Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia ... - UFRJ
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Como foi visto no primeiro capítulo, durante a década <strong>de</strong> 1930 várias instituições<br />
foram criadas no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> possibilitar a produção cultural, <strong>de</strong>ntre elas uma que dava<br />
especial atenção ao campo cinematográfico, o <strong>Instituto</strong> Nacional <strong>de</strong> Cinema Educativo.<br />
O INCE, cria<strong>do</strong> por Roquete Pinto, 90 em 1937, visava utilizar o cinema como auxílio ao<br />
ensino e a educação popular.<br />
O <strong>Instituto</strong> fez 407 filmes, entre curtas e médias metragem, vários <strong>de</strong>les<br />
produzi<strong>do</strong>s e dirigi<strong>do</strong>s por Humberto Mauro, que posteriormente foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um<br />
<strong>do</strong>s mais importantes cineastas nacionais. 91 Os filmes <strong>do</strong> INCE buscavam, além da<br />
questão científica educacional, uma utilização <strong>do</strong>s elementos da cultura nacional<br />
procuran<strong>do</strong> valorizar aspectos liga<strong>do</strong>s à brasilida<strong>de</strong>. 92<br />
A concretização das iniciativas no campo cinematográfico mostra que o setor<br />
tornou-se, <strong>de</strong> fato, uma preocupação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Além da criação <strong>de</strong> um instituto para a<br />
produção fílmica, o INCE (1937), foram implementadas diversas leis que garantiam<br />
uma reserva <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> para filmes nacionais com a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais dias <strong>de</strong><br />
exibição. No entanto, somente a partir da década <strong>de</strong> 1950 tiveram início as tentativas <strong>de</strong><br />
implementação <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> inserção estatal no campo da produção<br />
cinematográfica fora das produções educativas. 93<br />
Nessa mesma década, vários grupos surgiram com a intenção <strong>de</strong> pensar ações para<br />
o cinema. Em 1955, foi criada a Comissão Municipal <strong>de</strong> Cinema (CMC) da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo, órgão <strong>de</strong> caráter consultivo e a Comissão Estadual <strong>de</strong> Cinema (CEC) <strong>do</strong><br />
esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. No ano seguinte, foi implementada a Comissão <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> Cinema<br />
(CFC), que pretendia reunir os interesses <strong>de</strong> diversos setores e buscar alternativas e<br />
propostas para a produção cinematográfica.<br />
As discussões da CFC foram frutíferas nos seus esforços e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates <strong>do</strong> grupo se<br />
originaram<br />
Também foi criada a Empresa Brasileira <strong>de</strong> Filmes (Embrafilme) (1969), entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> economia mista.<br />
Todas serão analisadas ainda neste capítulo.<br />
90 Roquete Pinto nasceu em 1884 no <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>. Foi cria<strong>do</strong> em Minas Gerais e voltou para sua cida<strong>de</strong><br />
natal em 1912. Além <strong>de</strong> médico, antropólogo e professor é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s precursores <strong>do</strong> rádio no<br />
Brasil.<br />
91 Humberto Duarte Mauro nasceu no dia 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1897 em Volta Gran<strong>de</strong>, Minas Gerais. É<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s mais importantes cineastas brasileiros, ten<strong>do</strong> ti<strong>do</strong> importância tanto no cinema mu<strong>do</strong><br />
como no sonoro. Foi o principal representante <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> Cataguases. Gran<strong>de</strong> parte da sua carreira<br />
passou <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> trabalhos no INCE (<strong>Instituto</strong> Nacional <strong>do</strong> Cinema Educativo) Faleceu em 1983.<br />
92 GALVÃO, Elisandra. A ciência vai ao cinema: uma análise <strong>de</strong> filmes educativos e <strong>de</strong> divulgação<br />
científica <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>do</strong> Cinema Educativo. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>: <strong>UFRJ</strong>/ICB, 2004. p. 22.<br />
93 Ver tabela sobre a evolução da obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filmes nacionais nos cinemas brasileiros nos anexos.