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a leitura, a vida ea escrita - Para associar-se ou renovar sua ...

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quaisquer comportamentos que pudes<strong>se</strong>m <strong>se</strong>r controlados e transpostos para um<br />

modelo padrão de <strong>se</strong> fazer <strong>leitura</strong> e <strong>escrita</strong>.<br />

Ora não é possível experimentar qualquer tipo de neutralidade em face da<br />

<strong>leitura</strong> de um livro que nos ajuda a viver, a pensar, a <strong>se</strong>ntir... De qualquer modo, a<br />

<strong>leitura</strong> <strong>se</strong>mpre implicará uma relação particular e, ao mesmo tempo geral, entre o leitor,<br />

o escritor, o livro e <strong>sua</strong>s palavras. Falamos de uma <strong>leitura</strong> que dificilmente poderá <strong>se</strong>r<br />

explicada. Como bem lembra Barthes (1987, p.184), “a palavra „<strong>leitura</strong>‟ não remete<br />

para um conceito, e sim para um conjunto de práticas difusas [...]. É preciso então não<br />

ter método – há assuntos que não <strong>se</strong> podem tratar com método”.<br />

É digno de nota que a experimentação com as <strong>leitura</strong>s da obra Mémoires<br />

d’une jeune fille rangée, de Simone de B<strong>ea</strong>uvoir, nos lanç<strong>ou</strong> ao exercício de <strong>ou</strong>tras<br />

<strong>leitura</strong>s e conexões com algumas de <strong>sua</strong>s obras, dentre <strong>sua</strong> extensa produção literária,<br />

além da <strong>leitura</strong> de vários/as <strong>ou</strong>tros/as escritores/as. Acreditamos que a arte literária de<br />

B<strong>ea</strong>uvoir não <strong>se</strong> configura apenas como uma forma de ler e conhecer o mundo, tal<br />

como foi por ela registrado em <strong>sua</strong>s memórias. Interessa-nos mais a abertura para a<br />

relação de <strong>leitura</strong> com a história, antes que ela venha <strong>se</strong>r repre<strong>se</strong>ntada por uma<br />

narrati<strong>vida</strong>de ordenada em começo, meio e fim.<br />

Em <strong>ou</strong>tros termos, a <strong>leitura</strong> experimental está diretamente relacionada às<br />

<strong>se</strong>nsações do encontro que <strong>se</strong> diferenciam do experimentalismo de um método. Por<br />

con<strong>se</strong>guinte, a intenção é apontar possibilidades de <strong>leitura</strong> com uma obra que nos<br />

afect<strong>ou</strong> à expressão de <strong>leitura</strong>s que possam afectar <strong>ou</strong>tros leitores.<br />

Um trabalho acadêmico pode <strong>se</strong>r constituído por pequenos ensaios Este<br />

foi. Por escritos miúdos, aos quais chamaremos recortes, a partir da ideia proposta por<br />

Deleuze e Guattari (1992) em O que é a filosofia Os recortes são entendidos como<br />

traçados em um plano <strong>se</strong>ja ele artístico, filosófico <strong>ou</strong> científico que buscam a criação de<br />

<strong>se</strong>ntidos na convivência com o caos – na prática da <strong>leitura</strong> e da <strong>escrita</strong> – neste caso, em<br />

meio à multiplicidade dos livros (memoriais, ficcionais e filosóficos), dos universos e<br />

da <strong>vida</strong> de Simone de B<strong>ea</strong>uvoir, com <strong>se</strong>us leitores.

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