Sônia_Texto Completo - SciELO Proceedings
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Nastari afirma que os fatores que influenciaram essa queda foram a<br />
intensidade do fenômeno climático La Niña, em 2010. Já o rendimento industrial -<br />
medido em oferta de ATR (Açúcar Total Recuperável) por tonelada de cana- deve ficar<br />
estável, pois a falta de chuvas aumenta a concentração de açúcar na cana. A produção<br />
brasileira de açúcar deve aumentar 4,5%, para 39,5 milhões de toneladas, no limite<br />
operacional das usinas. Já a produção total de álcool deve cair 4%, para 26,1 bilhões de<br />
litros (ZAFALON, Folha de S. Paulo, Cd. Dinheiro, 02/06/2009).<br />
Mesmo considerando essa queda, ainda assim o setor agroenergético<br />
movimentou a cifra de R$ 60 bilhões. O que explica, portanto a voracidade do capital<br />
internacional sobre a atividade no país. Para o presidente da Associação de Engenheiros<br />
da Petrobrás (AEPET), Fernando Siqueira, as fusões e concentrações revelam um<br />
momento particularmente preocupante e afirma que “O Estado brasileiro terá muito<br />
mais dificuldade de controlar o setor do etanol, que agora se<br />
internacionaliza”(ZAFALON, Folha de S. Paulo, Cd. Dinheiro, 02/06/2009).<br />
Pensamos que o problema não reside apenas na internacionalização do<br />
etanol, uma vez que historicamente sempre em posse do setor privado, sendo que a<br />
intervenção do Estado sempre foi muito pequena . A esse respeito Thomaz Jr (2009,<br />
p. 319) argumenta<br />
(...) o que está em processo, neste momento, é que a performance dos<br />
principais grupos agroindustriais canavieiros e suas diferentes<br />
composições (capital nacional, de controle misto com capitais<br />
externos e capital externo propriamente) reforçam os referenciais do<br />
processo atual de consolidação de práticas concentracionistas que<br />
demarcam novas escalas de controle do capital sobre o território e<br />
sobre a sociedade em geral.<br />
Fernando Siqueira, ainda segundo reportagem da Folha de S. Paulo,<br />
afirma que o risco de fusões em um setor tornado estratégico, “É a desnacionalização do<br />
futuro, da energia renovável. O etanol é um dos componentes da matriz energética<br />
brasileira. É um segmento cada vez mais estratégico para o país”. (SIQUEIRA, Folha de<br />
S. Paulo, Cd. Dinheiro, 02/06/2009)