23.10.2014 Views

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

68<br />

Públicas, liga<strong>do</strong> ao DFSP. 194 No ano seguinte, foi aprova<strong>do</strong> o regulamento <strong>do</strong> SCDP<br />

que continha treze capítulos e procurava dar conta <strong>de</strong> várias questões no âmbito<br />

artístico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a censura prévia até questões relativas ao direito autoral. 195<br />

A nova legislação prévia, <strong>de</strong>ntre outras questões, que nenhum filme po<strong>de</strong>ria ser<br />

exibi<strong>do</strong> ao público sem censura prévia e sem um certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> aprovação forneci<strong>do</strong><br />

pelo SCDP, que os certifica<strong>do</strong>s seriam váli<strong>do</strong>s por cinco anos a contar da data da<br />

aprovação e que os censores po<strong>de</strong>riam recomendar para menores <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> os filmes<br />

“capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar os bons sentimentos, as tendências artísticas, a curiosida<strong>de</strong><br />

científica, o amor à pátria, à família e o respeito às instituições.” 196<br />

Também foi estipula<strong>do</strong> que a improprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s filmes po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>clarada<br />

para crianças até 10, 14, ou para maiores <strong>de</strong> 18 anos. No que se refere ao processo<br />

técnico da censura, ficava compreendi<strong>do</strong> nessa lei que o filme alvo <strong>de</strong> cortes teria as<br />

cenas inapropriadas anotadas no formulário preenchi<strong>do</strong> pelo censor. Da mesma forma, o<br />

boletim <strong>de</strong>veria informar se o filme seria classifica<strong>do</strong> como “educativo” e, no caso <strong>de</strong><br />

um filme nacional, se era <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong> e livre para exportação”. As licenças para a<br />

exportação <strong>do</strong> filme nacional seriam negadas quan<strong>do</strong> ele “contiver vistas <strong>de</strong>sprimorosas<br />

para o Brasil, estiver mal fotografa<strong>do</strong> ou não recomendar a arte nacional no estrangeiro,<br />

ou ainda se contiver vistas <strong>de</strong> zonas que interessem à <strong>de</strong>fesa e segurança nacionais.” 197<br />

O censor, ao examinar uma película, daria o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> “boa qualida<strong>de</strong>”<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> “a sonorida<strong>de</strong>, sincronização, correção <strong>do</strong> texto e técnica <strong>de</strong> arte” 198 , já<br />

o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> “livre para exportação” garantia que o filme po<strong>de</strong>ria ser exporta<strong>do</strong> para<br />

outros países, facultan<strong>do</strong> assim a garantia <strong>de</strong> um maior retorno da aplicação financeira<br />

que havia si<strong>do</strong> feita para concretização da obra. 199<br />

Interessante notar que havia a preocupação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1940, <strong>de</strong> mostrar<br />

a imagem <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong> uma forma primorosa, ou seja, películas que exibissem miséria<br />

ou outra possibilida<strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong> crítica social não seriam bem aceitas. Também a<br />

questão da <strong>de</strong>fesa nacional já estava presente naquele momento. Igualmente, é curioso<br />

que o certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> fosse da<strong>do</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> teor <strong>do</strong> filme, já<br />

que eram anotadas apenas as especificações técnicas como sonorida<strong>de</strong> e a técnica <strong>de</strong><br />

arte e não o caráter político ou moral. Aqueles que verificavam a qualida<strong>de</strong> técnica e<br />

194 Decreto-lei n. 8462 <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. <strong>de</strong> 1945.<br />

195 Decreto n. 20.493 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> jan. <strong>de</strong> 1946.<br />

196 Decreto n. 20.493 <strong>de</strong> 24/01/1946. Art. 12.<br />

197 I<strong>de</strong>m.<br />

198 Decreto-Lei. N. 1949 <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1939. art. 36.<br />

199 I<strong>de</strong>m. art. 41.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!