Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ
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48<br />
no papel da Embrafilme: havia uma reforma sen<strong>do</strong> pensada que pretendia dar mais<br />
agilida<strong>de</strong> para a produção cinematográfica. 131<br />
A reforma vinha sen<strong>do</strong> discutida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1973, quan<strong>do</strong> o ministro convocou o<br />
presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> INC, o diretor geral da Embrafilme e altos funcionários <strong>do</strong> MEC para<br />
integrarem a comissão encarregada da reformulação <strong>do</strong> cinema brasileiro.<br />
Provavelmente em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa reformulação, Tunico Amâncio afirma que, na<br />
gestão <strong>de</strong> Roberto Farias (1974-1979), a Embrafilme foi inserida em uma “nova ótica <strong>de</strong><br />
participação estatal junto à indústria cultural.” 132 O propósito da reforma era<br />
fundamentalmente não <strong>de</strong>ixar que duas instituições acabassem ten<strong>do</strong> papéis<br />
semelhantes. Ora, se a Embrafilme financiava, não haveria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o INC fazêlo<br />
também.<br />
A unificação da Embrafilme com o INC favoreceu a gestão da empresa que<br />
coincidiu com a entrada <strong>de</strong> Roberto Farias, tanto foi assim que o perío<strong>do</strong> da sua<br />
administração ficou conheci<strong>do</strong> como época <strong>de</strong> ouro. As discussões em torno da<br />
extinção <strong>do</strong> INC acabaram por aumentar o tamanho da Embrafilme, não somente pelas<br />
atribuições que foram repassadas, como também pelo aumento da <strong>do</strong>tação<br />
orçamentária. Com as novas atribuições, a Embrafilme precisou passar por uma gran<strong>de</strong><br />
reforma, a fim <strong>de</strong> torná-la mais eficiente. De fato, com maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso e<br />
<strong>do</strong>tação orçamentária, a empresa conseguiu, nos anos posteriores, garantir um nunca<br />
antes visto no campo cinematográfico. Tal como a citação abaixo esclarece, a<br />
unificação entre Embrafilme e INC garantiu uma maior profissionalização da produção<br />
cinematográfica.<br />
Na época, o diretor <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Assuntos Culturais <strong>do</strong> MEC, Manuel<br />
Diegues disse que<br />
a fusão <strong>do</strong> INC e da Embrafilme (...) estabelecerá um jogo com regras <strong>de</strong>finitivas,<br />
consolidan<strong>do</strong> em <strong>de</strong>finitivo e estrutura legal e executiva <strong>do</strong> cinema brasileiro e<br />
encerran<strong>do</strong> seu perío<strong>do</strong> experimental, feito até aqui <strong>de</strong> erros e acertos. 133<br />
Com a reformulação, foram criadas a Superintendência Comercial (SUCOM), a<br />
Superintendência <strong>de</strong> Produção (SUPROD) e a Diretoria <strong>de</strong> Operações não Comerciais<br />
(DONAC). Também com a reformulação <strong>de</strong> 1975, a Embrafilme passou a assumir<br />
to<strong>do</strong>s os riscos <strong>do</strong> negócio cinematográfico, sen<strong>do</strong> produtora, distribui<strong>do</strong>ra e<br />
131 I<strong>de</strong>m. pp. 90-93.<br />
132 AMANCIO, Tunico. Artes e manhas da EMBRAFILME: cinema estatal brasileiro em sua época <strong>de</strong><br />
ouro (1977-1981). Niterói: Editora da universida<strong>de</strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Fluminense, 2000. p.56.<br />
133 Jornal <strong>do</strong> Brasil. 19 <strong>de</strong> ago. <strong>de</strong> 1974.