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Odisseu vai ao reino dos mortos<br />
Seguindo instruções de Circe, Odisseu navegou<br />
até os confins do Oceano, onde fica a cidade<br />
dos cimérios, entre névoa e nuvens, e sempre é<br />
noite. Desembarcou ali com os companheiros e fez<br />
um sacrifício aos mortos; quando o sangue dos<br />
animais escorreu na terra, as almas dos mortos se<br />
aproximaram. Eram mulheres, jovens, velhos,<br />
guerreiros mortos em batalha, que se agrupavam em<br />
torno da fossa fazendo estranho rumor.<br />
Eis que Odisseu viu se aproximar a alma de<br />
Elpenor, que não tinha sido sepultado ainda. O<br />
companheiro se dirigiu a ele e rogou que lhe desse<br />
uma sepultura. Depois apareceu Anticléia, a mãe de<br />
Odisseu, que não sabia ainda de sua morte, já que a<br />
deixara viva quando partira de Ítaca. O herói chorou,<br />
cheio de piedade em seu coração. Por fim, chegou o<br />
adivinho Tirésias, que disse:<br />
— Odisseu astucioso, por que veio a este triste<br />
lugar Quer voltar para casa Mas, por causa da ira<br />
de Possêidon isso não será fácil. Você poderá<br />
conseguir, desde que tome uma precaução: na Sicília,<br />
não coma dos rebanhos do deus Sol. Se regressar a<br />
Ítaca, encontrará ali muitos males: homens<br />
autoritários devoram os seus bens e querem tomar<br />
para si sua esposa. Mas você os castigará. Não se<br />
esqueça, porém, de fazer sacrifícios a Possêidon.<br />
Depois que o adivinho se afastou, a mãe de<br />
Odisseu se aproximou da fossa em que os animais<br />
tinham sido sacrificados e bebeu do sangue. Depois<br />
disso, reconheceu o filho e, chorando, disse:<br />
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