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o vento Zéfiro, que também amava Jacinto, acabou<br />
provocando sua morte: o disco lançado pelo deus foi<br />
ferir mortalmente o jovem. A palidez de Apolo, ao<br />
ver o que acontecera, igualava-se à do rosto de<br />
Jacinto. Gemendo, tentou em vão reanimá-lo<br />
estancando a ferida. Por fim, disse, entre lágrimas:<br />
— Tenho diante de meus olhos tua ferida a me<br />
acusar. Tu és minha dor e meu crime. Mas qual foi a<br />
minha culpa A não ser que se possa chamar de culpa<br />
ter amado alguém... Se ao menos pudesse perder a<br />
vida ao teu lado! Mas sempre estarás comigo, não<br />
sairás jamais dos meus lábios, que sempre se<br />
lembrarão de ti. E, transformado numa nova espécie<br />
de flor, nas tuas pétalas virá gravado o meu lamento.<br />
Eis que enquanto Apolo assim falava, do sangue de<br />
Jacinto, que corria pela terra, viu-se formar aos poucos<br />
uma flor, parecida com o lírio, mas de cor púrpura. O<br />
próprio deus gravou nas pétalas a expressão dos seus<br />
gemidos. É por isso que se pode perceber no jacinto as<br />
letras da interjeição de dor: “ai”.<br />
Antes de se casar com Hera, Zeus teve por esposa<br />
Métis. Ora, quando ela estava<br />
grávida, uma profecia inquietante<br />
para o pai dos deuses o<br />
fez tomar uma decisão drástica.<br />
Dizia-se que, se Métis desse à<br />
luz uma filha e, depois, tivesse<br />
por neto um menino, este ao<br />
crescer destronaria Zeus. O rei<br />
dos deuses, então, engoliu<br />
Métis...<br />
104<br />
Cópia de célebre mármore grego. Retrata Apolo a<br />
ponto de disparar uma seta de seu arco.