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Sônia_Texto Completo - SciELO Proceedings

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nacional instaura-se o processo de territorialização da produção de agrocombustíveis,<br />

abrindo espaço para a expansão do agronegócio da cana-de-açúcar.<br />

Neste contexto, temos como objetivo evidenciar as relações que estão<br />

imbricadas ao movimento de mudança de matriz energética, particularmente do<br />

agronegócio canavieiro. Analisamos as questões que normalmente não se evidenciam<br />

diante da febre dos combustíveis “verdes”. No caso do agronegócio e, particularmente<br />

do canavieiro, essas questões se complexificam por meio de um discurso em que a<br />

busca por mecanismos de expansão do capital se entrelaça a transformação de práticas e<br />

condutas que revelam os confrontos entre as experiências locais/regionais e as que o<br />

modelo hegemônico estabelece como as únicas viáveis e possíveis. Relações de<br />

trabalho, soberania alimentar, reforma agrária, são temas que têm se tornado invisíveis<br />

ao Estado diante da voracidade da expansão do capital, numa lógica que tem alijado ao<br />

longo do processo modernizador do campo as populações rurais. Assim, modernização<br />

da agricultura, ciência, reestruturação produtiva, capital, trabalho, Estado se entrelaçam<br />

numa série processos e de relações que fizeram e fazem parte do processo de<br />

constituição do espaço e dos territórios.<br />

O etanol como estratégia de territorialização do capital internacional<br />

A hegemonia das grandes corporações tem provocado conseqüências<br />

econômicas e espaciais, na transformação da estrutura agrária, na produção de alimentos<br />

voltados para a exportação, assim como na mudança dos hábitos alimentares da<br />

população dos países em que se instalam, que passam a produzir para atender à lógica<br />

expansionista das corporações agroindustriais. As configurações estão manifestadas<br />

pela integração de capitais sob o comando do capital financeiro, com reflexo na base<br />

técnica e, principalmente, no plano da concentração e centralização do capital e de<br />

terras agrícolas. Como produto do capitalismo organizado e transnacionalizado, as<br />

corporações agroindustriais não só detêm o controle de capitais considerados<br />

produtivos, mas evidenciam uma hegemonia do capital financeiro. Isso torna o setor<br />

agroenergético, o qual sempre foi ligado a grupos familiares latifundistas (OLIVEIRA,<br />

2009), cada vez mais atraente ao capital privado internacional que investe pesado em<br />

aquisições de empresas nacionais, na compra de terras etc.

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