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16 | edição nº<strong>106</strong> | Dez | 2010 |<br />
Análise setorial<br />
ANTF, entrando nos trilhos: setor<br />
ferroviário vive bom momento<br />
A<br />
ANTF – Associação<br />
Nacional dos Transportadores<br />
Ferroviários (Fone:<br />
61 3226.5434) fecha o ano de<br />
2010 com a sensação de dever<br />
cumprido. Segundo o diretorexecutivo<br />
<strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de, Rodrigo<br />
Vilaça, a tarefa de recuperar a<br />
imagem <strong>da</strong> rede ferroviária<br />
estatal foi realiza<strong>da</strong> com êxito.<br />
“Salvamos o patrimônio <strong>da</strong><br />
malha ferroviária”, comemora.<br />
Chegado o final deste ano<br />
vitorioso, o setor começa a<br />
pensar em 2011. De acordo com<br />
Vilaça, o desafio agora é<br />
aumentar a capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> malha<br />
e a competitivi<strong>da</strong>de do mo<strong>da</strong>l<br />
ferroviário no país. Para tal, será<br />
preciso investir em tecnologia e<br />
capacitação profissional, além<br />
de na ampliação, tudo isto em<br />
parceria com o Governo Federal,<br />
no intuito de eliminar os<br />
gargalos existentes.<br />
De forma geral, a grande<br />
perspectiva do segmento<br />
ferroviário para 2011 é iniciar a<br />
segun<strong>da</strong> fase <strong>da</strong>s concessões de<br />
maneira competitiva. Até o<br />
momento, após o processo de<br />
desestatização ocorrido entre<br />
1996 e 1999, foram concedi<strong>da</strong>s<br />
11 malhas à iniciativa priva<strong>da</strong>,<br />
totalizando em torno de<br />
29.000 km² de ferrovias.<br />
Para avaliar os resultados<br />
<strong>da</strong>s concessões ferroviárias,<br />
Vilaça utiliza a expressão<br />
“do prejuízo ao lucro”.<br />
Anualmente, o<br />
Governo Federal<br />
deixa de gastar R$<br />
300 milhões com as<br />
operações <strong>da</strong> extinta RFFSA –<br />
Rede Ferroviária Federal S.A.<br />
Além disso, de 1997 a 2009<br />
quase R$ 12 bilhões entraram<br />
nos cofres públicos somando<br />
arreca<strong>da</strong>ção de impostos,<br />
concessão e arren<strong>da</strong>mento e CIDE<br />
pagos pelas concessionárias.<br />
Além de trabalhar pela<br />
continui<strong>da</strong>de do sucesso nas<br />
Vilaça e a sensação de dever cumprido:<br />
“salvamos o patrimônio <strong>da</strong> malha ferroviária”<br />
concessões, a ANTF também<br />
conta com as obras do PAC –<br />
Programa de Aceleração do<br />
Crescimento para o desenvolvimento<br />
do setor. O diretor <strong>da</strong><br />
ANTF comenta que se trata de<br />
um instrumento que reforça a<br />
importância do segmento<br />
ferroviário para o país. “Há 17<br />
obras relaciona<strong>da</strong>s ao setor que<br />
estão com an<strong>da</strong>mento razoável,<br />
visando ao sequenciamento do<br />
conjunto de ampliação <strong>da</strong><br />
malha”, comenta.<br />
Ele destaca que o PAC<br />
colocou a ferrovia de volta ao<br />
patamar em que ela deve estar e<br />
lembra que o setor ficou<br />
abandonado por muitos anos e<br />
até por isso está tão defasado.<br />
“Problemas de ordem ambiental<br />
e de outras naturezas impediram<br />
o desenvolvimento <strong>da</strong>s ferrovias<br />
no Brasil. Podemos dizer, sem<br />
dúvi<strong>da</strong>, que evoluímos com o<br />
PAC”, assegura.<br />
Contente com o desempenho<br />
do programa, Vilaça tem<br />
também boas expectativas com<br />
relação aos investimentos que<br />
deverão ser feitos no setor<br />
ferroviário no próximo ano. Ele<br />
entende que, a partir de 2011,<br />
as novas obras e a conclusão<br />
<strong>da</strong>s que estão em an<strong>da</strong>mento<br />
poderão trazer um respiro<br />
considerável para a malha<br />
ferroviária nacional, tanto<br />
proporcionando resoluções aos<br />
pontos críticos quanto abrindo<br />
novas fronteiras de movimentação<br />
de carga por via férrea.<br />
As perspectivas em relação<br />
ao PAC são ain<strong>da</strong> melhores por<br />
outro motivo: a eleição de Dilma<br />
Rousseff, que no início do<br />
próximo ano assumirá a posição<br />
de presidente do Brasil. Foi ela<br />
quem gerenciou o programa e<br />
trouxe as ferrovias à pauta,<br />
segundo palavras do diretor <strong>da</strong><br />
ANTF.<br />
Apesar de todo o otimismo,<br />
Vilaça faz, no entanto, uma<br />
importante ressalva: é preciso<br />
resolver os gargalos dos acessos<br />
terrestres aos portos brasileiros.<br />
“Os acessos rodoviários e<br />
ferroviários aos portos apresentam<br />
vários problemas. É fun<strong>da</strong>mental<br />
que esta questão seja<br />
soluciona<strong>da</strong>. A estrutura portuária<br />
precisa ser vista com atenção<br />
porque é um pilar importante<br />
para a prática e o avanço <strong>da</strong><br />
intermo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de.”<br />
De fato, há tempos o diretor<br />
<strong>da</strong> ANTF é um defensor ferrenho<br />
<strong>da</strong> questão <strong>da</strong> intermo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de,<br />
e não é à toa. De na<strong>da</strong> adiantará<br />
o país dispor de ótimas rodovias<br />
e uma excelente malha ferroviária<br />
se os acessos aos portos não<br />
forem revistos para que possa<br />
haver a perfeita integração dos<br />
mo<strong>da</strong>is, aumentando a<br />
competitivi<strong>da</strong>de do transporte<br />
brasileiro.●