a leitura, a vida ea escrita - Para associar-se ou renovar sua ...
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possibilidade de existência autônoma e singular também para as mulheres, como o fez<br />
Simone de B<strong>ea</strong>uvoir.<br />
Desta forma, o trabalho tecido em torno da noção de <strong>leitura</strong> experimental,<br />
nos permitiu tomar esta prática como criação contínua que envolve as forças que<br />
atravessam a <strong>vida</strong> na multiplicidade dos tempos, com as <strong>leitura</strong>s e os escritos<br />
memoriais de Simone de B<strong>ea</strong>uvoir e <strong>se</strong>us leitores. O que importa é o que <strong>se</strong> produz<br />
com <strong>leitura</strong>s e <strong>escrita</strong>s, o que nos força a pensar, a aprender e a viver melhor consigo e<br />
com os <strong>ou</strong>tros. Como bem assinal<strong>ou</strong> F<strong>ou</strong>cault (2006) com as práticas dos homens<br />
antigos, de <strong>leitura</strong>s, pensamentos e <strong>escrita</strong>s – experimentais, neste caso – como<br />
exercícios que possam nos ajudar no cuidado de si e no bem viver, o que implica o<br />
cuidado com os <strong>ou</strong>tros também.<br />
Apre<strong>se</strong>ntamos algumas reflexões acerca da <strong>leitura</strong> experimental na busca de<br />
esclarecer que esta prática pode envolver a experimentação do encontro com um livro<br />
de<strong>se</strong>jado, como foi este livro de memórias de Simone de B<strong>ea</strong>uvoir, em uma relação<br />
<strong>se</strong>nsível com as experiências da escritora – e as de <strong>se</strong>us leitores – que podem surgir em<br />
meio às descrições de <strong>ou</strong>tras obras em constante relação com o pensamento filosófico<br />
contemporâneo. E, então, nos deparamos com as es<strong>se</strong>nciais contribuições de F<strong>ou</strong>cault,<br />
Deleuze e Guattari na produção destes recortes de <strong>se</strong>ntidos – com o caos – que nos<br />
fizeram pensar na relação fundamental entre a <strong>escrita</strong>, a <strong>leitura</strong> e a <strong>vida</strong> como abertura e<br />
contato com as coisas e os <strong>ou</strong>tros – aprendizagem infinda.<br />
Leitura que é <strong>se</strong>mpre re<strong>leitura</strong> da <strong>vida</strong> e com as memórias de B<strong>ea</strong>uvoir e as<br />
nossas memórias que atravessam as dela – diferentes repetições dos encontros<br />
escritores/as- leitores/as - na prática da entrega ao inesperado. Acontecem <strong>leitura</strong>s que<br />
embaçam os <strong>se</strong>ntidos predeterminados e borram as boas intenções de <strong>se</strong> interpretar uma<br />
obra, bem como a <strong>vida</strong> que, por <strong>sua</strong> vez, só podem oferecer passagem a múltiplas<br />
experimentações (DELEUZE; GUATTARI, 1977).<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS