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Sônia_Texto Completo - SciELO Proceedings

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debates das questões ambientais. Não resta dúvida também que é uma das formas de<br />

apropriação dos discursos de que falamos e a imbricação entre os discursos científicos,<br />

econômicos e políticos que são apropriados e tornados estratégias para o capital.<br />

E nos põe a refletir em duas questões: primeiro, o limite entre um genuíno<br />

interesse em discutir um problema real e a responsabilidade em apresentar soluções,<br />

pois não podemos desconsiderar os problemas decorrentes do uso dos combustíveis<br />

fósseis e as denúncias que há anos vêm sendo feitas por pesquisadores, ambientalistas,<br />

movimentos sociais e ONGs; e segundo, a visibilidade alcançada, por meio de<br />

pesquisas, debates públicos, de fenômenos transformados em objetos de estudo que<br />

acabam sendo incorporados pela lógica da mercadoria. E, nesse sentido, mais uma vez<br />

vemos como os discursos transformam em objetos aquilo sobre os quais enunciam e o<br />

papel que eles exercem nas práticas sociais. Desse modo, o discurso funciona como uma<br />

prática que tem sua eficácia ao produzir verdades acerca dos fenômenos sociais,<br />

econômicos, políticos os quais se constituem em objetos que são definidos pelas<br />

instituições científicas.<br />

No que se refere à questão ambiental e o uso que é feito dela é preciso<br />

entender – para além do conteúdo dos enunciados, de suas imprecisões, plasticidade, e<br />

ambigüidades – a configuração de espaço de disputas de interesses – perpassado por<br />

produção e legitimação de saberes – no interior do qual essas noções, conceitos, ideias –<br />

independente do grau de precisão que se possa a elas imputar – adquirem sentido e<br />

produzem efeitos táticos como elementos de mediação nas relações de pode-saber que<br />

se estabelecem em torno da problemática ambiental, enquanto uma das contradições<br />

inerentes ao processo de expansão do sistema capitalista.<br />

No periódico Mundo Cana, em setembro de 2000, Roberto Rodrigues foi<br />

entrevistado sobre o contexto em que se definia a agroenergia como a grande<br />

oportunidade do país e afirma que o “nosso bem maior é o conhecimento”. Afirma<br />

ainda:<br />

O produtor rural precisa defender, e defende, a sustentabilidade<br />

como um conceito que incorpora três vertentes: os setores econômico,<br />

ambiental e social. Se algo é sustentável ambientalmente, mas não traz

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