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COSMOLOGIA Março 2012<br />
Colisão entre Anãs Brancas na Origem<br />
das Supernovas de Tipo Ia <br />
Em Agosto do ano passado,<br />
neste artigo, descrevi<br />
como ocorre uma supernova<br />
de tipo Ia. Na altura a motivação<br />
foi o aparecimento de<br />
uma supernova deste tipo na<br />
galáxia M101. Com um pico<br />
de brilho de magnitude +9.9,<br />
no dia 13 de Setembro, foi<br />
uma das supernovas extragalácticas<br />
mais brilhantes das<br />
últimas décadas. No artigo,<br />
expliquei que, ao contrário<br />
do que acontece com supernovas<br />
de tipo II (e Ib e Ic),<br />
para as quais várias estrelas<br />
progenitoras (as estrelas que<br />
explodiram dando origem à<br />
supernova) foram já identificadas<br />
em imagens de arquivo,<br />
para as supernovas de<br />
tipo Ia não foi identificada<br />
nenhuma estrela ou sistema<br />
de estrelas progenitor. Estudos<br />
teóricos deixam no<br />
entanto poucas dúvidas de<br />
que as supernas de tipo Ia Cenário 1. Uma anã branca em órbita de uma companheira normal. O gás da companheira<br />
resultam da explosão termonuclear<br />
de uma anã branca,<br />
é lentamente capturado pela anã branca até que a fusão explosiva do carbono é desencadeada,<br />
dando origem à supernova. Crédito: NASA/CXC/M. Weiss<br />
resultado do despoletar da<br />
fusão descontrolada de carbono no seu interior.<br />
companheira. Existem dois cenários possíveis:<br />
Este processo não pode ocorrer em anãs brancas Cenário 1. A companheira é uma estrela normal,<br />
isoladas, por isso é também consensual que são<br />
semelhante ao Sol ou uma gigante vermelha,<br />
sistemas binários contendo pelo menos uma anã<br />
branca que dão origem a este tipo de supernova. mais evoluída. Neste cenário, o material da estrela<br />
companheira escapa do seu lobo de Roche, e O que não é consensual é a natureza da estrela<br />
é<br />
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