TOCANTINSBioenergiagera emprego e ren<strong>da</strong>biotinsESTUDOS INDICAMQUE O ESTADO TEMGRANDE POTENCIALPARA A PRODUÇÃO DEBIOCOMBUSTÍVEIS,GERANDO EMPREGOPARA AGRICULTORESFAMILIARESGeórgya Laranjeira CorrêaAperspectiva para o setor <strong>da</strong> agroenergiano Tocantins é positiva. Até fevereirodeste ano, foram investidos R$ 50 milhõese gerados mais de 450 empregosdiretos e cerca de 1500 indiretos com plantaçõesde pinhão-manso e cana inicia<strong>da</strong>s em2007. Com uma área de seis milhões de hectaresde pastagens degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, logística favorável, oTocantins está atraindo investidores do Brasil edo exterior. O Estado possui quatro novos grandesempreendimentos, sendo duas usinas de biodieselque estão em funcionamento, e duasdestilarias de álcool que estão em processo deinstalação até o final de 2008.A oleaginosa que está mais em evidência porgerar emprego no campo, é o pinhão-manso. OTocantins vive a corri<strong>da</strong> pela cultura, principalmenteagora que foi regulamenta<strong>da</strong> a produção,ven<strong>da</strong> de sementes, mu<strong>da</strong>s e comercialização <strong>da</strong>Jatropha curcas L, nome científico do pinhãomanso.A produção está mu<strong>da</strong>ndo a vi<strong>da</strong> demuitas famílias tocantinenses. Antes mesmo <strong>da</strong>normatização edita<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong> Agricultura,Pecuária e Abastecimento (Mapa), pormeio de Instrução Normativa nº 4, de 14 de janeirode 2008, já tinha gente acreditando e cultivando<strong>da</strong> planta. A determinação do governofederal é resultado de muitas reivindicações dosprodutores, o que atualmente está contribuindopara a aceleração dos investimentos em muitasregiões do País, inclusive no Tocantins. Pesquisadores<strong>da</strong> Embrapa acreditam que o pinhãomansotem potencial vantagem em relação àsoutras oleaginosas, principalmente quando setrata <strong>da</strong> durabili<strong>da</strong>de, quali<strong>da</strong>de e rentabili<strong>da</strong>de.O Tocantins caminha a passos largos para difundira cultura, os produtores de pinhão-mansorealizam dias de campo e firmam parceriaspúblico-priva<strong>da</strong>s. No Estado, a cultura começoua menos de cinco anos e os pesquisadores estãoinvestindo em estudos. O que motivou e despertouo interesse dos investidores foram àsvantagens econômicas e a logística. O economista,empresário e maior produtor de pinhãomansodo Tocantins, Obeid Binzagr, investiu,sem medo, R$ 3 milhões na parte agrícola. Hojepossui uma área de 3.100 hectares de pinhão-manso.Binzagr afirma que governo estadualmostrou-se pioneiro quanto ao apoio aoprojeto de cultivo do pinhão-manso, devido àsaí<strong>da</strong> do engessamento do Ministério do DesenvolvimentoAgrário, que tentou forçar a produçãode mamona em escala nacional. "A regulamentaçãocontribui para que o Tocantins tenhaum dos maiores plantios particulares do mundo.Com essa regulamentação, buscaremos maisinvestimentos estrangeiros corporativos de empresasou fundos com projetos afins e que, atéentão, aguar<strong>da</strong>vam a normalização para fecharo negócio”, disse Binzagr.20 CANAL
O maior plantio está localizado na Fazen<strong>da</strong>Bacaba, próximo à ci<strong>da</strong>de de Caseara,que fica a aproxima<strong>da</strong>mente 270quilômetros <strong>da</strong> capital Tocantinense. Desdeo ano passado, foram inseri<strong>da</strong>s no projetodo pinhão-manso 300 famílias deagricultores familiares, circunvizinhos <strong>da</strong>fazen<strong>da</strong>, localizados nas ci<strong>da</strong>des de Casearae Marianópolis, Divinópolis, Pium, Paraísoe outros. A fazen<strong>da</strong> possui 150 funcionáriose emprega indiretamente 450pessoas. O objetivo é chegar a 7 mil hectaresde área planta<strong>da</strong> até 2010, com ageração de 700 empregos. Quanto aosempregos indiretos, não se tem um <strong>da</strong>doexato, mas acredita-se que afetará positivamentea economia dos municípios,além do efeito multiplicador <strong>da</strong> compra even<strong>da</strong> de insumos e peças agrícolas.O governo do Tocantins, através <strong>da</strong> Secretariade Agricultura Pecuária e Abastecimento(Seagro) e do Instituto de DesenvolvimentoRural do Estado Tocantins (Ruraltins), confirma que o cultivo do pinhãomansoestá gerando ren<strong>da</strong> e aumentando aoferta de empregos para os agricultores familiares.Esses órgãos garantem assistênciatécnica e extensão rural aos agricultores,devido à cultura ser nova e ain<strong>da</strong> não disporde muito estudo. O Ruraltins tambémrealiza inspeção constantemente, para detectare controlar possíveis pragas quepossam atacar a cultura.incaperEtanol e biodiesel mu<strong>da</strong>m cenário no interiorA Companhia Produtora de Biodiesel doTocantins localiza<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong>de de Paraíso, recéminaugura<strong>da</strong> e ti<strong>da</strong> como a primeira S/Ado município, possui uma capaci<strong>da</strong>de de produçãode 8 milhões de litros/ano. Tem porprincipal matéria-prima, o pinhão-manso,plantado no Tocantins. Com poucos meses defuncionamento a indústria já investiu R$ 6milhões na compra de maquinários importados.A indústria tem 20 funcionários. Para asfuturas uni<strong>da</strong>des, nos municípios de Alvora<strong>da</strong>e Araguaína, a previsão é gerar mais 40empregos diretos até 2010. É o que garante odiretor Presidente <strong>da</strong> Biotins, EduardoBundyra que firmou um contrato de compra<strong>da</strong> matéria-prima produzi<strong>da</strong> pelos agricultoresfamiliares <strong>da</strong> região por dez anos, podendoprorrogar por mais três.Além <strong>da</strong> Biotins, o Estado dispõe de mais umgrande empreendimento em biodiesel, a BrasilEcodiesel, localiza<strong>da</strong> no município de Porto Nacional.Com tecnologia <strong>da</strong> Tecbio, do pesquisadore engenheiro químico, Expedito Parente, aindústria tem uma capaci<strong>da</strong>de de produção de120 milhões de litros/ano. A companhia investiucerca de R$ 20 milhões nesta uni<strong>da</strong>de.Além do biodiesel, mais duas usinas de álcoolestão prestes a serem inaugurados esteano. Uma na ci<strong>da</strong>de de Wanderlandia, ondeforam investidos R$ 6 milhões. Para esta lavoura,foram contratados 35 funcionários diretose gerados 50 empregos indiretos, sabendoque estes números aumentam para100 durante a safra. A previsão até 2009 étriplicar o número de empregos. A usina começ<strong>aa</strong> funcionar agora em 2008, com umacapaci<strong>da</strong>de de produção de 30 mil litros pordia. Serão contratados mais 20 funcionáriospara a área industrial, explica o diretor <strong>da</strong>destilaria, Marcos José de Teles.Na ci<strong>da</strong>de de Gurupi a produção de etanolcaminha acelera<strong>da</strong>, os investimentos <strong>da</strong> parteagrícola e industrial chegam a R$ 15 milhões.Até maio deste ano os recursos podem subirpara R$ 20 milhões. A capaci<strong>da</strong>de de produçãoé de 2 milhões de tonela<strong>da</strong>s por ano até 2013.A produção agrícola gira em torno de 1100hectares de área planta<strong>da</strong> de cana. A projeçãoaté 2008 é chegar a 1600 de hectares.Foram gerados 80 empregos e durante a safraesses números aumentam para 200, semcontar os 600 empregos indiretos. A Usinavai produzir álcool hidratado, álcool anidro eaçúcar. A perspectiva do projeto é que até2010 estejam funcionando também o projetode cogeração de energia, a partir do aproveitamentodo bagaço de cana-de-açúcar.PESQUISASDevido à corri<strong>da</strong> pela cultura no Estado, a Seagrodispõe de plantios de pinhão-manso e canano Centro Agrotecnológico de Palmas. São doishectares de pinhão com mais de um ano e oitovarie<strong>da</strong>des de cana numa área de sete hectares.Ambos foram projetados para fins de pesquisa <strong>da</strong>Secretaria de Agricultura e Abastecimento e Universi<strong>da</strong>deFederal Tocantins. O objetivo do plantioé aprofun<strong>da</strong>r o estudo sobre as culturas émostrar que o Tocantins tem potencial.Segundo o coordenador de Agroenergia <strong>da</strong>Seagro, Luís Vieira, o Estado possui pastagensdegra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, disponibili<strong>da</strong>de de água, luminosi<strong>da</strong>dee logística favorável. Para ele, esses e outrosfatores atraem novos investidores. "O investimentoem biocombustível no Tocantins é aprincipal fonte de geração de emprego", disse.Quanto aos investimentos <strong>da</strong> mamona no Estado,Vieira afirma que as perspectivas de produtivi<strong>da</strong>denão foram atingi<strong>da</strong>s. Os produtorestambém não aderiram ao plantio do girassol,pois é uma planta nobre e mais indica<strong>da</strong> para <strong>aa</strong>gricultura empresarial. Os investimentos estãoconcentrados no pinhão-manso. Por ser rústicae tolerante à seca, a planta é a<strong>da</strong>ptável e nãoconcorre com a produção de alimentos.Do Tocantins, especial para o CANAL50 milhõesde reais foram investidos no Estadodo Tocantins, até fevereiro, comgeração de 450 empregos diretosCANAL 21