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gabriela butcher


Cartado editorMirian Toméeditor@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br20 BIOCOMBUSTÍVEIS NO TOCANTINSCerca de 50 milhões foram investidos no Estado até fevereiro deste ano emnovas usinas de biodiesel e etanol, com geração de 450 empregos diretos.são domingosjosé cruz/abr10 MECANIZAÇÃOColheita mecaniza<strong>da</strong> <strong>da</strong> cana-deaçúcaravança por força dediferentes legislações. Impactossociais, como o desemprego,causam preocupação.12 FEICANAGovernador de São Paulo criticaexpansão <strong>da</strong>s lavouras e cobra dosusineiros mais pesquisa em aumento <strong>da</strong>produtivi<strong>da</strong>de.usina camenCom as turbinas aqueci<strong>da</strong>sOano parece que está começando agora, apóso carnaval, como é tradição neste Brasil tãofesteiro. Os eventos sinalizam que as turbinasdos negócios já estão se aquecendo. A Feicana,por exemplo, reuniu mês passado, emAraçatuba, grandes empresas que expuseramseus produtos e tecnologias. Mais umademonstração <strong>da</strong> força e pujança do setor deprodução de açúcar, etanol e biodiesel.Nesta edição, o CANAL destaca umareportagem sobre as pragas que atacam oscanaviais, mostrando que a expansão <strong>da</strong> cultura<strong>da</strong> cana-de-açúcar nas novas fronteiras deprodução precisa estar acompanha<strong>da</strong> decui<strong>da</strong>dos redobrados com a sani<strong>da</strong>de <strong>da</strong>slavouras. Mostramos também o desafio impostoao setor sucroalcooleiro: mecanizar a colheita <strong>da</strong>cana-de-açúcar de forma acelera<strong>da</strong> para atenderàs legislações ambientais dos Estados e dogoverno federal. E o que fazer com a mão-deobratrabalhadora? Essa questão precisa serrespondi<strong>da</strong> com responsabili<strong>da</strong>de e sensatezpelos agentes envolvidos neste processo.Entre outros assuntos de interesse do leitor,destacamos ain<strong>da</strong> o interesse de investidores domercado financeiro pela produção de etanol eum estudo detalhado sobre a viabili<strong>da</strong>de esustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produção do biocombustívelem várias regiões brasileiras.Boa leitura e até a próxima edição!antônio scarpinetti28 COGERAÇÃOAneel recebe sugestões para aproposta de regulamentação doescoamento <strong>da</strong> energia produzi<strong>da</strong> apartir <strong>da</strong> biomassa.24 ESTUDO SOBRE O ETANOLConcluí<strong>da</strong> a terceira fase do estudosobre o potencial do etanol. Otrabalho analisa cenários deexpansão em grande escala para aprodução sustentável.Assine o CANAL, o Jornal <strong>da</strong> Bioenergia - Tel. 62.3093-4082 assinaturas@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brO CANAL é uma publicação mensal de circulação nacional e está disponível nainternet no endereço: www.canal<strong>bioenergia</strong>.com.br e no www.sifaeg.com.brCANAL, o Jornal <strong>da</strong> Bioenergia, é uma publicação <strong>da</strong>MAC Editora e Jornalismo Lt<strong>da</strong>. - CNPJ 05.751.593/0001-41DIRETOR EXECUTIVO: Joel Fragadiretor@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brDIRETORA ADMINISTRATIVA: Ângela Almeid<strong>aa</strong>dministracao@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brDIRETOR COMERCIAL: César Rezendecomercial@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brEXECUTIVA DE ATENDIMENTO: Beth Ramoscomercial@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brOPEC: Fernan<strong>da</strong> Oianoopec@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brDIRETORA EDITORIAL: Mirian Tomé DRT-GO - 629editor@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brEDITOR: Evandro Bittencourt DRT-GO - 00694re<strong>da</strong>cao@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brREPORTAGEM: Evandro Bittencourt,Mirian Tomé e Rhudy CrysthianDESIGNERS: Pauliana Caetano e Fábio Aparecidoarte@canal<strong>bioenergia</strong>.com.brBanco de Imagens: Clic Digital Photo - www.clicdigital.com.br,Studio 95/Museu <strong>da</strong> Imagem (62) 3095-5789, UNICA - União <strong>da</strong>Agroindústria Canavieira de São Paulo - www.unica.com.br,SIFAEG - Sindicato <strong>da</strong> Indústria de Fabricação de Álcool do Estado deGoiás - www.sifaeg.com.br, <strong>Canal</strong> On Linewww.canal<strong>bioenergia</strong>.com.br REDAÇÃO: Av. T-63, 984 - Conj. 215Ed. Monte Líbano Center, Goiânia - GO- Cep 74 230-100 - Fone (62)3093 4082 - Fax (62) 3093 4084 www.canal<strong>bioenergia</strong>.com.br -email: canal@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br TIRAGEM: 15.000 exemplaresIMPRESSÃO: Ellite Gráfica – ellitegrafica2003@yahoo.com.brCANAL, o Jornal <strong>da</strong> Bioenergia não se responsabiliza pelos conceitose opiniões emitidos nas reportagens e artigos assinados. Elesrepresentam, literalmente, a opinião de seus autores. É autoriza<strong>da</strong> areprodução <strong>da</strong>s matérias, desde que cita<strong>da</strong> a fonte.


ENTREVISTA - Francisco Barreto, presidente <strong>da</strong> BionasaAposta no biodieselEMPREENDEDORES BRASILEIROS E BRITÂNICOS ESTÃO CONSTRUINDO EM GOIÁS A MAIORUSINA DE BIODIESEL DO MUNDO, BASE PARA UMA FUTURA OLEOQUÍMICAEvandro BittencourtFrancisco Barreto é presidente<strong>da</strong> Bionasa Combustível NaturalS.A, uma empresa <strong>da</strong>Jaraguá Participações queatua também no segmento de tabacoe produtos adoçantes. A usin<strong>aa</strong>ssociou-se à companhia britânicaTrading Emission PLC (TEP) para aconstrução de um complexo industrialde produção de biodiesel emPorangatu, no interior de Goiás, dimensionadopara ser o maior domundo, afirma Barreto. Em entrevistaexclusiva ao CANAL ele detalhao empreendimento e expõe suasopiniões sobre o Programa Nacionalde Produção e Uso do Biodiesel.Quando a uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Bionasa começ<strong>aa</strong> operar?O começo <strong>da</strong> operação está projetadopara setembro deste ano. Aindústria tem a capaci<strong>da</strong>de para200 mil tonela<strong>da</strong>s/ano em suaprimeira etapa. Na segun<strong>da</strong> etapa,prevista para setembro de2010, a produção aumenta mais200 mil tonela<strong>da</strong>s, tornando-se amaior uni<strong>da</strong>de industrial do mundode produção de biodiesel.Quais matérias-primas serão utiliza<strong>da</strong>sna produção?Vamos trabalhar com o pinhãomansoe o dendê, mas não numprimeiro momento. Inicialmentevamos trabalhar com girassol euma pequena parte de soja. Estamosfazendo uma grande plantaçãode pinhão-manso no Norte deGoiás, onde há uma quanti<strong>da</strong>demuito grande de áreas degra<strong>da</strong><strong>da</strong>se que se prestam bastante aoplantio do pinhão-manso, <strong>da</strong>do asua a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de à região.Quais fatores foram decisivos parainstalar a indústria na região?Tem muito a ver com logística ecom os 2 milhões de hectares degra<strong>da</strong>dos,abandonados ou subutilizadosem uma região que tambémabrange o Sul do Tocantins eo Nordeste de Goiás. Uma indústriadessa magnitude deixará na4 CANALregião mais de 650 milhões de reais/anoem riqueza gera<strong>da</strong> pel<strong>aa</strong>gricultura. A indústria está secomprometendo em fazer a compra<strong>da</strong> produção dos agricultores.O Norte de Goiás precisava de umapoio industrial e a instalação teveincentivo fiscal, dentre outros,pelo governo do Estado. Nós avaliamose achamos que a região érealmente boa para esse propósito.Do ponto de vista <strong>da</strong> logística,a indústria se localiza entre a Belém-Brasíliae a Ferrovia NorteSul. Acho que o Crescimento doPaís em direção ao Norte é umaconseqüência natural.E a decisão pela produção de biodiesel,como se deu?Temos informações de especialistaseuropeus em energia de quehaverá uma que<strong>da</strong> muito grandenas reservas de petróleo a partir de2015. Com isso, tanto o etanol comoo biodiesel terão uma ascensãonatural junto aos mercados internoe externo. E esse nosso projetoé de longo prazo. É gigantescopara Goiás e para o Brasil.Quantos empregos diretos e indiretosserão gerados?Após o início <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> etapateremos aproxima<strong>da</strong>mente 300empregos diretos e mais de 20 milempregos indiretos na região, incluindoos agricultores familiares.A nossa empresa apóia o agricultorfamiliar in loco. Aju<strong>da</strong>mos napreparação <strong>da</strong> terra e no cultivodo pinhão-manso, que é a únicacultura que poderá trazer lucro aesses agricultores.Quantos hectares já estão plantadose qual será a área total?Nós teremos plantados este ano 2mil hectares em função de um<strong>aa</strong>desão basea<strong>da</strong> na confiabili<strong>da</strong>de.Fizemos um trabalho de convencimentoe conquista de credibili<strong>da</strong>dejunto aos produtores. Apartir de 2008 também pretendemosplantar entre 7 a 10 mil hectaresem assentamentos, que totalizam198 mil hectares. Queremosalcançar até 2010, no mínimo,50 mil hectares junto aos assentados.Este é um capítulo <strong>da</strong>história importante para a RegiãoNorte e para os assentados, par<strong>aa</strong>ssegurar essa ren<strong>da</strong> necessári<strong>aa</strong>os pequenos agricultores, mastambém precisamos de aju<strong>da</strong> governamental.Temos uma responsabili<strong>da</strong>demuito séria com a sustentabili<strong>da</strong>desócio-ambiental naregião. Temos muita contribuiçãodo município, mas precisamos doapoio do Estado e do Governo Federal,via Pronaf, para aju<strong>da</strong>r, basicamente,na preparação do solopara o plantio.E a obtenção de crédito para oplantio do pinhão-manso?divulgaçãoNossa decisão tem muito a ver comlogística e com os 2 milhões de hectaresdegra<strong>da</strong>dos, abandonados ou subutilizadosem uma região que também abrange o Suldo Tocantins e o Nordeste de GoiásDepende de uma ação política parao Pronaf aceitar e desenvolverprogramas de financiamento queain<strong>da</strong> não existem. Vamos discutirjunto com os representantes doPronaf, no governo federal, paraviabilizar esse processo.E quais são as perspectivas em relaçãoao girassol?O girassol é uma oleaginosa fantástica,tem 40% de óleo, maisque o dobro <strong>da</strong> soja. Não tem sentidotrabalharmos com a soja, poiso girassol é a única oleaginosa comestívelque pode ser usa<strong>da</strong> naprodução de biodiesel sem prejuízopara a cadeia alimentar. Issoporque temos 60 milhões de hectaresde terras degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e pron-


tas para o plantio. Temos 11 milhõesde hectares de terras própriaspara a safrinha e o girassol temas características adequa<strong>da</strong>s paraesse tipo de cultivo, que está sendoexplorado por poucos agricultoresno Brasil e não causa prejuízoa ninguém, pois a terra não éutiliza<strong>da</strong> nesse período. A safrinhaé própria para o girassol, que resistemuito mais à seca.O Programa de Produção e Uso doBiodiesel está em fase inicial.Existe necessi<strong>da</strong>de de ajustes?A regulamentação do biodieseltem alguns equívocos. Trata-se deum projeto de grande repercussãodo ponto de vista social, pois integr<strong>aa</strong> socie<strong>da</strong>de ao lucro, ao resultadoobtido com a produção.Quando fizeram a regulamentação,transferiram to<strong>da</strong> a responsabili<strong>da</strong>dedo Estado para o setorprivado, além de nos penalizarcom muitos impostos. Dizer queexiste incentivo fiscal é umagrande balela, pois trata-se deum incentivo para promoveraquilo que o Estado não promoveu,a agricultura familiar, quepassou a ser uma responsabili<strong>da</strong>dedo empresário. Além disso, estamossubordinados a uma burocraciaenorme e anacrônica, quevem de 500 anos atrás.E quanto aos porcentuais de adiçãode biodiesel ao diesel?Acho que até 10% de mistura épouco, não melhora o clima, nãoresolve na<strong>da</strong>. O B 100 é aplicávelem qualquer motor. Ele poderiaser utilizado no transporte públicoe nas máquinas agrícolas, porexemplo. Isso valorizaria o segmentoeconômico que é a indústriade biodiesel. Fala-se que nãoexiste pesquisa, mas parece queQuando fizeram a regulamentação,transferiram to<strong>da</strong> a responsabili<strong>da</strong>de doEstado para o setor privado, além de nospenalizar com muitos impostos.não querem que exista. Deveriahaver uma política para reduzir osefeitos sobre o clima e não simplesmentelançar o programa deprodução do biodiesel. Ele precisater um cunho sócio-ambiental.Qual é a situação do segmento deprodução de biodiesel em relação àobtenção de crédito?O crédito do Governo é supercomplicado.Ele pede 180% de garantia,uma aberração, coisa de quemnão quer emprestar mesmo, poisnão quer correr riscos.A Bionasa está usando só recursospróprios?Estamos usando só recursos próprios,pois gasta-se muita energia,tempo e dinheiro para conseguircrédito. Só emprestam dinheiropara áreas consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s, como apetroquímica e de papel e celulose,por exemplo.O senhor atua na indústria do tabaco.Por que apostar no biodiesel?Sim, na indústria do tabaco produzimoscharutos e cigarrilhas de altaquali<strong>da</strong>de e exportamos para 52países. Estamos também apostandona produção de <strong>bioenergia</strong> comoum todo e no biodiesel, comoum primeiro trabalho. Posteriormentevamos investir na geraçãobásica de biodiesel, como esmagadorase, num terceiro momento,em produtos <strong>da</strong> oleoquímica, poiso Brasil importa U$ 4 bilhões dessesprodutos. Podemos fazer to<strong>da</strong> acadeia produtiva de oleoquímicosbasea<strong>da</strong> na indústria de biodiesel.Estamos fazendo uma indústria deprimeira geração, muito bem feitae estu<strong>da</strong><strong>da</strong>. Foram dois anos paraelaborar todo o projeto, não foi deforma imediatista.Que produtos originários <strong>da</strong> oleoquímicadevem ser produzidos?Aditivos, a partir <strong>da</strong> glicerina, plásticosduros, química fina, para aárea medicamentosa, e uma sériede outros produtos. Estamos agoradesenvolvendo esses projetos.A Bionasa tem algum parceiro internacional?Qual a tecnologiautiliza<strong>da</strong> e em que fase está amontagem <strong>da</strong> indústria?Sim, a Trading Emissions PLC (TEP),um dos maiores fundos ingleses naárea de energia limpa. A tecnologiaé italiana, os equipamentossão produzidos pela Dedini e já estãosendo descarregados na indústria.O processo de montagem devecomeçar ain<strong>da</strong> em abril.Há uma crítica em relação ao porcentualinicial obrigatório de adiçãodo biodiesel ao diesel. Nestemomento, ele poderia ser maior ?Existem diferentes pensamentos emrelação a isso. Muitas empresas, justamentepor falta de incentivo governamental,têm dificul<strong>da</strong>des. Colocarammuito dinheiro na industrializaçãoe se esqueceram <strong>da</strong> originação.Paralelamente, houve uma corri<strong>da</strong> àsoleaginosas para a alimentação humanae um problema sério de capitalde giro para essas empresas fabricareme fornecerem o biodiesel. Atualmente,existem cerca de 46 indústriasprontas. As mais profissionais estãoproduzindo e entregando, masnão na sua total capaci<strong>da</strong>de. São industriaiscompetentes, tradicionais.Alguns deles atuam na área de originaçãoe estão entregando algumacoisa, mas a situação é peculiar, poisos preços de compra nos leilões nãocobrem o custo de produção.O senhor interpreta isso como umdescaso por parte do governo ?Não existe uma posição do Estadobrasileiro na área de agroindústriaem relação a esse processo,que foi provocado pelo próprioEstado. Isso traz um certo desânimo.Enquanto isso, os EUA utilizao milho, pouco eficiente para aprodução de álcool e dá altossubsídios. Nós só queremos compensaçãode custo na hora <strong>da</strong>compra, em função do estouro dopreço <strong>da</strong>s oleaginosas que originamo óleo básico para produzir obiodiesel. Isso é o mínimo que oEstado brasileiro pode fazer.E a posição do presidente Lula sobreessas questões?Ele está isolado dessas discussõespelo seu estaff. Ele não sabe o queestá acontecendo. As informaçõesque foram passa<strong>da</strong>s a ele são deque a produção do biodiesel é viável,é um bom negócio e que <strong>da</strong>riacondições de sobrevivência nocampo, para o pequeno produtor,mas existem outros fun<strong>da</strong>mentosmicro e macroeconômicos dentrodo programa que não foram observados,pois o Estado brasileironão pensa a médio e longo prazo.Era de se esperar que haveria essasdistorções.CANAL 5


PANORAMAParceria para realizar projeto do alcooldutoA Petrobras aprovou acriação de uma empresatripartite com os sóciosprivados Mitsui&Co.LTD eCarmargo Correa S/A para arealização <strong>da</strong>s fases do projetoconceitual e básico doalcoolduto que será construídoentre Senador Canedo (GO) ePaulínia (SP). O projeto, cujaexecução ficará sob aresponsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Petrobras,inclui ain<strong>da</strong> um segundo trechoque interligará a HidroviaTietê-Paraná ao Terminal dePaulínia. O alcoolduto é partedo Corredor de Exportação deEtanol que começa no Terminalde Senador Canedo, em Goiás,passa por Uberaba, em MinasGerais, Ribeirão Preto, Paulíniae Guararema, em São Paulo.Do Terminal de Guararema, oduto segue para o Terminal deSão Sebastião, no Litoral Nortede São Paulo e para o Terminal<strong>da</strong> Ilha D'Água, no Rio deJaneiro, através do polidutoOSRIO, já existente, que passaráa ser exclusivo para etanol.No seu tronco principal,entre Paulínia e Guararema, oalcoolduto terá a capaci<strong>da</strong>de deescoar até 12 milhões de metroscúbicos de etanol por ano, sendocerca de 4 milhões peloTerminal <strong>da</strong> Ilha D'Água e,aproxima<strong>da</strong>mente, 8 milhõespelo Terminal de São Sebastião.A Petrobras colocará essealcoolduto à disposição domercado, na forma de umserviço de transporte,possibilitando assim a chega<strong>da</strong>eficiente do etanol aos portos deexportação.Embrapa Cerrados pesquisa pinhão-mansoA Embrapa Cerrados inicioupesquisa para avaliar o potencialdo pinhão- manso (Jatrophacurcas L.) para produção debiodiesel. Foram planta<strong>da</strong>s 1600mu<strong>da</strong>s, dividi<strong>da</strong>s em duas áreascom condições de fertili<strong>da</strong>de dosolo distintas. As sementes foramforneci<strong>da</strong>s pela Embrapa Algodão(Campina Grande - PB), EmbrapaMeio Norte (Teresina - PI),Embrapa Agropecuária Oeste(Dourados - MS), Embrapa Semi-Árido (Petrolina - PE) eUniversi<strong>da</strong>de de Lavras. Paragarantir acessos de diferentesregiões, também foi feita coleta deBraskem produzirá aditivo ‘verde‘sementes em proprie<strong>da</strong>des dePorangatu (GO), Arinos eParacatu (MG). Os pesquisadorespretendem avaliar condições desolo, clima e exigênciasnutricionais <strong>da</strong> espécie para que ocultivo do pinhão-manso possa<strong>da</strong>r o retorno esperado naprodução de biodiesel.A empresa Braskem investiráR$ 95,5 milhões no Pólo Industrialde Camaçari para converter a atualprodução de MTBE (aditivo <strong>da</strong>gasolina), em ETBE, um produtoambientalmente mais correto, poisusa etanol proveniente de cana-deaçúcarem sua preparação. Osprincipais mercados para o ETBEproduzido pela Braskem já foram prédefinidoscomo os países <strong>da</strong> Europa eo Japão, que elegeram o produto comoo biocombustível que vai elevar aoctanagem <strong>da</strong> sua gasolina.maradona neto/secomRio Verde ganha curso de energia renovávelO Centro Federal deEducação Tecnológica (Cefet)de Rio Verde (GO) oferece,180 vagas para o curso deespecialização lato sensu embiocombustíveis. A duraçãoserá de um ano com cargahorária total de 360 horas. Oprocesso seletivo terá provasde conhecimentos específicose avaliação curricular. Alémde profissionais do Cefet-RV,as aulas serão ministra<strong>da</strong>s pordocentes <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de deBrasília (UnB) e doMinistério de Ciência eTecnologia (MCT). Maisinformações: departamentode química do Cefet-RV,telefone (64) 3620-5644 .unicaBahia terá novo porto para açúcar e álcoolA Bahia vai ganhar maisestrutura para escoamento deetanol e açúcar com a implantaçãodo Porto Sul, um novo ComplexoPortuário a ser construído emIlhéus. A uni<strong>da</strong>de deverá solucionaro atual gargalo existente nas demaisinstalações portuárias instala<strong>da</strong>s emSalvador, Aratu e em Ilhéus. A áreaonde será construí<strong>da</strong> o novo porto eo Pólo Industrial de Serviços ficalocaliza<strong>da</strong> na Rodovia Ilhéus-divulgaçãoItacaré. Com o novo porto, o Estadose integrará melhor aos grandeseixos territoriais dedesenvolvimento <strong>da</strong> produçãosucroalcooleira no País.6 CANAL


CANA-DE-AÇÚCARFEIRAEmbraer expõeavião a álcoolOIpanema, primeiro avião certificado paraoperar com álcool hidratado no mun-avião foi projetado por engenheiros do ITA. Omas vendidos, nove são movidos a álcool. Odo, esteve em exposição na Feicana/FeiBio Ipanema a álcool teve seu projeto e certificação(Feira de Negócios de Energia) 2008, mêscusteados pela Embraer, que começou apassado, em Araçatuba. O EMB-202 é fabricadoprojetá-lo em 2002 e teve a conclusão <strong>da</strong> cerronáutica),pela Embraer (Empresa Brasileira de Aetificação,tanto do motor a álcool, quanto <strong>da</strong>e tem uma capaci<strong>da</strong>de de carga aeronave, em 2005. No mesmo ano, a Embraerútil de 950 litros e autonomia de 610 km no começou a produção comercial do EMB-202A.regime de 65% <strong>da</strong> potência máxima contínuaHoje são 43 aeronaves Ipanema a álcool e 150a 6.000 pés de altitude. O preço <strong>da</strong> aero-conversões vendi<strong>da</strong>s em três safras.nave é R$ 642.000,00.O Ipanema é bastante utilizado em aplicaçõesEntre as vantagens do avião a álcool destacam-sede defensivos agrícolas como maturadoro custo operacional menor (preço do de cana-de-açúcar, fungici<strong>da</strong>s, insetici<strong>da</strong>s,álcool automotivo mais baixo que a gasolina fertilizantes (sólidos e líqüidos), em lavouras,de aviação (AvGas), aumento <strong>da</strong> potência do pastagens e reflorestamento, como tambémmotor em 7% (ao nível do mar) em relação ao para semeaduras. De acordo com o departamentoAvGas e utilização de um combustível renovávelcomercial <strong>da</strong> Embraer, o avião tambéme mais produtivo. Hoje, de ca<strong>da</strong> dez Ipane-pode ser usado no combate a vetores de doençasem áreas urbanas e rurais, repovoamentode alevinos em rios, lagos e represas e nocombate a incêndios florestais, entre diversasoutras aplicações.Tocantinsincentiva plantioOCentro Agrotecnológico de Palmas estáincentivando a produção de etanolno Tocantins a partir <strong>da</strong> produção de mu<strong>da</strong>sde cana-de-açúcar. A formação docanteiro para a multiplicação <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>sestá sendo realiza<strong>da</strong> pelos técnicos <strong>da</strong> Secretaria<strong>da</strong> Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Seagro).O canteiro de mu<strong>da</strong>s terá duas finali<strong>da</strong>desdistintas. A intenção imediata é plantar 7alqueires para atender a deman<strong>da</strong> de umamini-destilaria de álcool, chama<strong>da</strong> M3 doTocantins. A M3 está prevista para iniciar aconstrução ain<strong>da</strong> no primeiro semestre de2008. Ao longo de três anos as mu<strong>da</strong>s serãomultiplica<strong>da</strong>s para 120 alqueires e repassa<strong>da</strong>spara a mini-destilaria reiniciar a multiplicaçãodo plantio <strong>da</strong> cana.A segun<strong>da</strong> finali<strong>da</strong>de do canteiro é forneceraos produtores rurais do Estado mu<strong>da</strong>sforrageiras para alimentação bovina. Paralelamentea este projeto, a Seagro e a Universi<strong>da</strong>deFederal do Tocantins (UFT) firmaramparceria para iniciar a implantação de umauni<strong>da</strong>de demonstrativa de mu<strong>da</strong>s de cana.A Seagro está disponibilizando a multiplicação<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s, os insumos e to<strong>da</strong> parteagrícola volta<strong>da</strong> para o cultivo de mu<strong>da</strong>s,inclusive a irrigação.fotos: divulgação8 CANAL


FEICANA 2008ZoneamentoAgroecológicoGOVERNO VAI APRESENTAR PROPOSTAS QUE RESSALTAM APLUVIOSIDADE E A DECLIVIDADE DAS ÁREAS DE PRODUÇÃORhudy CrysthianDe Araçatuba, São PauloDepois de muita discussão o governofederal finalmente definiu um prazopara a entrega de uma proposta aosetor sucroalcooleiro no que se refereàs diretrizes que irão regulamentar o zoneamentoagroecológico no País. Entre as principaismedi<strong>da</strong>s estão a atenção aos índices pluviométricosde ca<strong>da</strong> região produtora de canade-açúcare o respeito à declivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> área,que deve ficar nos 12% para induzir a uma maiormecanização do setor, ou entre 12% e 17%.De acordo com o secretário de Produção eAgroenergia do Ministério <strong>da</strong> Agricultura, Pecuáriae Abastecimento (MAPA), Manoel VicenteBertone, o governo está preocupado, principalmente,em não aumentar as barreiras para os biocombustíveisno Brasil. "Nossa intenção é incentivara produção e não criar problemas", disseo representante do órgão no último dia doSimpósio Internacional Datagro/Udop, realizadodurante a Feira de Negócios do Setor de Energia(Feicana/FeiBio) em Araçatuba, interior paulista.Bertone disse também que reuniões com ossecretários de Agricultura dos Estados brasileirosjá foram feitas para orientar esses estudos,inclusive com algumas conclusões. Para tranqüilizaros produtores e usineiros, o secretáriogarantiu que esse zoneamento não será feitoGovernador José Serra fez críticas ao setor,enquanto Nastari destacou pré-certificaçãoem regiões onde não existe logística para o escoamento<strong>da</strong> produção. "A cana vai seguir paraonde a logística indicar", justifica. Ele defendeain<strong>da</strong> a não utilização <strong>da</strong> Amazônia paraevitar maiores discussões sobre o tema e nãoatrapalhar futuras negociações mercadológicasdevido às críticas externas sobre a utilizaçãode áreas verdes protegi<strong>da</strong>s na região par<strong>aa</strong> produção de cana.O diretor do Departamento de Licenciamentoe Avaliação Ambiental do Ministério doMeio Ambiente, Volney Zanardi Junior, é maiscrítico em relação ao tema. Ele afirma que enquantoo zoneamento for para licenciamentodo setor não irá contribuir como norteadordessas políticas. "Precisamos definir melhornossas políticas florestais", avalia.fotos: safra eventosDESCONFORTOEm se tratando de expansão do setor, ogovernador de São Paulo, José Serra, queparticipou <strong>da</strong> abertura <strong>da</strong> Feicana/FeiBio,cobrou dos usineiros mais pesquisas noaumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cana-deaçúcarpara frear a expansão de canaviaisno Estado. "Os usineiros precisam contribuirmais, porque não é possível que o setornão junte forças para isso e venha pedirao governo, que já faz muito", disseSerra. No discurso, ele lembrou ain<strong>da</strong> queSão Paulo tem a menor alíquota do ImpostoSobre Circulação de Mercadorias eServiços (ICMS) do País, de 12%.Ele afastou a hipótese de que as críticasaos usineiros fossem uma ameaça de punição,com uma possível mu<strong>da</strong>nça na alíquotado ICMS sobre o álcool. Mesmo assim,as citações do governador causaramum desconforto entre os presentes. O presidente<strong>da</strong> União <strong>da</strong> Indústria de Canade-Açúcar(Unica), Marcos Sawaya Jank,rebateu as críticas de Serra e disse que ogovernador está equivocado em cobraressas ações do setor sucroalcooleiro.DIVULGAÇÃOJá o presidente <strong>da</strong> Datagro, Plínio MárioNastari, reclama que o mundo não conheceo esforço que o Brasil faz para resolverquestões de zoneamento e licenciamentoambiental. "Nós deveríamos divulgarmelhor o que fazemos no exterior",diz. Para ele, esses dois fatores são umaespécie de pré-certificação para o setor.A falta de divulgação sobre esses assuntosé também a principal crítica dopresidente <strong>da</strong> União dos Produtores de Bioenergia(Udop), José Carlos Toledo, noque se refere à imagem do Brasil no exterior,em se tratando de produção de cana."Precisamos saber como passar para omundo que no Brasil não existirá monocultura,caso se aumente a produção decana", defende. Para tanto, ele acreditaque o País precisa de mais entrosamentoentre empresas e governos.CANAL 9


COLHEITA MECANIZADAUma revolução acelera<strong>da</strong>DE ACORDO COMA LEI FEDERAL, ATÉ2020, 100% DAÁREA DE CANA-DE-AÇÚCAR DEVEDEIXAR DE SERQUEIMADA ANTESDA COLHEITAJuliana Barros CostaPor forças de diferentes legislações, a colheita <strong>da</strong>cana-de-açúcar no Brasil está migrando do padrãomanual para o mecânico. O Projeto de Lei1712/07 do deputado federal Fernando de Fabiano(DEM-BA), em tramitação na Câmara Federal,prevê o fim <strong>da</strong> colheita manual <strong>da</strong> cana-de-açúcar ematé dez anos, além de propor maior rigor na avaliaçãode novos empreendimentos canavieiros. Há apenasuma exceção <strong>da</strong> Lei por caráter tecnológico: a colheitamecaniza<strong>da</strong> pode ser realiza<strong>da</strong> em terrenos com declivi<strong>da</strong>demáxima de 12%. Nas áreas com declivi<strong>da</strong>de superiora essa, o prazo para se adequarem ao novo métodode colheita foi estendido até 2031.De acordo com a Lei Federal, até 2020, 100% <strong>da</strong> áreade cana deve deixar de ser queima<strong>da</strong> antes <strong>da</strong> colheita.Com isso, a cana passa a ser colhi<strong>da</strong> mecanicamente,tornando praticamente inviável a colheita manualcrua, na qual o desgaste físico do trabalhador é muitomaior se comparado ao <strong>da</strong> cana queima<strong>da</strong>. Hoje, o ciclo<strong>da</strong> cana é superior a cinco anos (em alguns casos cheg<strong>aa</strong> oito), portanto é preciso prazo para fazer a rotação decultura e o novo plantio, já apropriado à mecanização.MÃO-DE-OBRAMas a grande questão é saber o que fazer com amão-de-obra trabalhadora, já que optar pela colheitamecaniza<strong>da</strong> significa a substituição de 100 trabalhadorespor colhedora. E não restam dúvi<strong>da</strong>s de que o uso<strong>da</strong>s máquinas é mais eficaz, já que um trabalhador braçalcolhe em média 7 tonela<strong>da</strong>s por dia e a máquinacolhedora tem a capaci<strong>da</strong>de para atingir 800 tonela<strong>da</strong>spor dia ou mais.Goiás aprovou em 2006 uma lei que estabelece prazopara que a colheita seja gra<strong>da</strong>tivamente mecaniza<strong>da</strong>(veja quadro e matéria correlata). Hoje o setor empregauma mão-de-obra rural não qualifica<strong>da</strong> e, porisso é necessário tempo para capacitá-la e realocá-la,já que a mecanização está ocorrendo em todo o País.Questão ambientalApesar de a mecanização ser uma opção favorávelaos produtores de cana-de-açúcar,muitos ambientalistas se preocupam com onúmero de desempregados, já que o aumentodo desemprego diminui a quali<strong>da</strong>de social doPaís. Segundo o <strong>jornal</strong>ista e ambientalistaWashington Novaes, a vantagem de se optarpela colheita mecaniza<strong>da</strong> é que reduz a poluiçãoatmosférica. "Seria interessante uma açãodo governo, como por exemplo, a criação decooperativas desses trabalhadores. Afinal, esserecrutamento requer infra-estrutura e geraônus para o poder público", acrescenta.A questão ambiental foca-se no fato deque a opção pela colheita manual exige que aárea do plantio seja queima<strong>da</strong> antes <strong>da</strong> colheita.O motivo de se queimar a cana-deaçúcaré a limpeza do canavial, a fim de facilitaro corte, permitindo assim o aumento <strong>da</strong>eficiência <strong>da</strong> operação.Mas a queima <strong>da</strong>s plantações pode trazerconseqüências como a per<strong>da</strong> de matéria-bruta,maiores prejuízos como, por exemplo, atrasode cortes, aumento de risco na deteriorização<strong>da</strong> cana, favorecimento <strong>da</strong> infestação de microorganismosnos colmos <strong>da</strong>s plantas, maiordificul<strong>da</strong>de <strong>da</strong> purificação e conservação decaldos, destruição dos inimigos naturaisde pragas <strong>da</strong> cana-de-açúcar, <strong>da</strong> matériaorgânica e <strong>da</strong> micro e/ou macrofauna, poluição atmosférica, além dos riscosde incêndios em áreas de preservação. Segundo<strong>da</strong>dos do Ministério do Trabalho e Emprego,desde o ano de 2006 o (MTE) exige dos empregadoresdo setor sucroalcooleiro do Estado deSão Paulo o registro formal de todos os trabalhadorese o fim <strong>da</strong> remuneração por produtivi<strong>da</strong>de,ou seja, o que mais colhe, tem o maiorsalário.A Lei Estadual nº 11.241, que está em vigordesde o ano de 2002, proíbe a queima <strong>da</strong> canade-açúcarcomo método de despalhamento antes<strong>da</strong> colheita, isso, sem dúvi<strong>da</strong>, contribui parainibir a contratação de trabalhadores e a substituiçãopela colheita mecaniza<strong>da</strong>.unica10 CANAL


divulgaçãoINVESTIMENTOSA empresa que investe hoje na colheitamecaniza<strong>da</strong> chega a gastar até R$ 2 milhões.Atualmente, uma colhedora custa emtorno de R$ 750 a 850 mil. Sua capaci<strong>da</strong>deoperacional é de alta produtivi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> ordemde 90.000 t/ano, tornando assim a colheitade cana pica<strong>da</strong> inviável para muitosagricultores (fornecedores).Em janeiro do ano passado, o Grupo Cosan,maior companhia sucroalcooleira doPaís, assinou um protocolo de cooperaçãoagroambiental com a Secretaria do MeioAmbiente de São Paulo para se adiantar àsexigências do governo do Estado e anteciparo fim <strong>da</strong>s queima<strong>da</strong>s nos canaviais.Com 17 usinas próprias e produção de 40milhões de tonela<strong>da</strong>s de cana, o índice demecanização <strong>da</strong> Cosan atinge 30%. A produçãoaproxima<strong>da</strong> de uma máquina colhedoraé de 500 a 550 t/dia. O Grupo contacom 31 colhedoras que operam 22 horaspor dia no período <strong>da</strong> safra e emprega cercade 40 mil trabalhadores, dos quais vintemil são utilizados no corte <strong>da</strong> cana.Goiás, Minas e São PauloO QUE DIZ A LEISÃO PAULOEm setembro de 2002, foi promulga<strong>da</strong> aLei nº 11.241, que estipula umcronograma gra<strong>da</strong>tivo de extinção <strong>da</strong>queima <strong>da</strong> cana-de-açúcar, iniciado nasafra 2002, e determinando que talprática deve ser totalmente bani<strong>da</strong> nesteEstado até o ano de 2021 em áreasmecanizáveis, e até 2031 em áreas nãomecanizáveis. Em junho de 2007, foiassinado um protocolo de cooperaçãoentre o governo do Estado e a União <strong>da</strong>Agroindústria de São Paulo - Unica -denominado Protocolo Agroambiental,que visa à antecipação <strong>da</strong> eliminação <strong>da</strong>queima no Estado de SP.GOIÁSEm novembro de 2006 foi aprova<strong>da</strong> aLei de nº 15.834, que estabelece que osplantadores de cana-de-açúcar que,Cortadores de cana perderão empregosifaegEm Goiás, hoje o quinto maior Estado canavieirodo País, há 19 usinas em funcionamento,10 em fase de construção e mais de60 pedidos de incentivo fiscal para instalação,dos quais 37 já aprovados, segundo informaçãodo Sindicato <strong>da</strong> Indústria de Fabricaçãode Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg).No Estado, apesar <strong>da</strong> lei estadual começar avigorar no próximo ano, exigindo uma colheitamecaniza<strong>da</strong> de 10% <strong>da</strong> área de plantio,algumas companhias já se anteciparam,tais como Jalles Machado (90%), Goiasa(70%), Santa Helena (50%) e Goianésia(15%), entre outras.Minas Gerais, terceiro maior produtor decana do País, possui 24 usinas de açúcar e álcool,tendo 39 novos projetos aprovados parainstalação no Estado. Em São Paulo existem165 usinas, sendo que 13 delas iniciam amoagem em 2008. Praticamente to<strong>da</strong>s asuni<strong>da</strong>des instala<strong>da</strong>s possuem parte de sua canacolhi<strong>da</strong> mecanicamente. Atualmente, ototal de área mecaniza<strong>da</strong> no Estado de SãoPaulo corresponde a 50%.Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira(CTC), no Estado de São Paulo o custodo corte é, em média, 25% menor quando acana crua é colhi<strong>da</strong> mecanicamente e cercade 40% menor quando a cana queima<strong>da</strong> écolhi<strong>da</strong> mecanicamente, se compara<strong>da</strong> aocorte manual. Em junho do ano passado, ogoverno estadual assinou um protocolo deintenções com a União <strong>da</strong> Indústria de Cana-de-Açúcar(Unica), antecipando a metade substituição <strong>da</strong> queima <strong>da</strong> cana na lavourapara facilitar o corte manual pela colheitamecaniza<strong>da</strong>. O Programa deBenchmarking do CTC indica apenas 3 uni<strong>da</strong>desde um total de 92 que ain<strong>da</strong> não adotamesta prática, mas informa que to<strong>da</strong>s asuni<strong>da</strong>des irão adotar a colheita mecaniza<strong>da</strong>.Atualmente, segundo a Unica, calcula-seque a colheita mecaniza<strong>da</strong> seja de, aproxima<strong>da</strong>mente,50% em todo o País, sendoque cerca de 500 mil trabalhadores ain<strong>da</strong>cortam a cana no facão. O Brasil empregaentre 800 mil a 1 milhão de trabalhadoresno corte de cana. As novas vagas cria<strong>da</strong>spela colheita mecaniza<strong>da</strong> são estima<strong>da</strong>s em30 mil, portanto, a maioria dos cortadoresde cana jamais terá acesso às vagas. A Unicareconhece que optar pela colheita mecaniza<strong>da</strong>gera problemas graves como odesemprego e precariza a condição de vi<strong>da</strong>dos trabalhadores. E apesar do problem<strong>aa</strong>in<strong>da</strong> não ser um fato, por conta <strong>da</strong> grandeexpansão dos canaviais, futuramente oavanço <strong>da</strong> mecanização no País deverá provocarconseqüências negativas de forte impactosocial.utilizem como método de pré-colheit<strong>aa</strong> queima <strong>da</strong> palha em áreasmecanizáveis, são obrigados a reduziremgra<strong>da</strong>tivamente o uso do fogo.MINAS GERAISPor meio do Decreto nº 39.792/98, queregulamenta a Lei Estadual nº 10.312/98,é permiti<strong>da</strong> a queima de formacontrola<strong>da</strong>, com autorização prévia doórgão competente.CANAL 11


CANA-DE-AÇÚCARNovas varie<strong>da</strong>desEm parceria com o Instituto Agronômico deCampinas, o Grupo Jalles Machado realizou nomês passado um Dia de Campo em Goianésia,Goiás, com o objetivo de estimular os investimentosem pesquisas e discutir estratégias de manejoe desenvolvimento de varie<strong>da</strong>des de cana a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>spara o Cerrado. O evento recebeu mais de 31empresas do setor e seis instituições de pesquisa. AJalles avalia 25 varie<strong>da</strong>des com a intenção de conseguirplantas a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s para condições de climae solo do Cerrado.Goiás conta com uma área planta<strong>da</strong> de 300 milhectares de cana e pode chegar a 700 mil em 2010.Para o gerente agrícola <strong>da</strong> Jalles Machado, RogérioAugusto Bremm Soares, se o Estado tiver varie<strong>da</strong>desa<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s, as chances de crescimento sãoain<strong>da</strong> maiores.Segundo o secretário estadual de Agricultura<strong>da</strong>quele Estado, Leonardo Veloso, essas varie<strong>da</strong>desanalisa<strong>da</strong>s vêm ao encontro <strong>da</strong>s novas tecnologiasque o mercado <strong>da</strong> cana exige para que o resultadoseja mais aperfeiçoado. "Temos que estar àfrente de to<strong>da</strong>s as transformações que possamocorrer no setor de agronegócio", justifica. Para otitular do Sindicato dos Fabricantes de Álcool deGoiás (Sifaeg), André Rocha os levantamentosrealizados para conseguir plantas a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s paradetermina<strong>da</strong>s condições de solo e clima representamum ganho significativo para a cultura.Ele afirma que medi<strong>da</strong>s como essas fazem comque a produção estadual ganhe ca<strong>da</strong> vez mais emprodutivi<strong>da</strong>de por hectare. Goiás possui hoje produtivi<strong>da</strong>desuperior a 100 tonela<strong>da</strong>s por hectare eciclo de até oito anos, o que, segundo ele, possibilitamenor custo para o produtor e maior produçãona mesma terra.joão fariaBIOGÁSKit quali<strong>da</strong>deAEmbrapa Suínos e Aves desenvolveuo Kit Biogás, um equipamentopara auxiliar a identificar a quali<strong>da</strong>dedo biogás produzido nas proprie<strong>da</strong>desrurais. O kit foi desenvolvido em parceriacom a empresa Alfakit, de Santa Catarina,pelo pesquisador Aírton Kunz.No caso <strong>da</strong> suinocultura, o biodigestorutiliza os dejetos dos animais para produzirum combustível renovável paraformar calor ou energia elétrica. Dessemodo, o produtor dá destinação adequad<strong>aa</strong>os dejetos animais, reduzindoos impactos ambientais e os custos naproprie<strong>da</strong>de. Para Aírton Kunz é muitoimportante a utilização do kit paracontrolar a quali<strong>da</strong>de do biogás e incentivaro uso do biodigestor e outrosprocessos anaeróbios para o mercadointernacional de créditos de carbono.No Brasil, o primeiro ciclo do biogásaconteceu nos anos 80.A partir do Protocolo de Kyoto, noentanto, que, em fevereiro de 2005 regulamentouo comércio de créditos decarbono, os biodigestores voltaram aser utilizados.12 CANAL


OPINIÃOA tributação federal do biodieselNão há qualquerregra específicapara uma empresaque produzabiodiesel quanto asua inclusão noSuper SimplesMuito se discute sobre osincentivos fiscais oferecidosao produtor de biodiesel,contudo, pouco se fala sobre alegislação tributária federal vigente.Uma primeira situação interessanteé o fato do biodiesel não sofrer, ain<strong>da</strong>,a tributação <strong>da</strong> CIDE, aquela instituí<strong>da</strong>para melhorar as estra<strong>da</strong>s dopaís e responsável por aproxima<strong>da</strong>mente25% do preço <strong>da</strong> gasolina e12% do preço do óleo diesel. Igualsorte mereceu a industrialização dobiodiesel quanto ao IPI eis que estácontemplado com alíquota 0 (zero),fato repetido quanto ao imposto deexportação.Quanto ao imposto de ren<strong>da</strong> e acontribuição social sobre o lucro líquido,não há na<strong>da</strong> de muito especialem relação ao biodiesel. O IRPJpoderá ser pago mediante lucro realou presumido. A base de cálculo nolucro presumido (faturamento atéR$ 24 milhões) será apura<strong>da</strong> a razãode 8% <strong>da</strong> receita, sendo que a alíquotaserá de 15%, acresci<strong>da</strong> de10% de adicional se houver lucrosuperior a R$ 240 mil/ano.No caso de opção pelo lucro real, <strong>aa</strong>líquota e seu adicional também sãode 15% e 10% respectivamente. Já aCSLL, escolhido o lucro presumido, abase de cálculo (montante sobre oqual incide o tributo) será de 12% <strong>da</strong>receita, restando a ambas as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des(lucro presumido ou lucro real),a alíquota de 9% para se apurar ovalor a pagar aos cofres <strong>da</strong> União.Não há qualquer regra específica parauma empresa que produza biodieselquanto a sua inclusão no SuperSimples, to<strong>da</strong>via, haverá o óbice naturaldo limite de faturamento cujoteto nacional é de R$ 2,4 milhões eno Estado de Goiás foi fixado em R$1,8 milhões, além de outras ve<strong>da</strong>çõesconstantes <strong>da</strong> lei que faz com que talempreendimento não se encaixe nascaracterísticas principais dos investidoresdeste segmento.Até então nota-se que o legisladorestava atuando com parcimôniaincomum, contudo, ao se analisar asregras do PIS e <strong>da</strong> Cofins, volta-se areali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s peripécias legislativase tributárias. Não que algumas exceçõesnão sejam úteis e mesmo corretas,o que se questiona é a complexi<strong>da</strong>dede compreensão, já no começodesta ativi<strong>da</strong>de, com tendência apiorar, conforme as exceções começarema brotar. A regra geral é deque a Cofins e o PIS incidirão umaúnica vez com a ven<strong>da</strong> do biodiesel,centrando esta cobrança na receitabruta auferi<strong>da</strong> pelo produtor em patamaresde 6,15 % para ao PIS/Pasepe 28,32 % à Cofins. Não obstante,a legislação trouxe uma facul<strong>da</strong>deinerente a forma de cálculo dotributo, sendo que ao PIS restou reservadoalíquota de R$ 120,14 pormetro cúbico de biodiesel, enquantoque a Cofins ficou com alíquotade R$ 553,19 também por metro cúbico.Esta forma especial de apuraçãodeve ser objeto de opção do empresárioaté o final de ca<strong>da</strong> ano, valendopara todo o ano seguinte.Este valor a ser pago pelo metrocúbico comercializado não é absoluto,eis que foi criado um coeficientegeral de redução <strong>da</strong>s alíquotas, estipuladoinicialmente em 0,6763 fazendocom que as alíquotas doPIS/Pasep e Cofins sejam respectivamenteR$ 38,89 e R$ 179,07 pormetro cúbico, o que torna, visto opreço médio de R$ 1.800,00/m 3 debiodiesel (R$ 1,80 por litro), esta aopção mais benéfica, ressalvandoque a redução pode ser ain<strong>da</strong> maior,se o biodiesel for fabricado a partirde mamona ou fruto, caroço ouamêndoa de palma produzidos nasRegiões Norte e Nordeste e ou se asmatérias primas forem adquiri<strong>da</strong>sde agricultor familiar enquadradono Pronaf. Convém ressalvar que oprodutor de biodiesel para fazer jusao coeficiente mais benéfico precisarádeter o selo "Combustível Social",o qual é concedido pelo Ministériodo Desenvolvimento Agrário(MDA), sendo conquistado medianteregulari<strong>da</strong>de no SICAF e promoção<strong>da</strong> inclusão social dos agricultoresfamiliares, nos termos <strong>da</strong>s instruçõesnormativas do MDA.Fabiano dos Reis Taino,advogado em Goiânia, sócio <strong>da</strong>Hoffmann Advogados Associados S/S,Mestrando em Direito pela Universi<strong>da</strong>deCatólica de Goiás, MBA em Direito <strong>da</strong>Economia <strong>da</strong> Empresa pelaFGV/Empreza, Especialização em DireitoTributário pelo IGDT/UCG.arquivo pessoal/divulgação14 CANAL


PRAGASPrevenção reduz per<strong>da</strong>sCUIDADOSDEVEM SERREDOBRADOSNAS REGIÕES DEFRONTEIRA,ONDE SE DÁ AIMPLANTAÇÃODE NOVOSCULTIVOS DECANAEvandro BittencourtAexpansão <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana-de-açúcarnas novas fronteiras de produção canavieiraprecisa estar acompanha<strong>da</strong> de cui<strong>da</strong>dosredobrados com a sani<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s lavouras,mas nem sempre isso acontece. Felizmente, amaior parte <strong>da</strong>s doenças que afetam os cultivos écontrola<strong>da</strong> geneticamente, por meio de varie<strong>da</strong>desresistentes, principalmente nas áreas onde se dá aimplantação de novas lavouras, evitando-se, assim,a introdução de doenças.Algumas varie<strong>da</strong>des, no entanto, são mais suscetíveisa pragas. Elas requerem um cui<strong>da</strong>do maior. Hádoenças comuns nas áreas tradicionais de cultivoque ain<strong>da</strong> não se manifestaram nas novas áreas deexpansão, com destaque para os Estados de Goiás,Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.Segundo o pesquisador Sizuo Matsuoka, diretor dePesquisa e Desenvolvimento <strong>da</strong> Canavialis, issoocorre porque nessas áreas as lavouras ain<strong>da</strong> se encontramem processo de expansão. Futuramente, noentanto, é previsível a ocorrência de problemas."Quanto maior a área e o tempo de plantio maioresserão as chances <strong>da</strong>s doenças se desenvolverem."Apesar do notável avanço no melhoramento genético<strong>da</strong>s plantas, o mercado de insetici<strong>da</strong>s na cultura<strong>da</strong> cana movimenta em torno de US$ 140 milhõespor ano no Brasil. "De 2004 até hoje, essemercado cresceu mais de 100%, compara Ademarde Geroni Jr, gerente de Cultivos Cana-de-Açúcar<strong>da</strong> Basf. Segundo o executivo, os produtos destinadosao controle dos cupins são os grandes direcionadoresdesse mercado (ver matéria correlata).CARVÃOEntre as doenças considera<strong>da</strong>s importantes par<strong>aa</strong> cultura <strong>da</strong> cana-de-açúcar destaca-se o carvão,provocado por fungo do gênero Ustilago, que secaracteriza por inutilizar os colmos, deixando-os emcondições inadequa<strong>da</strong>s para serem industrializados.A planta é mais vulnerável à doença em seu estágioinicial, até os sete meses de vi<strong>da</strong>. "O problema é queos esporos ficam na soca e as plantas se infectamnovamente ao rebrotarem." A prevalência dessa doençaé considera<strong>da</strong> pequena em áreas tradicionaisde cultivo <strong>da</strong> cana-de-açúcar, pois existe uma sériede varie<strong>da</strong>des resistentes. As menos resistentes, noentanto, começam a apresentar o problema.O pesquisador Sizuo Matsuoka alerta aos produtoresde regiões de fronteira que não se descuidem<strong>da</strong> doença. Além de São Paulo, está presente no Paraná,Minas Gerais, Goiás e Maranhão. "É precisoatentar para as varie<strong>da</strong>des que estão tendo problemasem São Paulo, por exemplo, mas nem sempre hácritério para introduzir varie<strong>da</strong>des em novas áreas."No caso do carvão, embora to<strong>da</strong>s as varie<strong>da</strong>desdisponíveis tenham um certo nível de resistência, aocorrência <strong>da</strong> doença, em maior severi<strong>da</strong>de ou nãodepende <strong>da</strong> interação <strong>da</strong> varie<strong>da</strong>de com o ambiente.Quanto menos fértil for o solo, por exemplo,maior será o <strong>da</strong>no provocado pela doença. O potencialde per<strong>da</strong>s é variável, mas dependendo <strong>da</strong> varie<strong>da</strong>dee <strong>da</strong> severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> infestação, a per<strong>da</strong> de produçãopode ser de 50%. Pode ain<strong>da</strong> ser necessárioantecipar a renovação do canavial, o que tambémconstitui uma per<strong>da</strong> significativa. Uma vez constatad<strong>aa</strong> presença <strong>da</strong> praga no canavial é possíveladotar uma estratégia de controle capaz de minimizaros <strong>da</strong>nos, embora não haja um método que sejasatisfatoriamente eficaz e econômico, pois osfungos formam milhões de esporos que se espalhamcom o vento. Esse controle, segundo o pesquisador,consiste na inspeção linha por linha e planta porplanta para eliminar as doentes, mas se torna inviáveldiante <strong>da</strong>s dimensões dos canaviais e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>dede disseminação dos esporos.A prevenção passa pela redução <strong>da</strong> infestação <strong>da</strong>doença nas mu<strong>da</strong>s e pela formação de viveiros demu<strong>da</strong>s, onde se torna viável fazer o arranquio <strong>da</strong>splantas doentes. O sinal mais visível <strong>da</strong> praga é aformação de um chicote no ponteiro <strong>da</strong>planta (foto à direita), que não cresce mais.


Mosaico é transmitido por pulgãoCausa<strong>da</strong> por um vírus, esta doença, como onome indica, forma uma espécie de mosaico nafolha <strong>da</strong> cana. São manchas verde claras, mistura<strong>da</strong>scom verde mais escuro, resultantes deuma deficiência de formação de clorofila. Apropagação se dá pela própria cana, quando elajá está infecta<strong>da</strong> ou via inseto transmissor, opulgão, explica o pesquisador Sizuo Matsuoka.A principal medi<strong>da</strong> preventiva contra a doençaconsiste na escolha <strong>da</strong>s plantas. Existem varie<strong>da</strong>descom diferentes graus de resistência."Temos desde a completa imuni<strong>da</strong>de até as maissuscetíveis, são diferentes gra<strong>da</strong>ções, pois a resistênci<strong>aa</strong> doenças em cana é quantitativa enão qualitativa."O pulgão que transmite o mosaico não tema cana como hospedeira e sim outras plantas,como a batata, algodão, capim e algumas gramíneas."O pulgão alado, quando voa, picauma planta doente, voa novamente, pica aplanta sadia e transmite o vírus. O mesmoocorre com o sorgo e o milho. Embora existaum outro tipo de pulgão que habita as lavourasde cana, não é esse que transmite a doença",explica o pesquisador.O controle do mosaico, além <strong>da</strong> escolha de varie<strong>da</strong>desresistentes, deve ser feito o quanto antes,até os sete meses de i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> planta, com oarranquio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s doentes ain<strong>da</strong> no viveiro. "Épreciso fazer várias inspeções e, à medi<strong>da</strong> que adoença vai aparecendo, as plantas doentes devemser elimina<strong>da</strong>s".O controle do pulgão, segundo o pesquisador,não é economicamente viável. Nas varie<strong>da</strong>desmais suscetíveis, as per<strong>da</strong>s decorrentes <strong>da</strong> infestaçãocom o mosaico dourado numa lavourapodem chegar a 30%. Essas per<strong>da</strong>s já foram minimiza<strong>da</strong>scom a eliminação <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong>desmais vulneráveis, que poderiam apresentar per<strong>da</strong>sde até 70% no programa de melhoramento.Provoca<strong>da</strong> por fungo, o carvão faz com que a folha <strong>da</strong> cana assuma o aspecto de um chicoteA estratégia de controle mais adequa<strong>da</strong> é preventiva.A partir de mu<strong>da</strong>s sadias e resistentes,deve-se fazer um viveiro para evitar plantas doentesno campo, pois elas se tornam fontes deinóculo. "Em áreas novas, onde se está introduzindomateriais, é possível fazer isso, antes que adoença se espalhe, mas na maioria dos casos issonão está sendo feito", adverte Sizuo Matsuoka.A doença ain<strong>da</strong> não está dissemina<strong>da</strong> emáreas de cultivo nas novas fronteiras, emborapossa ser detecta<strong>da</strong> em algumas plantas, explicaSizuo Matsuoka.fotos: sizuo matsuokaO mosaico encontracondições mais adequa<strong>da</strong>spara se propagar emregiões de cultivo decana onde as temperaturassão mais amenas


Ferrugem temampla disseminaçãoA ferrugem comum ou ferrugemmarrom é outra doença fúngica deimportância econômica para a cultura<strong>da</strong> cana-de-açúcar e tem estreitarelação com o ambiente, encontrandona alta umi<strong>da</strong>de e temperatura amen<strong>aa</strong>s condições ideais para se manifestar.Afeta, principalmente, as plantasmais jovens, entre 3 e 7 meses.O controle <strong>da</strong> praga se dá, principalmente,mediante a utilização devarie<strong>da</strong>des resistentes. Caso a varie<strong>da</strong>detenha alguma suscetibili<strong>da</strong>de,mas seja viável para o plantio, deveser feito um manejo que considere ai<strong>da</strong>de, de modo que, quando a plantaestiver com 3 a 6 meses, estejaum pouco fora <strong>da</strong> época mais favorávelà doença.A ferrugem comum ou marrom,explica Sizuo Matsuoka, é causa<strong>da</strong>pelo fungo Puccinia melanocephala,se dissemina pelo ar e ataca as folhas<strong>da</strong>s plantas, o que impossibilita evitara presença do agente causador <strong>da</strong>doença em áreas de lavoura. Nessecaso, não há estratégias de controlealém de evitar varie<strong>da</strong>des suscetíveis.A ferrugem está dissemina<strong>da</strong> emtodo o País e já é comum mesmo nasáreas novas. "O esporo está no ar e,por isso, onde houver cana ela vai estarpresente. A intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pragadepende basicamente <strong>da</strong>s condiçõesclimáticas. Onde for mais quente emais seco, a prevalência será menor eonde for mais úmido e a temperaturamais amena, será mais severa.Como a doença <strong>da</strong>nifica a folha, aplanta tem a fotossíntese prejudica<strong>da</strong>e seu crescimento é reduzido. Com isso,as per<strong>da</strong>s podem chegar a até30% nas lavouras cultiva<strong>da</strong>s com varie<strong>da</strong>desmais suscetíveis.Broca <strong>da</strong> cana e fungos causam grandes prejuízosA broca <strong>da</strong> cana é considera<strong>da</strong> uma praga especialmenteséria, capaz de resultar em grandesprejuízos. Trata-se de uma borboleta, (Diatreasaccharalis), que perfura o colmo <strong>da</strong> cana, atacando-a,chegando a matar o meristema apical,causando o que se chama de coração morto, devidoao <strong>da</strong>no que causa ao ponteiro <strong>da</strong> cana. Ese não mata o colmo, ao perfurá-lo a broca permitea entra<strong>da</strong> de dois tipos de fungos que tambémcausam <strong>da</strong>nos à parte onde se alojam. Sãoeles o <strong>da</strong> podridão vermelha (Coletotrichum falcatum)e o Fuzarium moniliforme. Existem algumascultivares que atraem mais a broca do queoutras, mas não há varie<strong>da</strong>des resistentes.O controle biológico é muito empregado. Trata-se<strong>da</strong> utilização de uma pequena vespa (Cotesiaflavipes), inimiga natural <strong>da</strong> broca. As usinascriam e reproduzem essas vespas em laboratórioe as liberam no campo. Os insetos procurama larva <strong>da</strong> broca no interior do colmo e fazema postura do ovo na larva. Desses ovos saema larva <strong>da</strong> vespa, que se alimenta <strong>da</strong> larva <strong>da</strong>broca. Para isso, é necessário liberar milhares devespas no canavial. Dependendo <strong>da</strong> região, épreciso criar e liberar continuamente esses insetos.O controle químico pode ser uma opção,mas é pouco utilizado por questões ambientais eeconômicas. No desespero, em locais que têmmuita broca, utiliza-se esse recurso.O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento <strong>da</strong>Canavialis alerta que, nos novos cultivos, está sepreocupando, simplesmente, em implantar as lavouras,sem maiores cui<strong>da</strong>dos com a ameaça quea praga representa. "É preciso começar o empreendimentojá com o laboratório de produção devespas e ir liberando continuamente. Na épocado Proálcool, tínhamos a Planalçúcar e a Cooperçúcartrabalhando ativamente nisso. As usinasmontaram seus laboratórios e fizeram umbom trabalho. Mas em segui<strong>da</strong> veio a crise, muitoslaboratórios de usinas foram fechados e asnovas uni<strong>da</strong>des que foram implanta<strong>da</strong>s nemchegaram a investir nesses laboratórios."SegundoSizuo Matsuoka existem algumas empresasque produzem e vendem os insetos, mas a deman<strong>da</strong>é muito maior do que a oferta.A broca e a ação conjunta dos fungos podemfotos: setor agrícola/jalles machado sa.determinar grandes per<strong>da</strong>s. Nas varie<strong>da</strong>des de hoje,temos áreas que apresentam de 30% a 40% debroca, mas em algumas pequenas áreas a infestaçãopode chegar a um nível altíssimo, enquantona época em que o controle era bem feito a infestaçãolimitava-se a 2% ou 3%." Em relação aocontrole <strong>da</strong> broca, a melhor perspectiva, segundoo pesquisador, é o desenvolvimento de uma plantatransgênica, com o gene de resistência à broca,tecnologia que possibilitaria um controle efetivo." A Canavialis realiza pesquisas utilizando atransgenia, em parceria com a Monsanto, paradesenvolver plantas resistentes, a exemplo domilho BT, que é resistente à lagarta. É esse mesmogene que estamos introduzindo na cana."Sizuo Matsuoka acredita que ain<strong>da</strong> serão necessáriosde 5 a 6 anos para que se possa lançarcomercialmente uma varie<strong>da</strong>de com essas características.Em função dos estágios <strong>da</strong> pesquisa e<strong>da</strong> importância econômica <strong>da</strong> praga, ele acreditaque a planta resistente à broca pode vir a sera primeira planta de cana transgênica a serlança<strong>da</strong> comercialmente.18 CANAL


Nematóides emsolos arenososOs nematóides impões maiores per<strong>da</strong>s àslavouras estabeleci<strong>da</strong>s em solos mais arenosos,embora existam algumas espéciesque também ocorrem em solos argilosos. Apraga é combati<strong>da</strong> com nematici<strong>da</strong>s colocadosno sulco de plantio, mas a estratégiamais recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>, segundo Sizuo Matsuoka,pesquisador <strong>da</strong> Cavavialis é fazeradubação verde e colocar matéria orgânicano fundo do sulco. No caso <strong>da</strong>s usinassurcoalcooleiras, a matéria orgânica demaior disponibili<strong>da</strong>de é a torta de filtro.Algumas usinas fazem a decomposiçãodo bagaço, depositando essa matéria orgânicano fundo do sulco. A matéria orgânicaproduz no solo o ácido húmico, quefavorece o desenvolvimento de outrasbactérias e fungos antagônicos ao nematóide,diminuindo a população <strong>da</strong> praga,além de beneficiar a planta, proporcionandomaior vigor ao sistema radicular.Existem algumas varie<strong>da</strong>des mais tolerantes,mas como há várias espécies de nematóides,torna-se difícil saber qual vaipredominar. O melhor recurso é, nos solosmais fracos, tentar aplicar a matéria orgânicana maior área possível, recomen<strong>da</strong> SizuoMatsuoka.Outras pragas de importância econômicaOs cupins são sempre um problema para osprodutores de cana, assim como a broca gigante,uma praga que atemoriza os produtores,embora seja mais restrita à região Nordeste doPaís. O Migdolus fryanus, besouro <strong>da</strong> famíliaCerambyci<strong>da</strong>e, é também uma praga de importânciaeconômica. Em sua fase larval come araiz <strong>da</strong> cana, levando a planta à morte.O Migdolus está mais presente nas regiões deAssis e Pontal do Paranapanema (SP). Em relaçãoao cupins, os que mais preocupam são ossubterrâneos, que comem a raiz e o colmo porbaixo. Esses insetos estão mais disseminados,principalmente, em solos arenosos. Seu combateé feito com o uso de insetici<strong>da</strong>s no sulco deplantio, geralmente de forma preventiva. Os insetosrepresentam uma ameaça em diferentesfases <strong>da</strong> planta, pois à medi<strong>da</strong> que a cana cresceele come o colmo por dentro. Embora o seuataque não se dê muito acima do solo, acabaenfraquecendo muito a planta, acarretando ummaior sofrimento à lavoura a ca<strong>da</strong> estiagem.INSETOSEntre os insetos, a principal praga <strong>da</strong> cultura<strong>da</strong> cana é o cupim, por causar maiores <strong>da</strong>nos aoSizuo Matsuoka alerta para a necessi<strong>da</strong>dedo controle preventivo <strong>da</strong> broca <strong>da</strong> canacanavial, afirma Ademar de Geroni Jr, gerentede Cultivos Cana-de-Açúcar <strong>da</strong> Basf. "Em segui<strong>da</strong>destacam-se a broca, cigarrinha, formiga e oSphenophorus". Esta praga, considera<strong>da</strong> o bicudo<strong>da</strong> cana-de-açúcar, afeta com severi<strong>da</strong>de oscanaviais no Estado de São Paulo. "As larvasdesse inseto destroem o rizoma <strong>da</strong> planta, causandoprejuízos <strong>da</strong> ordem de 30 tonela<strong>da</strong>s decana por hectare, além de reduzir a longevi<strong>da</strong>dedo canavial." A broca gigante(Telchin licus) chega a medir 4centímetros ou mais, e é tambémprovoca<strong>da</strong> por um borboleta.Era considera<strong>da</strong> confina<strong>da</strong>na Região Nordeste, mas foi recentementeconstata<strong>da</strong> na regiãode Piracicaba e causaum <strong>da</strong>no muito grande,pois também come ocolmo por dentro, apartir do solo. SegundoMatsuoka, elaocorre em manchas echega causar per<strong>da</strong>s de40 a 50% na produçãonas áreas mais infesta<strong>da</strong>s.foto: sizuo matsuoka/canavialis


TOCANTINSBioenergiagera emprego e ren<strong>da</strong>biotinsESTUDOS INDICAMQUE O ESTADO TEMGRANDE POTENCIALPARA A PRODUÇÃO DEBIOCOMBUSTÍVEIS,GERANDO EMPREGOPARA AGRICULTORESFAMILIARESGeórgya Laranjeira CorrêaAperspectiva para o setor <strong>da</strong> agroenergiano Tocantins é positiva. Até fevereirodeste ano, foram investidos R$ 50 milhõese gerados mais de 450 empregosdiretos e cerca de 1500 indiretos com plantaçõesde pinhão-manso e cana inicia<strong>da</strong>s em2007. Com uma área de seis milhões de hectaresde pastagens degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, logística favorável, oTocantins está atraindo investidores do Brasil edo exterior. O Estado possui quatro novos grandesempreendimentos, sendo duas usinas de biodieselque estão em funcionamento, e duasdestilarias de álcool que estão em processo deinstalação até o final de 2008.A oleaginosa que está mais em evidência porgerar emprego no campo, é o pinhão-manso. OTocantins vive a corri<strong>da</strong> pela cultura, principalmenteagora que foi regulamenta<strong>da</strong> a produção,ven<strong>da</strong> de sementes, mu<strong>da</strong>s e comercialização <strong>da</strong>Jatropha curcas L, nome científico do pinhãomanso.A produção está mu<strong>da</strong>ndo a vi<strong>da</strong> demuitas famílias tocantinenses. Antes mesmo <strong>da</strong>normatização edita<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong> Agricultura,Pecuária e Abastecimento (Mapa), pormeio de Instrução Normativa nº 4, de 14 de janeirode 2008, já tinha gente acreditando e cultivando<strong>da</strong> planta. A determinação do governofederal é resultado de muitas reivindicações dosprodutores, o que atualmente está contribuindopara a aceleração dos investimentos em muitasregiões do País, inclusive no Tocantins. Pesquisadores<strong>da</strong> Embrapa acreditam que o pinhãomansotem potencial vantagem em relação àsoutras oleaginosas, principalmente quando setrata <strong>da</strong> durabili<strong>da</strong>de, quali<strong>da</strong>de e rentabili<strong>da</strong>de.O Tocantins caminha a passos largos para difundira cultura, os produtores de pinhão-mansorealizam dias de campo e firmam parceriaspúblico-priva<strong>da</strong>s. No Estado, a cultura começoua menos de cinco anos e os pesquisadores estãoinvestindo em estudos. O que motivou e despertouo interesse dos investidores foram àsvantagens econômicas e a logística. O economista,empresário e maior produtor de pinhãomansodo Tocantins, Obeid Binzagr, investiu,sem medo, R$ 3 milhões na parte agrícola. Hojepossui uma área de 3.100 hectares de pinhão-manso.Binzagr afirma que governo estadualmostrou-se pioneiro quanto ao apoio aoprojeto de cultivo do pinhão-manso, devido àsaí<strong>da</strong> do engessamento do Ministério do DesenvolvimentoAgrário, que tentou forçar a produçãode mamona em escala nacional. "A regulamentaçãocontribui para que o Tocantins tenhaum dos maiores plantios particulares do mundo.Com essa regulamentação, buscaremos maisinvestimentos estrangeiros corporativos de empresasou fundos com projetos afins e que, atéentão, aguar<strong>da</strong>vam a normalização para fecharo negócio”, disse Binzagr.20 CANAL


O maior plantio está localizado na Fazen<strong>da</strong>Bacaba, próximo à ci<strong>da</strong>de de Caseara,que fica a aproxima<strong>da</strong>mente 270quilômetros <strong>da</strong> capital Tocantinense. Desdeo ano passado, foram inseri<strong>da</strong>s no projetodo pinhão-manso 300 famílias deagricultores familiares, circunvizinhos <strong>da</strong>fazen<strong>da</strong>, localizados nas ci<strong>da</strong>des de Casearae Marianópolis, Divinópolis, Pium, Paraísoe outros. A fazen<strong>da</strong> possui 150 funcionáriose emprega indiretamente 450pessoas. O objetivo é chegar a 7 mil hectaresde área planta<strong>da</strong> até 2010, com ageração de 700 empregos. Quanto aosempregos indiretos, não se tem um <strong>da</strong>doexato, mas acredita-se que afetará positivamentea economia dos municípios,além do efeito multiplicador <strong>da</strong> compra even<strong>da</strong> de insumos e peças agrícolas.O governo do Tocantins, através <strong>da</strong> Secretariade Agricultura Pecuária e Abastecimento(Seagro) e do Instituto de DesenvolvimentoRural do Estado Tocantins (Ruraltins), confirma que o cultivo do pinhãomansoestá gerando ren<strong>da</strong> e aumentando aoferta de empregos para os agricultores familiares.Esses órgãos garantem assistênciatécnica e extensão rural aos agricultores,devido à cultura ser nova e ain<strong>da</strong> não disporde muito estudo. O Ruraltins tambémrealiza inspeção constantemente, para detectare controlar possíveis pragas quepossam atacar a cultura.incaperEtanol e biodiesel mu<strong>da</strong>m cenário no interiorA Companhia Produtora de Biodiesel doTocantins localiza<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong>de de Paraíso, recéminaugura<strong>da</strong> e ti<strong>da</strong> como a primeira S/Ado município, possui uma capaci<strong>da</strong>de de produçãode 8 milhões de litros/ano. Tem porprincipal matéria-prima, o pinhão-manso,plantado no Tocantins. Com poucos meses defuncionamento a indústria já investiu R$ 6milhões na compra de maquinários importados.A indústria tem 20 funcionários. Para asfuturas uni<strong>da</strong>des, nos municípios de Alvora<strong>da</strong>e Araguaína, a previsão é gerar mais 40empregos diretos até 2010. É o que garante odiretor Presidente <strong>da</strong> Biotins, EduardoBundyra que firmou um contrato de compra<strong>da</strong> matéria-prima produzi<strong>da</strong> pelos agricultoresfamiliares <strong>da</strong> região por dez anos, podendoprorrogar por mais três.Além <strong>da</strong> Biotins, o Estado dispõe de mais umgrande empreendimento em biodiesel, a BrasilEcodiesel, localiza<strong>da</strong> no município de Porto Nacional.Com tecnologia <strong>da</strong> Tecbio, do pesquisadore engenheiro químico, Expedito Parente, aindústria tem uma capaci<strong>da</strong>de de produção de120 milhões de litros/ano. A companhia investiucerca de R$ 20 milhões nesta uni<strong>da</strong>de.Além do biodiesel, mais duas usinas de álcoolestão prestes a serem inaugurados esteano. Uma na ci<strong>da</strong>de de Wanderlandia, ondeforam investidos R$ 6 milhões. Para esta lavoura,foram contratados 35 funcionários diretose gerados 50 empregos indiretos, sabendoque estes números aumentam para100 durante a safra. A previsão até 2009 étriplicar o número de empregos. A usina começ<strong>aa</strong> funcionar agora em 2008, com umacapaci<strong>da</strong>de de produção de 30 mil litros pordia. Serão contratados mais 20 funcionáriospara a área industrial, explica o diretor <strong>da</strong>destilaria, Marcos José de Teles.Na ci<strong>da</strong>de de Gurupi a produção de etanolcaminha acelera<strong>da</strong>, os investimentos <strong>da</strong> parteagrícola e industrial chegam a R$ 15 milhões.Até maio deste ano os recursos podem subirpara R$ 20 milhões. A capaci<strong>da</strong>de de produçãoé de 2 milhões de tonela<strong>da</strong>s por ano até 2013.A produção agrícola gira em torno de 1100hectares de área planta<strong>da</strong> de cana. A projeçãoaté 2008 é chegar a 1600 de hectares.Foram gerados 80 empregos e durante a safraesses números aumentam para 200, semcontar os 600 empregos indiretos. A Usinavai produzir álcool hidratado, álcool anidro eaçúcar. A perspectiva do projeto é que até2010 estejam funcionando também o projetode cogeração de energia, a partir do aproveitamentodo bagaço de cana-de-açúcar.PESQUISASDevido à corri<strong>da</strong> pela cultura no Estado, a Seagrodispõe de plantios de pinhão-manso e canano Centro Agrotecnológico de Palmas. São doishectares de pinhão com mais de um ano e oitovarie<strong>da</strong>des de cana numa área de sete hectares.Ambos foram projetados para fins de pesquisa <strong>da</strong>Secretaria de Agricultura e Abastecimento e Universi<strong>da</strong>deFederal Tocantins. O objetivo do plantioé aprofun<strong>da</strong>r o estudo sobre as culturas émostrar que o Tocantins tem potencial.Segundo o coordenador de Agroenergia <strong>da</strong>Seagro, Luís Vieira, o Estado possui pastagensdegra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, disponibili<strong>da</strong>de de água, luminosi<strong>da</strong>dee logística favorável. Para ele, esses e outrosfatores atraem novos investidores. "O investimentoem biocombustível no Tocantins é aprincipal fonte de geração de emprego", disse.Quanto aos investimentos <strong>da</strong> mamona no Estado,Vieira afirma que as perspectivas de produtivi<strong>da</strong>denão foram atingi<strong>da</strong>s. Os produtorestambém não aderiram ao plantio do girassol,pois é uma planta nobre e mais indica<strong>da</strong> para <strong>aa</strong>gricultura empresarial. Os investimentos estãoconcentrados no pinhão-manso. Por ser rústicae tolerante à seca, a planta é a<strong>da</strong>ptável e nãoconcorre com a produção de alimentos.Do Tocantins, especial para o CANAL50 milhõesde reais foram investidos no Estadodo Tocantins, até fevereiro, comgeração de 450 empregos diretosCANAL 21


GESTÃOA nova face <strong>da</strong>energia verdeOS PERSONAGENS DA NOVA ONDA DE EXPANSÃO DESSE SETOR SÃO INVESTIDORES ACOSTUMADOSAO ESPECULATIVO MUNDO DO MERCADO FINANCEIRO E DISPOSTOS A CORRER RISCOSRhudy CrysthianAndre´ Castello Branco, <strong>da</strong>consultoria KPMG InternacionalNem André Biagi (SantaElisa), Eduardo Farias(Grupo Farias), RubensOmetto (Cosan) ou NelsonMarinelli (São Martinho). Osnovos investidores do setor sucroalcooleironem de longe se parecemcom os usineiros mais tradicionaisdo Brasil. Os novos ‘reis‘ <strong>da</strong> cana sãoempresários do setor financeiro eempresas internacionais e avisam:entraram no setor com força total evieram para ficar.Os personagens <strong>da</strong> nova on<strong>da</strong> deexpansão desse setor são investidoresacostumados ao especulativomundo do mercado financeiro edispostos a correr riscos para abocanharfortunas. Entre os especuladoresque injetaram dólares noBrasil e compraram usinas estãosócios de administradoras de ativosamericanos, fundos de investimentosingleses, bancos e, quemdiria? até Bill Gates, <strong>da</strong> Microsoft,já resolveu investir em etanol nosEstados Unidos.Muitos destes 'novatos' já aplicamem etanol derivado do milhoem seu país de origem, como ohúngaro George Soros, famoso pelassuas ativi<strong>da</strong>des como especulador,ou ain<strong>da</strong> o indiano VinodKhosla, que se aventurou no arriscadonegócio do etanol nos EstadosUnidos. Apesar de ca<strong>da</strong> um teruma estratégia particular de atuação;uns preferem comprar usinasprontas, outros se associam a produtoreslocais e há ain<strong>da</strong> aquelesque optam por novos projetos, mastodos têm uma característica emcomum: estão de olho no promissormundo do combustível verde.Para o sócio <strong>da</strong> consultoria KPMGInternacional, André CastelloBranco, essa nova classe de investidoresse caracteriza por pessoasdivulgaçãoliga<strong>da</strong>s a fundos de investimentosinternacionais, principalmente."São investidores que buscam setoresem franco crescimento, queprecisam de capital e enxergam noBrasil essa possibili<strong>da</strong>de", destaca.Ele afirma que a maioria dos investidoresprocura fazer aplicaçõesem álcool, como o caso do recenteinvestimento <strong>da</strong> Comanche CleanEnergy, que resolveu mesclar suasoperações em 2007. A empresa,com sede no exterior e forma<strong>da</strong>por investidores institucionaisamericanos e ingleses, estreou noBrasil ano passado com a comprade uma uni<strong>da</strong>de de biodiesel e duasdestilarias de álcool.Nessa primeira leva, a empresacaptou US$ 85 milhões no exteriore deve buscar mais recursos par<strong>aa</strong>mpliar as uni<strong>da</strong>des e construirum pólo de biocombustível noMaranhão.Castello afirma que esses aplicadorestêm capital e não estão debrincadeira. A Clean Energy noBrasil, por exemplo, afirma estarconstruindo uma ponte para trazerdinheiro externo para o mercadode biocombustível no Brasil comuni<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s mais modernas já vistas,com o objetivo de ganhar emeficiência e reduzir custos.Capital externoO número de transações nosetor de <strong>bioenergia</strong> no Paíssaltou de cinco em 2004 para23 no ano passado. No mesmoperíodo comparativo, somenteas aplicações estrangeirasno Brasil pularam de 2para 16. Esses investidorespreferem investimentos localizadosna chama<strong>da</strong> ‘novafronteira‘ devido às boas perspectivas.André Castello acreditaque em 2008 o setor demonstraráuma performancesimilar ao ano passado.O Brasil é hoje o segundoPaís que recebe maior númerode investimentos estrangeirosde forma geral,não apenas no setor sucroalcooleiro.Segundo estimativadivulga<strong>da</strong> pela Conferência<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>ssobre Comércio e Desenvolvimento,o volume líquidode investimento direto recebidopelo Brasil deve quasedobrar (alta de 99,3%) emrelação ao ano passado echegar a US$ 37,4 bilhões.22 CANAL


Atraindo estrangeirosSegundo uma projeção de mercado,estima-se que o setor deaçúcar e álcool deve receber aplicações<strong>da</strong> ordem de US$ 20 bilhõesem novas uni<strong>da</strong>des para ospróximos cinco anos. Alia<strong>da</strong>s aofator financeiro, o sócio <strong>da</strong> consultoriaKPMG Internacional, AndréCastello Branco, garante queo País também possui as melhorescondições para atuar na exportaçãodesses produtos. O que cham<strong>aa</strong>in<strong>da</strong> mais a atenção de investidoresestrangeiros.São pessoas que pretendemcomprar o controle de alguma usinaou atuar como sócias minoritárias."Existe ain<strong>da</strong> aquele perfil deinvestidor que prefere trabalharcom o que é chamado no mercadode investimentos de 'green field',começar do zero", explica.Para o advogado João Luiz deMorais Erse, head <strong>da</strong> área societáriae internacional do Henares AdvogadosAssociados, escritório especializadoem direito empresarial,o principal motivo que atrai essepúblico ao Brasil é o contínuoaumento do barril de petróleo nosúltimos três anos. Ele destacatambém a promessa do aumento<strong>da</strong> porcentagem <strong>da</strong> adição de etanolà gasolina nos próximos doisanos como fator positivo para estecenário.O advogado garante que essesfatores, aliados à tecnologia empesquisa e extração do etanol desenvolvi<strong>da</strong>no Brasil também chamama atenção de empresas que,a princípio, não são <strong>da</strong> área. Comoa Cargill, produtora de rações, e aBunge fabricante de alimentos efertilizantes. Essa última, porexemplo, anunciou em setembrodo ano passado o fechamento doprocesso de aquisição <strong>da</strong> AgroindustrialSanta Juliana, uma usinade produção de açúcar e etanol,do grupo Tenório, em Minas Gerais.Na ocasião do anúncio, oChairman e CEO <strong>da</strong> companhia,Alberto Weisser, afirmou que amedi<strong>da</strong> será um importante passona estratégia <strong>da</strong> Bunge, para tornar-seum player global e integradono setor de açúcar e etanol derivadosde cana-de-açúcar.MERCADOMorais conta que já existemcerca de cinco fundos de investimentosem etanol e crédito decarbono na Bolsa de Valores deLondres para atender a esse público.Ele afirma que os administradorese investidores desses fundosnão podem ser vistos como novatosno setor, apesar de serem."Eles vêm muito preparados e dispostosa brigar para impor suapresença no mercado nacional",diz. O advogado afirma ver combons olhos a entra<strong>da</strong> de recursosestrangeiros no setor de biocombustívelbrasileiro por um simplesmotivo: são investimentos e, nessecaso, não importa a nacionali<strong>da</strong>de."Essa enxurra<strong>da</strong> de aplicaçõesaltera também o cenáriomercadológico interno. Se a ofert<strong>aa</strong>umenta, os preços diminuem",argumenta.TRANSAÇÕES NO SETOR SUCROALCOOLEIRO NO BRASIL - 2007ALVO ESTADO MUNICIPIO COMPRADORPetribu Paulista SP Sebastianópolis do Sul Noble GroupTavares de Melo RN, PB Louis Dreyfusse MS (2)Destilaria Paranapanema SP Presidente Prudente Biofuel ASUsaciga PR Ci<strong>da</strong>de Gaúcha Clean Energy Brazil (CEB)Usina Boa Vista GO Quirinópolis Mitsubishi CorporationSanta Luiza SP Motuca Etanol Participações(holding forma<strong>da</strong> porSão Martinho, Cosan eSanta Cruz S.A.)Agroindustrial Tabu PA Alcotra BioenergyUsina Andrade SP Pitangueiras Grupo Tereos(Açúcar Guarani)Cosan SP Diversos InvestorsUnialco (participação SP São Paulo (headquarters) Acionistasmajoritáriosdos minoritários)Alcídia SP Teodoro Sampaio ETH Bioenergia (Odebrecht)Cosan SP Diversos Wellington ManagementVale do Rosário/Santa Elisa SP Diversos Santelisa.ValeAçúcar Guarani SP Diversos Ventoria LimitedDedini Agro SP Diversos Abengoa BioenergiaUsina Conquista SP Pontal do Paranapanema ETH Bioenergia (Odebrecht)do PontalAgroindustrial MG Juliana BungeSanta Juliana(Grupo Tenório)Cepar MG São Sebastião do Paraíso Infinity Bio-EnergyIbirálcool BA Ibirálcool Infinity Bio-EnergyAgromar *Aquisição RN Não divulgado Infinity Bio-Energyde uma usina no RNque será desmonta<strong>da</strong>e remonta<strong>da</strong> no MSETH Bioenergia (Odebrecht) RN Não divulgado Sojitz CorporationParaguaçu - Paralcool SP Paraguaçu Paulista Nova AméricaFonte: KPMGProfissionalismo é a palavra chaveO advogado João Luiz de MoraisErse, do Henares Advogados Associados,destaca o profissionalismodos novos investidores. "Mesmosendo pessoas que não conhecema fundo os trabalhos dentrode uma usina, esses investidoresestão munidos de informações esuporte técnicos invejáveis", argumenta.Ele afirma que são gestoresmuito bem preparados, com estudosaprofun<strong>da</strong>dos do setor.DIFICULDADESO que chama a atenção de Moraisno tratamento profissional<strong>da</strong>do ao assunto pelos estrangeirostambém pode ser um entravepara os brasileiros. "Há um choquede gestão muito forte a princípio.As diferenças culturais entre o investidorestrangeiro e o nacionalficam evidentes logo nas primeirastentativas de fusões e aquisições",relata. Morais reclama que amaneira arcaica do brasileiro degerir o negócio pode atrapalhar, eaté impedir o an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>stransações. Ele não vê nenhumasolução a curto prazo, a não ser aprofissionalização dos usineirosbrasileiros para atender a níveismais elevados de excelência dessesinvestidores externos.Profissionais ou não, estrangeirosou nacionais, o que os especialistasdestacam é que o montantede dinheiro injetado no País porcausa dos biocombustíveis, ain<strong>da</strong>não mensurado, pode trazer benefíciospara ambas as partes envolvi<strong>da</strong>s.Se indiano, húngaro, inglêsou americano o que importa é queum setor que já foi símbolo deatraso começa a atrair a atençãodo mundo para o Brasil.CANAL 23


PLANEJAMENTOCGEE conclui minuciosoestudo sobre EtanolTRABALHO ANALISACENÁRIOS DEEXPANSÃO EM GRANDEESCALA DA PRODUÇÃOSUSTENTÁVEL DEETANOL NO PAÍSEstudo sobre área entre Maranhão,Piauí e Tocantinscomprova que o País podeexpandir produção de canade forma sustentável. A terceirafase do estudo sobre o potencialdo etanol de cana-de-açúcar parao País foi concluí<strong>da</strong> em dezembrode 2007. Conduzido pelo Centrode Gestão e Estudos Estratégicos -CGEE e pela Universi<strong>da</strong>de Estadualde Campinas - Unicamp, essa terceirafase contou ain<strong>da</strong> com a participaçãodo Centro de TecnologiaCanavieira - CTC. O trabalho analisacenários de expansão em grandeescala <strong>da</strong> produção sustentávelde etanol combustível no País, queaten<strong>da</strong>m também à deman<strong>da</strong> emexpansão do mercado externo.Além disso, examina quais seriamos impactos econômicos, sociaise ambientais decorrentes <strong>da</strong> expansão;a disponibili<strong>da</strong>de de terrase de recursos humanos; e as condiçõesnaturais e tecnológicas parafazer face a esse desafio. O estudofoi realizado no âmbito do contratode gestão entre o CGEE e a União,supervisionado pelo Ministériode Ciência e Tecnologia (MCT).Em 2005, o CGEE encomendouum estudo prospectivo ao NúcleoInterdisciplinar de PlanejamentoEnergético - NIPE/Unicamp, intitulado"Estudo sobre as Possibili<strong>da</strong>dese Impactos <strong>da</strong> Produção deGrandes Quanti<strong>da</strong>des de Etanol Visandoà Substituição Parcial <strong>da</strong>Gasolina do Mundo". O professorRogério Cerqueira Leite, <strong>da</strong> Unicamp,liderava o projeto, cujo objetivogeral era oferecer subsídiospara políticas públicas volta<strong>da</strong>s àexpansão sustentável <strong>da</strong> produçãode etanol no País, para abastecer oscrescentes mercados interno e externo.Na primeira fase, a equipeenvolvi<strong>da</strong> consolidou informaçõessobre o mercado atual, os paísesprodutores de etanol, a disponibili<strong>da</strong>dede recursos naturais para aexpansão <strong>da</strong> produção, a tecnologi<strong>aa</strong>tual <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana noBrasil; a infra-estrutura já existentee a necessária para o incrementona produção e a exportação deetanol; e os impactos sociais, ambientaise econômicos dessa expansão."Os resultados <strong>da</strong> primeirafase, concluí<strong>da</strong> em dezembro de2005, utilizaram o conceito de 'usinapadrão' para a produção de etanol",explica Marcelo Poppe - queocupou a secretaria do DesenvolvimentoEnergético do Ministério<strong>da</strong>s Minas e Energia (2001-2003) ecoordena esse e outros projetos <strong>da</strong>área de energia dentro do CGEE.Na segun<strong>da</strong> fase, concluí<strong>da</strong> emmarço de 2007, o trabalho do grupode pesquisadores concentrou-seno levantamento e consoli<strong>da</strong>ção de<strong>da</strong>dos relacionados à melhoria <strong>da</strong>stecnologias já estabeleci<strong>da</strong>s no cultivo<strong>da</strong> cana e na fase industrial <strong>da</strong>produção de álcool.A terceira fase contemplou os seguintestemas: potencial de produçãoe aptidão agrícola; marco regulatório;sustentabili<strong>da</strong>de; mercadoeuropeu; colheita mecaniza<strong>da</strong> e geraçãode energia. No final de 2007,em Brasília, em uma oficina de trabalho,o estudo foi apresentado aum grupo de especialistas e vali<strong>da</strong>dopor eles.Aptidão e potencial agrícolaO levantamento dos solos paraidentificar os elementos básicosque levassem a uma classificação<strong>da</strong>s terras quanto ao uso agrícolafoi a finali<strong>da</strong>de de dois dos seteobjetivos específicos <strong>da</strong> terceira fase.Buscou-se identificar áreas compotencial produtivo para a canade-açúcar.A região escolhi<strong>da</strong> parao estudo de caso - chama<strong>da</strong> deárea A10 pelos pesquisadores -compreende partes dos Estados doMaranhão, Tocantins e Piauí. Essaárea apresenta clima de savana,com estação seca que sucede aschuvas de verão. As temperaturasnão baixam a menos de 18º.O Cerrado é o principal bioma eas chapa<strong>da</strong>s dominam a cena,apresentando desníveis de mais de100 metros entre o seu topo e asua base. O estudo detalhou aspectosde solos (quali<strong>da</strong>des físicas,químicas e morfológicas), climas erelevos favoráveis; e analisou asdisponibili<strong>da</strong>des hídricas conferi<strong>da</strong>spelos principais rios <strong>da</strong> região.A aptidão agrícola de todos os relevosfoi examina<strong>da</strong> - um total de9 milhões de hectares.As conclusões surpreendem:excluindo to<strong>da</strong>s as áreas de proteçãoambiental, as terras indígenase os rios, o Centro de TecnologiaCanavieira avaliou que29% <strong>da</strong>s terras são boas para lavouracanavieira. Há ain<strong>da</strong>, áreasocupa<strong>da</strong>s com pastagens planta<strong>da</strong>s,em particular no alto <strong>da</strong>schapa<strong>da</strong>s."A ocupação dos 2,7 milhões dehectares de chapa<strong>da</strong> pela canade-açúcar<strong>da</strong> área A10 é viávelem 60% do seu território", garanteIvo Bellinaso, do CTC. "Seu déficithídrico é parcial e exige apenasirrigação de "salvamento" noperíodo crítico <strong>da</strong> seca. É necessárioadotar métodos de colheita <strong>da</strong>cana sem queima", explicou. Tendoem vista uma usina modelo de2 milhões de tonela<strong>da</strong>s, a áreaA10 pode comportar até 54 dessasuni<strong>da</strong>des, ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s quaiscom área de atuação de 30 milhectares. Bellinaso explica que ametodologia indica<strong>da</strong> à região seri<strong>aa</strong> que mantém no solo pós-colheitaparte <strong>da</strong> palha <strong>da</strong> cana. Ométodo, em uma região de evaporaçãomuito alta, contribui par<strong>aa</strong> manutenção <strong>da</strong> umi<strong>da</strong>de domaterial orgânico do solo e evit<strong>aa</strong> erosão. Contudo, uma <strong>da</strong>s principaisdeficiências <strong>da</strong>s chapa<strong>da</strong>sestá na rede viária, frisa o especialista."Caso haja o acesso àsferrovias de Carajás e Norte-Sul,próximas <strong>da</strong> região", observa, "oescoamento <strong>da</strong> produção poderi<strong>aa</strong>contecer pelo porto de Itaqui, noMaranhão". 24 CANAL


Estudo subsidiará marco regulatórioO segundo objetivo do estudo, sob a liderançado pesquisador Sergio Bajay, do Nipe/Unicamp,foi fornecer subsídios paraevolução do marco regulatório do álcoolcombustível e realizado em quatro etapas -dentre elas, o levantamento de leis e regulamentossobre o álcool no País e no exteriore o diagnóstico de mu<strong>da</strong>nças possíveis nalegislação e regulação do álcool combustível.Para chegar ao diagnóstico, foram realiza<strong>da</strong>sconsultas a 41 pessoas liga<strong>da</strong>s àquestão do álcool. A pesquisa qualitativ<strong>aa</strong>presentou aos gestores e formadores deopinião diversas opções de legislação para oálcool combustível. Em pauta estava: o papeldo Estado em temas como estoque regulador,abastecimento interno versus exportações,transferência de tecnologia nacionalpara outros países e a especificação <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de do álcool combustível.Os entrevistados, em sua maioria, responderamcontra a intervenção estatal no setor.Para eles, a iniciativa só se justificaria comoúltima opção para evitar o desabastecimentointerno. É o que explica Maria AlessandraAgarussi, uma <strong>da</strong>s pesquisadoras vincula<strong>da</strong>à Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campinas - Unicamp."A intervenção seria bem diversa <strong>da</strong>que se deu nos tempos do Instituto do Açúcare do Álcool - IAA, de caráter mais diretivo",detalha. Já a importância <strong>da</strong> criaçãode um marco regulatório mais eficiente parao setor sucroalcooleiro no País foi consensual.Entre os vários resultados, umaunanimi<strong>da</strong>de: todos os 41 consultados afirmaramser importante a transferência detecnologia brasileira para outros países. Essatecnologia é vista como um instrumentoque poderia atuar como fator de aceleraçãodo processo de consoli<strong>da</strong>ção do etanol comocommodity internacional.SUSTENTABILIDADEO quarto objetivo dessa terceira fasedesenvolveu estudos sobre aspectos específicosligados à sustentabili<strong>da</strong>de socioeconômicae ambiental, levando em cont<strong>aa</strong> expansão <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana-de-açúcare a produção e uso do etanol. Esse objetivo,conduzido por Manoel Regis Leal e GilbertoDe Martino Jannuzzi, ambos pesquisadoresdo Nipe/Unicamp, foi dividido em26 CANALtrês etapas: estudos específicos baseadosem <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> literatura, com a finali<strong>da</strong>dede definir indicadores de sustentabili<strong>da</strong>depara o etanol; análise SWOT - ferramentapara análises de cenários - do panoramaproposto; construção <strong>da</strong> matriz de impactoambiental.Prevendo-se uma ocupação futura, odetalhamento <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de foifeito para o caso concreto <strong>da</strong> área A10."Queríamos verificar a expansão do plantio<strong>da</strong> cana-de-açúcar na região do pontode vista, principalmente, <strong>da</strong> seguranç<strong>aa</strong>limentar", comenta Rogério César deAraújo, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Ceará- UFC. Detentora de uma média de Índicede Desenvolvimento Humano de Município- IDHM de 0,629, abaixo <strong>da</strong> médianacional (de 0,764), a área A10 dispunha,em 2004, de um PIB de R$ 3,3 bilhões e57,39% <strong>da</strong> sua população forma<strong>da</strong> porpobres. Caso venha a ser implantado, oProjeto Etanol promoverá profun<strong>da</strong>stransformações, com o potencial de criaçãode um a dez clusters de usinas nospróximos dezoito anos.O estudo estima que essas futurasuni<strong>da</strong>des gerariam 225 mil vagas em2015, entre postos de trabalhos diretos eindiretos, e até 750 mil em 2025. A análisedo Nipe/Unicamp sobre a sustentabili<strong>da</strong>departiu dos critérios preconizadospela Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s par<strong>aa</strong> Agricultura e Alimentação - FAO-ONU, ou seja, pretende que o desenvolvimentorural <strong>da</strong> região deve permitir a satisfação<strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des humanas <strong>da</strong>sgerações presentes e futuras e que suaimplantação não seja ambientalmentedegra<strong>da</strong>dora. Mais: o projeto deve sertecnicamente apropriado, economicamenteviável e socialmente aceitável. Par<strong>aa</strong> população local, os impactos dessaprovável expansão do cultivo de canade-açúcarseriam perceptíveis na reduçãodo êxodo rural, aumento <strong>da</strong> urbanização,aumento <strong>da</strong> oferta de emprego e <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>por moradias, alimentos, infra-estruturae serviços básicos. "A região tambémpassaria a ser beneficia<strong>da</strong> por maioresinvestimentos em saúde e educação",defende César.stock.xchngSegurança alimentarComo garantir a segurança alimentar nesse contexto?"A resposta está na implantação de políticaspúblicas que reduzam os riscos", confia o pesquisador.Entre elas, "políticas de ordenamento territorial,começando por uma zona agroecológica para ocultivo <strong>da</strong> cana e com penali<strong>da</strong>des para o uso debosques, água e outros", continua. A lista de sugestõescompreende, ain<strong>da</strong>, políticas tecnológicas queexplorem matérias-primas <strong>da</strong> região, permitindoaos pequenos agricultores o seu acesso ao mercado;um marco regulatório para o uso de biocombustíveise seu comércio; melhores relações contratuaisentre os atores <strong>da</strong> cadeia produtiva, incluindoa inserção <strong>da</strong> agricultura familiar.UNIÃO EUROPÉIAO quinto objetivo do estudo analisou as políticasde fomento e produção de biocombustíveisna União Européia - UE, futuro mercado consumidorimportante, focando na produção e noconsumo de etanol. Também detalhou quais asreais oportuni<strong>da</strong>des do país e as barreiras que podemser impostas, caso o Brasil se consolide comofornecedor de etanol para o Mercado Europeu.Na região, há uma política de fomento afontes renováveis de energia, principalmente biocombustíveispara transportes. Essa parte do estudofoi realiza<strong>da</strong> pelo pesquisador Arnaldo Walter,do Nipe, e pelo professor Francisco Rosillo-Calle, do Imperial College, na Inglaterra. A meta<strong>da</strong> UE é substituir 5,75% <strong>da</strong> energia consumi<strong>da</strong>por outras fontes até 2010, e ao menos 10% em2020. Será essa orientação uma real oportuni<strong>da</strong>depara o etanol brasileiro? "A partir de 2008, aEuropa contará com uma capaci<strong>da</strong>de de produçãode etanol de 5 bilhões de litros, que equivalemàs metas de consumo estima<strong>da</strong>s para 2012",afirma Walter. Em tese, portanto, a UE poderiaser auto-suficiente em etanol, comprometendoas aspirações brasileiras. Também a sua políticade tarifas diferencia<strong>da</strong>s, favorecendo alguns paísesem desenvolvimento, não contempla o Brasil.Walter, no entanto, ressalta que, no curto prazo,um dos principais problemas para a produçãoeuropéia é o alto custo de seu etanol de primeirageração. "Ele é o triplo do custo do etanol àbase de cana-de-açúcar, produzido no Brasil, oque nos dá a vantagem competitiva". Assim,apesar de todo o esforço atual, as perspectivasde a UE alcançar a meta de produzir 5,75% deseu consumo de energia nos próximos anos sãoremotas, acredita o pesquisador. Ele calcula queo potencial de importação do etanol pela Europaem 2010 seria de cerca de 5,6 Gigalitros - Gl(5,6 x 109 litros) de etanol anidro. Seu cálculoparte <strong>da</strong> premissa de que, nessa <strong>da</strong>ta, 40% <strong>da</strong>deman<strong>da</strong> européia serão atendi<strong>da</strong>s por importações.Em 2020, o mercado para etanol importadopoderia chegar a 8,1 Gl de etanol de anidro -30% <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>.Com esses cenários em vista, as recomen<strong>da</strong>çõesde longo prazo desses dois especialistas passampela diversificação <strong>da</strong> exportação brasileira,para outras regiões do planeta cujos mercados seencontram em franco desenvolvimento devidoaos marcos regulatórios estabelecidos. Além disso,sugerem o investimento brasileiro, por exemplo,também na exportação de biodiesel e de biocombustíveisde segun<strong>da</strong> geração.


Colheitas mais produtivasO estudo do CGEE abordou, ain<strong>da</strong>, no seu sextoobjetivo específico, entre outros temas, novastecnologias para a colheita <strong>da</strong> cana-de-açúcar,como as alternativas para a recuperação <strong>da</strong> palh<strong>aa</strong>in<strong>da</strong> no campo. Além disso, analisou preliminarmenteo potencial de uso <strong>da</strong> técnica deplantio direto e o uso de equipamentos para acolheita com declivi<strong>da</strong>de acima de 12%.Encomen<strong>da</strong>do aos professores Oscar Braunbeck,Terezinha Cardoso e Efraim Albrecht, todosdo Nipe/Unicamp, a diretriz do trabalho foi levantaropções para recuperação <strong>da</strong> palha (separação<strong>da</strong> palha no campo e colheita integral com separaçãona indústria). Fez parte <strong>da</strong> diretriz, ain<strong>da</strong>,analisar a colheita com controle de tráfego versusa mecanização convencional na sustentabili<strong>da</strong>de<strong>da</strong> agricultura canavieira. O levantamento tambémabordou o tema sobre o controle de tráfegodos equipamentos agrícolas, de forma a reduzir opisoteio e a conseqüente compactação do solo.Hoje, 50% do terreno do plantio de cana são pisoteadospelos equipamentos. Também a eliminação<strong>da</strong>s queima<strong>da</strong>s e o plantio direto no solo, sema necessi<strong>da</strong>de do arado, e a colheita em terrenosem declive com recursos de tração e direção mereceramdetalhamento e sugestões técnicas porparte dos especialistas do Nipe/Unicamp.PRODUÇÃO DE ELETRICIDADEPor fim, foi feito um levantamento prospectivodo potencial técnico e econômico <strong>da</strong> produçãode eletrici<strong>da</strong>de com biomassa residual <strong>da</strong> cana-de-açúcar,por Arnaldo Walter e Adriano Ensinas,também <strong>da</strong> Unicamp. Esse era o sétimo eúltimo objetivo específico do estudo. "É precisoque a indústria encontre uma solução eficientepara a utilização <strong>da</strong> palha <strong>da</strong> cana-de-açúcar",defende o professor Walter. Segundo o levantamentodo CGEE, há importantes opções tecnológicasa serem investiga<strong>da</strong>s para o uso <strong>da</strong> palha<strong>da</strong> cana, por meio do processo de gaseificação."A gaseificação é um método que permite a produçãode biocombustíveis líquidos de maneiratão ou mais eficiente que a hidrólise".Hoje, a tecnologia dominante produz álcoolpela fermentação do sumo <strong>da</strong> cana. As tecnologiasde segun<strong>da</strong> geração, em desenvolvimentoem todo o mundo, são a hidrólise bioquímica -áci<strong>da</strong> ou enzimática - de resíduos, no caso <strong>da</strong> cana,principalmente o bagaço. Essas tecnologiasde segun<strong>da</strong> geração visam quebrar a celulose -componente dos resíduos agrícolas - em açúcarespara depois transformá-los, por fermentação,em etanol. No caso <strong>da</strong> biomassa gaseifica<strong>da</strong>, atese é de que se possa obter, com a queima incompleta<strong>da</strong> palha, também gás combustívelque, injetado numa turbina, produziria eletrici<strong>da</strong>de.Concomitantemente, poderia gerar um gásde síntese (syngas), que é composto de monóxidode carbono e de hidrogênio. Esse processo,conhecido como tecnologia Fischer-Tropsch, eramuito usado pelos alemães na Segun<strong>da</strong> Guerracomo alternativa de fonte de combustível. O resultadoé um combustível líquido. Pelos cálculosdo estudo, de uma tonela<strong>da</strong> de palha de canapoderiam ser obtidos, em tese, 34% de combustívellíquido e 23% de eletrici<strong>da</strong>de. O resto seriaper<strong>da</strong> de calor durante o processo.O levantamento do CGEE mostra, no entanto,que nem a hidrólise bioquímica nem a gaseificaçãosão tecnologias com retorno comercial nomomento. Walter defende que a gaseificação épromissora. "Há uma janela de oportuni<strong>da</strong>de parao aproveitamento do potencial <strong>da</strong> palha decana, apesar de os resultados efetivos ain<strong>da</strong> seremruins", acredita.(CANAL com Centro de Gestão e Estudos Estratégicos)sifaegCANAL 27


COGERAÇÃOEnergia <strong>da</strong> biomassaANEEL DISCUTE PROPOSTAS PARA REGULAMENTAR O SETORNo dia 18 de fevereiro passado aAgência Nacional de Energia Elétrica(Aneel) recebeu de associações industriaise empresas concessionáriasvárias sugestões para a proposta que deverá regulamentaro escoamento <strong>da</strong> energia a ser produzi<strong>da</strong>por usinas de biomassa e pequenas centraishidrelétricas, especialmente nos Estadosde Goiás e Mato Grosso do Sul. O leilão paracontratação de energia à base do bagaço decana deve ser realizado no dia 30 de abril.O diretor-geral <strong>da</strong> Aneel, Jerson Kelman afirmouque para garantir a inclusão de novas geraçõesem 2009 é urgente que o aspecto institucionalde como se <strong>da</strong>rá coleta de energia nasnovas usinas esteja resolvido. Kelman explicouque a área técnica <strong>da</strong> agência reguladora vai sedebruçar sobre as sugestões apresenta<strong>da</strong>s n<strong>aa</strong>udiência e verificar o mérito e a viabili<strong>da</strong>delegal de ca<strong>da</strong> alternativa, para subsidiar a direçãono processo de decisão. As enti<strong>da</strong>des querepresentam o setor sucroalcooleiro queremque a negociação referente à coleta <strong>da</strong> energianão ocorra de forma individualiza<strong>da</strong> entre osagentes envolvidos. As distribuidoras seriamresponsáveis pela manutenção <strong>da</strong>s redes paraJerson Kelman, diretor geral <strong>da</strong> Aneelque o problema de conexão fosse resolvido deforma sistêmica. O assessor <strong>da</strong> presidência <strong>da</strong>Unica, União <strong>da</strong> Agroindustria Canavieira, OnorioKitayama , ressalta que o leilão de energia dereserva tem pouco tempo para acontecer e épreciso <strong>da</strong>r uma segurança ao investidor de queele vendendo, teria condições de entregar oproduto no prazo combinado.elza fiúza/abrReforço do sistemaO diretor-geral <strong>da</strong> Agência Nacionalde Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman,destaca a importância estratégicaque a geração a partir do bagaço de canaterá para o País. "Esse sistema é muitoimportante para que tenhamos um2009, 2010 e 2011 com mais tranqüili<strong>da</strong>deno equilíbrio entre oferta e deman<strong>da</strong>",afirmou.Ele diz que o bagaço de cana semprefoi visto como um "entulho", com ascaldeiras <strong>da</strong>s usinas direciona<strong>da</strong>s paraqueimar e desaparecer com os resíduos.Entretanto, com caldeiras mais modernaspode-se com a queima do bagaçoobter o vapor capaz de acionar turbinasque geram energia elétrica. Em novasusinas, no Mato Grosso do Sul e Goiás,significam a possibili<strong>da</strong>de de acréscimode geração em um prazo curto, num períodode entressafra", explica.O assessor <strong>da</strong> presidência <strong>da</strong> União <strong>da</strong>Indústria de Cana de Açúcar (Unica), OnórioKitayama, informa que com a tecnologiade gaseificação do bagaço, as usinaspoderão, nos próximos anos, gerar até300 quilowatts por tonela<strong>da</strong> de cana,"três vezes mais que a geração na tecnologi<strong>aa</strong>tual". Kitayama também ressaltouque a energia de biomassa tem geraçãosazonal que coincide com o período demenor capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> hidroeletrici<strong>da</strong>de.


EMPRESAS E MERCADOSMáquina para corte de canaA BRN - Logistics & Tradinglocaliza<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong>de de Araras-SP lançano Brasil a exclusiva máquina para corte<strong>da</strong> cana-de-açúcar. O modelo CaneThumper possui um sistema de barra decorte duplo exclusivo e patenteado(Bidux ), desenvolvido na Alemanhaespecificamente para operar no corte <strong>da</strong>cana queima<strong>da</strong> ou crua. A maquinapassou por testes de campo na África doSul. Entre as vantagens <strong>da</strong> máquinaestão: operação em cana crua e queima<strong>da</strong>,corte de cana para plantio, baixoconsumo de combustível e não requermão-de-obra especializa<strong>da</strong>.Fermentec realiza cursos parao setor sucroalcooleiroA Fermentec, consultoria especializa<strong>da</strong>em fermentação alcoólica com sede emPiracicaba (SP), promove de 25 a 28 demarço os cursos Capacitação de Líderespara o Processo de Açúcar e Álcool,Trabalhando com a Levedura eFermentando com Alta Eficiência.Informações sobre conteúdo,investimento e inscrições podem serobti<strong>da</strong>s pelo telefone (19) 2105 6100 oupelo e-mail cursos@fermentec.com.br.fotos: divulgaçãoMotor cummins movido abiodiesel é premiado nos EUAA Cummins Inc. foi uma <strong>da</strong>s premia<strong>da</strong>s naedição 2008 do "Eye on Biodiesel InnovationAward", reconhecimento anual concedido peloNational Biodiesel Bord, a associação <strong>da</strong>sindústrias americanas liga<strong>da</strong>s à cadeia dobiodiesel. A premiação é conferi<strong>da</strong> paraempresas, governos, universi<strong>da</strong>des e pessoasque contribuíram para o desenvolvimento eaperfeiçoamento do segmento no ano anterior.O anúncio oficial dos vencedores aconteceudurante a conferência anual do setor,realiza<strong>da</strong> em Orlando.Massey Ferguson lança linhainédita de implementosLíder no mercado de tratores há 47 anos ecom forte atuação em colheitadeiras, a MasseyFerguson lança uma nova categoria deprodutos. Entre os lançamentos, uma sériecompleta de plantadoras e semeadoras de 2 a 30linhas de plantio e dois modelos de plataformasde milho com variações de 4 a 12 linhas decolheita. "A nova linha expande nossa oferta,mantendo a tradição <strong>da</strong> marca de atender àsmais diversas culturas e diferentes tamanhosde proprie<strong>da</strong>des no Brasil e exterior, além deoferecer ao produtor rural soluções completasdo plantio à colheita", diz Fábio Piltcher, diretorde marketing <strong>da</strong> Massey Ferguson.nilson konradCotril Motors realiza rallyA Cotril Motors realizou o 4º Mit Aventurano mês passado, unindo esportivi<strong>da</strong>de, turismo,passeio e diversão. O rally de regulari<strong>da</strong>de foi deGoiânia a Cal<strong>da</strong>s Novas, com tempo total de setehoras de prova. Foram 60 competidores divididosem três categorias: graduados, turismo econvi<strong>da</strong>dos. O rally permitiu a participação detodos os tipos de carros <strong>da</strong> Mitsubishi, sem quefossem necessárias a<strong>da</strong>ptações nos veículos.Depois de um dia de aventura, a Cotril Motorspreparou ain<strong>da</strong> muita adrenalina. Os "mitaventureiros" curtiram também ativi<strong>da</strong>des eesportes radicais no Mit Adrenalina. Pensandonas questões sociais, a Cotril optou por pedircestas básicas aos participantes e parceiros aoinvés de cobrar taxas de inscrição.As cestasforam entregues à Fun<strong>da</strong>ção Jaime Câmarapara serem doa<strong>da</strong>s.LB apresenta sua mais novaferramenta de comunicaçãoO site <strong>da</strong> LB Fabricação e Montagem foitotalmente reformulado. Ele traz, além <strong>da</strong> novaidenti<strong>da</strong>de visual com uma logomarca cria<strong>da</strong>seguindo os parâmetros de uma empresadesenvolvimentista, to<strong>da</strong>s as informaçõesrelevantes sobre a LB, desde a história,profissionais, passando pelos produtos e serviços eum link de notícias sobre a empresa e tambémsobre o setor.A empresa, que cresceu 30% no anopassado, espera dobrar este número em 2008 epara isso utiliza ferramentas como o site paramostrar seu desenvolvimento.A empresaespecializa<strong>da</strong> em manutenção e montagem deplantas industriais <strong>da</strong>rá início à fabricação deequipamentos caldeirados.Através do novo site,os clientes e interessados poderão conhecer umsistema inovador de trabalho adotado pela LB, osprojetos Turnkey, e também ter um acesso maisrápido à empresa, tirando dúvi<strong>da</strong>s, solicitandoorçamentos, serviços, materiais ou visitas técnicas.(www.lbindustrial.com.br)30 CANAL

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