23.10.2014 Views

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

país. 303 Desta forma, quan<strong>do</strong> da centralização da censura cinematográfica já havia uma<br />

101<br />

Capítulo IV - Por uma socieda<strong>de</strong> or<strong>de</strong>ira: a censura aos<br />

filmes nacionais<br />

Nos capítulos prece<strong>de</strong>ntes procuramos <strong>de</strong>monstrar que a censura<br />

cinematográfica no país teve suas raízes na década <strong>de</strong> 1930, perío<strong>do</strong> no qual o Esta<strong>do</strong><br />

brasileiro montou um aparato responsável pela censura aos filmes exibi<strong>do</strong>s em território<br />

nacional. A centralização da censura cinematográfica em 1932 mostrava que o cinema<br />

já era uma questão central durante a década <strong>de</strong> 1930, também <strong>de</strong>ixava claro a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar um “mo<strong>de</strong>lo” representativo daquilo que <strong>de</strong>veria ser exibi<strong>do</strong> no<br />

tentativa <strong>de</strong> moldar o tipo <strong>de</strong> película a ser apresentada nas diversas regiões <strong>do</strong> país e,<br />

no caso <strong>do</strong>s filmes nacionais, o tipo a ser produzi<strong>do</strong>. Esse mecanismo fazia com que os<br />

censores elegessem um mo<strong>de</strong>lo para to<strong>do</strong> o Brasil, pois o veto serviria tanto para<br />

regiões afastadas <strong>do</strong>s centros urbanos quanto para zonas mais industrializadas, on<strong>de</strong> a<br />

politização e o rompimento <strong>do</strong>s costumes sempre foi mais avança<strong>do</strong>.<br />

Ainda segun<strong>do</strong> a legislação que entrou em vigor a partir <strong>de</strong> 1932, o responsável<br />

pela fiscalização <strong>do</strong>s certifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> censura era a autorida<strong>de</strong> policial <strong>de</strong> cada esta<strong>do</strong>. 304<br />

Ou seja, embora a censura cinematográfica fosse nacionalizada, a fiscalização era<br />

regionalizada.<br />

4.1 - E a nu<strong>de</strong>z foi castigada: a censura moral aos filmes<br />

nacionais<br />

O cineasta Glauber Rocha que visualizou politicamente o movimento <strong>do</strong><br />

Cinema Novo com o manifesto Estética da Fome, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1960, já solicitava<br />

a transferência da censura da polícia para o âmbito <strong>do</strong> Ministério da Educação. Em seu<br />

livro, Glauber Rocha proclamava:<br />

a censura. Eis outra pedra fundamental. A censura <strong>de</strong>veria estar no Ministério da<br />

Educação e Cultura. Esta é, contu<strong>do</strong>, uma solução que não interessa à Motion Picture.<br />

303 Decreto n. 21.240. <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1932. O primeiro artigo <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto dizia: “Fica nacionaliza<strong>do</strong> o<br />

serviço <strong>de</strong> censura <strong>do</strong>s filmes cinematográficos.”<br />

304 Decreto n. 21.240. <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abr <strong>de</strong> 1932.. Ver art. 23.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!