brasil - Canal : O jornal da bioenergia
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MERCADO EXTERNO<br />
"Vencer as barreiras internacionais e expandir o<br />
etanol <strong>brasil</strong>eiro para outros países". Este é um desafio<br />
que o próximo governante terá pela frente,<br />
destaca o diretor-executivo do Sindicato <strong>da</strong>s Indústrias<br />
Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sin<strong>da</strong>lcool),<br />
Jorge dos Santos. De acordo com ele, desde<br />
2006 não houve avanço na área de comércio exterior<br />
para o produto <strong>brasil</strong>eiro. "É preciso definir<br />
o etanol como uma commodity pois, até hoje, isso<br />
não aconteceu", revela. Para Jorge, o governo federal<br />
precisa organizar encontros e reuniões com<br />
os dirigentes de outros países, principalmente <strong>da</strong><br />
Europa e dos Estados Unidos, para colocar em<br />
pauta as vantagens do etanol produzido no Brasil.<br />
Já para o presidente do Sistema Faeg/Senar, José<br />
Mário Schreiner, um problema que tem ocorrido<br />
no mercado externo, principalmente no que se<br />
refere ao etanol, é o lobby internacional. "Apesar<br />
de se comprovar as inúmeras vantagens <strong>da</strong> participação<br />
do etanol na matriz energética, ain<strong>da</strong> há<br />
países extremamente resistentes quanto à inclusão<br />
desse tipo de energia, como os Estados Unidos.<br />
É preciso criar meios para combater esse<br />
lobby externo", diz.<br />
O especialista <strong>da</strong> G7 Consultoria, João Baggio,<br />
defende que o caminho é o governo <strong>brasil</strong>eiro<br />
pressionar outros países, até mesmo junto à opinião<br />
pública. "Só será possível vencer as barreiras<br />
comerciais impostas pelo governo americano, se<br />
mu<strong>da</strong>r a mente <strong>da</strong> população. Entendendo que<br />
terão benefícios com o produto <strong>brasil</strong>eiro, isso favorecerá<br />
a exportação", ressalta. Além disso, acordos<br />
bilaterais com países menores e próximos pode<br />
ser a solução mais rápi<strong>da</strong> para entraves comerciais,<br />
informa o consultor. "Até hoje, o foco nunca<br />
foi o mercado externo. O próximo presidente<br />
precisa pensar estrategicamente e avaliar que o<br />
crescimento do setor também depende <strong>da</strong> exportação.<br />
Pra ser competitivo no mercado internacional,<br />
tem que exportar mais", informa.<br />
A candi<strong>da</strong>ta Marina Silva é favorável à eliminação<br />
<strong>da</strong> tarifa americana sobre o etanol <strong>brasil</strong>eiro,<br />
mas diz que para o Brasil exportar mais precisa<br />
certificar o etanol, apresentando o combustível<br />
como sustentável e evitando que os concorrentes<br />
usem o desmatamento como desculpa para prejudicar<br />
o produto <strong>brasil</strong>eiro.<br />
Os especialistas e representantes de enti<strong>da</strong>des<br />
liga<strong>da</strong>s ao setor canavieiro concor<strong>da</strong>m com a<br />
posição <strong>da</strong> candi<strong>da</strong>ta do PV. É um assunto que,<br />
segundo profissionais ligados a essas enti<strong>da</strong>des,<br />
já está sendo discutido com bastante expressão<br />
nos últimos tempos, com a percepção de que o<br />
certificado possibilitará a entra<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> mais<br />
forte no mercado mundial. "Não há dúvi<strong>da</strong>s de<br />
que o etanol precisa ser certificado, pois essa<br />
tem sido uma <strong>da</strong>s exigências internacionais e<br />
acreditamos que isso será reali<strong>da</strong>de nos próximos<br />
anos", informa José Mário.<br />
MELHORIAS INTERNAS<br />
Especialistas alertam que, antes de tentar qualquer<br />
medi<strong>da</strong> para expandir a exportação do etanol<br />
e do açúcar no mercado externo, é preciso<br />
pensar em melhorias em infraestrutura e logística,<br />
considerados os maiores gargalos do setor sucroenergético.<br />
Para o presidente executivo do<br />
Sindicato <strong>da</strong> Indústria de Fabricação de Etanol do<br />
Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, sem dúvi<strong>da</strong><br />
é preciso investir na malha viária interna – estra<strong>da</strong>s,<br />
ferrovias, dutovias etc – assim como em<br />
portos para o escoamento do produto <strong>brasil</strong>eiro<br />
para outros países. "É uma medi<strong>da</strong> que carece de<br />
ação imediata e uma vez soluciona<strong>da</strong> ou pelos<br />
menos ameniza<strong>da</strong>, impulsionará to<strong>da</strong> a cadeia<br />
produtiva <strong>da</strong> cana", revela. Ele lista que é preciso<br />
construir dutos de escoamento de etanol, principalmente<br />
oriundos dos Estados <strong>da</strong> região central<br />
do País, pois proporcionará maior competitivi<strong>da</strong>de<br />
e redução do custo total do produto.<br />
A vantagem dos dutos para o transporte de<br />
etanol e as ramificações <strong>da</strong> rede ferroviária é que<br />
os investidores vão poder visualizar facili<strong>da</strong>des na<br />
produção e comercialização dos produtos derivados<br />
<strong>da</strong> cana. Já com o alcoolduto, o transporte ficará<br />
mais barato e não será necessário utilizar o<br />
combustível fóssil para transportar o álcool. No<br />
caso do açúcar, o modelo multimo<strong>da</strong>l vai ser necessário<br />
para garantir a competitivi<strong>da</strong>de, principalmente<br />
com a inclusão <strong>da</strong>s ramificações nas<br />
principais linhas férreas no País como a Norte-<br />
Sul, e a construção de ampliação de atracadouros<br />
na zona portuária <strong>brasil</strong>eira.