Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
— Ciclope, vamos, beba vinho. Trouxe-o para lhe<br />
oferecer, na esperança de que você tivesse piedade<br />
de nós.<br />
Polifemo tomou o vinho e achou-o delicioso; quis<br />
mais. Perguntou, então, como Odisseu se chamava.<br />
— Meu nome é “Ninguém”, disse espertamente<br />
Odisseu. É assim que todos me chamam.<br />
Depois daquele jantar e de muito vinho, o ciclope<br />
foi vencido por um sono profundo. De quando em<br />
quando, saía de sua boca vinho e carne humana.<br />
Odisseu não perdeu tempo: com mais quatro<br />
companheiros, pegou a estaca e aqueceu sua ponta<br />
no fogo. Depois, a um só tempo, furaram o único<br />
olho do ciclope. O monstro acordou gritando<br />
espantosamente, fazendo toda a caverna ressoar com<br />
seus berros. Furioso, tirou a estaca do olho e saiu<br />
para chamar os outros ciclopes que moravam em<br />
cavernas vizinhas.<br />
— Por que você grita desse jeito, Polifemo Por<br />
acaso alguém está tentando matá-lo usando a astúcia<br />
ou a força, perguntaram os outros.<br />
— “Ninguém” está tentando me matar, usando a<br />
astúcia e não a força!, respondeu Polifemo.<br />
Os ciclopes, diante daquela resposta, acharam que<br />
ninguém estava perturbando o companheiro, que<br />
devia estar doente, e foram embora. Odisseu ria por<br />
dentro daquele plano astucioso que enganara<br />
Polifemo... O ciclope, gemendo e agora cego,<br />
conseguiu tirar a pedra que tampava a caverna e, na<br />
entrada, ia apalpando as ovelhas e carneiros que<br />
saíam, para não deixar escapar os homens.<br />
72