong> Brasília 03/07/1985<br />
Manifesto <strong>de</strong> artistas faz <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> crime cultural O Dia 13/01/1989 Ca<strong>de</strong>rno D pág. 3<br />
Cinema em pé <strong>de</strong> guerra, culpa<strong>do</strong> é Delfim Folha da Tar<strong>de</strong> 19/10/1984<br />
Governo <strong>de</strong>ve mediar conflito, diz Calil Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/04/1985<br />
Depois das vacas magras, o filme brasileiro atrai milhões <strong>de</strong> especta<strong>do</strong>res O Globo 31/08/1986 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno Pág. 10<br />
O po<strong>de</strong>roso arsenal <strong>de</strong> Solanas Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/08/1988 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Solanas, último <strong>do</strong>s engaja<strong>do</strong>s O Globo 17/08/1988 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno Pág. 3<br />
Cinema brasileiro na berlinda O Fluminense 05/01/1990 Nas telas<br />
Um tratamento insensato Última Hora 08/01/1987 Revista pág. 7<br />
Quan<strong>do</strong> o cinema ia <strong>de</strong> vento em popa Jornal <strong>de</strong> Brasília 11/10/1988 Ca<strong>de</strong>rno B pág 7<br />
Cinema Brasileiro: só falta firmar caminhos UH Revista 29/11/1965<br />
Cinema nacional em dificulda<strong>de</strong>s Folha <strong>de</strong> São Paulo 03/12/1971<br />
Carbonari afasta restrições <strong>do</strong> Concine Gazeta Mercantil 23/02/1985<br />
Alterada a restrição a cinejornais Gazeta mercantil 12/03/1985<br />
Concine <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> regulamentação <strong>de</strong> cinejornais Informativo nº152 22 a 28/02/1985<br />
A guerra através <strong>do</strong>s cine-jornais Folha <strong>de</strong> São Paulo 02/06/1987 Folha Ilustrada pág. 38<br />
Quem vai abrir nossos teatros? Jornal <strong>de</strong> Brasília 19/01/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 7<br />
Gênesis O Dia 12/09/1988 Economia <strong>do</strong> Dia pág. 5<br />
Uma fundação que po<strong>de</strong>ria dar certo Jornal <strong>de</strong> Brasília 22/09/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 8<br />
Fundação se vê ameaçada <strong>de</strong> paralisação Diário <strong>do</strong> Comércio 28/02/1989<br />
Fundação <strong>de</strong> cinema fica sem luz no <strong>Rio</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 23/02/1989 Folha Ilustrada pág. E-5<br />
Uma fundação no escuro Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/02/1989 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
Governo auxilia Fundação <strong>do</strong> Cinema Brasileiro com novas verbas Hoje em dia 21/02/1989<br />
Ministério da Cultura O Globo 03/12/1987 Carta <strong>do</strong>s leitores<br />
Furta<strong>do</strong> apresenta a Sarney novo projeto para cultura Folha <strong>de</strong> São Paulo 31/05/1987 Folha Ilustrada pág. 64<br />
Novas fundações vão incorporar Embrafilme e INL Correio Braziliense 30/05/1987 11<br />
Campanha que favorece o especta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> cinema Correio Braziliense 08/11/1987 APARTE Pág. 8<br />
Governo muda política para teatro e cinema Última Hora 29/11/1986 2<br />
Cineasta apóia fundação que Furta<strong>do</strong> propõe Tribuna da Imprensa 10/12/1986 Política pág. 7
Política cinematográfica<br />
217<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Furta<strong>do</strong> divulga a reforma <strong>do</strong> MinC Jornal <strong>de</strong> Brasília 29/11/1986 5<br />
Secretaria da Cultura oficializa convênio para núcleo <strong>de</strong> cinema Hoje em Dia 21/10/1989<br />
Chororô no gabinete <strong>do</strong> ministro Jornal <strong>de</strong> Brasília 02/11/1988 Ca<strong>de</strong>rno2 pág. 9<br />
A batalha <strong>do</strong> cinema brasileiro Tribuna da Imprensa 23/01/1987 1b/5<br />
Reforma <strong>do</strong> MinC <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>finida quarta-feira Folha <strong>de</strong> Sâo Paulo 07/02/1987 Folha Ilustrada pág. 27<br />
INL, Embra e Inacen com nomes novos. Dará certo? Correio Braziliense 06/11/1987 APARTE pág. 23<br />
Os 3 filhos <strong>do</strong> Ministério da Cultura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 09/10/1987 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág.3<br />
Défcit po<strong>de</strong> cair mas sem as <strong>de</strong>missões Jornal <strong>de</strong> Brasília 16/07/1987 Política pág. 5<br />
Para on<strong>de</strong> vai o cinema brasileiro O Fluminense 12/04/1989 Cinema<br />
Enquanto isso, no Brasil... Correio Braziliense 10/01/1989 APARTE pág. 21<br />
Projeto que extingue o INC chega ao Congresso O Globo 14/08/1975<br />
Observações sobre a extinção <strong>do</strong> INC Diário <strong>de</strong> Notícias 12/11/1975<br />
Projeto <strong>de</strong> extinção <strong>do</strong> INC Folha <strong>de</strong> São Paulo 09/11/1975<br />
Comissão aprova a extinção <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Cinema O Globo 05/11/1975<br />
Chega a hora <strong>do</strong> INC se extinguir Jornal <strong>de</strong> Brasília 05/11/1975<br />
Encine discute cinema e Esta<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 12/08/1987 Folha Ilustrada pág. 29<br />
I Encontro Nacional <strong>de</strong> Cineastas começou ontem. Em alta temperatura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/08/1983<br />
Muitas propostas ao final <strong>do</strong> 1º Encine Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/08/1983 Folha Ilustrada pág. 29<br />
Cineastas <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o país discutem seus problemas Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/08/1983 Folha Ilustrada pág. 29<br />
O que os cineastas po<strong>de</strong>m fazer por eles mesmos? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/08/1983 27<br />
Agora Embrafillme está mais interessada no merca<strong>do</strong> externo Folha da Tar<strong>de</strong> 31/05/1988<br />
Extintos INL, Embrafime e Biblioteca Nacional Zero Hora 30/05/1987 13<br />
A cooperativa <strong>do</strong>s cineastas Última Hora 10/07/1979<br />
A luta <strong>do</strong>s 40 Revista Veja 17/01/1979 73 e 74<br />
Cooperativa une paulistas e cariocas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/03/1979<br />
Cooperativa, o novo momento <strong>do</strong> cinema nacional Diário Comércio e Indústria 28/09/1978<br />
Cooperativa quer a in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> cinema O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 22/09/1978<br />
Sindicato propõe ao MIC que seja criada a CineBrás O Globo 16/04/1982 7<br />
Para on<strong>de</strong> vai o cinema brasileiro? Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 20/04/1982 5<br />
Governo quer extinguir, privatizar e fundir empresas Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/08/1983 15
Política cinematográfica<br />
218<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Jornada entrega <strong>do</strong>cumento a Quandt Jornal <strong>de</strong> Brasília 15/09/1978<br />
Jornada <strong>do</strong> Curta, um <strong>de</strong>bate cultural na Bahia Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/09/1978<br />
O Cinema e o ministro Jornal da bahia 05/04/1985<br />
Que somos? Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/04/1984 Folha Ilustrada pág. 44<br />
O cinema gaúcho tenta epaço no merca<strong>do</strong> nacional Gazeta Mercantil 08/06/1984 Lazer<br />
Cinema brasileiro: a verda<strong>de</strong> e a ficcção O Globo 15/10/1973<br />
Depois <strong>do</strong> festival... Quais os caminhos <strong>do</strong> nosso cinema? Jornal da Tar<strong>de</strong> 06/12/1986<br />
O curta se apresenta. Com uma lei Jornal da tar<strong>de</strong> 01/12/1977<br />
A nova política <strong>do</strong> cinema nacional Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 11/02/1976<br />
Filmes históricos vão fortalecer o merca<strong>do</strong> Jornal <strong>de</strong> Brasília 24/01/1975<br />
Cineastas fazem apelo ao ministro Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/07/1975<br />
Geisel discute com cineastas problemas <strong>do</strong> filme nacional Jornal <strong>de</strong> Santa Catarina 09/07/1975<br />
Geisel promete apoio ao cinema brasileiro O Globo 09/07/1975<br />
Produtores examinam com Geisel problemas <strong>do</strong> cinema O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 09/07/1975<br />
Mais dinheiro para cinemas se Esta<strong>do</strong> ajudar Correio <strong>do</strong> Planalto 04/07/1975<br />
Geisel dá apoio total ao cinema Última Hora 09/07/1975<br />
Governo promete apoio ao cinema nacional Folha da Tar<strong>de</strong> 09/07/1975<br />
Farias diz a Nei Braga que 70% <strong>do</strong>s brasileiros nunca viram uma tela <strong>de</strong> cinema Jornal <strong>do</strong> Brasil 26/07/1975<br />
Na visita ao ministro, as reivindicações Jornal <strong>de</strong> Brasília 26/07/1975<br />
Embrafilmes quer organizar pólo cinametográfico no RGS Diário <strong>de</strong> Notícias 09/04/1975<br />
Roberto Farias propõe uma <strong>de</strong>scentralização Correio <strong>do</strong> Povo 24/01/1975<br />
Roberto farias confiante no futuro <strong>do</strong> cinema brasileiro Correio <strong>do</strong> Povo 04/05/1975<br />
Roberto farias analisa o cinema nacional A Tribuna 06/05/1975<br />
Cinema brasileiro é o mais sério <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, afirma Roberto Farias Diário <strong>de</strong> São Paulo 06/05/1975<br />
Atores discutem indústria cinematográfica no Brasil Diário <strong>de</strong> Brasília 14/02/197?<br />
Cineastas: hora <strong>de</strong> unir com Governo e exibi<strong>do</strong>res Jornal <strong>de</strong> Brasília 14/02/197?<br />
Filme po<strong>de</strong> ter Centro-mo<strong>de</strong>lo Esta<strong>do</strong> 19/08/1974<br />
Roberto preten<strong>de</strong> valorizar cinema Diário <strong>de</strong> Pernambuco 19/10/1974<br />
Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Programas e<br />
Leituras pág. 5<br />
Você assiste filmes da cinema brasileiro? Jornal da Semana Inteira 9 a 15/04/1977 24
Política cinematográfica<br />
219<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Embrafilme elogia <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> INC sobre copiagem <strong>de</strong> filmes Jornal <strong>do</strong> Brasil 15/10/1974<br />
Balanço A Notícia 14/02/1978<br />
Indústria <strong>de</strong> filmes já sente a recessão Diário Comércio e Indústria 23/07/1980<br />
Auguran<strong>do</strong> 73 O Dia 14 e 15/01/1973 Cinema<br />
Governo estuda normas para regular comércio Gazeta Mercantil 22/07/1982<br />
Em liquidação, o cinema nacional Zero Hora 15/09/1982 4<br />
Cineastas vão a Chagas pelo <strong>Rio</strong>Cine Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/09/1982 6<br />
Produtores <strong>de</strong> cinema buscam apoio <strong>do</strong> Cebrae para montar consórcio <strong>de</strong> exportação <strong>de</strong> filmes Correio braziliense 14/07/1982<br />
Cineastas pe<strong>de</strong>m espaço nas Tvs Jornal <strong>de</strong> Brasília 02/08/1983 Artes e Espetáculos<br />
Cinema - a crise chegou à arte O Globo 28/08/1983<br />
O novo 'Boom' <strong>do</strong> cinema nacional O Globo 18/12/1983<br />
Qual é a <strong>do</strong> cinema brasileiro? Revista Viu 21 a 27/09/1983<br />
Um cinema sem perspectiva Folha <strong>de</strong> São Paulo 17/04/1983<br />
Indústria <strong>de</strong> cinema nacional isenta <strong>de</strong> ISS Diário <strong>do</strong> Comércio 11/09/1984<br />
Veneza discute a tela - Como mantê-la? A gran<strong>de</strong>, a pequena? Jornal <strong>do</strong> Brasil 04/09/1984<br />
Profissionais discutem nova política <strong>do</strong> cinema nacional Gazeta <strong>de</strong> Alagoas 04/01/1984<br />
Ajuda para a cultura Jornal <strong>do</strong> Brasil 20/12/1983<br />
Isenção tributária para ajudar o cinema nacional O Liberal 26/12/1984<br />
Cineastas prjetam Centrocine, uma fundação para os filmes culturais O Globo 28/01/1985<br />
Política Cinematográfica Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/07/1985<br />
Idéias e roteiro para uma política nacional <strong>de</strong> cinema Jornal <strong>do</strong> Commercio 11/12/1984<br />
Cinema em crise (capítulo 7.300) Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/04/1985<br />
No pique <strong>de</strong> Hollywood Exame 06/02/1985 26<br />
Cinema nacional em recuperação Curitiba Shopping 03/03/1985<br />
Comissão Sarney/Pimenta: e agora? Correio Braziliense 21/08/1985<br />
Diretor vê cinema marginaliza<strong>do</strong> Correio Braziliense 08/04/1985<br />
A crise <strong>do</strong> cinema. Lei 7.300 <strong>de</strong>ixas vazios a preencher Jornal <strong>de</strong> Brasília 08/05/1985<br />
Produtores <strong>de</strong> cinema reivindicam O Esta<strong>do</strong> 14/04/1985<br />
Merca<strong>do</strong> e cinema. Qual é a jogada? Correio Braziliense 08/09/1985<br />
Criada a 2ª indústria <strong>de</strong> cinema brasileira Jornal <strong>de</strong> Santa Catarina 02/10/1985
Política cinematográfica<br />
220<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A difícil profissão <strong>de</strong> cineasta Tribuna da Cida<strong>de</strong> 09/1985 15<br />
Pacto rompi<strong>do</strong> no país <strong>de</strong> Sarney Jornal <strong>do</strong> Brasil 14/12/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 6<br />
Proposta para política <strong>de</strong> cinema no Brasil O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/03/1986<br />
Cineastas entregam a Sarney as propostas <strong>de</strong> uma nova política O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 22/02/1986 16<br />
Pimenta sugere pontos importantes a seu sucessor Última Hora 14/02/1986 Brasília<br />
O cinema fala Jornal <strong>do</strong> Brasil 27/01/1986 Informe pág. 6<br />
Cinema brasileiro está atravessan<strong>do</strong> sua pior crise Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 28/01/1986<br />
Lazer também sente a crise Zero Hora 13/07/1988<br />
Cinema po<strong>de</strong> ajudar conversão da dívida externa Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 13/07/1988<br />
Pela expressão visual <strong>do</strong> filme Tribuna da Bahia 29/06/1988 André Setaro pág. 4<br />
<strong>Rio</strong> instala pólo para Cine-ví<strong>de</strong>o Correio Braziliense 28/07/1987 9<br />
O projeto <strong>do</strong> novo imposto Diário <strong>do</strong> Comércio 14/01/1987 Cinema<br />
Produtores <strong>de</strong> cinema querem suprimir artigo O Globo 09/09/1987 O País pág. 5<br />
Produção <strong>de</strong> filmes em Jacarepaguá Jornal <strong>do</strong> Commercio 25/04/1987<br />
Lei 7.300 põe cinema brasileiro em xeque Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 09/05/1985<br />
'O futuro <strong>do</strong> cinema não tem fronteiras' Última Hora 10/10/1988 UH Revista - Hil<strong>de</strong>gard Angel<br />
Por um pacto cinematográfico O Liberal 22/12/1988<br />
O cinema <strong>de</strong> invenção contra os parasitas Jornal <strong>de</strong> Brasília 04/10/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2<br />
Animan<strong>do</strong> a crise Cine Imaginário 07/1989 11<br />
Vera Cruz: o monstro que não se aguentou nas pernas Correio Braziliense 13/07/1985<br />
Ausência brasileira e insuficiência <strong>de</strong> fora Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/08/1980 Filmes na TV<br />
O cinema e o fisco Jornal da Tar<strong>de</strong> 02/04/1981<br />
Os parti<strong>do</strong>s discutem um novo tema: a cultura nacional O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 04/07/1982 34<br />
O público diminui. Só a televisão é culpada? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 18/07/1982 40<br />
A cultura, entre o cria<strong>do</strong>r, o empresário e o Esta<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/06/1982 34<br />
Os tênues contornos da indústria cultural brasileira O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 11/07/1982 33<br />
Cultura sem critérios Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/06/1982 Editorial pág. 2<br />
Política Cultural Folha <strong>de</strong> São Paulo 31/07/1982 2<br />
São Paulo na li<strong>de</strong>rança da produção <strong>de</strong> filmes Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/02/1982 Folha Ilustrada pág. 32<br />
A luta <strong>do</strong>s cineastas paulistas por verbas para seus projetos O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 04/02/1982
Política cinematográfica<br />
221<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Algumas mudanças na política <strong>do</strong> cinema brasileiro A Gazeta 11/11/1975<br />
O sucesso comercial <strong>do</strong> cinema brasileiro O Fluminense 29/06/1982<br />
Gazeta Mercantil - Revista<br />
A nova ofensiva <strong>do</strong> filme brasileiro<br />
Administração e Serviços nº12 ano 3 08/1981 6<br />
Produtores: queremos concorrer com igualda<strong>de</strong> O Globo 29/10/1972 29<br />
O cinema pe<strong>de</strong> socorro a Delfim Correio Braziliense 22/11/1980<br />
Novos e velhos problemas da cinematografia nacional são discuti<strong>do</strong>s por um grupo <strong>de</strong> cineastas O Globo 09/12/1981 27<br />
Produção e exibição, as chaves da crise O Globo 28/03/1981 20<br />
Cinema brasileiro e comunicação social Jornal <strong>do</strong> Brasil 11/01/1981 Ca<strong>de</strong>rno Especial pág. 5<br />
Luiz Carlos Barreto com trunfos na manga <strong>de</strong>rruba o 'prêmio adicional' Jornal <strong>de</strong> Hoje 30/01/1980<br />
Cinema precisa <strong>de</strong> mais verbas Diário <strong>de</strong> Pernambuco 26/11/1980<br />
Barreto X Ipojuca Correio Braziliense 26/08/1981 24<br />
Cineastas <strong>de</strong>batem com Portela problemas <strong>do</strong> cinema brasileiro Jornal <strong>de</strong> Brasília 14/02/1980<br />
Ludwig: uma política para o cinema Folha da Tar<strong>de</strong> 02/12/1980<br />
Imagem brasileira, questão <strong>de</strong> princípio Revista Ele/Ela nº152 19/02/1982 Panorama pág. 112<br />
O cinema pe<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> indústria Jornal <strong>do</strong> Commercio 02/11/1984<br />
A crise <strong>do</strong> cinema Careta nº2733 06/06/198? 51<br />
Dinheiro já tem. Cineastas discutem agora o que fazer com o Pólo Cinematográfico Jornal da Bahia 01/03/1979<br />
INC obriga dublagem em filme estrangeiro Última Hora 23/10/1974<br />
Projeto <strong>de</strong> dublagem é rejeita<strong>do</strong> O Globo 30/08/1973<br />
Dublagem/ Um <strong>de</strong>bate Jornal <strong>do</strong> Commercio 22/08/1972<br />
Dublagem provoca discussão e irrita Tinoco Jornal <strong>do</strong> Brasil 28/09/1972<br />
Câmara vê dublagem <strong>de</strong> filmes Diário <strong>de</strong> Notícias 24/09/1972<br />
Projeto que manda dublar to<strong>do</strong> filme estrangeiro já tem forte resistência Jornal <strong>do</strong> Brasil 25/07/1972<br />
Dublagem no cinema Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/06/1989<br />
Opinião <strong>de</strong> cineastas sobre dublagem está dividida mas críticos ficam contra ela Jornal <strong>do</strong> Brasil 08/04/1970<br />
8 milhões para filmes em SP Folha <strong>de</strong> São Paulo 13/12/1977 Folha Ilustrada<br />
Sarney não recua ante pressão <strong>do</strong>s cinematográficos Correio Braziliense 30/03/1985<br />
O roteiro <strong>de</strong> cinema em discussão no MIS Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/12/1978 39
Pornografia<br />
222<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A primavera pornô e o cinema nacional Diário <strong>de</strong> Minas 23/09/1984<br />
'Nacional? Então <strong>de</strong>ve ser pornográfico' Correio Braziliense 19/06/1988 07<br />
O boom bum das fitas eróticas Jornal <strong>de</strong> Brasília 10/11/1988 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 1<br />
Gaúchos vêem show pornô Jornal <strong>de</strong> Brasília 25/08/1988 04<br />
Sessão Dupla Jornal da Tar<strong>de</strong> 05/08/1988 02<br />
Fanáticos picha<strong>do</strong>res Jornal <strong>do</strong> Brasil 08/12/1988<br />
Filme pornô: arma pesada na guerra <strong>do</strong> lucro entre cines Última Hora 19/04/1988<br />
A AIDS está ameaçan<strong>do</strong> o cinema pornográfico Diário <strong>de</strong> Pernambuco 15/04/1988 Viver pág. 1<br />
Ví<strong>de</strong>o Pornô - ver é a melhor diversão Correio Braziliense 14/02/1988 APARTE pág. 6<br />
Toda Nu<strong>de</strong>z será gratificada Correio Braziliense 26/02/1988 APARTE pág. 23<br />
Cine modifica linha e não apresenta mais só os filmes pornográficos O Esta<strong>do</strong> 27/08/1988<br />
Cinema pornô: por que não? O Fluminense 28/09/1988<br />
A lei <strong>do</strong> filme pornô Of-Reporter 27/06/1986<br />
Sexo, mas entre quatro pare<strong>de</strong>s O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 27/06/1986 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
Cinema e Streap -Tease no Ritz Correio Braziliense 27/03/1986 APARTE, Em circuito pág. 19<br />
Pornografia na tela e ao vivo Correio Braziliense 25/03/1986 APARTE pág. 24<br />
Sexo explícito e o cinema nacional. Um prejudica o outro? Jornal da Tar<strong>de</strong> 04/01/1986<br />
Fitas eróticas <strong>de</strong>ixam consumi<strong>do</strong>r tími<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 22/05/1986 Folha Ilustrada pág. 53<br />
Casal usava meninas em filmes eróticos Jornal <strong>do</strong> Brasil 18/10/1986 Cida<strong>de</strong> pág. 1<br />
Casal usava menores em filmes pornográficos O Globo 18/10/1986 17<br />
A cara e a coragem <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pornôs Jornal <strong>do</strong> brasil 08/11/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 9<br />
A <strong>de</strong>cadência <strong>do</strong> cinema pornográfico brasileiro Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/07/1986 Folha Ilustrada pág. 33<br />
Juiz tira pornografia da calçada Jornal <strong>do</strong> Brasil 23/08/1986 9<br />
Pornografia: Diversão ou peca<strong>do</strong>? O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 08/08/1986 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 1<br />
Preso no <strong>Rio</strong> produtor <strong>de</strong> filme pornô Correio Braziliense 18/10/1986 23<br />
Menores <strong>de</strong>pôem e incriminam cineasta pornô O Globo 22/10/1986<br />
Estourada gang <strong>do</strong> sexo que aliciava menores Última Hora 18/10/1986 9<br />
Erotismo e pornografia: on<strong>de</strong> fica o limite? A Gazeta 13/07/1986<br />
Vitória Jornal <strong>do</strong> Brasil 09/04/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 4<br />
'O cinema pornográfico' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/02/1986 Dos Leitores pág. 2
Pornografia<br />
223<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Cruzada antipornô Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/02/1986 Informe pág. 6<br />
Campeão em pornô Jornal da bahia 15/08/1986<br />
La carte mondiale <strong>de</strong> la diffusion <strong>de</strong> : le tendre et la démocratie Liberation 10/08/1986<br />
Je vous salue, pornô Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/02/1986 Revista Domin<strong>do</strong> pág. 10<br />
Esse pornô apenas faz chorar Última Hora 24/10/1986 8<br />
Sala especial: a saída para o cinema pornô? O Povo 12/07/1985<br />
O pornô tira o cinema <strong>do</strong> vermelho Correio Braziliense 28/07/1985<br />
Erotismo salva o cinema nacional Jornal <strong>do</strong> Commercio 28/07/1985<br />
Em <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> cinema Gazeta <strong>de</strong> Notícias 25/07/1985<br />
Delega<strong>do</strong> é afasta<strong>do</strong> <strong>do</strong> processo contra cinemas Tribuna <strong>de</strong> Santos 05/07/1985<br />
Blitz contra filmes pornôs tem apoio <strong>do</strong> público Folha da tar<strong>de</strong> 02/04/1985<br />
Sexo explícito Jornal <strong>do</strong> Brasil 10/01/1985 Cartas<br />
A pornografia existe porque tem seu merca<strong>do</strong> Gazeta Mercantil 09/08/1985<br />
Projeto <strong>de</strong> lei proibe cena <strong>de</strong> sexo explícito nos cinemas e teatros Jornal <strong>do</strong> Brasil 01/07/1985<br />
Cartazes <strong>de</strong> filmes pornôs não serão mais exibi<strong>do</strong>s Jornal <strong>de</strong> Santa Catarina 01/10/1985<br />
Enquete comprova: público não aceita filme pornô na televisão Diário <strong>de</strong> Pernambuco 12/05/1985<br />
Filmes Pornográficos Folha <strong>de</strong> São Paulo 28/03/1985<br />
Cartazes 'explícitos' saem <strong>do</strong>s cinemas O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 03/04/1985<br />
Toda hipocrisia será castigada Última Hora 15/04/1985<br />
Vamos acabar com a pornografia? Jornal <strong>do</strong>s Sports 27/04/1985<br />
Polícia apreen<strong>de</strong> cartazes <strong>de</strong> filmes pornográficos Folha <strong>de</strong> São Paulo 01/04/1985<br />
Pornô avança Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/09/1985<br />
Guerra aberta aos cartazes <strong>do</strong>s filmes pornográficos Jornal da Manhã 14/03/1985<br />
Verea<strong>do</strong>r não quer ver cartazes <strong>de</strong> filmes eróticos Folha da Tar<strong>de</strong> 04/03/1985<br />
Paraíso Pornô Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/09/1985<br />
Produção barata incentiva a indústria da pornografia O Fluminense 17/02/1985<br />
Filme erótico po<strong>de</strong> sair <strong>do</strong> circuito comercial Zero Hora 18/09/1985<br />
No escurinho <strong>do</strong> cinema O esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> minas 15/09/1985<br />
Brasil produz filme pornô em ví<strong>de</strong>o Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/11/1985<br />
Pornô: escolha sua tara Jornal <strong>de</strong> Brasília 10/02/1985
Pornografia<br />
224<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Pesquisa O Dia 15/07/1985<br />
Cinema O Fluminense 13/07/1985 Do Leitor<br />
Manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança libera 60 filmes pornográficos em SP Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/09/1984<br />
Filmes pornográficos Tribuna da Imprensa 13/08/1984<br />
Prefeito veta lei antipornô Última Hora 29/07/1984<br />
Contra o explícito Gazeta <strong>de</strong> Notícias 06/09/1984<br />
São Paulo apren<strong>de</strong>u a conviver com a pornografia Folha <strong>de</strong> São Paulo 06/05/1984<br />
Pornografia e crime Gazeta <strong>do</strong> Povo 06/08/1984<br />
Um tempo <strong>de</strong> pornô Diário <strong>de</strong> Pernambuco 28/01/1984<br />
Sexo explícito: fim da jornada Jornal <strong>do</strong>s Sports 15/01/1984<br />
Sexualida<strong>de</strong>s em construção Folha <strong>de</strong> São Paulo 04/08/1983<br />
A síndrome burocrático-pornográfica <strong>do</strong> cinema brasileiro Folha da Tar<strong>de</strong> 28/03/1983<br />
Cruzada contra pornografia O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 07/12/1983<br />
Filme erótico ou pornô, uma <strong>de</strong>finição sme fronteiras O Globo 01/05/1983 6<br />
Juiz pune cinema Rex por exibir cartaz <strong>de</strong> nu<strong>de</strong>z Diário <strong>de</strong> Natal 07/10/1983<br />
Erotismo X pornô Gazeta <strong>de</strong> Notícias 20/11/1983<br />
Barretos abre campanha contra nu<strong>de</strong>z em cartaz Folha <strong>de</strong> São Paulo 11/05/1983<br />
O sucesso da pornografia Correio <strong>do</strong> Povo 02/07/1983<br />
Pornô: povão gosta, a média <strong>de</strong>testa Correio Braziliense 19/03/1983<br />
Erotismo X Pornô (III) Gazeta <strong>de</strong> Notícias 05/12/1983<br />
Cinema pornô: celulite <strong>de</strong>mais, celulói<strong>de</strong> <strong>de</strong> menos Lui 21 a 27/09/1983 14<br />
O erotismo em baixa Jornal <strong>de</strong> Brasília 04/07/1982 Jornal <strong>de</strong> Domingo pág. 5<br />
A nu<strong>de</strong>z no cinema: <strong>do</strong> preconceito contra a atriz à ganância <strong>do</strong> produtor O Globo 25/02/1982<br />
Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pág. 24<br />
Justiça jura que tu<strong>do</strong> não passa <strong>de</strong> um anteprojeto Correio Braziliense 16/03/1989 Ca<strong>de</strong>rno 2<br />
Salas especiais para os filmes pornográficos Revista Isto É nº 499 16/07/1986 30<br />
PORNÔ Estão crian<strong>do</strong> salas especiais para os filmes <strong>do</strong> gênero Jornal <strong>de</strong> Brasília 13/07/1986 Domingo pág. 1<br />
'The End' para os pornôs <strong>do</strong> Cine Barão Folha da Tar<strong>de</strong> 24/09/1986<br />
Verea<strong>do</strong>r quer mudar nome <strong>de</strong> cinema pornô Folha <strong>de</strong> São Paulo 01/07/1986 Folha Ilustrada pág. 31<br />
Fiéis contra nome <strong>de</strong> santo em cine pornô O Globo 26/10/1986 25<br />
'Pornôs' em salas especiais Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/07/1985
Pornografia<br />
225<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Pimenta estuda lei para regulamentar filme pornográfico Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/07/1985<br />
Filme pornô per<strong>de</strong> espaço para cinema <strong>de</strong> arte no SDS Correio Braziliense 31/10/1985<br />
Cinema pornô, juiz conce<strong>de</strong>u 42 liberações O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 10/08/1984<br />
Estranheza O Dia 10/08/1984<br />
Embrafilme quer diminuir filmes pornô O Dia 19/09/1985<br />
Taxa para reprimir sexo e violência no cinema Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/03/1980<br />
Celso Amorim, da pornografia ao panteão das esquerdas Folha da tar<strong>de</strong> 12/04/1982<br />
Uma campanha sistemática Folha da Tar<strong>de</strong> 10/09/1975<br />
Embrafilme diz que não existe filme erótico e sim público Diário <strong>de</strong> Notícias 14/02/1974<br />
Graciosa diz em Brasília que Embrafilme não financia filmes eróticos Jornal <strong>do</strong> Brasil 17/02/1974<br />
Filme erótico vai pagar taxa mais elevada O Globo 23/11/1985<br />
Juiz cassa filmes pornocênicos Gazeta <strong>de</strong> Notícias 28/09/1983 Cinema<br />
Caso <strong>de</strong> censura Diário <strong>de</strong> Pernambuco 14/11/1982<br />
Juiza<strong>do</strong> transfere o Cura<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Menores que combatia pornografia Jornal <strong>do</strong> Brasil 05/16/1982 16<br />
Sexo e pornografia Correio Braziliense 30/03/1982 Opinião pág. 3<br />
Filmes pornográficos po<strong>de</strong>m até dar ca<strong>de</strong>ia Gazeta <strong>de</strong> Notícias 19/03/1982 7<br />
Pornografia e liberda<strong>de</strong> Notícias Populares 20/04/1982<br />
No mun<strong>do</strong> da 'pornô' Jornal <strong>do</strong> Commercio 11/04/1982<br />
O presi<strong>de</strong>nte e a cruzada contra o po<strong>de</strong>r público O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/03/1982 3<br />
MEC estuda os meios <strong>de</strong> combater a pornografia O Globo 26/03/1982 4<br />
A <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s costumes Diário <strong>de</strong> Natal 24/03/1982<br />
A<strong>de</strong>são voluntária à antipornografia Tribuna da Imprensa 24/03/1982 Cartas pág. 4<br />
Figueire<strong>do</strong> convoca socieda<strong>de</strong> à <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s costumes O Globo 16/03/1982 4<br />
Fiqueire<strong>do</strong> ataca pornografia Última Hora 16/03/1982 5<br />
Políticos <strong>de</strong>batem a cruzada pela moral Folha <strong>de</strong> São Paulo 23/03/1982 Folha Ilustrada pág. 36<br />
'Cruzada moral' leva a censura a proibir a maioria <strong>do</strong>s filmes O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/03/1982 13<br />
Os cortes e as liberações <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> apelo <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/03/1982<br />
MEC a<strong>de</strong>re à ação contra a pornografia O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 26/03/1982 14<br />
Pornografia e Direito Jornal <strong>do</strong> Brasil 31/03/1982 11
Pornografia<br />
226<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Cunha apóia campanha contra pornografia Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 27/03/1982<br />
Pornografia Folha <strong>de</strong> São Paulo 18/05/1982 4<br />
O aniversário da pornografia Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/03/1982 Ca<strong>de</strong>rno B<br />
CSC discutirá a 'cruzada' moral Folha <strong>de</strong> São Paulo 18/03/1982 Folha Ilustrada pág. 40<br />
Pouca Vergonha! A Gazeta 21/05/1982 Opinião <strong>do</strong> Leitor<br />
Sub<strong>de</strong>senvolvimento e pornografia Revista Isto É nº274 24/03/1982 39<br />
Uma história imoral Revista Isto É nº 274 24/03/1982 26<br />
Um tema eleitoral? Revista Isto É nº274 24/03/1982 12<br />
Uma lição <strong>de</strong> moral Revista Isto É nº274 24/03/1982 20<br />
Câmara examina pornografia Jornal <strong>do</strong> bRasil 19/03/1982 7<br />
Uma cruzada contra a obscenida<strong>de</strong> O Dia 17/03/1982<br />
A luta contra a pornografia Jornal <strong>de</strong> Minas 09/06/1982 Carta <strong>de</strong> Leitores<br />
Polícia <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> tira o véu da pornografia Tribuna da Imprensa 23/06/1982 2<br />
Renato Aragão O Dia 04/07/1982<br />
Parto é pornografia para polícia gaúcha Tribuna da Imprensa 08/09/1982 3<br />
Consumismo e pornografia Última Hora 13/09/1982 3<br />
Pornô na TV Jornal <strong>do</strong> Brasil 04/11/1980<br />
Filmes brasileiros O Povo 20/09/1980<br />
Sena<strong>do</strong>r quer salvar moral assistin<strong>do</strong> a filme erótico Jornal <strong>do</strong> Brasil 20/09/1980 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
A respeito da liberação <strong>de</strong> filme O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 21/09/1980 3<br />
Sena<strong>do</strong>ra quer assistir a filme erótico pois este é o seu <strong>de</strong>ver Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/09/1980<br />
Pornografia nacional impressiona Figueire<strong>do</strong> Última Hora 17/09/1980<br />
Dirceu, <strong>de</strong> novo Diário da Manhã 10/10/1980<br />
Financian<strong>do</strong> pornografia O Popular 19/09/1980<br />
Pornografia impressiona Figueire<strong>do</strong> A Crítica 19/09/1980<br />
Política da Embrafilme A Gazeta 21/11/1980<br />
MEC dará pareceres separa<strong>do</strong>s ao pornô Tribuna da Imprensa 16/07/1981 7<br />
Figueire<strong>do</strong> não quer filme pornográfico Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/09/1980<br />
Excesso <strong>de</strong> pornografia impressiona Figueire<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 01/09/1980<br />
Sexo nas bancas, nos filmes. E Figueire<strong>do</strong> começa a se irritar O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/09/1980
Pornografia<br />
227<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
A cruzada antierótica Revista Isto É 01/10/1980 12<br />
Ressaca pornográfica Revista veja 01/10/1980<br />
Erotismo, quan<strong>do</strong> a estética fere a moral Estadão 05/10/1980<br />
Arte & Capitalismo Diário <strong>de</strong> Petrópolis 14/08/1975<br />
Na onda <strong>do</strong>s filme eróticos que estão fazen<strong>do</strong> a bilheteria O Globo 26/03/1976<br />
Cinema brasileiro procura afirmar-se, abusan<strong>do</strong> <strong>do</strong> erótico O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 19/12/1972 12<br />
Nova posição <strong>do</strong> cinema brasileiro. Erotismo já era. O Globo 09/07/1973 2<br />
A escalada <strong>do</strong> pornofilme Última Hora 12/08/1973<br />
Filmes eróticos (I) Diário Comércio e Indústria 05/11/1975 DCI Crônica<br />
Filmes eróticos (II) Diário Comércio e Indústria 06/11/1975 DCI Crônica<br />
Erotismo requenta<strong>do</strong> no momento político Folha <strong>de</strong> São Paulo 19/07/1980<br />
Moralismo, facismo, pornofilia Folha <strong>de</strong> São Paulo 23/09/1982 3<br />
Preocupação com onda pornográfica Gazeta <strong>do</strong> Povo 13/08/1983<br />
A pornografia e o cinema Diário <strong>de</strong> Pernambuco 22/06/1983 Cartas à Redação<br />
Um filme nacional, erótico O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 30/12/1982 Cida<strong>de</strong> e Serviços<br />
Pornografia O Globo 16/12/1980 2<br />
Das liberações Folha da Tar<strong>de</strong> 20/09/1980 Informes e Informações<br />
A quem interessa o cinema pornô? Última Hora Revista 13/01/1984<br />
Cinema e sexo O Povo 25/07/1984 Quintílio <strong>de</strong> Alencar teixeira<br />
Fausto, quem diria, acabou no O<strong>de</strong>on Jornal <strong>do</strong> Brasil 13/07/1983 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
Cruzada contra pornografia Jornal <strong>de</strong> Brasília 01/11/1984<br />
'Garganta Profunda', a velha novida<strong>de</strong> pornográfica Folha 31/05/1983 25<br />
A pornografia, um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte Folha <strong>de</strong> São Paulo 27/07/1984 Folha Ilustrada<br />
Produção barata incentiva a indústria da pornografia O Fluminense 18/02/1985<br />
A cida<strong>de</strong> na porta <strong>do</strong> cinema pornô Folha <strong>de</strong> São Paulo 25/05/1980 Folha Ilustrada pág. 51<br />
Lixo O Globo 09/04/1981 Carlos Swann pág. 10<br />
Campinas lança a Liga da Defesa da Família A Tribuna 07/08/1981<br />
Reação contra a pornografia Jornal da Tar<strong>de</strong> 08/01/1981<br />
Pornô em Belô Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 21/01/1981 4<br />
Viagem ao universo pornô O Dia 21/01/1981
Pornografia<br />
228<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Bons filmes, mas nenhum entre as estréias Jornal da Tar<strong>de</strong> 28/05/1984<br />
Não existe abertura sem erotismo Folha <strong>de</strong> São Paulo 18/05/1979<br />
Breve discurso moral sobre o erótico e o pornográfico e seus equívocos O Globo 15/04/1978 34<br />
Pornografia no cinema irrita Dirceu Car<strong>do</strong>so Folha <strong>de</strong> São Paulo 06/05/1981 Folha Ilustrada pág.30<br />
Porngrafia financiada A Tribuna 07/03/1981<br />
Mulheres entregam manifesto Jornal <strong>do</strong> Brasil 22/05/1981 8<br />
Um 'fecha' ao pornô Diário Popular 10/06/1981 Coluna 'Gentíssima'<br />
Pornô estrangeiro pagará taxas altas O Globo 23/06/1981 6<br />
Cruzada contra sexo fala com Abi-Ackel Tribuna da Imprensa 23/07/1981 5<br />
Salve, a pornobrás A Crítica 20/03/1981<br />
Pornografia em cinema e revista choca Figueire<strong>do</strong> O Globo 19/09/1980 p. 6<br />
O sena<strong>do</strong>r Machista Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/09/1980
Religião<br />
229<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Ninguém resiste à tentação Correio Braziliense 25/08/1988 APARTE<br />
Cinema, Igreja e povo Jornal <strong>do</strong> Brasil 24/05/1988 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 2<br />
Missões; o falso brilhante O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná 10/04/1988 Almanaque pág. 7<br />
Se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Joaquim Roriz Scorcese não tenta Brasília Correio Braziliense 24/11/1988 APARTE pág. 34<br />
Hoje tem ví<strong>de</strong>o sobre can<strong>do</strong>mblé no Paço Imperial O Dia 01/02/1988 12<br />
O novo ciclo autoritário da Igreja Folha <strong>de</strong> São Paulo 18/12/1985 Folha Ilustrada pág. 47<br />
Godard, o herege Jornal <strong>de</strong> Brasília 14/11/1985<br />
Cineastas são contra atitu<strong>de</strong> da Igreja Folha <strong>de</strong> São Paulo 14/11/1985<br />
Na UnB Anselmo Duarte <strong>de</strong>bate cinema e religião Correio Braziliense 24/03/1986 APARTE pág. 19<br />
Embrafilme reclama mas José Celso se recusa a retirar <strong>de</strong>spacho a Exu Jornal <strong>do</strong> Brasil 16/10/1984<br />
Cinema Última Hora 08/11/1967<br />
Igreja po<strong>de</strong>rá participar <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Censura O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 15/06/1982 19<br />
Car<strong>de</strong>al admite Igreja no Conselho <strong>de</strong> Censura Tribuna da Imprensa 15/09/1982 6<br />
CNBB vai ficar fora <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Censura O Globo 16/09/1982 7<br />
Intregalismo <strong>do</strong> <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> surpreen<strong>de</strong> arcebispo Folha <strong>de</strong> São Paulo 30/12/1982 36<br />
Cruzada pe<strong>de</strong> mais rigor para censura Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 07/12/1983<br />
Ministro da Justiça recebe cruzada contra pornografia A Tribuna 07/12/1983<br />
Nova cruzada contra pornôs Diário da Manhã 07/12/1983<br />
Moralida<strong>de</strong> pornográfica O Popular 07/12/1983<br />
Um pedi<strong>do</strong>: censura Revista Visão nº22 05/1982 Cartas<br />
Conselho <strong>de</strong> Censura reúne-se sob a nova 'cruzada da moral' O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 18/03/1982 18<br />
Evangélicos têm sauda<strong>de</strong> da Censura Correio Braziliense 09/12/1988 APARTE pág. 22
Religião<br />
230<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Cineastas perguntam por que filme estrangeiro é libera<strong>do</strong> e o nacional não Jornal <strong>do</strong> Brasil 21/01/1984<br />
Curta não será mais um castigo Jornal <strong>do</strong> Brasil 12/04/1984 1<br />
Uma tortura a menos no cinema Folha da Tar<strong>de</strong> 29/08/1984<br />
Novo regulamento para filmes estrangeiros O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 29/03/1982 18<br />
A batalha <strong>do</strong> cinema Jornal <strong>do</strong> Commercio 03/02/1982<br />
Filmes terão maior contrlole Diário <strong>do</strong> Comércio e Indústria 06/04/1982<br />
Concine controlará produção estrangeira Tribuna da Imprensa 06/04/1982 8<br />
Concine pe<strong>de</strong> a suspensão das filmagens <strong>de</strong> 'Gabriela' O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/05/1982 25<br />
Cinema: mais 71 dias para o cinema nacional Diário Comércio e Indústria 14/02/1978<br />
Em <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional Jornal da Bahia 28/11/1989<br />
Projeto sobre cinema nacional é aprova<strong>do</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo 05/11/1975<br />
TV cultura exibirá produções nacionais Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 08/12/1988<br />
Novo tempo para o cinema nacional? Correio Braziliense 06/11/1981 APARTE pág. 23<br />
Filme nacional tem mais público O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 12/06/1982 16<br />
Filmes nacionais mantém públlico Gazeta Mercantil 27/08/1980<br />
A conquista <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> Revista Visão 19/12/1983 64<br />
Concine proíbe filme americano <strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> no Brasil A Tar<strong>de</strong> 29/06/1983<br />
Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 2 - Cartazes da<br />
Cida<strong>de</strong><br />
A proibição <strong>do</strong> Concine para 'A walk on the moon' A Tar<strong>de</strong> 30/06/1983<br />
Ca<strong>de</strong>rno 2 pág 2 - Cartazes da<br />
Cida<strong>de</strong><br />
Ainda a proibição <strong>de</strong> 'A Walk on the Moon' A Tar<strong>de</strong> 04/07/1983<br />
Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 2 - Coluna<br />
José Augusto<br />
Duas cartas contra o Concine A Tar<strong>de</strong> 13/07/1983 Coluna José Augusto<br />
Brasil quer um amplo merca<strong>do</strong> para cinema Correio Braziliense 23/07/1977<br />
Cinema tem projeto-impacto Correio Braziliense 23/07/1977<br />
Embrafilme quer merca<strong>do</strong>s latinos O Globo 23/07/1977 Coluna <strong>de</strong> Carlos Swann<br />
Embrafilme <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> filmes com estrutura da ALALC Jornal <strong>do</strong> Brasil 23/07/1977<br />
Garantia para filmes Diário Comércio e Indústria 26/07/1977<br />
Dois <strong>de</strong>cretos que mudam o cinema brasileiro Jornal da Tar<strong>de</strong> 22/12/1975<br />
Brasil importou 14 milhões <strong>de</strong> dólares em filmes em 74 Jornal da Bahia 16/09/1975<br />
Ampliar merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> filme nacional, a meta <strong>de</strong> Farias O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 08/08/1974<br />
MEC po<strong>de</strong> restringir o cinema estrangeiro O Esat<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/08/1974 12
Religião<br />
231<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Alerta Revista Veja 19/10/1977<br />
King Kong ataca Dona Flor Revista Isto É 09/01/1978 Cinema<br />
Indústria <strong>do</strong> cinema quer ampliar merca<strong>do</strong> Diário <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> ABC 29/07/1982<br />
Cebrae reforça vendas da Embrafilme Jornal <strong>do</strong> Commercio 28/07/1982<br />
Público, merca<strong>do</strong> e condições atuais O Popular 05/10/1988<br />
Embrafilme confirma o lançamento <strong>de</strong> 9 filmes nacionais Correio <strong>do</strong> Povo 06/01/1984<br />
Enfim, nosso cinema reconheci<strong>do</strong>? Jornal da Tar<strong>de</strong> 10/04/1985<br />
Filme estrangeiro nem impostos paga Jornal <strong>do</strong> Commercio 12/05/1985<br />
Os males <strong>do</strong> cinema nacional Jornal da Brasil 22/02/1986 Ca<strong>de</strong>rno B pág. 9<br />
A volta da euforia Última Hora 10/03/1987 Revista pág. 2<br />
JK <strong>de</strong>sgraçou nosso cinema Correio Braziliense 15/07/1987 10<br />
A fiscalização está fora <strong>de</strong> foco O Globo 21/10/1987 Segun<strong>do</strong> Ca<strong>de</strong>rno pag. 3<br />
Demagogia e prejuízo Tribuna da Imprensa 25/08/1987<br />
Uma injustiça escandalosa contra o cinema nacional Diário <strong>de</strong> Minas 30/12/1988<br />
Por on<strong>de</strong> anda o cinema brasileiro? O Dia 06/11/1988 Ca<strong>de</strong>rno D pág. 4<br />
Filmes brasileiros na TV O Popular 12/09/1981<br />
Por que abriu? Jornal da Tela nº13 09/03/1981<br />
Farias diz que governo quer cinema nacional forta para competir com o estrangeiro Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/05/1975<br />
Roberto Farias: 'Não se po<strong>de</strong> combater o erotismo apenas no cinema nacional O Globo 31/03/1973 Ibrahim Sued<br />
Filme brasileiro, um bom negócio no exterior Folha <strong>de</strong> São Paulo 08/06/1982 Folha Ilustrada pág. 40<br />
Indústria <strong>do</strong> cinema ganha espaço no merca<strong>do</strong> externo Diário <strong>do</strong> Comércio 03/06/1982<br />
O cinema brasileiro em busca <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> Correio <strong>do</strong> Povo 18/08/1982<br />
Cinema nacional é palavrão O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 05/07/1987 Ca<strong>de</strong>rno 2 pág. 3<br />
Dólares e <strong>do</strong>res para o cinema brasileiro Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/11/1979 36<br />
A exportação <strong>de</strong> filmes ren<strong>de</strong> mais Jornal na Tela nº003/82 11/01/1982<br />
Filme produz divisas <strong>de</strong> US$990mil Jornal <strong>do</strong> Commercio 09/05/1982<br />
As previsões da Embrafilme no merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s Gazeta Mercantil 17/06/1981<br />
Cinematografia nacional: como chegar aos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 10/02/1980<br />
Novas normas para filmar no Brasil O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1982 23
Religião<br />
232<br />
Título Jornal Data <strong>de</strong> publicação Página / Ca<strong>de</strong>rno<br />
Campanha contra o cinema nacional é <strong>de</strong>nunciada no <strong>Rio</strong> Folha da Tar<strong>de</strong> 24/09/1980<br />
Mais dias <strong>de</strong> exibição para filme brasileiro Gazeta <strong>de</strong> Notícias 30/12/1982<br />
Mais um ano <strong>de</strong> luta sem trégua contra os importa<strong>do</strong>s Folha <strong>de</strong> São Paulo 01/01/1983<br />
Denunciada campanha contra cinema nacional O Povo 15/09/1980<br />
Perspectivas 83/Cinema<br />
Brasileiro<br />
Cinema brasileiro, merca<strong>do</strong> e expressão Tribuna da Imprensa 13 e 14/12/1980 11<br />
Embrafilme vai garantir espaço <strong>do</strong> filme nacional Folha <strong>de</strong> São Paulo 20/12/1982 Folha Ilustrada pág. 21<br />
Uma reação ao <strong>do</strong>mínio da cultura estrangeira ABI v.23 06 e 07/1980 13<br />
O Esta<strong>do</strong> e nosso cinema Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos 02/12/1980<br />
Filmes para TV só po<strong>de</strong>rão ser dubla<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> país O Dia 19/09/1980<br />
Dublagem: uma questão <strong>de</strong> cultura ou liberda<strong>de</strong> Correio <strong>do</strong> Povo 10/09/1972<br />
À procura <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil 19/02/1978 Livro pág. 2<br />
Cinema nacional vence uma velha luta Jornal <strong>de</strong> Brasília 01/07/1975<br />
Farias diz que governo quer cinema nacional forte para competir com o estrangeiro Jornal <strong>do</strong> Brasil 03/05/1975<br />
O cinema brasileiro, agora tipo exportação Folha <strong>de</strong> São Paulo 29/05/1980 Folha Ilustrada pág. 25<br />
Um <strong>de</strong>bate em <strong>de</strong>fesa da nossa cultura. Os heróis inva<strong>de</strong>m o que é nosso? Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas 17/06/1979<br />
Começa a luta <strong>do</strong> seria<strong>do</strong> nacional como enlata<strong>do</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo 20/05/1979 27<br />
Nossos enlata<strong>do</strong>s Movimento 21 a 27/05/1979 Cultura<br />
Uma alternativa para os enlata<strong>do</strong>s norte-americanos Correio Braziliense 12/07/1979