23.10.2014 Views

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

22<br />

Nacional, 42 ao Serviço Nacional <strong>de</strong> Teatro, 43 ao <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Livro, 44 ao<br />

Serviço <strong>de</strong> Radiofusão Educativa e ao <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Cinema Educativo (INCE).<br />

Para além da produção fílmica formulada pelo Esta<strong>do</strong> com o INCE, o país<br />

começava a ampliar sua produção cinematográfica com a inauguração <strong>de</strong> importantes<br />

estúdios particulares, como a Cinédia (1930), a Atlândida (1941) e a Vera Cruz<br />

(1950). 45<br />

A Cinédia, criada pelo cineasta A<strong>de</strong>mar Gonzaga, ofereceu a possibilida<strong>de</strong> da<br />

realização <strong>do</strong>s filmes fala<strong>do</strong>s. Esta produtora foi a primeira a a<strong>do</strong>tar um padrão<br />

hollywoodiano, tanto no maquinário como na criação. Também apostou em novos<br />

gêneros, como aventura e adaptações <strong>de</strong> contos literários. 46<br />

Com a Cinédia ficou<br />

consolidada a união entre o rádio e o cinema. A produção das chanchadas levou para as<br />

telas <strong>do</strong>s cinemas os basti<strong>do</strong>res <strong>do</strong> teatro <strong>de</strong> revista. O gênero, que fazia sucesso <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

fins <strong>do</strong> século XIX, possibilitou ao especta<strong>do</strong>r ver a interpretação, no cinema, das<br />

canções que faziam sucesso na programação radiofônica. De fato, durante as décadas <strong>de</strong><br />

1930, 40 e 50 o gênero cinematográfico mais popular e capaz <strong>de</strong> atrair mais<br />

especta<strong>do</strong>res foi a chanchada.<br />

Embora as chanchadas fossem mal vistas pelos críticos cinematográficos – fato<br />

que se observa pela própria etimologia da palavra chanchada, originária <strong>do</strong> italiano<br />

cianciata, que significa tagarelice – foi o gênero garanti<strong>do</strong>r da permanência <strong>do</strong>s filmes<br />

nacionais nas telas <strong>do</strong>s cinemas. 47 Os investimentos nesse tipo <strong>de</strong> película eram baratos<br />

e a fórmula característica <strong>do</strong>s filmes era: produção <strong>de</strong> baixo custo, curto tempo para<br />

filmagens e baixos salários para atores e realiza<strong>do</strong>res. Além disso, contava com ampla<br />

aceitação no merca<strong>do</strong> nacional. A conjugação <strong>de</strong> produção barata e um amplo merca<strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r garantia o lucro <strong>do</strong>s produtores. Quem mais <strong>de</strong>u notorieda<strong>de</strong> à chanchada<br />

foi a Atlântida, empresa carioca criada em 1941. Em 1947, o exibi<strong>do</strong>r Luis Severiano<br />

Ribeiro Junior assumiu o controle da empresa e direcionou a produção para os filmes<br />

carnavalescos e as chanchadas.<br />

Sem dúvida, as chanchadas tiveram seu auge com a Atlântida, embora não fosse<br />

gênero exclusivo da produtora. A Atlântida permaneceu em ativida<strong>de</strong> até 1983, mas<br />

42 Decreto Lei n. 25 <strong>de</strong> 30/11/1937.<br />

43 Decreto Lei n. 92 <strong>de</strong> 21/12/1937.<br />

44 Decreto Lei n. 93 <strong>de</strong> 21/12/1937.<br />

45 Trabalharemos com o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema Educativo no segun<strong>do</strong> capítulo da tese.<br />

46 VIEIRA, João Luiz. A chanchada e o cinema carioca (1930 – 1955) In RAMOS, Fernão. (org) Op cit.<br />

p. 150.<br />

47 VIEIRA, João Luis. Verbete: chanchada. In RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luiz Felipe. (org)<br />

Enciclopédia <strong>do</strong> cinema brasileiro. São Paulo: SENAC, 2000. pp. 117 – 119.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!