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proposta de educação ambiental em resíduos sólidos para ... - Unesc

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC<br />

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS<br />

NATURAIS<br />

LENIR SILVA BEZ BATTI<br />

PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM RESÍDUOS<br />

SÓLIDOS PARA ALUNOS DO 3° ANO DO ENSINO MÉDIO DA<br />

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA JOÃO COLODEL – TURVO/SC.<br />

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2005.


LENIR SILVA BEZ BATTI<br />

PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM RESÍDUOS<br />

SÓLIDOS PARA ALUNOS DO 3° ANO DO ENSINO MÉDIO DA<br />

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA JOÃO COLODEL – TURVO/SC.<br />

Monografia apresentada à Diretoria <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

da Universida<strong>de</strong> do Extr<strong>em</strong>o Sul<br />

Catarinense- UNESC, <strong>para</strong> a obtenção do título<br />

<strong>de</strong> especialista <strong>em</strong> Gestão <strong>de</strong> Recursos<br />

Naturais<br />

Orientador: Prof.(Dr) Ednilson Viana<br />

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2005.


Aos alunos do 3° ano do Ensino Médio da<br />

E.E.B.João Colo<strong>de</strong>l pela colaboração dada,<br />

s<strong>em</strong> a qual não seria possível o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta <strong>proposta</strong>.


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus pela oportunida<strong>de</strong> dada.<br />

Ao amigo orientador Prof. (Dr) Ednilson Viana pelo apoio, incentivo,<br />

simpatia e presteza junto ao <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s s<strong>em</strong> o qual não seria<br />

possível a conclusão <strong>de</strong>sta monografia.<br />

Aos meus pais Alzira e Jovelino pelo incentivo e <strong>de</strong>dicação prestada <strong>para</strong><br />

com a realização <strong>de</strong>ste curso.<br />

A minha filha Carla e ao meu esposo Mauro que s<strong>em</strong>pre estiveram ao<br />

meu lado incentivando a caminhada.<br />

As amigas Márcia Liandra e Loenir pelo carinho e ajuda prestada.<br />

A Nelice funcionária da EPAGRI pela contribuição dada <strong>para</strong> a realização<br />

<strong>de</strong>sta <strong>proposta</strong>.<br />

A colega Sergiane pela amiza<strong>de</strong> e companheirismo ao longo do curso.<br />

A E.E.B.João Colo<strong>de</strong>l pelo espaço oferecido <strong>para</strong> realização <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa.


“Nenhuma abundância <strong>de</strong> recursos resiste<br />

ao impacto <strong>de</strong> uma exploração s<strong>em</strong><br />

retorno.”<br />

Paulo Nogueira Neto.


RESUMO<br />

O presente trabalho buscou elaborar e avaliar uma <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong><br />

com ênfase <strong>em</strong> resíduos sólidos que trabalhe <strong>de</strong> forma contínua a prática dos 3R’s<br />

junto a uma escola da re<strong>de</strong> pública estadual da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo/SC <strong>de</strong>nominada<br />

Escola <strong>de</strong> Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l. Consi<strong>de</strong>rando a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos produzidos atualmente, o consumismo exagerado e a falta <strong>de</strong> locais<br />

<strong>para</strong> dispor tanto lixo, se faz necessário e urgente a estruturação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong><br />

educação <strong>ambiental</strong>, principalmente <strong>em</strong> escolas, <strong>para</strong> reverter esta situação e<br />

garantir maior qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida à população e maior proteção ao meio ambiente. A<br />

<strong>proposta</strong> pedagógica elaborada neste projeto <strong>de</strong> pesquisa constituiu-se <strong>de</strong> um<br />

conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s envolvendo principalmente professores e alunos da escola<br />

<strong>em</strong> estudo. Para avaliar a eficiência da <strong>proposta</strong> elaborada junto aos alunos, utilizouse<br />

como indicador um questionário aplicado antes e <strong>de</strong>pois das ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas. Os resultados mostraram que <strong>para</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s realizadas<br />

houve uma melhoria quanto ao modo como os alunos visualizam os resíduos sólidos<br />

e quanto a adoção <strong>de</strong> práticas que contribuam <strong>para</strong> a minimização dos impactos<br />

provocados pelos resíduos sólidos na natureza. Os alunos se propuseram ainda a<br />

auxiliar na campanha <strong>de</strong> coleta seletiva que estava se iniciando na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo,<br />

diss<strong>em</strong>inando conceitos e práticas possíveis através da <strong>proposta</strong> elaborada. Estão<br />

sendo adotados no ambiente escolar, após a execução <strong>de</strong>ste trabalho, coletores<br />

<strong>para</strong> se<strong>para</strong>ção dos recicláveis ali gerados. Um outro ponto importante <strong>para</strong> a<br />

continuida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s ali <strong>de</strong>senvolvidas é que elas estão sendo inseridas no<br />

plano <strong>de</strong> ensino das turmas do terceiro ano como uma ativida<strong>de</strong> contínua e<br />

permanente.<br />

Palavras-chave: educação <strong>ambiental</strong>; resíduos sólidos; 3R’s; escola pública.<br />

.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES<br />

FIGURA 1 – Fluxograma mostrando as etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho<br />

proposto. .............................................................................................................30<br />

FIGURA 2 – Foto da Escola <strong>de</strong> Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l...............................31<br />

FIGURA 3 – Professores realizando a oficina...........................................................33<br />

FIGURA 4- Alunos realizando a oficina.....................................................................34<br />

FIGURA 5 – Painel mostrando as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> divulgação .....................................35<br />

FIGURA 6 – Alunos confeccionando a composteira na escola. ................................37<br />

FIGURA 7 – Resíduos utilizados <strong>para</strong> mostrar a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> lixo <strong>de</strong>scartados no dia a dia nos domicílios. ..................37<br />

FIGURA 8- Alunos mostrando o que confeccionaram a partir do lixo. ......................39<br />

FIGURA 9- Visita ao centro <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> no município <strong>de</strong> Turvo/SC...........................40<br />

FIGURA 10 - Alunos interpretando a crônica “lixo”. ..................................................42


LISTA DE TABELAS<br />

TABELA 1 – T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> diversos resíduos sólidos na natureza........16<br />

TABELA 2 : Levantamento <strong>de</strong> dados apontados junto as turmas A e B ...................58


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

E.E.B – Escola <strong>de</strong> Educação Básica<br />

EPAGRI – Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária Rural <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

FURB – Universida<strong>de</strong> Regional <strong>de</strong> Blumenau<br />

S.C – Santa Catarina<br />

U.E – Unida<strong>de</strong> Escolar


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11<br />

2 OBJETIVOS...........................................................................................................29<br />

2.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................................................29<br />

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................29<br />

3 METODOLOGIA ....................................................................................................30<br />

3.1 PROFESSORES ..........................................................................................................................31<br />

3.1.1 Oficina com os professores: ................................................................................................................. 32<br />

3.2 ALUNOS .......................................................................................................................................33<br />

3.2.1 Oficinas com os alunos......................................................................................................................... 33<br />

3.2.2 Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Divulgação ...................................................................................................................... 34<br />

3.2.3 Ativida<strong>de</strong>s durante o recreio................................................................................................................. 35<br />

3.2.4 Compostag<strong>em</strong>....................................................................................................................................... 36<br />

3.2.5 Família.................................................................................................................................................. 38<br />

3.2.6 Destino dos Resíduos da Unida<strong>de</strong> escolar ............................................................................................ 38<br />

3.2.7 Visita ao Centro <strong>de</strong> Triag<strong>em</strong> do Município .......................................................................................... 39<br />

3.2.8 Visita ao Supermercado........................................................................................................................ 40<br />

3.2.9 Dramatização........................................................................................................................................ 41<br />

3.2.10 Ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> Sala <strong>de</strong> Aula................................................................................................................ 46<br />

3.2.11 Avaliação da <strong>proposta</strong> ........................................................................................................................ 48<br />

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................49<br />

5 CONCLUSÕES ......................................................................................................60<br />

REFERÊNCIAS.........................................................................................................62<br />

APÊNDICE 1 – Questionário aplicado aos alunos antes e <strong>de</strong>pois da <strong>proposta</strong>.67<br />

APÊNDICE 2 – Artigo submetido a revista <strong>de</strong> estudos ambientais da FURB. ...69


11<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

Os resíduos sólidos são constituídos por um conjunto amplo <strong>de</strong> resíduos<br />

gerados no dia-a-dia dos seres humanos D’ALMEIDA, (2002), BIDONE, (2001),<br />

FUNASA, (2004) e cuja geração está condicionada a um conjunto <strong>de</strong> fatores como a<br />

cultura <strong>de</strong> um povo, a classe social, a localização geográfica, o grau <strong>de</strong> informação<br />

veiculada, <strong>de</strong>ntre outros fatores. Até mesmo o status <strong>em</strong>ocional do indivíduo exerce<br />

forte influência na geração <strong>de</strong> resíduos, pois aos objetos são atribuídos valores<br />

<strong>em</strong>ocionais os quais, a medida <strong>em</strong> que se transformam <strong>em</strong> sentimentos negativos,<br />

aquele objeto não mais passa a fazer parte da vida do indivíduo e vai <strong>para</strong> a lixeira.<br />

Por outro lado, n<strong>em</strong> tudo o que é <strong>de</strong>scartado po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado lixo<br />

VILHENA,(1999), GRIMBERG e BLAUTH, (1998), pois o que é lixo <strong>para</strong> um<br />

indivíduo po<strong>de</strong> não ser <strong>para</strong> outro e este conceito t<strong>em</strong> passado por algumas<br />

transformações nos últimos t<strong>em</strong>pos.<br />

Com o surgimento <strong>de</strong> outras práticas como a reciclag<strong>em</strong> e a reutilização, o<br />

conceito <strong>de</strong> lixo t<strong>em</strong> mudado. Assim, <strong>em</strong> um conceito mais mo<strong>de</strong>rno e atual, “lixo”<br />

passa a ser consi<strong>de</strong>rado apenas aqueles resíduos que realmente não têm condições<br />

<strong>de</strong> ser<strong>em</strong> reutilizados ou reciclados, ou ainda todos aqueles resíduos, que no<br />

processo <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> geram um componente perigoso do ponto <strong>de</strong> vista sanitário<br />

e <strong>ambiental</strong>.<br />

Apesar <strong>de</strong>ssa mudança <strong>de</strong> conceito que v<strong>em</strong> se processando, o modo <strong>de</strong> vida<br />

da socieda<strong>de</strong> atual ainda t<strong>em</strong> condicionado a uma produção exagerada <strong>de</strong> resíduos<br />

que aliada a falta <strong>de</strong> cuidados no seu processo <strong>de</strong> gestão por muitas<br />

municipalida<strong>de</strong>s, t<strong>em</strong> contribuído <strong>para</strong> agravar os probl<strong>em</strong>as sanitários e ambientais


12<br />

nos municípios OLIVEIRA (2002), DEUS, et.al (2004), AZEVEDO e AZEVEDO,<br />

(2003), ROMANCINI, (2005).<br />

É tanto “lixo” sendo gerado que não se sabe mais on<strong>de</strong> colocar tantos<br />

resíduos. Os centros urbanos, principalmente os <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, estão entrando <strong>em</strong><br />

colapso, porque não se t<strong>em</strong> mais áreas a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> aterrar todo esse “lixo”<br />

próximo as áreas urbanas. Por outro lado, áreas muito distantes po<strong>de</strong>m inviabilizar o<br />

transporte dos resíduos pelo alto custo representado.<br />

Lixo, do ponto <strong>de</strong> vista científico, é <strong>de</strong>finido como resíduos sólidos, gerados<br />

pelos seres humanos, como mostra a NBR 10.004 e BRANCO (1989 apud<br />

DAGOSTIM, 1999, p.21). Para a população, <strong>de</strong> modo geral, lixo é tudo o que não<br />

serve mais <strong>para</strong> o indivíduo ou que não se quer por perto.<br />

Segundo LIMA (1991 apud FERNANDES, 1999, p.38) “Lixo é todo e<br />

qualquer resíduo que resulte das ativida<strong>de</strong>s diárias do hom<strong>em</strong> na socieda<strong>de</strong>. Estes<br />

resíduos compõ<strong>em</strong>-se basicamente <strong>de</strong> sobras <strong>de</strong> alimentos, papéis, papelões,<br />

plásticos, trapos, couro, ma<strong>de</strong>iras, latas, vidros, tampas, gases, vapores, poeira,<br />

sabões, <strong>de</strong>tergentes e outras substâncias <strong>de</strong>scartadas pelo hom<strong>em</strong> no meio<br />

ambiente”.<br />

Para RIBEIRO (2000, p.50)<br />

Lixo é um conjunto heterogêneo <strong>de</strong><br />

el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong>sprezados durante um dado processo e, pela forma como é tratado,<br />

assume um caráter <strong>de</strong>preciativo, sendo associado à sujeira, repugnância, pobreza,<br />

falta <strong>de</strong> educação e outras conotações negativas.<br />

O lixo ou resíduos sólidos resultam <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

humanas tais como industriais, agrícolas, comunitárias, etc, e <strong>de</strong> acordo com sua<br />

composição representam um enorme perigo ao ambiente natural. Alguns <strong>de</strong> seus<br />

componentes como plásticos e vidros, por ex<strong>em</strong>plo, dificultam ou tornam


13<br />

praticamente impossível sua <strong>de</strong>composição e reintegração <strong>de</strong> seus el<strong>em</strong>entos à<br />

natureza CHEFFI (1985 apud DAGOSTIM,1999, p.21).<br />

Também po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir lixo como um dos maiores probl<strong>em</strong>as ecológicos<br />

<strong>de</strong> hoje, ou seja, um dos causadores do efeito estufa e da <strong>de</strong>struição do solo<br />

segundo GONÇALVES (1989 apud DAGOSTIM,1999, p.21).<br />

A espécie humana é uma produtora <strong>de</strong> resíduos <strong>em</strong> potencial, o que<br />

representa um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época <strong>em</strong> que o hom<strong>em</strong> abandonou a vida<br />

nôma<strong>de</strong> e tornou-se se<strong>de</strong>ntário. Hoje, diariamente milhares <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> lixo são<br />

lançadas indiscriminadamente no ambiente, colocando <strong>em</strong> risco o equilíbrio natural e<br />

a própria qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do hom<strong>em</strong> (SCHIO,1993 p.1).<br />

Por outro lado, algumas medidas po<strong>de</strong>m ser muito eficazes <strong>para</strong> diminuir<br />

tamanha quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo que vão <strong>para</strong> os métodos <strong>de</strong> disposição, como a prática<br />

dos 3R’s, ou seja, a redução, reuso e reciclag<strong>em</strong>.<br />

A redução <strong>de</strong> resíduos, por sua vez, exige mudanças no <strong>para</strong>digma da<br />

socieda<strong>de</strong> consumista no sentido <strong>de</strong> repensar alguns conceitos antes da compra <strong>de</strong><br />

bens <strong>de</strong> consumo, pois meta<strong>de</strong> do que se compra é composto por <strong>em</strong>balagens que,<br />

na maioria das vezes, vai diretamente <strong>para</strong> o lixo (grupo do lixo,1999). Neste<br />

sentido, po<strong>de</strong>-se reduzir a produção <strong>de</strong> resíduos sólidos pelo simples fato <strong>de</strong> se<br />

evitar a compra, <strong>de</strong>ntro do possível, <strong>de</strong> produtos <strong>em</strong>balados com papel plastificado,<br />

<strong>para</strong>finado ou metalizado como sacos <strong>de</strong> salgadinhos, <strong>de</strong> chocolate <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Isto porque estes tipos <strong>de</strong> <strong>em</strong>balagens ainda não são passíveis <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong>,<br />

<strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> tecnologia <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r os dois tipos <strong>de</strong> materiais que os<br />

constitu<strong>em</strong>. Assim, é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância a escolha <strong>de</strong> produtos <strong>em</strong>balados <strong>em</strong><br />

material reciclável e que tenha reciclag<strong>em</strong> na localida<strong>de</strong> <strong>em</strong> questão.<br />

Uma outra forma <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> resíduos, é o uso <strong>de</strong> pilhas recarregáveis,


14<br />

pois as pilhas comuns têm um t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida muito curto e quando <strong>de</strong>scartadas no<br />

lixo geram a contaminação <strong>de</strong> recicláveis e a produção <strong>de</strong> substâncias tóxicas que<br />

são carreadas com o chorume, líquido este altamente poluente e formado na<br />

<strong>de</strong>composição da matéria orgânica ali presente ( AZEVEDO, 2001).<br />

A redução na produção <strong>de</strong> resíduos, s<strong>em</strong> dúvida será alcançada pelo<br />

consumo racional e hábitos saudáveis como o combate ao <strong>de</strong>sperdício, por ex<strong>em</strong>plo.<br />

Esta redução, por sua vez, significa uma economia <strong>de</strong> esforços na operacionalização<br />

do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> limpeza pública on<strong>de</strong> menos lixo será gerado, implicando <strong>em</strong> uma<br />

estrutura menor <strong>de</strong> coleta, transporte e <strong>de</strong>stino final, o que reduzirá drasticamente os<br />

custos <strong>em</strong> todas estas etapas da gestão dos resíduos sólidos. Reduzir a geração <strong>de</strong><br />

lixo não implica, necessariamente, queda <strong>de</strong> consumo e não significa ainda<br />

diminuição na nossa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

Um outro comportamento <strong>ambiental</strong>mente saudável é preferir <strong>em</strong>balagens<br />

retornáveis e não <strong>de</strong>scartar o produto enquanto ainda tiver alguma utilida<strong>de</strong> como,<br />

por ex<strong>em</strong>plo, racionalizar o uso do papel, doar livros <strong>para</strong> bibliotecas públicas ou<br />

levar roupas e móveis usados <strong>para</strong> instituições. Utilizar o verso do papel, garrafas<br />

pet <strong>para</strong> guardar água no refrigerador, utilizar <strong>em</strong>balagens vazias <strong>de</strong> margarina <strong>para</strong><br />

guardar alimentos, <strong>de</strong>ntre tantas outras formas <strong>de</strong> se aproveitar uma <strong>em</strong>balag<strong>em</strong>,<br />

constitui o que se chama <strong>de</strong> reutilização (AZEVEDO, 2001).<br />

Reciclar é fazer voltar ao processo <strong>de</strong> produção os materiais como papel,<br />

vidro, plástico e metal, que foram utilizados e <strong>de</strong>scartados. Isto significa preservar o<br />

meio ambiente e poupar energia, pois a reciclag<strong>em</strong> reduz a extração <strong>de</strong> recursos<br />

naturais (AZEVEDO, 2001).<br />

As principais vantagens da reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong> resíduos sólidos são<br />

(AZEVEDO, 2001, p.20):


15<br />

• Redução da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo a ser aterrado, aumentando, assim<br />

a vida útil dos aterros sanitários;<br />

• Preservação dos recursos naturais;<br />

• Redução do consumo <strong>de</strong> energia;<br />

• Diminuição da poluição do ar e das águas;<br />

• Conscientização da comunida<strong>de</strong> sobre esgotabilida<strong>de</strong> dos bens, na<br />

relação hom<strong>em</strong> / meio ambiente, dos atuais sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> produção;<br />

• Diminuição dos custos <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>vido ao aproveitamento <strong>de</strong><br />

materiais recicláveis pelas indústrias <strong>de</strong> transformação;<br />

• Geração <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregos e intensificação da economia local, através<br />

da criação <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> e a conseqüente<br />

concorrência;<br />

• Economia <strong>para</strong> o país na importação <strong>de</strong> matérias-primas e na<br />

exploração <strong>de</strong> recursos naturais não – renováveis.<br />

Reciclando, prolonga-se o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida das reservas <strong>de</strong> recursos<br />

naturais, além <strong>de</strong> diminuir o volume <strong>de</strong> lixo <strong>de</strong>scartado. Além disso, a cada 50 quilos<br />

<strong>de</strong> papel reciclado, uma árvore é poupada (MINAS FAZ CIÊNCIA, 2004).<br />

Adotar a reciclag<strong>em</strong>, como <strong>de</strong>scrito acima, significa ainda, assumir um<br />

novo comportamento diante do ambiente, o conservando o máximo possível.<br />

(SCARLATO & PONTIN, 1992 p.58).<br />

Dos resíduos gerados pelo hom<strong>em</strong>, uma elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes<br />

correspon<strong>de</strong>m aos resíduos domiciliares, constituídos na sua maioria por recicláveis<br />

(CORRÊA e FINKLER, 2002 p.168). A se<strong>para</strong>ção e <strong>de</strong>svio <strong>de</strong>stes recicláveis <strong>para</strong> o<br />

processo produtivo ocorre através da coleta seletiva.<br />

Com a coleta seletiva é possível reduzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos que


16<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser aterrados nos aterros sanitários, recuperando-se assim muitas matériasprimas<br />

que ali seriam <strong>de</strong>sperdiçadas ou que possu<strong>em</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação muito<br />

longo, ficando enterradas <strong>para</strong> as futuras gerações, como mostra a Tabela 1<br />

(MAGALHÃES, 2005 p.1).<br />

TABELA 1 – T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> diversos resíduos sólidos na natureza.<br />

Material<br />

T<strong>em</strong>po<br />

Jornais<br />

Embalagens <strong>de</strong> papel<br />

Casca <strong>de</strong> frutas<br />

Sacos e copos plásticos<br />

Latas <strong>de</strong> alumínio<br />

Tampas <strong>de</strong> garrafas<br />

Garrafas e frascos <strong>de</strong> vidro<br />

Garrafas plásticas<br />

Lata <strong>de</strong> aço<br />

Caixas <strong>de</strong> leite<br />

Restos orgânicos<br />

2 a 6 s<strong>em</strong>anas<br />

1 a 4 s<strong>em</strong>anas<br />

3 meses<br />

200 a 450 anos<br />

100 a 500 anos<br />

100 a 500 anos<br />

In<strong>de</strong>terminados<br />

400 anos<br />

Mais <strong>de</strong> 100 anos<br />

3 meses<br />

2 a 12 meses<br />

No entanto, se não houver aceitação da socieda<strong>de</strong>, n<strong>em</strong> a coleta seletiva<br />

e muito menos o princípio dos 3R’s se consolidam. Por isso a educação se torna um<br />

po<strong>de</strong>roso instrumento neste sentido, principalmente no ensino fundamental e médio.<br />

Para amenizar a probl<strong>em</strong>ática dos resíduos sólidos é preciso sensibilizar<br />

os seres humanos, no sentido <strong>de</strong> reduzir o consumo, reutilizar ou reciclar os<br />

resíduos gerados e repensar as atitu<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>gradam o meio ambiente (SILVA,<br />

2004 p.2).


17<br />

Cada um po<strong>de</strong> fazer a sua parte, começando por adotar a filosofia dos<br />

3R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Como já mencionado acima, a adoção <strong>de</strong> tal<br />

prática evita que uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos se transform<strong>em</strong> <strong>em</strong> lixo.<br />

Como instrumento <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong>, a reciclag<strong>em</strong> ensina a<br />

população a não <strong>de</strong>sperdiçar, a ver o lixo como algo que po<strong>de</strong> ser útil e não como<br />

ameaça (SCARLATO & PONTIN,1992 p.58).<br />

Segundo SILVA (2004, p.2), a coleta seletiva mostra-se, quando aliada a<br />

educação <strong>ambiental</strong>, como um dos caminhos viáveis à consecução dos quatro “Rs”:<br />

reduzir, reutilizar, reciclar e repensar. Este processo <strong>de</strong>ve ter início na escola <strong>para</strong>,<br />

<strong>em</strong> seguida, atingir os <strong>de</strong>mais segmentos da socieda<strong>de</strong>, uma vez que a escola,<br />

como centro <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cidadãos, colabora <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> agentes<br />

multiplicadores <strong>de</strong> novas concepções, pensamentos, <strong>para</strong>digmas e mudanças<br />

sociais. Enfim, a implantação da coleta seletiva na escola, integrada à educação<br />

<strong>ambiental</strong>, representa importante contribuição <strong>para</strong> amenizar os impactos<br />

ambientais, incentivar mudanças <strong>de</strong> percepção, inserir a dimensão <strong>ambiental</strong> no<br />

currículo escolar, motivar o exercício da cidadania, possibilitar mudanças na postura<br />

pedagógica, fomentar atitu<strong>de</strong>s <strong>ambiental</strong>mente sustentáveis e promover a melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no ambiente, escolar, além <strong>de</strong> difundir novos pensamentos<br />

novos olhares, novos hábitos.<br />

A coleta seletiva no Brasil, apesar <strong>de</strong> muito comentada e noticiada, se<br />

apresenta como uma prática muito recente <strong>em</strong> nossa socieda<strong>de</strong> e, portanto<br />

proporcionalmente ao número <strong>de</strong> programas conhecidos t<strong>em</strong>-se um baixo índice <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s com resultados notadamente promissores e envolvidos no contexto da<br />

educação <strong>ambiental</strong> (RUFFINO,2001, p.12).<br />

Segundo ATHAYDE (2005, p.1), após a coleta, a matéria-prima é


18<br />

encaminhada <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> que v<strong>em</strong> dos catadores, <strong>em</strong>presas ou<br />

sulcateiros e compreen<strong>de</strong> os recicláveis: papel, metal, vidro e plástico.<br />

Para ilustrar o processo <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong> tais recicláveis, são<br />

apresentadas a seguir algumas etapas <strong>de</strong>sta transformação.<br />

Papel – Para reciclar o papel não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos químicos<br />

<strong>para</strong> a obtenção da pasta <strong>de</strong> celulose, evitando-se com isso a poluição do ar dos<br />

rios. Basicamente as a<strong>para</strong>s (nome usado <strong>para</strong> <strong>de</strong>signar os papéis já usados) são<br />

misturados com água <strong>em</strong> um gran<strong>de</strong> liquidificador chamado hidrapulper. Após se<br />

transformar <strong>em</strong> uma massa, esta segue <strong>para</strong> o setor <strong>de</strong> limpeza on<strong>de</strong> são retirados<br />

materiais como metais, plásticos e areia. Neste ponto t<strong>em</strong>-se novamente a pasta <strong>de</strong><br />

celulose que vai <strong>para</strong> a máquina <strong>de</strong> retirada da água, prensag<strong>em</strong> e secag<strong>em</strong>,<br />

formando a folha <strong>de</strong> papel reciclado. Na reciclag<strong>em</strong> há uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água economizada e gasta-se meta<strong>de</strong> da energia usada <strong>para</strong> fabricar o papel a<br />

partir da ma<strong>de</strong>ira.<br />

Metal – Neste processo as latas são limpas e se<strong>para</strong>das do aço e do<br />

alumínio. Em seguida são amassadas e transformadas <strong>em</strong> blocos chamados <strong>de</strong><br />

sucata, que são encaminhados <strong>para</strong> a fábrica <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong>. A sucata é <strong>de</strong>rretida<br />

<strong>para</strong> a formação <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> aço ou alumínio que viram latas novamente. Com a<br />

reciclag<strong>em</strong> do aço economizam-se três quartos da energia usada <strong>para</strong> fabricar o aço<br />

a partir do minério <strong>de</strong> ferro. A reciclag<strong>em</strong> do alumínio ainda é mais vantajosa, pois<br />

gasta-se muita energia <strong>para</strong> produzir alumínio da bauxita. Cada tonelada <strong>de</strong><br />

alumínio reciclado economiza a extração <strong>de</strong> cinco toneladas <strong>de</strong> bauxita.<br />

Vidro – No centro <strong>de</strong> triag<strong>em</strong>, os vidros são se<strong>para</strong>dos, triturados e<br />

transformados <strong>em</strong> pequenos cacos que são colocados <strong>em</strong> tambores <strong>para</strong> enviá-los<br />

as vidrarias. Nas vidrarias os cacos são lavados e misturados com areia, calcário,


19<br />

sódio e outros, on<strong>de</strong> o caco representa <strong>de</strong> 35% a 50% do total. A mistura então vai<br />

<strong>para</strong> os fornos on<strong>de</strong> é fundida a uma t<strong>em</strong>peratura média <strong>de</strong> 1300°C. Após a fusão<br />

nos fornos a massa é <strong>de</strong>spejada nas diversas fôrmas das indústrias vidreiras e por<br />

um processo automático transformados <strong>em</strong> novas <strong>em</strong>balagens.<br />

Plástico – A triag<strong>em</strong> é importantíssima <strong>para</strong> começar a revalorizar o<br />

material. Então o plástico passa por um moinho <strong>de</strong> facas, on<strong>de</strong> é moído. Após a<br />

moag<strong>em</strong> é feita a lavag<strong>em</strong> e secag<strong>em</strong> do material. Para agregar mais valor, os<br />

plásticos po<strong>de</strong>m seguir <strong>para</strong> um aglutinador, que aquece e resfria o plástico, dando<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> suficiente <strong>para</strong> entrar na extrusora, que fun<strong>de</strong>, homogeneíza o material e<br />

o transforma <strong>em</strong> tiras, conhecidas como “spaguetti’. Por fim, o “spaguetti” resfriado é<br />

picotado e po<strong>de</strong> ser encaminhado <strong>para</strong> fábricas <strong>de</strong> artefatos plásticos.<br />

Impactos ambientais também são poupados quando se trata da<br />

reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um outro tipo <strong>de</strong> resíduo reciclável do lixo, que são os resíduos,<br />

através da compostag<strong>em</strong>.<br />

De acordo com CHEFFI (1986 apud DAGOSTIM, 1999, p.42), a<br />

compostag<strong>em</strong> consiste na transformação dos produtos orgânicos do lixo <strong>em</strong> um<br />

composto orgânico rico <strong>em</strong> nutrientes <strong>para</strong> o solo e as plantas. Nesse processo<br />

entram <strong>em</strong> ação bactérias, fungos e microrganismos presentes na massa do lixo.<br />

Segundo SILVA, (2000 apud JUNKES, 2002, p.40) a compostag<strong>em</strong> t<strong>em</strong><br />

como função eliminar meta<strong>de</strong> dos resíduos sólidos urbanos, dando <strong>de</strong>stino útil aos<br />

resíduos orgânicos, evitando a sua acumulação <strong>em</strong> aterro e melhorando a estrutura<br />

do solo, <strong>de</strong>volvendo a terra os nutrientes <strong>de</strong> que necessita, aumentando sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água, permitindo o controle da erosão e evitando o uso<br />

<strong>de</strong> fertilizantes sintéticos. Este processo permite tratar os resíduos orgânicos<br />

domésticos (restos <strong>de</strong> comida e resíduos <strong>de</strong> jardim) b<strong>em</strong> como resíduos


20<br />

provenientes da limpeza <strong>de</strong> jardins e parques públicos.<br />

Gran<strong>de</strong> parcela dos resíduos produzidos pelo hom<strong>em</strong> são <strong>de</strong> natureza<br />

orgânica, resultantes das ativida<strong>de</strong>s industriais, comerciais, agrícolas, domiciliares,<br />

entre outras. Em geral, esses resíduos orgânicos se apresentam na forma <strong>de</strong> sobras<br />

<strong>de</strong> alimento, frutas e legumes, folhas, gramas, etc.<br />

Mas <strong>para</strong> que a compostag<strong>em</strong> ocorra a<strong>de</strong>quadamente é necessário que<br />

hajam condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, relação carbono/nitrogênio (concentração <strong>de</strong><br />

nutrientes) e oxigenação. Além disso, a t<strong>em</strong>peratura e o pH são fatores indicativos<br />

do andamento do processo.<br />

• Umida<strong>de</strong> – o teor ótimo <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a compostag<strong>em</strong> aeróbica<br />

compren<strong>de</strong>-se entre 50 a 60% e o ajuste <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser feito<br />

por mistura <strong>de</strong> componentes palhosos. Baixos teores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong><br />

(inferiores a 40%), inib<strong>em</strong> por sua vez, a ativida<strong>de</strong> microbiológica,<br />

diminuindo a taxa <strong>de</strong> estabilização.<br />

• Concentração <strong>de</strong> Nutrientes – A intensida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> dos<br />

microrganismos <strong>de</strong>compositores nos processos <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong><br />

está estritamente relacionada à diversificação e concentração <strong>de</strong><br />

nutrientes. Quanto mais diversificados for<strong>em</strong> os resíduos orgânicos<br />

que compõ<strong>em</strong> a massa <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong>, mais diversificados<br />

serão os nutrientes e, conseqüent<strong>em</strong>ente, a população<br />

microbiológica. Esses fatores, portanto, resultarão <strong>em</strong> maior<br />

eficiência no processo. Dentre os nutrientes utilizados pelos<br />

microrganismos, dois são <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância, quais sejam: o<br />

carbono e o nitrogênio, cuja concentração e disponibilida<strong>de</strong><br />

biológica <strong>de</strong> ambos afetam o <strong>de</strong>senvolvimento do processo.


21<br />

• Oxigenação – A oxigenação t<strong>em</strong> por finalida<strong>de</strong> básica suprir a<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> oxigênio requerida pela ativida<strong>de</strong> microbiológica e<br />

atuar como agente <strong>de</strong> controle da t<strong>em</strong>peratura. O reviramento da<br />

massa <strong>de</strong> resíduos <strong>em</strong> compostag<strong>em</strong> permite a oxigenação e a<br />

liberação <strong>de</strong> água <strong>para</strong> o meio ambiente sob a forma <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong><br />

água. Nesse momento faz-se a correção da umida<strong>de</strong> por meio da<br />

distribuição uniforme <strong>de</strong> água na massa <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong>, <strong>de</strong><br />

modo a repor a perda <strong>de</strong> água do sist<strong>em</strong>a.<br />

• T<strong>em</strong>peratura – Constitui-se <strong>em</strong> um dos fatores mais indicativos da<br />

eficiência do processo. O valor médio i<strong>de</strong>al da t<strong>em</strong>peratura nos<br />

processos <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong> é <strong>de</strong> 55°C. O <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

t<strong>em</strong>peratura na leira do composto está relacionada com vários<br />

fatores, responsáveis pela geração <strong>de</strong> calor como microrganismos,<br />

umida<strong>de</strong>, aeração e granulometria da matéria-prima.<br />

• pH – Uma leira <strong>de</strong> matéria orgânica <strong>em</strong> compostag<strong>em</strong> t<strong>em</strong><br />

inicialmente reação ácida. Como conseqüência o pH do composto<br />

se eleva à medida que o processo se <strong>de</strong>senvolve e alcança pH<br />

superior a 8,0 (básico). Geralmente a compostag<strong>em</strong> se caracteriza<br />

por obter um produto final – o composto orgânico – com o pH entre<br />

7,5 a 9,0. Esse fato é visto como um gran<strong>de</strong> benefício do sist<strong>em</strong>a,<br />

o que permite a aplicação do composto orgânico na correção <strong>de</strong><br />

solos ácidos.<br />

Por outro lado, todo o contexto <strong>de</strong> redução, reuso e reciclag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>scrito<br />

acima, só irá se consolidar através da educação <strong>ambiental</strong>, que é um instrumento<br />

que facilita e contribui à mudança <strong>de</strong> <strong>para</strong>digmas da socieda<strong>de</strong> atual, envolvendo


22<br />

todos os entes relacionados ao meio ambiente, mas principalmente alunos e<br />

professores, no sentido <strong>de</strong> proteger e melhorar o meio on<strong>de</strong> viv<strong>em</strong>.<br />

Educação Ambiental<br />

Segundo DIAS (1993 apud FERNANDES, 1999, p.13), a educação<br />

<strong>ambiental</strong> é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunida<strong>de</strong> tomam<br />

consciência do meio ambiente e adquir<strong>em</strong> o conhecimento, os valores, as<br />

habilida<strong>de</strong>s, as experiências e a <strong>de</strong>terminação que os tornam aptos a agir e resolver<br />

probl<strong>em</strong>as ambientais presentes e futuros.<br />

O autor comenta que a educação <strong>ambiental</strong> realizará suas funções<br />

quando suscitar uma vinculação estreita entre o processo educativo e a realida<strong>de</strong>,<br />

estruturando suas ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> torno dos probl<strong>em</strong>as concretos que se impõ<strong>em</strong> à<br />

comunida<strong>de</strong>, enfocando o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> uma perspectiva interdisciplinar.<br />

Segundo SATO (2003 p.23-24), o <strong>de</strong>senvolvimento da consciência<br />

<strong>ambiental</strong>, <strong>em</strong> nível internacional, po<strong>de</strong> ser traçado ao longo das duas últimas<br />

décadas, com base <strong>em</strong> uma série <strong>de</strong> eventos, como a Conferência <strong>de</strong> Estolcomo<br />

(1972) e a <strong>de</strong> Tbilisi (1977), que originaram as primeiras manifestações <strong>de</strong>ntro da<br />

educação <strong>ambiental</strong>.<br />

A Conferência <strong>de</strong> Estolcomo (1972) ampliou sua <strong>de</strong>finição a outras<br />

esferas do conhecimento e, finalmente, a Conferência Intergovernamental <strong>de</strong> Tbilisi<br />

(1977), internacionalmente mais aceita, <strong>de</strong>finiu que:<br />

“A educação <strong>ambiental</strong> é um processo <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> valores e<br />

clarificação <strong>de</strong> conceitos, objetivando o <strong>de</strong>senvolvimento das habilida<strong>de</strong>s e<br />

modificando as atitu<strong>de</strong>s <strong>em</strong> relação ao meio, <strong>para</strong> enten<strong>de</strong>r e apreciar as inter<br />

relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A educação<br />

<strong>ambiental</strong> também está relacionada com a prática das tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e a ética


23<br />

que conduz<strong>em</strong> <strong>para</strong> a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida”.<br />

Des<strong>de</strong> Tbilisi até os dias <strong>de</strong> hoje, as <strong>proposta</strong>s básicas <strong>de</strong> atuação <strong>em</strong><br />

educação <strong>ambiental</strong> dão conta que os indivíduos <strong>de</strong>vam promover um senso <strong>de</strong><br />

cidadania que respeite as condições e qualida<strong>de</strong>s ambientais <strong>para</strong> esta e <strong>para</strong> as<br />

gerações futuras. Esta pr<strong>em</strong>issa faz com que qualquer uso, manejo ou <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong><br />

materiais e/ou energia no ambiente <strong>de</strong>va ser amplamente conhecida, compreendida<br />

e aceita pela socieda<strong>de</strong>, <strong>em</strong> concordância com as necessida<strong>de</strong>s estimadas das<br />

gerações futuras. A este agregado <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> âmbito sócio-econômico e<br />

<strong>ambiental</strong> e a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transferência fiel das possibilida<strong>de</strong>s reais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento é que a educação <strong>ambiental</strong> se propõe agir junto a socieda<strong>de</strong>.<br />

No Brasil, a educação <strong>ambiental</strong> foi preconizada legalmente a partir <strong>de</strong><br />

1981 com o advento da Política Nacional <strong>de</strong> Meio Ambiente (BRASIL-1981) e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

então v<strong>em</strong> atuando <strong>em</strong> questões litorâneas (parques e reservas, pesca predatória),<br />

questões florestais (<strong>de</strong>smatamentos e extinções <strong>de</strong> fauna e flora representativos),<br />

questões <strong>de</strong> água (perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mananciais terrestres e<br />

subterrâneos, falta <strong>de</strong> saneamento básico) e, probl<strong>em</strong>as relacionados aos resíduos<br />

sólidos, <strong>em</strong> especial aos domiciliares.<br />

Em 1999, portanto 18 anos após a Política Nacional do Meio Ambiente, o<br />

Brasil sanciona a Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental (BRASIL-1999)<br />

consi<strong>de</strong>rando <strong>em</strong> seu Art 2° a educação <strong>ambiental</strong> como um componente essencial<br />

e permanente na educação nacional, <strong>de</strong>vendo estar presente, <strong>de</strong> forma articulada,<br />

<strong>em</strong> todos os níveis e modalida<strong>de</strong>s do processo educativo, <strong>em</strong> caráter formal e nãoformal.<br />

Na implantação <strong>de</strong> projetos que busqu<strong>em</strong> soluções <strong>para</strong> o probl<strong>em</strong>a dos<br />

resíduos sólidos, a educação <strong>ambiental</strong> surge como um importante instrumento <strong>para</strong>


24<br />

sensibilizar as pessoas frente ao ambiente, promovendo a aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> novos<br />

conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s, valores e atitu<strong>de</strong>s, almejando à melhoria da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida <strong>ambiental</strong> e a construção <strong>de</strong> um comportamento <strong>ambiental</strong>mente<br />

responsável (VITORINO,1999 apud CORRÊA; FINKLER, 2002 p. 168).<br />

Segundo OLIVEIRA (2000 apud CAMPOS 2002 p.33), a educação<br />

<strong>ambiental</strong> busca um novo i<strong>de</strong>ário comportamental, tanto no âmbito individual, quanto<br />

coletivo. Ela <strong>de</strong>ve começar <strong>em</strong> casa, ganhar as praças e as ruas, atingir os bairros e<br />

as periferias, evi<strong>de</strong>nciar as pecularieda<strong>de</strong>s regionais, apontando <strong>para</strong> o nacional e o<br />

global. Deve gerar conhecimento local, s<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o global. Precisa,<br />

necessariamente, revitalizar a pesquisa <strong>de</strong> campo no sentido <strong>de</strong> uma participação<br />

investigativa, que envolva pais, estudantes, professores e a comunida<strong>de</strong> <strong>em</strong> geral.<br />

É um passo fundamental <strong>para</strong> a conquista da cidadania.<br />

A educação <strong>ambiental</strong> <strong>de</strong>ve promover ainda uma tomada <strong>de</strong> consciência<br />

e uma compreensão da evolução do meio social e físico <strong>em</strong> sua totalida<strong>de</strong>, seus<br />

recursos naturais, artificiais, culturais e espirituais junto ao uso e a conservação<br />

racional <strong>de</strong>stes recursos <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento (SCHIMIEDER,1977 apud<br />

SILVEIRA, 1996 p.17).<br />

Segundo SILVA, (2004 p.2) educação <strong>ambiental</strong> é um instrumento<br />

indispensável. No entanto, <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> forma contínua, permanente e<br />

inserida no currículo das escolas.<br />

Assim, a educação <strong>ambiental</strong> teria como finalida<strong>de</strong> promover a<br />

compreensão da existência e da inter<strong>de</strong>pendência econômica, política social e<br />

ecológica da socieda<strong>de</strong>; proporcionar a todas as pessoas a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adquirir<br />

conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitu<strong>de</strong>s necessárias<br />

<strong>para</strong> proteger e melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>ambiental</strong>, induzir novas formas <strong>de</strong> conduta


25<br />

nos indivíduos, nos grupos sociais e na socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> seu conjunto, tornando-a apta<br />

a agir <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> soluções <strong>para</strong> seus probl<strong>em</strong>as ambientais, como<br />

forma <strong>de</strong> elevação da sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida (DIAS, 2003 p. 83).<br />

Educação Ambiental Formal<br />

Segundo GUIMARÃES, (1995 apud FERNANDES, 1999, p.19) a<br />

educação <strong>ambiental</strong> t<strong>em</strong> papel importante <strong>de</strong> fomentar a percepção da necessária<br />

integração do ser humano com o meio ambiente. Uma relação harmoniosa,<br />

consciente do equilíbrio dinâmico da natureza, possibilitando, por meio <strong>de</strong> novos<br />

conhecimentos, valores e atitu<strong>de</strong>s, a inserção do educando e do educador como<br />

cidadão no processo <strong>de</strong> transformação do atual quadro <strong>ambiental</strong> do nosso planeta.<br />

A escola t<strong>em</strong> papel fundamental neste processo. Ela precisa cultivar<br />

comportamentos <strong>ambiental</strong>mente corretos, mais do que transmitir informações.<br />

O t<strong>em</strong>a, meio ambiente na escola, <strong>de</strong>ve ser trabalhado no sentido <strong>de</strong><br />

contribuir <strong>para</strong> a formação <strong>de</strong> cidadãos conscientes e capazes <strong>de</strong> respeitar a vida<br />

<strong>em</strong> suas relações com a realida<strong>de</strong> sócio <strong>ambiental</strong>, frente à qual é necessário ter<br />

uma postura crítica construtivista.<br />

A escola é parte integrante do meio ambiente, assim como também nós<br />

somos. Então, é mais correto iniciar a educação <strong>ambiental</strong> a partir dos probl<strong>em</strong>as<br />

ambientais do dia-a-dia, que influenciam o modo <strong>de</strong> vida e a maneira <strong>de</strong> agir: o lixo,<br />

o esgoto, a falta <strong>de</strong> arborização e <strong>de</strong> flores, a falta <strong>de</strong> higiene dos banheiros, pátios,<br />

corredores e salas <strong>de</strong> aula, a conservação <strong>de</strong> carteiras e pare<strong>de</strong>s, a economia da<br />

água e energia elétrica, do b<strong>em</strong> estar <strong>de</strong> todos aqueles que viv<strong>em</strong> neste ambiente.<br />

A educação <strong>ambiental</strong> <strong>de</strong>ve ser trabalhada pelo educador, <strong>de</strong> modo que<br />

sensibilize o educando <strong>de</strong> acordo com a sua realida<strong>de</strong> local, trabalhando sua<br />

realida<strong>de</strong> imediata <strong>para</strong> chegar a uma vivência plena.


26<br />

PENTEADO (1994 apud FERNANDES, 1999, p.24) relata que a formação<br />

da consciência <strong>ambiental</strong> <strong>de</strong> nossa juventu<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong><br />

sua cidadania passa pela transformação da escola informadora <strong>em</strong> escola<br />

formadora. Esta será aquela que fomos capazes <strong>de</strong> construir a partir da consciência<br />

<strong>ambiental</strong> e das participações escolares que formos capazes <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar no dia-a -<br />

dia do nosso trabalho escolar, organizando o processo <strong>de</strong> ensino num amplo<br />

processo <strong>de</strong> comunicação escola.<br />

É importante, como <strong>de</strong>monstrado, a execução <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong><br />

educação <strong>ambiental</strong> nas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bairro, nas escolas e no meio rural,<br />

visando inserir as pessoas no contexto <strong>ambiental</strong> e envolvê-los na solução dos<br />

probl<strong>em</strong>as. Sabe-se inclusive que a população, <strong>em</strong> sua maior parte, não coopera<br />

com as questões ambientais <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>sinformação. Não po<strong>de</strong> haver conservação<br />

n<strong>em</strong> preservação <strong>ambiental</strong> s<strong>em</strong> educação, pois esta constrói no indivíduo e na<br />

coletivida<strong>de</strong> uma consciência <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> comportamento e atitu<strong>de</strong>s que visam<br />

priorizar o meio ambiente.<br />

É necessário que os jovens comec<strong>em</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo a respeitar e apren<strong>de</strong>r<br />

com o meio ambiente, <strong>para</strong> que as gerações futuras sejam muito mais<br />

conscientizadas que a atual, pois <strong>de</strong>sta forma o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável estará garantido e muito mais presentes <strong>em</strong> nossas vidas. A<br />

preservação dos el<strong>em</strong>entos bióticos e abióticos dos ecossist<strong>em</strong>as, além dos<br />

recursos naturais, é indispensável <strong>para</strong> o equilíbrio do hom<strong>em</strong> com a natureza, pois<br />

s<strong>em</strong> estes el<strong>em</strong>entos é impossível a sobrevivência humana. Neste sentido, a<br />

educação <strong>ambiental</strong> <strong>de</strong>ve começar na escola (GRIPPI, 2001 p.62-63).<br />

Segundo VASCONCELLOS (1997 apud RUY 2004 p.1), a presença <strong>em</strong><br />

todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser


27<br />

humano com ele mesmo e do ser humano com seus s<strong>em</strong>elhantes é condição<br />

imprescindível <strong>para</strong> que a educação <strong>ambiental</strong> ocorra. Dentro <strong>de</strong>sse contexto,<br />

sobressa<strong>em</strong>-se as escolas, como espaços privilegiados na impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s que propici<strong>em</strong> essa reflexão, pois <strong>para</strong> tanto são necessárias ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> campo, como ações orientadas <strong>em</strong> projetos e <strong>em</strong><br />

processos <strong>de</strong> participação que lev<strong>em</strong> à autoconfiança, à atitu<strong>de</strong>s positivas e ao<br />

comprometimento pessoal com a proteção <strong>ambiental</strong> impl<strong>em</strong>entados <strong>de</strong> modo<br />

interdisciplinar (DIAS,1992 apud RUY 2004 p.1).<br />

Esse processo <strong>de</strong> sensibilização da comunida<strong>de</strong> escolar po<strong>de</strong> fomentar<br />

iniciativas que transcedam o ambiente escolar, atingindo tanto o bairro no qual a<br />

escola está inserida como as comunida<strong>de</strong>s mais afastadas nas quais residam<br />

alunos, professores e funcionários, potenciais multiplicadores <strong>de</strong> informações e<br />

ativida<strong>de</strong>s relacionadas à educação <strong>ambiental</strong> impl<strong>em</strong>entada na escola.<br />

SOUZA (2000 apud RUY,2004 p.1) afirma, inclusive, que o estreitamento<br />

das relações intra e extra-escolar é bastante útil à conservação do ambiente,<br />

principalmente o ambiente escola.<br />

Neste sentido, relata DOWDESWELL (2004 apud DUTRA, 2004, p.1):<br />

“Não tenho a menor dúvida <strong>de</strong> que as crianças são lí<strong>de</strong>res no que diz respeito a<br />

questões ambientais. Elas têm o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> educar seus pais. Como tomadores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões e mudar o que está acontecendo <strong>em</strong> nível individual”.<br />

Segundo FARAH, (2004), <strong>em</strong> um trabalho sobre voluntários pela saú<strong>de</strong> do<br />

planeta, ela verificou o quão é importante trabalhar os resíduos sólidos <strong>em</strong> sala <strong>de</strong><br />

aula. Tudo começou com uma aula sobre a orig<strong>em</strong> do plástico e com um trabalho <strong>de</strong><br />

conscientização sobre a importância da reciclag<strong>em</strong> nos dias <strong>de</strong> hoje. Num segundo<br />

momento, a autora viu que a garotada apren<strong>de</strong>u a pre<strong>para</strong>r o lixo caseiro <strong>para</strong> a


28<br />

coleta seletiva ( limpar os recipientes, se<strong>para</strong>r tampas e rótulos, jamais misturar com<br />

restos <strong>de</strong> alimentos) (NOVA ESCOLA, 2004).<br />

RAMALHO(2000 p.1), dividiu as crianças <strong>de</strong> sua sala <strong>de</strong> aula <strong>em</strong> quatro<br />

grupos e criou uma espécie <strong>de</strong> revezamento: um grupo varria a quadra, outro<br />

se<strong>para</strong>va “o lixo limpo”, outro capinava o mato e o último carregava os sacos até os<br />

latões. Enquanto isso, outro professor falava sobre reciclag<strong>em</strong>, t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>composição dos materiais, doenças causadas pelos <strong>de</strong>tritos e outros probl<strong>em</strong>as<br />

ambientais.<br />

A educação, instrumento fundamental <strong>para</strong> promover a consciência<br />

<strong>ambiental</strong> e alcançar o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, é objeto do capítulo 36 da<br />

agenda 21. Estratégias <strong>para</strong> aumentar a consciência <strong>ambiental</strong> po<strong>de</strong>m ser<br />

realizadas através <strong>de</strong> programas locais, integrando conceitos <strong>de</strong> meio ambiente no<br />

seu contexto local; envolver crianças e jovens <strong>em</strong> estudos locais e regionais sobre<br />

saú<strong>de</strong> <strong>ambiental</strong> (RESID’99 p.23).<br />

Fundamentada na ciência <strong>de</strong> que, só a conscientização <strong>ambiental</strong><br />

resultaria <strong>em</strong> mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, buscou-se através <strong>de</strong>ste projeto, um meio<br />

viável <strong>para</strong> que <strong>em</strong> um processo gradativo, possa atingir a comunida<strong>de</strong> envolvida a<br />

<strong>de</strong>senvolver valores que viriam <strong>de</strong> encontro aos da prática dos 3R’s.<br />

Apresentando a importância da redução, da reutilização e da reciclag<strong>em</strong><br />

dos resíduos sólidos como forma <strong>de</strong> colaborar na gestão dos recursos naturais e na<br />

preservação dos impactos ambientais ocasionados por estes, estar-se-á<br />

oportunizando aos educandos, meios <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolver uma socieda<strong>de</strong> consciente,<br />

crítica e transformadora, apta à exercer a cidadania e acima <strong>de</strong> tudo propositada a<br />

garantir o futuro, tão incerto da humanida<strong>de</strong>.


29<br />

2 OBJETIVOS<br />

2.1 OBJETIVO GERAL<br />

Elaborar e avaliar uma <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong> <strong>em</strong> resíduos<br />

sólidos que trabalhe continuamente a prática dos 3R’s na Escola Estadual <strong>de</strong><br />

Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l – Turvo/SC.<br />

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

- Colaborar no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s voltadas à coleta seletiva<br />

do lixo, a redução <strong>de</strong> consumo, a reutilização e a reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong> materiais.<br />

- Criar condições <strong>para</strong> que o aluno reflita sobre sua condição <strong>de</strong> interferir<br />

nos encaminhamentos dados à produção e <strong>de</strong>stinação do lixo produzido por ele no<br />

espaço escolar.


30<br />

3 METODOLOGIA<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto <strong>de</strong> pesquisa envolveu um conjunto <strong>de</strong><br />

etapas consecutivas, iniciadas pela elaboração da <strong>proposta</strong> pedagógica e<br />

culminando com a avaliação <strong>de</strong>sta através <strong>de</strong> questionário, conforme <strong>de</strong>scrito na<br />

Figura 1.<br />

Elaboração da Proposta <strong>de</strong><br />

Educação Ambiental<br />

Ativida<strong>de</strong>s com Alunos<br />

Ativida<strong>de</strong>s com os<br />

professores<br />

Recreio Compos<br />

-tag<strong>em</strong><br />

Família Visita a<br />

usina<br />

reciclag<strong>em</strong><br />

Visita ao<br />

supermercado<br />

Ativida<strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> sala<br />

<strong>de</strong> aula<br />

Reunião<br />

Oficinas<br />

Avaliação da Proposta<br />

Elaborada<br />

FIGURA 1 – Fluxograma mostrando as etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho<br />

proposto.<br />

O presente trabalho teve início no mês <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2005 e se esten<strong>de</strong>u<br />

até maio do mesmo ano e foi realizado na Escola <strong>de</strong> Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l,<br />

(Figura 2), instituição <strong>de</strong> ensino médio do município <strong>de</strong> Turvo/SC e composta por 33<br />

professores, 7 servidores administrativos e 6 agentes <strong>de</strong> serviços gerais. Tal escola<br />

aten<strong>de</strong> atualmente 873 alunos <strong>de</strong> Ensino Fundamental e Ensino Médio nos turnos<br />

diurno e noturno. Este projeto <strong>de</strong> pesquisa teve o apoio da direção da escola, que o


31<br />

apresentou <strong>em</strong> ass<strong>em</strong>bléia com os professores, contando com a participação <strong>de</strong><br />

todo o corpo docente da escola. Além dos professores, partici<strong>para</strong>m também do<br />

projeto todos os 61 alunos da terceira série da escola, período diurno. O trabalho<br />

<strong>de</strong>senvolvido com professores e alunos da terceira série é <strong>de</strong>scrito abaixo.<br />

FIGURA 2 – Foto da Escola <strong>de</strong> Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l<br />

3.1 PROFESSORES<br />

Inicialmente, foi realizada uma reunião com todos os professores durante a<br />

reunião <strong>de</strong> planejamento da escola, que ocorre todo início <strong>de</strong> ano. Nesta reunião foi<br />

apresentado o projeto <strong>de</strong> pesquisa e a sua finalida<strong>de</strong> e importância diante dos<br />

impasses ambientais atribuídos aos resíduos sólidos na atualida<strong>de</strong>. Além da reunião,<br />

também foi programada uma oficina <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong> com os professores,<br />

realizada conforme <strong>de</strong>scrito no it<strong>em</strong> abaixo.


32<br />

3.1.1 Oficina com os professores:<br />

Para que os professores enten<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> a probl<strong>em</strong>ática do “lixo” e<br />

facilitasse o alcance dos objetivos propostos neste trabalho, foi elaborada uma<br />

oficina contendo os seguintes procedimentos:<br />

• Prática <strong>de</strong> apresentação dos vários tipos <strong>de</strong> resíduos que todos produzimos<br />

no dia-a-dia (orgânico, inorgânico e rejeitos). Esta apresentação foi realizada <strong>em</strong><br />

reunião pedagógica que ocorre bimestramente.<br />

• Em seguida pediu-se que cada professor apontasse o que era realmente lixo<br />

<strong>de</strong>ntre as amostras, o que era anotado <strong>em</strong> lousa <strong>para</strong> todos os participantes.<br />

• Em um segundo momento, discutiu-se os dados anotados <strong>em</strong> lousa, on<strong>de</strong>,<br />

através do princípio dos 3R’s, explicou-se que poucos resíduos po<strong>de</strong>riam ser<br />

consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> fato lixo. Logo após, houve um <strong>de</strong>bate sobre o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradação dos resíduos sólidos na natureza.<br />

• Por fim, foi exposto que a concepção <strong>de</strong> lixo <strong>para</strong> cada pessoa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vários fatores como; situação econômica, cultura, informação, <strong>em</strong>ocional, etc (Figura<br />

3). A partir <strong>de</strong>ssa oficina muitos professores passaram a se interessar mais sobre a<br />

probl<strong>em</strong>ática do “lixo” e também a esclarecer mais os alunos e <strong>de</strong>mais colegas sobre<br />

a importância <strong>de</strong> se mudar hábitos com relação às questões ambientais.


33<br />

FIGURA 3 – Professores realizando a oficina<br />

3.2 ALUNOS<br />

Com os alunos, inicialmente foram abordados conceitos <strong>em</strong> lousa sobre os<br />

resíduos sólidos e <strong>de</strong>pois realizadas diversas ativida<strong>de</strong>s como as oficinas, as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> divulgação pelos alunos, ativida<strong>de</strong>s durante o recreio, compostag<strong>em</strong><br />

na escola, questionário <strong>para</strong> a família, <strong>de</strong>stino dado aos resíduos sólidos da unida<strong>de</strong><br />

escolar, visita ao centro <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> do município, visita ao supermercado,<br />

dramatização com a crônica “lixo” e ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, <strong>de</strong>scritas <strong>em</strong> <strong>de</strong>talhe<br />

abaixo.<br />

3.2.1 Oficinas com os alunos<br />

Foi elaborada uma oficina com os alunos das séries <strong>em</strong> estudo <strong>para</strong> que<br />

eles percebess<strong>em</strong> o que significa “lixo” e o papel <strong>de</strong> cada um quanto a prática dos<br />

3R’s <strong>em</strong> seu dia-a-dia. Esta oficina foi feita da seguinte forma:<br />

• Em sala <strong>de</strong> aula apresentou-se vários materiais que compunham o


34<br />

“lixo” (orgânico, inorgânico e rejeito) e perguntou-se <strong>para</strong> cada aluno o que era “lixo”<br />

<strong>de</strong>ntre aqueles materiais apresentados. As respostas foram anotadas na lousa.<br />

Depois da gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> respostas, estas foram discutidas e <strong>de</strong>batido o<br />

princípio dos 3R’s;<br />

• Além da visão pessoal <strong>de</strong> cada aluno sobre o “lixo”, foi apresentado o<br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação dos resíduos na natureza e o impacto que isto provoca <strong>para</strong> o<br />

meio ambiente a sustentabilida<strong>de</strong> das gerações futuras. Também foi abordada a<br />

importância <strong>de</strong> se aplicar o que apren<strong>de</strong>ram no cotidiano familiar (Figura 4).<br />

FIGURA 4- Alunos realizando a oficina<br />

3.2.2 Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Divulgação<br />

Formou-se uma equipe <strong>de</strong> alunos <strong>para</strong> atuar<strong>em</strong> nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

divulgação e manutenção do projeto, confeccionando murais com notícias sobre<br />

resíduos sólidos, 3R’s, coleta seletiva e compostag<strong>em</strong>. Materiais como cartazes e<br />

informativos fizeram parte do trabalho inicial, e foram afixados no pátio da escola<br />

como mostra a Figura 5.


35<br />

FIGURA 5 – Painel mostrando as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> divulgação<br />

3.2.3 Ativida<strong>de</strong>s durante o recreio<br />

Durante o recreio fez-se um momento <strong>de</strong> conscientização na escola sobre<br />

os resíduos gerados pelos próprios alunos. Isto implicou na visualização do lixo<br />

produzido na escola e possíveis alternativas <strong>para</strong> seu <strong>de</strong>stino e reciclag<strong>em</strong>. Por uma<br />

s<strong>em</strong>ana os alunos (<strong>em</strong> grupo <strong>de</strong> cinco) coletaram os resíduos gerados no intervalo.<br />

Ao final da s<strong>em</strong>ana foram feitas a análise e discussão sobre o “lixo” produzido na<br />

escola e após a classificação e se<strong>para</strong>ção dos resíduos <strong>em</strong> recicláveis ou não, foram<br />

dadas as seguintes questões <strong>para</strong> posterior <strong>de</strong>bate:<br />

- É significativa a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “lixo” produzida <strong>em</strong> minha escola<br />

- De que forma eu posso contribuir <strong>para</strong> a diminuição da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

“lixo” produzida <strong>em</strong> minha escola


36<br />

Em seguida os grupos voltaram a se reunir <strong>para</strong> incorporar as discussões<br />

que foram feitas coletivamente e pre<strong>para</strong>ram a próxima etapa que foi a confecção do<br />

painel. Os grupos selecionaram as informações e reflexões que consi<strong>de</strong>raram mais<br />

significativas e estas foram expostas <strong>para</strong> toda a escola.<br />

3.2.4 Compostag<strong>em</strong><br />

Nesta prática preten<strong>de</strong>u-se mostrar como um resíduo que po<strong>de</strong> ser um<br />

probl<strong>em</strong>a no lixo, po<strong>de</strong> se tornar um ótimo “adubo” apenas pelo uso <strong>de</strong> uma técnica<br />

simples: a compostag<strong>em</strong>. Além disso preten<strong>de</strong>u-se mostrar que alguns componentes<br />

do lixo <strong>de</strong>gradam-se rapidamente e outros <strong>de</strong>moram muitos e muitos anos <strong>para</strong> se<br />

<strong>de</strong>compor<strong>em</strong>. Assim fez-se uma experiência sobre <strong>de</strong>gradação utilizando metais,<br />

plásticos e vidro e ao final <strong>de</strong> 3 meses observou-se quais os que <strong>de</strong>gradaram e os<br />

que não <strong>de</strong>gradaram. (Figuras 6 e 7). Este momento serviu <strong>para</strong> retomar a<br />

discussão sobre o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida dos resíduos sólidos no “lixo” e as conseqüências<br />

<strong>para</strong> o meio ambiente às futuras gerações.


37<br />

FIGURA 6 – Alunos confeccionando a composteira na escola.<br />

FIGURA 7 – Resíduos utilizados <strong>para</strong> mostrar a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> lixo <strong>de</strong>scartados no dia a dia nos domicílios.


38<br />

Na compostag<strong>em</strong> foram acumulados os resíduos orgânicos produzidos <strong>de</strong>ntro<br />

da unida<strong>de</strong> escolar e também <strong>em</strong> suas residências. A compostag<strong>em</strong> foi realizada<br />

junto com os alunos e a cada dois dias era feita a aeração do composto através <strong>de</strong><br />

revolvimento da massa <strong>de</strong> resíduos e verificada a t<strong>em</strong>peratura do processo. O<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> composteira utilizado foi o do tipo leira e o composto produzido foi<br />

utilizado <strong>para</strong> confecção <strong>de</strong> canteiros <strong>de</strong>stinados ao plantio <strong>de</strong> flores, ervas<br />

medicinais e t<strong>em</strong>peros. Ao final <strong>de</strong>sta prática fez-se uma reflexão sobre o quanto se<br />

t<strong>em</strong> <strong>de</strong> resíduo orgânico no “lixo” domiciliar e os benefícios gerados pela prática da<br />

compostag<strong>em</strong> nas residências.<br />

3.2.5 Família<br />

Fez-se um questionário <strong>para</strong> avaliar o grau <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> cada<br />

família sobre o “lixo” produzido <strong>em</strong> suas residências, o qual continha as seguintes<br />

questões:<br />

causar<br />

- Como você <strong>de</strong>fine “lixo” ou resíduo<br />

- Você acha que qualquer resíduo po<strong>de</strong> ser reaproveitado<br />

- Você sabe como é feita a coleta <strong>de</strong> “lixo” <strong>em</strong> sua cida<strong>de</strong><br />

- Você sabe como funciona a coleta seletiva <strong>para</strong> a reciclag<strong>em</strong><br />

- Sobre da disposição ina<strong>de</strong>quada do “lixo”, você sabe o que po<strong>de</strong><br />

3.2.6 Destino dos Resíduos da Unida<strong>de</strong> escolar<br />

A cada dia um grupo <strong>de</strong> no máximo cinco alunos, acompanhou o trabalho<br />

das serventes <strong>de</strong>ntro da unida<strong>de</strong> escolar com o intuito <strong>de</strong> observar como era feito o<br />

acondicionamento e qual seria o <strong>de</strong>stino dado aos resíduos gerados na escola. Em


39<br />

seguida a turma apresentou os resultados <strong>de</strong> suas observações ao gran<strong>de</strong> grupo.<br />

Alguns <strong>de</strong>sses “lixos” produzidos na Unida<strong>de</strong> Escolar foram utilizados na confecção<br />

<strong>de</strong> porta-retrato, porta-lápis, <strong>em</strong>balagens <strong>para</strong> presente, bolsas e brinquedos simples<br />

e educativos. Em seguida estes alunos passaram nas salas <strong>para</strong> apresentar<strong>em</strong> os<br />

seus trabalhos aos outros alunos da escola e também explicar que muito do “lixo”<br />

jogado fora po<strong>de</strong> ser reaproveitado <strong>para</strong> confecção <strong>de</strong> artesanato. Esta prática<br />

buscou formar “agentes ambientais” ou multiplicadores, atuantes na escola mesmo<br />

após o período <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong>ste projeto. (Figura 8).<br />

FIGURA 8- Alunos mostrando o que confeccionaram a partir do lixo.<br />

3.2.7 Visita ao Centro <strong>de</strong> Triag<strong>em</strong> do Município<br />

Foi feita uma visita à <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> do município <strong>de</strong> Turvo/SC,<br />

<strong>para</strong> visualizar como é realizada a coleta seletiva do “lixo”, ressaltando-se a


40<br />

importância <strong>de</strong> se<strong>para</strong>r os resíduos <strong>em</strong> suas residências (Figura 9). Destacou-se<br />

também a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos que po<strong>de</strong>m ser coletados por uma prática simples<br />

como a coleta seletiva e que reduzindo, reutilizando e reciclando se está poupando<br />

os recursos naturais e com isso contribuindo <strong>para</strong> preservação <strong>de</strong> nosso planeta.<br />

Neste visita fez-se também uma breve explanação dos perigos representados pela<br />

disposição ina<strong>de</strong>quada dos resíduos sólidos e sobre a conscientização do educando<br />

no sentido <strong>de</strong> que propagu<strong>em</strong> a idéia dos 3R’s.<br />

FIGURA 9- Visita ao centro <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> no município <strong>de</strong> Turvo/SC.<br />

3.2.8 Visita ao Supermercado<br />

Trabalhando os 3R’s com os alunos, estes foram levados <strong>para</strong> o<br />

supermercado da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC <strong>para</strong> supostas compras. Esta prática foi feita


41<br />

se<strong>para</strong>ndo-os <strong>em</strong> pequenos grupos, os quais anotavam o que iriam comprar. Os<br />

dados <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>stas anotações seriam utilizados <strong>para</strong> discussão <strong>em</strong> sala <strong>de</strong><br />

aula, pelo gran<strong>de</strong> grupo, através dos seguintes questionamentos:<br />

- O que po<strong>de</strong>mos reduzir na hora da compra<br />

- Daquilo que foi comprado, o que se po<strong>de</strong> reutilizar<br />

- Dos materiais que não po<strong>de</strong>m mais ser reutilizados, o que e <strong>de</strong> que<br />

forma se po<strong>de</strong> reciclar<br />

Depois da visita ao supermercado houve também um <strong>de</strong>bate sobre como<br />

somos levados a comprar o <strong>de</strong>snecessário. Que muitos resíduos <strong>de</strong>scartados no<br />

“lixo” po<strong>de</strong>riam ser evitados.<br />

3.2.9 Dramatização<br />

Para melhor vivenciar o <strong>de</strong>scarte dos resíduos e a relação com o ser<br />

humano, montou-se uma peça teatral baseada na crônica ”lixo”, <strong>de</strong> Luís Fernando<br />

Veríssimo. Inicialmente perguntou-se qu<strong>em</strong> gostaria <strong>de</strong> fazer parte dos personagens<br />

que seriam <strong>para</strong> duas pessoas (um hom<strong>em</strong> e uma mulher) e o restante ficaria então<br />

com a parte da confecção e montag<strong>em</strong> do cenário. Prontamente dois alunos se<br />

dispuseram a participar (Figura 10) e assim, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> feitos todos os pre<strong>para</strong>tivos<br />

<strong>em</strong> uma outra aula, <strong>de</strong>u-se início à peça, que t<strong>em</strong> como roteiro o texto que segue<br />

abaixo.


42<br />

FIGURA 10 - Alunos interpretando a crônica “lixo”.<br />

LIXO<br />

Encontram-se na área <strong>de</strong> serviço. Cada um com seu pacote <strong>de</strong> lixo. E a<br />

primeira vez que se falam.<br />

- Bom dia...<br />

- Bom dia.<br />

- A senhora é do 610<br />

- E o senhor é do 612<br />

- É.<br />

- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...<br />

- Pois é...<br />

- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...<br />

- O meu o quê<br />

- O seu lixo.<br />

- Ah...<br />

- Reparei que nunca é muito. Sua família <strong>de</strong>ve ser pequena...


43<br />

- Na verda<strong>de</strong> sou só eu.<br />

- Mmmm. Notei também que o senhor usa comida <strong>em</strong> lata.<br />

- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei<br />

cozinhar...<br />

- Entendi.<br />

- A senhora também...<br />

- Me chame <strong>de</strong> você.<br />

- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos<br />

<strong>de</strong> comida <strong>em</strong> seu lixo. Champignons, coisa assim...<br />

- É que eu gosto muito <strong>de</strong> cozinhar. Fazer pratos diferentes.<br />

- Mas como moro sozinha, às vezes sobra...<br />

- A senhora...Você t<strong>em</strong> família<br />

- Tenho, mas não aqui.<br />

- No Espírito Santo<br />

- Como é que você sabe<br />

- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.<br />

- É. Mamãe escreve todas as s<strong>em</strong>anas.<br />

- Ela é professora<br />

- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou<br />

- Pela letra no envelope. Achei que era letra <strong>de</strong> professora.<br />

- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.<br />

- Pois é...<br />

- No outro dia tinha um envelope <strong>de</strong> telegrama amassado.<br />

- É.<br />

- Más notícias


44<br />

- Meu pai. Morreu.<br />

- Sinto muito.<br />

- Ele já estava b<strong>em</strong> velhinho. Lá no sul. Há t<strong>em</strong>pos não nos víamos.<br />

- Foi por isso que você recomeçou a fumar<br />

- Como é que você sabe<br />

- De um dia <strong>para</strong> outro começaram a parecer carteiras <strong>de</strong> cigarro<br />

amassadas no seu lixo.<br />

- É verda<strong>de</strong>. Mas consegui <strong>para</strong>r outra vez.<br />

- Eu, graças a Deus, nunca fumei.<br />

- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos <strong>de</strong> comprimido no seu lixo...<br />

- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.<br />

- Você brigou com seu namorado certo<br />

- Isso você também <strong>de</strong>scobriu no lixo<br />

- Primeiro o buquê <strong>de</strong> flores, com cartãozinho, jogado fora.<br />

- Depois muito lenço <strong>de</strong> papel.<br />

- É, chorei bastante, mas já passou.<br />

- Mas hoje ainda t<strong>em</strong> uns lencinhos...<br />

- É que eu estou com um pouco <strong>de</strong> coriza.<br />

- Ah.<br />

- Vejo muita revista <strong>de</strong> palavra cruzada no seu lixo.<br />

- É sim. Eu fico muito <strong>em</strong> casa. Não saio muito. Sabe como é.<br />

- Namorada<br />

- Não.<br />

- Mas há uns dias tinha uma fotografia <strong>de</strong> mulher no seu lixo. Até<br />

bonitinha.


45<br />

- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.<br />

- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que<br />

ela volte.<br />

- Você já está analisando o meu lixo!<br />

- Não posso negar que o seu lixo me interessou.<br />

- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, <strong>de</strong>cidi que gostaria <strong>de</strong><br />

conhecê-la. Acho que foi a poesia.<br />

- Não! Você viu meus po<strong>em</strong>as<br />

- Vi e gostei muito.<br />

- Mas são muito ruins!<br />

- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam<br />

dobrados.<br />

- Se eu soubesse que você ia ler...<br />

- Só fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se b<strong>em</strong> que, não<br />

sei: o lixo da pessoa ainda é proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>la<br />

- Acho que não. Lixo é domínio público.<br />

- Você t<strong>em</strong> razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que<br />

sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário.<br />

É a nossa parte mais social. Será isso<br />

- Bom, aí você está indo fundo <strong>de</strong>mais no lixo. Acho que...<br />

- Ont<strong>em</strong>, no seu lixo...<br />

- O quê<br />

- Me enganei, ou eram cascas <strong>de</strong> camarão<br />

- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e <strong>de</strong>scasquei.<br />

- Eu adoro camarão.


46<br />

- Descasquei mas ainda não comi...Qu<strong>em</strong> sabe a gente po<strong>de</strong>...<br />

- Jantar juntos<br />

- É.<br />

- Não quero dar trabalho.<br />

- trabalho nenhum.<br />

- Vai sujar a sua cozinha.<br />

- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.<br />

- No seu lixo ou no meu<br />

(Luís Fernando Veríssimo)<br />

3.2.10 Ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> Sala <strong>de</strong> Aula<br />

Estas ativida<strong>de</strong>s foram uma adaptação das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritas por<br />

ADAMS (2003), no processo <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong> e compunham-se das seguintes<br />

práticas:<br />

a) Para esta ativida<strong>de</strong> os alunos formaram grupos <strong>de</strong> dois indivíduos cada<br />

e se reuniram <strong>em</strong> círculo e <strong>em</strong> seguida foi feita uma pilha <strong>de</strong> “lixo” seco no meio do<br />

gran<strong>de</strong> grupo. Nesta prática o “lixo” <strong>de</strong>ve ter resíduos que se sub-agrup<strong>em</strong> e que<br />

sejam proporcionais ao número <strong>de</strong> participantes, como por ex<strong>em</strong>plo:<br />

- 5 tampas plásticas;<br />

- 5 garrafas PET;<br />

- 5 caixas <strong>de</strong> suco longa vida;<br />

- 5 potes <strong>de</strong> vidro;<br />

- 5 copos <strong>de</strong>scartáveis.<br />

Iniciou-se a aula com um texto reflexivo sobre “lixo”, no caso uma notícia<br />

<strong>de</strong> jornal. Aqui também po<strong>de</strong> ser utilizado um artigo ou história. Pediu-se <strong>para</strong> os


47<br />

alunos observar<strong>em</strong> o “lixo” que estava ali no centro do grupo e cada participante foi<br />

convidado a escolher um dos seus el<strong>em</strong>entos. Os grupos foram distribuídos <strong>de</strong><br />

acordo com o tipo <strong>de</strong> resíduo escolhido.<br />

Após ter<strong>em</strong> se agrupado, fez-se os seguintes questionamentos <strong>para</strong><br />

análise dos grupos:<br />

- T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição;<br />

- Impacto causado pela produção da <strong>em</strong>balag<strong>em</strong>;<br />

- Qual o slogam publicitário;<br />

- Qual opção <strong>para</strong> reutilização do material;<br />

- Apresentação da análise pelo gran<strong>de</strong> grupo.<br />

b) Dividiu-se a turma <strong>em</strong> quatro grupos. Apresentou-se, <strong>para</strong> cada grupo,<br />

a seguinte questão:<br />

Uma comunida<strong>de</strong> v<strong>em</strong> enfrentando probl<strong>em</strong>as com o lixo. As pessoas<br />

<strong>de</strong>spejam o lixo <strong>em</strong> terrenos baldios e, quando chove muito, esse lixo se espalha<br />

pelas ruas. Após a chuva é aquele caos. Alguém v<strong>em</strong> pedir a ajuda <strong>de</strong> vocês <strong>para</strong><br />

resolver o probl<strong>em</strong>a. O que vocês fariam <strong>para</strong> ajudar<br />

Cada grupo <strong>de</strong>bateu sobre a questão apresentada e elaborou uma<br />

apresentação, <strong>de</strong> forma criativa. No painel, que po<strong>de</strong> ser <strong>em</strong> cartolina ou papel<br />

pardo, eles escreveram as sugestões que encontraram <strong>para</strong> amenizar o probl<strong>em</strong>a.<br />

Ao final do trabalho foi solicitado que cada grupo apresentasse e explicasse o seu<br />

painel.<br />

c) Esta ativida<strong>de</strong> constituiu <strong>em</strong> relacionar o maior número possível <strong>de</strong><br />

materiais <strong>de</strong>scartáveis e montar uma tabela relacionando o material, a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>


48<br />

seu uso e possíveis alternativas <strong>para</strong> substituí-lo por outros não <strong>de</strong>scartáveis, ou<br />

medidas <strong>para</strong> diminuir seu consumo. Após a confecção da tabela houveram <strong>de</strong>bates<br />

e a conclusão <strong>de</strong> cada grupo sobre os dados obtidos, enfocando principalmente a<br />

redução <strong>de</strong> resíduos.<br />

3.2.11 Avaliação da <strong>proposta</strong><br />

A avaliação da <strong>proposta</strong> feita <strong>para</strong> os alunos da terceira série da<br />

E.E.B.João Colo<strong>de</strong>l da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC foi realizada através <strong>de</strong> questionário<br />

aplicado antes e <strong>de</strong>pois da realização das ativida<strong>de</strong>s <strong>proposta</strong>s. A aplicação do<br />

questionário após a realização das ativida<strong>de</strong>s não foi comunicada anteriormente<br />

<strong>para</strong> não induzir respostas pré-elaboradas. Este questionário buscou reunir<br />

informações sobre as questões ambientais relacionadas aos resíduos sólidos e o<br />

conhecimento <strong>de</strong>les sobre coleta seletiva, compostag<strong>em</strong>, visão pessoal do “lixo”,<br />

recursos naturais, <strong>de</strong>stino do “lixo”, reciclag<strong>em</strong> etc, conforme APÊNDICE 1.


49<br />

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS<br />

A <strong>proposta</strong> pedagógica elaborada <strong>para</strong> a Escola <strong>de</strong> Educação Básica<br />

João Colo<strong>de</strong>l envolveu 61 alunos referentes às duas turmas aqui <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong><br />

turma A e turma B.<br />

Os resultados advindos <strong>de</strong>ste estudo referiram-se a observações no pátio<br />

da escola, expansão do programa <strong>para</strong> outras esferas da socieda<strong>de</strong> civil, ao<br />

engajamento dos alunos <strong>em</strong> ativida<strong>de</strong>s relacionadas a coleta seletiva e<br />

principalmente ao questionário aplicado aos alunos antes e <strong>de</strong>pois da <strong>proposta</strong><br />

pedagógica.<br />

Para melhor visualizar os resultados do questionário acima <strong>de</strong>scrito, estes<br />

são tratados por turma <strong>de</strong> alunos trabalhada, ou seja, turma A e turma B.<br />

a) Turma A<br />

1- A respeito da questão que tratava sobre como eles viam o lixo, antes da aplicação<br />

do programa 46,42% achavam que o lixo po<strong>de</strong>ria ser reaproveitado enquanto<br />

53,58% <strong>de</strong>screveram que o lixo representava sujeira ou algo que não se quer mais.<br />

Após a realização do programa, observou-se que houve uma significativa mudança<br />

<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, sendo que 78,57% já estão cientes <strong>de</strong> que o lixo proveniente <strong>de</strong> suas<br />

residências e escola servirá então como matéria-prima <strong>para</strong> a transformação <strong>de</strong><br />

novos produtos.<br />

2- A respeito da questão que tratava do que é lixo <strong>de</strong> fato, antes do programa,<br />

64,28% tinham conhecimento a respeito, enquanto 35,72% consi<strong>de</strong>rava que o lixo<br />

não po<strong>de</strong>ria ser reaproveitado. Após a aplicação do programa 89,28% já acha que o<br />

lixo po<strong>de</strong> ser reaproveitado <strong>de</strong> alguma forma e até mesmo reciclado. Somente<br />

10,72% ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> a utilida<strong>de</strong> do lixo. Esta conscientização <strong>de</strong>u-se


50<br />

principalmente a partir do momento <strong>em</strong> que se mostrou a transformação do lixo <strong>em</strong><br />

materiais como: porta-retrato, porta-caneta, bolsinhas, etc, além da visita a central<br />

<strong>de</strong> triag<strong>em</strong>.<br />

3- A respeito da questão que tratava se os alunos faziam coleta seletiva <strong>em</strong> suas<br />

residências. A análise do questionário mostrou que antes da aplicação da <strong>proposta</strong><br />

17,90% faziam coleta seletiva e após o programa este índice subiu <strong>para</strong> 67,85%.<br />

Isto <strong>de</strong>monstra que houve uma a<strong>de</strong>são dos alunos quanto à questão da coleta<br />

seletiva e a importância da realização <strong>de</strong>sta tanto, <strong>em</strong> suas residências quanto <strong>em</strong><br />

âmbito escolar. Um ponto importante neste resultado foi a visita a central <strong>de</strong> triag<strong>em</strong><br />

da prefeitura, montada recent<strong>em</strong>ente, na qual os alunos se mostraram perplexos<br />

com a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria-prima que po<strong>de</strong> ser retirada do “lixo” e que eles<br />

normalmente não o faziam.<br />

4- Com relação ao conhecimento do processo <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong>, antes do programa<br />

pedagógico, apenas 1,12% faziam compostag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>pois do programa esta<br />

porcentag<strong>em</strong> foi <strong>de</strong> 3,64%. Embora o número <strong>de</strong> alunos que passaram a realizar a<br />

compostag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>pois do programa pedagógico, ainda é pequeno quando<br />

consi<strong>de</strong>rado os probl<strong>em</strong>as ambientais que estes resíduos causam e a gran<strong>de</strong><br />

parcela que eles representam no lixo domiciliar, o acréscimo <strong>em</strong> porcentag<strong>em</strong> foi <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 100%, o que é significativo. Observou-se que a maioria dos alunos, antes do<br />

programa, sabiam o que é compostag<strong>em</strong>, mas não o faziam <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> hábito<br />

e por ter<strong>em</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> visualizar os probl<strong>em</strong>as que o lixo orgânico po<strong>de</strong> causar<br />

a saú<strong>de</strong> humana, se <strong>de</strong>scartado incorretamente ou mesmo as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

tratamento dos líquidos advindos <strong>de</strong>les, quando dispostos <strong>em</strong> aterro sanitário. Um<br />

outro fator envolvido neste baixo índice <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que<br />

n<strong>em</strong> toda residência possui espaço <strong>para</strong> realizar este tipo <strong>de</strong> prática. Estes dados


51<br />

po<strong>de</strong>m ser indicativos do gran<strong>de</strong> impasse que representa a compostag<strong>em</strong> dos<br />

resíduos orgânicos <strong>em</strong> programas <strong>de</strong> coleta seletiva junto a população.<br />

5- Antes da realização do programa, 71,43% achavam que o lixo po<strong>de</strong>ria trazer<br />

probl<strong>em</strong>as e 28,57% não sabiam. Depois da aplicação do programa observou-se<br />

que houve um avanço, pois 82,14% já sab<strong>em</strong> que o lixo po<strong>de</strong> causar probl<strong>em</strong>as<br />

como doenças, poluição, enchentes e 17,86% ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> os probl<strong>em</strong>as<br />

que o lixo po<strong>de</strong> causar se colocado <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada no ambiente. Houve um<br />

certo questionamento por parte dos alunos sobre quais doenças o lixo po<strong>de</strong>ria gerar.<br />

Isto <strong>de</strong>monstra que os alunos, após a aplicação do programa, começaram a se<br />

preocupar com as conseqüências geradas pelo lixo quando acumulado e colocado<br />

<strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada no ambiente.<br />

6- Esta questão procurou investigar se os alunos sabiam <strong>para</strong> on<strong>de</strong> eram<br />

encaminhados os resíduos produzidos por eles. Antes do programa, 60,71% tinham<br />

conhecimento a respeito e 39,29% <strong>de</strong>sconheciam este <strong>de</strong>stino. Após a aplicação do<br />

programa observa-se que 92,85% já têm consciência do <strong>de</strong>stino dado aos seus<br />

resíduos.<br />

7- Quanto a questão que tratava da redução na produção <strong>de</strong> resíduos, antes do<br />

programa, 75% só comprariam o necessário, s<strong>em</strong> muita <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> <strong>para</strong> evitar o<br />

<strong>de</strong>sperdício e 25% não sabiam o que fazer <strong>para</strong> produzir menos lixo. Após a<br />

aplicação do programa, com visita ao supermercado da cida<strong>de</strong> <strong>para</strong> posterior<br />

compras e análise do que tinham comprado, percebe-se que houve um avanço na<br />

conscientização <strong>de</strong>les, sendo que 85,71% só comprariam o necessário e 14,29%<br />

ainda não sab<strong>em</strong> o que fazer <strong>para</strong> produzir menos lixo.<br />

8- A respeito da questão que tratava <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vinha o lixo, antes da aplicação do<br />

programa a maioria <strong>de</strong>sconhecia esse fato e somente 32,15% sabiam. Após a


52<br />

aplicação da <strong>proposta</strong> houve um significativo aumento das informações, sendo que<br />

agora 82,14% já t<strong>em</strong> conhecimento <strong>de</strong> que o lixo é proveniente das casas,<br />

comércios , hospitais etc...<br />

9- Quanto a orig<strong>em</strong> do papel, plástico, vidro e metal, 20,87% sabiam <strong>de</strong> on<strong>de</strong> eles<br />

vêm e 79,13% <strong>de</strong>sconheciam totalmente. Após a aplicação da <strong>proposta</strong>, 89,28%<br />

assimilaram a informação, pois agora já sab<strong>em</strong> que o plástico v<strong>em</strong> do petróleo, o<br />

metal da bauxita e o vidro da extração da areia. As práticas utilizadas nas oficinas<br />

po<strong>de</strong>m ter tido um papel importante na aquisição <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> conhecimento.<br />

10- Indagados sobre a relação entre lixo e recursos naturais, 14,28% respon<strong>de</strong>ram<br />

a<strong>de</strong>quadamente. Após a aplicação, este índice aumentou <strong>para</strong> 50%, mostrando que<br />

as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas são importantes <strong>para</strong> que eles visualiz<strong>em</strong> a importância<br />

<strong>de</strong> se reduzir, reutilizar e reciclar o lixo <strong>de</strong>scartado.<br />

11- Antes da aplicação do programa, havia pouco conhecimento do que seriam os<br />

3R´s, ou seja, 35,72% sabiam do que se tratava. Mas após o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

programa 96,42% compreen<strong>de</strong>ram a importância <strong>de</strong> se reduzir, pois assim estariam<br />

diminuindo o lixo produzido e só utilizando o necessário e s<strong>em</strong> exageros.<br />

Reutilizando estariam dando nova vida aos resíduos, que na maioria das vezes<br />

seriam consi<strong>de</strong>rados inúteis e, reciclando os resíduos seriam fabricados novos<br />

produtos.<br />

12- Com relação ao <strong>de</strong>stino a<strong>de</strong>quado dos seus resíduos, 78,57% achavam que seu<br />

lixo <strong>de</strong>veria ser encaminhado <strong>para</strong> um centro <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> enquanto que 21,43%<br />

não tinham noção <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>stino. Após a aplicação do programa, observa-se que<br />

89,28% já sab<strong>em</strong> que os resíduos provenientes das ativida<strong>de</strong>s domésticas <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />

ser encaminhados <strong>para</strong> um centro <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> <strong>para</strong> ser<strong>em</strong> transformados <strong>em</strong><br />

novos produtos.


53<br />

13- Na questão que tratava do que era lixo orgânico e inorgânico, antes do programa<br />

apenas 17,28% sabiam o que era e 82,72% <strong>de</strong>sconheciam totalmente. Após a<br />

realização da <strong>proposta</strong>, nota-se que eles tiveram dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> assimilar os<br />

conceitos quanto a este assunto, pois apenas 35,71% assimilaram as informações.<br />

14- Com relação ao conhecimento sobre os benefícios da reciclag<strong>em</strong> antes do<br />

programa, 50% conheciam os benefícios e 50% <strong>de</strong>sconheciam. Após a aplicação do<br />

programa e visita a usina <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> no município <strong>de</strong> Turvo/SC, esta concepção<br />

mudou pois 92,85% passaram a ter conhecimento sobre tais benefícios.<br />

15- Antes <strong>de</strong> aplicar o programa, 50% foi consciente na escolha do tipo <strong>de</strong> material,<br />

restringindo-se mais ao copo <strong>de</strong> vidro. Por outro lado, 50% dos alunos tiveram uma<br />

escolha voltada <strong>para</strong> o <strong>de</strong>scartável e o novo. Após a realização da <strong>proposta</strong> houve<br />

apropriação <strong>de</strong> conhecimento com relação a esta questão, pois 92,85% fizeram suas<br />

escolhas <strong>de</strong>ntro do princípios do 3R´s, ou seja, optando por bens duráveis ou que<br />

pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> ser reutilizados.<br />

16- A respeito da questão que tratava sobre a disposição final dos resíduos sólidos,<br />

antes <strong>de</strong> aplicar a <strong>proposta</strong>, 3,57% tinham conhecimento dos métodos e 96,43%<br />

<strong>de</strong>sconheciam totalmente. Mas após a aplicação do programa e ví<strong>de</strong>os informativos,<br />

observou-se que 92,85% assimilaram a informação quanto as várias formas <strong>de</strong><br />

disposição dos resíduos sólidos.<br />

b)Turma B<br />

1- A respeito da questão que tratava da visão <strong>de</strong>les sobre o lixo, antes da aplicação<br />

do programa, 39,39% viam o lixo como algo que é possível reaproveitar e 60,61%<br />

viam como sujeira, aquilo que não se aproveita mais. Por outro lado, após aplicação<br />

da <strong>proposta</strong> observou-se que houve uma mudança <strong>de</strong> concepção, sendo que agora


54<br />

69,69% já sab<strong>em</strong> que o lixo po<strong>de</strong>rá ser transformado <strong>em</strong> outros produtos. A visita à<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC po<strong>de</strong> ter contribuído <strong>para</strong> este<br />

incr<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> conhecimento.<br />

2- Dentre os alunos questionados sobre a questão que tratava se tudo que se joga<br />

fora po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rado lixo, antes da realização do programa, 75,75%<br />

achavam que tudo o que se joga fora não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado lixo e após a<br />

realização do programa houve uma sensibilização, sendo que 93,93% sab<strong>em</strong> que<br />

lixo, não necessariamente, é tudo aquilo que vai <strong>para</strong> a lixeira nas residências.<br />

3- A respeito da questão que tratava se os alunos faziam a coleta seletiva <strong>em</strong> suas<br />

residências. A análise do questionário mostrou que 21,21% realizavam coleta<br />

seletiva e 78,79% não. Após a aplicação do programa este índice continuou o<br />

mesmo. Este índice po<strong>de</strong> estar relacionado ao fato <strong>de</strong> que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC<br />

ainda se encontrava, na época da realização <strong>de</strong>sta pesquisa, <strong>em</strong> fase <strong>de</strong><br />

implantação <strong>de</strong> coleta seletiva e <strong>de</strong> que n<strong>em</strong> todos os bairros dispunham <strong>de</strong> coleta<br />

<strong>para</strong> os recicláveis.<br />

4- Com relação ao conhecimento do processo <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong>, antes do programa<br />

pedagógico, apenas 1,98% faziam a compostag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>pois do programa, esta<br />

porcentag<strong>em</strong> foi <strong>de</strong> 4,29%. Embora o número <strong>de</strong> alunos que passaram a realizar a<br />

compostag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>pois do programa pedagógico, ainda é pequena quando<br />

consi<strong>de</strong>rado os probl<strong>em</strong>as ambientais, o acréscimo <strong>em</strong> porcentag<strong>em</strong> foi significativo.<br />

5- Antes da realização do programa, 72,72% relataram que o lixo po<strong>de</strong>ria causar<br />

doenças, poluição e enchentes e 27,28% não sabiam. Após a aplicação do<br />

programa houve uma maior sensibilização pelos alunos, sendo que agora 87,87%<br />

<strong>de</strong>les enten<strong>de</strong>m que o lixo po<strong>de</strong> causar probl<strong>em</strong>as e 12,13% ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong><br />

totalmente este fato.


55<br />

6- Esta questão procurou investigar se os alunos sabiam <strong>para</strong> on<strong>de</strong> eram<br />

encaminhados os seus resíduos. Antes do programa, 45,46% dos alunos<br />

<strong>de</strong>sconheciam o <strong>de</strong>stino final dos resíduos sólidos <strong>de</strong> suas residências. Mas <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> aplicar o programa, vê-se que o conhecimento cresceu <strong>para</strong> 84,84%, sendo que<br />

a maioria foi sensibilizada e sab<strong>em</strong> agora <strong>para</strong> on<strong>de</strong> o seu lixo é encaminhado.<br />

7- Quanto a questão que tratava da redução na produção <strong>de</strong> resíduos, antes do<br />

programa, 57,57% só comprariam o necessário s<strong>em</strong> <strong>de</strong>sperdício e 42,43% não<br />

sabiam o que fazer <strong>para</strong> produzir menos lixo. Após a aplicação do programa e com<br />

visita ao supermercado da cida<strong>de</strong>, nota-se que este índice subiu, sendo que agora<br />

81,81% só comprariam o necessário e 18,19% ainda não sab<strong>em</strong> o que fazer <strong>para</strong><br />

produzir menos lixo. As visitas ao supermercado <strong>para</strong> posterior compras e após<br />

<strong>de</strong>bates <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, po<strong>de</strong>m ter contribuído muito <strong>para</strong> esta mudança <strong>de</strong> visão<br />

dos alunos.<br />

8- Quanto ao conhecimento da orig<strong>em</strong> dos resíduos, antes da aplicação da <strong>proposta</strong><br />

a maioria <strong>de</strong>sconhecia <strong>de</strong> on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> o lixo e apenas 27,27% sabiam. Após a<br />

aplicação da <strong>proposta</strong>, houve um aumento significativo <strong>de</strong> conhecimento, sendo que<br />

agora a maioria <strong>de</strong>les sab<strong>em</strong> que o lixo v<strong>em</strong> dos domicílios, comércio, etc...<br />

9- A respeito da questão que tratava do tipo <strong>de</strong> recurso natural do qual são<br />

originados os resíduos, antes da aplicação do programa, 12,12% sabiam e 87,88%<br />

não sabiam. Após a realização do programa observa-se que 57,57% já sab<strong>em</strong> que o<br />

plástico é proveniente do petróleo, o metal da bauxita e 42,43% ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong>.<br />

Um fator importante neste incr<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> conhecimento po<strong>de</strong> ter sido a realização da<br />

oficina com os diversos tipos <strong>de</strong> resíduos que compõ<strong>em</strong> o lixo domiciliar e que eles<br />

próprios <strong>de</strong>scartam, on<strong>de</strong> foi mostrado o quanto t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>mora cada tipo <strong>de</strong> resíduo<br />

<strong>para</strong> se <strong>de</strong>compor na natureza.


56<br />

10- Com relação à questão que tratava sobre a relação entre recursos naturais e<br />

lixo, nota-se que somente 9,09% dos alunos sabiam <strong>de</strong>sta relação e 90,91% não<br />

sabiam. Após aplicação do programa, este índice aumentou <strong>para</strong> 48,48%, sendo<br />

que foram sensibilizados sobre a importância <strong>de</strong> dar um outro <strong>de</strong>stino às matériasprimas<br />

contidas ali e que contribu<strong>em</strong> direta ou indiretamente <strong>para</strong> a economia <strong>de</strong><br />

recursos naturais.<br />

11- A questão que tratava sobre o que sabiam sobre redução, reutilização e<br />

reciclag<strong>em</strong>, antes do programa observa-se que 42,42% sabiam e 57,58% não<br />

sabiam. Mas após a aplicação do programa, 84,84% passaram a ter conhecimento<br />

sobre os 3R´s. Por estar<strong>em</strong> mais conscientes <strong>em</strong> preservar o meio ambiente e por<br />

conhecer<strong>em</strong> agora a acelerada <strong>de</strong>struição dos recursos naturais, eles parec<strong>em</strong><br />

enten<strong>de</strong>r que só reduzindo o consumo estariam contribuindo <strong>para</strong> a preservação do<br />

meio ambiente, reutilizando po<strong>de</strong>riam dar nova utilida<strong>de</strong> a materiais que po<strong>de</strong>riam<br />

ser inúteis e reciclando transformariam o lixo <strong>de</strong>scartado <strong>em</strong> novos produtos. B<strong>em</strong><br />

poucos ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> a importância do princípio dos 3R’s.<br />

12- Com relação ao <strong>de</strong>stino dos próprios resíduos, antes do programa, 66,66%<br />

achavam que os resíduos <strong>de</strong>veriam ser encaminhados <strong>para</strong> uma usina <strong>de</strong><br />

reciclag<strong>em</strong> e 33,34% respon<strong>de</strong>ram que não sabiam <strong>para</strong> on<strong>de</strong> os seus resíduos<br />

<strong>de</strong>veriam ser encaminhados. Mas após a aplicação do programa, viu-se que os<br />

alunos foram sensibilizados, sendo que agora 90,90% já sab<strong>em</strong> que o lixo <strong>de</strong>ve ser<br />

encaminhado <strong>para</strong> a reciclag<strong>em</strong>. Apenas 9,10% ainda não sab<strong>em</strong> <strong>para</strong> on<strong>de</strong> o lixo<br />

<strong>de</strong>ve ser encaminhado. Esta sensibilização foi auxiliada pela visita a usina <strong>de</strong><br />

reciclag<strong>em</strong> do município.<br />

13- Quanto a questão que tratava sobre lixo orgânico e inorgânico, antes <strong>de</strong> aplicar<br />

o programa 9,09% sabiam do que se tratava e 90,91 não sabiam. Após a realização


57<br />

do programa, 42,42% assimilaram a informação e 57,58% ainda não assimilaram.<br />

Isso <strong>de</strong>monstra que os alunos pouco trabalharam estas questões anteriormente,<br />

mesmo porque não havia programa <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong> municipal na cida<strong>de</strong> até a data<br />

<strong>de</strong> execução <strong>de</strong>sta <strong>proposta</strong>.<br />

14- Cabe <strong>de</strong>stacar aqui nesta questão que tanto antes como <strong>de</strong>pois do programa, os<br />

alunos já estavam sensibilizados quanto a questão dos benefícios da reciclag<strong>em</strong>.<br />

Sendo que antes do programa, 90,90% sabiam e 9,01% não sabiam. Após a<br />

realização da <strong>proposta</strong> este índice subiu <strong>para</strong> 93,94%.<br />

15- A respeito da questão que tratava sobre quais materiais seriam utilizados <strong>para</strong><br />

seu uso diário, observou-se que antes do programa 75,75% restringiram-se mais ao<br />

copo <strong>de</strong> vidro pois já têm o hábito <strong>de</strong> usar <strong>em</strong> suas residências e 25,25% não foram<br />

conscientes na escolha. Após a realização do programa, 81,81% foram conscientes<br />

na escolha e 18,19% ainda têm dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> escolher bens duráveis <strong>para</strong> o<br />

consumo ou adotar o hábito da reutilização no seu dia-a-dia.<br />

16- Nesta questão, que tratava da disposição final dos resíduos sólidos, antes da<br />

aplicação do programa nenhum dos alunos conheciam <strong>de</strong> fato o que era um lixão,<br />

aterro controlado, incineração e aterro sanitário. Após a aplicação do programa,<br />

mostrando ví<strong>de</strong>os informativos e outras informações, po<strong>de</strong>-se dizer que meta<strong>de</strong> dos<br />

alunos, ou seja, 48,48% assimilaram tais conceitos e consegu<strong>em</strong> portanto, enten<strong>de</strong>r<br />

melhor o <strong>de</strong>stino a<strong>de</strong>quado que se <strong>de</strong>ve dar aos resíduos sólidos. Embora uma<br />

gran<strong>de</strong> parte dos alunos sab<strong>em</strong> o que significa cada método <strong>de</strong> disposição, na<br />

questão 12, que trata da visão <strong>de</strong>le sobre o <strong>de</strong>stino do seu próprio lixo, a quase<br />

totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les vê<strong>em</strong> a reciclag<strong>em</strong> com este <strong>de</strong>stino, mas ainda não consegu<strong>em</strong><br />

relacionar a associação <strong>de</strong> outros métodos como os aterros sanitários <strong>para</strong> o <strong>de</strong>stino<br />

daquilo que não se t<strong>em</strong> como reutilizar ou reciclar naquela região. Isto po<strong>de</strong> estar


58<br />

relacionado ao fato <strong>de</strong> que nunca tiveram contato com tais práticas e conceitos<br />

antes <strong>de</strong>sta <strong>proposta</strong>.<br />

A TABELA 2 resume todas as respostas obtidas no questionário <strong>de</strong> avaliação<br />

da <strong>proposta</strong> <strong>para</strong> a turma A e turma B e mostra ainda, a evolução obtida com a<br />

aplicação da <strong>proposta</strong> <strong>para</strong> as questões elencadas.<br />

TABELA 2 : Levantamento <strong>de</strong> dados apontados junto as turmas A e B<br />

Questão/<br />

Turma A<br />

Turma B<br />

Resposta Antes Depois Antes Depois<br />

Sim 46,42% 78,57% 39,39% 69,69%<br />

1 Não 53,58% 21,43% 60,61% 30,31%<br />

Sim 64,28% 89,28% 75,75% 93,93%<br />

2 Não 35,72% 10,72% 24,25% 6,07%<br />

Sim 17,90% 67,85% 21,21% 21,21%<br />

3 Não 82,10% 32,15% 78,79% 78,79%<br />

Sim 1,12% 3,64% 1,98% 4,29%<br />

4 Não 98,88% 96,36% 98,02% 95,71%<br />

Sim 71,43% 82,14% 72,72% 87,87%<br />

5 Não 28,57% 17,86% 27,28% 12,13%<br />

Sim 60,71% 92,85% 45,45% 84,84%<br />

6 Não 39,29% 7,15% 54,55% 15,16%<br />

Sim 75% 85,71% 57,57% 81,81%<br />

7 Não 25% 14,29% 42,43% 18,19%<br />

Sim 32,15% 82,14% 27,27% 48,48%<br />

8 Não 67,85% 17,86% 72,73% 51,52%


59<br />

Questão/<br />

Turma A<br />

Turma B<br />

Resposta Antes Depois Antes Depois<br />

Sim 20,87% 89,28% 12,12% 57,57%<br />

9 Não 79,13% 10,72% 87,88% 42,43%<br />

Sim 14,28% 50% 9,09% 48,48%<br />

10 Não 85,72% 50% 90,91% 51,52%<br />

Sim 35,72% 96,42% 42,42% 84,84%<br />

11 Não 64,28% 3,58% 57,58% 15,16%<br />

Sim 78,57% 89,28% 66,66% 90,90%<br />

12 Não 21,43% 10,72% 33,34% 9,10%<br />

Sim 17,28% 35,71% 9,09% 42,42%<br />

13 Não 82,72% 64,29% 90,91% 57,58%<br />

Sim 50% 92,85% 90,90% 93,94%<br />

14 Não 50% 7,15% 9,01% 6,06%<br />

Sim 50% 92,85% 75,75% 81,81%<br />

15 Não 50% 7,15% 25,25% 18,19%<br />

Sim 3,57% 92,85% - 48,48%<br />

16 Não 96,43% 7,15% 100% 51,52%


60<br />

5 CONCLUSÕES<br />

Os resultados <strong>de</strong>ste trabalho mostraram mudanças na própria escola<br />

como: a adoção da prática da coleta seletiva e da compostag<strong>em</strong> e o envolvimento<br />

<strong>de</strong> professores na manutenção <strong>de</strong>stas práticas. Além disso, a <strong>proposta</strong> elaborada<br />

terá continuida<strong>de</strong> na U.E, fazendo parte do plano <strong>de</strong> ensino da turma do terceiro ano<br />

da escola, o que possibilitará a continuida<strong>de</strong> da <strong>proposta</strong>, que po<strong>de</strong>rá representar<br />

uma base <strong>para</strong> a diss<strong>em</strong>inação futura das ativida<strong>de</strong>s ali aplicadas e <strong>para</strong> a formação<br />

<strong>de</strong> multiplicadores com relação à prática dos 3R´s.<br />

Os resultados do questionário aplicado mostraram, <strong>de</strong> modo geral, que o<br />

processo <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong> é gradual, por isso o acréscimo <strong>de</strong> conhecimento<br />

não foi tão significativo <strong>para</strong> algumas questões. Por isso, este tipo <strong>de</strong> <strong>proposta</strong><br />

<strong>de</strong>veria ser aplicado <strong>em</strong> todas as séries da escola, <strong>de</strong> modo que o aluno, ao chegar<br />

no final do ensino médio (terceira série), já pu<strong>de</strong>sse ter tido um contato mais<br />

prolongado com as práticas elaboradas e os conceitos oferecidos. Por outro lado,<br />

mostra ainda que houve um consi<strong>de</strong>rável incr<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> conhecimento <strong>para</strong> a<br />

gran<strong>de</strong> maioria das questões elaboradas, o que mostra que estes alunos são<br />

receptivos aos conhecimentos oferecidos e ainda <strong>de</strong> que é possível e necessário<br />

trabalhar a mudança <strong>de</strong> conceitos no ensino, na construção <strong>de</strong> uma nova visão do<br />

cidadão e rumo a sustentabilida<strong>de</strong> dos recursos naturais e da vida no planeta.<br />

De modo geral, <strong>em</strong>bora os alunos tenham adquirido conhecimento sobre a<br />

importância da reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ntro do processo dos 3R´s, eles ainda têm dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> realizar, a compostag<strong>em</strong> <strong>em</strong> suas residências e poucos ainda faz<strong>em</strong> a coleta<br />

seletiva. Este fato, como <strong>de</strong>scrito no it<strong>em</strong> <strong>de</strong> resultados, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong><br />

espaço a<strong>de</strong>quado <strong>em</strong> suas residências <strong>para</strong> a compostag<strong>em</strong> e a ausência <strong>de</strong> um<br />

programa <strong>de</strong> coleta seletiva mais abrangente na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC. Porém, o fato


61<br />

<strong>de</strong> muitos dos alunos, após a aplicação <strong>de</strong>sta <strong>proposta</strong>, passar<strong>em</strong> a visualizar o<br />

“lixo” pela ótica dos 3R´s, como é <strong>de</strong>monstrado principalmente pelas questões 1, 11,<br />

12, 14 e 15 acima <strong>de</strong>scritas, indicam o potencial <strong>de</strong> transformação que representam<br />

as ativida<strong>de</strong>s elaboradas nesta <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> estudo no ensino.<br />

Depois <strong>de</strong>ssa experiência <strong>de</strong>senvolvida, a partir <strong>de</strong> um trabalho<br />

participativo, conclui-se ainda que o passo dado foi pequeno diante da tamanha<br />

responsabilida<strong>de</strong> que todos os cidadãos têm diante dos gran<strong>de</strong>s probl<strong>em</strong>as<br />

ambientais. Mais uma vez observa-se que é possível e necessária mudanças <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s que contribuam efetivamente <strong>para</strong> educar <strong>para</strong> a vida e a cidadania. A<br />

educação <strong>ambiental</strong> realmente <strong>de</strong>ve começar na escola, pois é aí que se formam os<br />

multiplicadores que irão propagar idéias que vê-se agora criando forma e<br />

expandindo-se cada vez mais longe e envolvendo mais pessoas interessadas <strong>em</strong><br />

fazer algo <strong>para</strong> preservar o meio ambiente.


62<br />

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APÊNDICES<br />

66


67<br />

APÊNDICE 1 – Questionário aplicado aos alunos antes e <strong>de</strong>pois da <strong>proposta</strong>.<br />

E.E.B.João Colo<strong>de</strong>l – Turvo/SC<br />

Data:______________________ Série:__________<br />

Nome_____________________________________<br />

1- Como você vê o lixo<br />

___________________________________________________________________<br />

2- Tudo o que você joga fora po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado lixo Justifique.<br />

___________________________________________________________________<br />

3- Você faz coleta seletiva <strong>em</strong> sua residência<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

4- Você sabe o que é compostag<strong>em</strong> Você faz compostag<strong>em</strong> <strong>em</strong> sua casa<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

5- Você acha que o lixo causa probl<strong>em</strong>as Cite alguns.<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

6- Para on<strong>de</strong> você acha que vai o seu lixo<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

7- O que você po<strong>de</strong>ria fazer <strong>para</strong> produzir menos lixo<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

8- De on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> o lixo<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

9- De on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> o papel, plástico, vidro e metal<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

10- Qual a relação entre lixo e recursos naturais<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

11- Você sabe o que é redução, reuso e reciclag<strong>em</strong> Defina cada um <strong>de</strong>les. Cite um<br />

ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> redução, um <strong>de</strong> reuso e um <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong>.


68<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

12- Na sua opinião, <strong>para</strong> on<strong>de</strong> o seu lixo <strong>de</strong>ve ser encaminhado.<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

13- Em alguns países o lixo orgânico e o lixo inorgânico são colocados <strong>em</strong><br />

recipientes diferentes. Dev<strong>em</strong> ser colocados no recipiente chamado “lixo inorgânico”<br />

quais dos seguintes resíduos abaixo<br />

a) Cacos <strong>de</strong> vidro e latas <strong>de</strong> refrigerante;<br />

b) Trapos <strong>de</strong> limpeza e cacos <strong>de</strong> louça;<br />

c) Cascas <strong>de</strong> ovos e <strong>de</strong> frutas;<br />

d) Embalagens <strong>de</strong> plástico e <strong>de</strong> alumínio;<br />

e) Papel e flores murchas.<br />

14- Quais são os benefícios da reciclag<strong>em</strong> do lixo<br />

___________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

15- Dos materiais apresentados abaixo, qual você escolheria <strong>para</strong> seu uso diário<br />

Por quê<br />

a) Copo <strong>de</strong>scartável.<br />

b) Copo <strong>de</strong> vidro.<br />

c) Bloco <strong>de</strong> papel novo.<br />

d) Papel com verso já usado ( <strong>para</strong> rascunho ou <strong>para</strong> anotar recados).<br />

e) Embalagens com papel reciclado.<br />

f) Embalagens com papel especial.<br />

16- Comente o que você enten<strong>de</strong> por:<br />

a)Lixão:_____________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

b)Aterro Controlado:___________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

c)Incineração:________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________<br />

d)Aterro Sanitário: ____________________________________________________<br />

___________________________________________________________________


69<br />

APÊNDICE 2 – Artigo submetido a revista <strong>de</strong> estudos ambientais da FURB.<br />

Proposta <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>em</strong> Resíduos Sólidos <strong>para</strong> Alunos da Terceira Série do<br />

Ensino Médio da Escola <strong>de</strong> Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l – Turvo/SC<br />

Lenir Silva Bez Batti<br />

Bióloga pela Universida<strong>de</strong> do Extr<strong>em</strong>o Sul Catarinense (<strong>Unesc</strong>), Pós-graduanda (especialização) <strong>em</strong><br />

Gestão <strong>de</strong> Recursos Naturais (<strong>Unesc</strong>), Professora no ensino Médio da Escola <strong>de</strong> Educação Básica<br />

João Colo<strong>de</strong>l na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo/SC, e-mail: lenirsilvabezbatti@netvale.net<br />

Ednilson Viana<br />

Biólogo pela Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista (Unesp), Mestre <strong>em</strong> Ciências pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo (USP), Doutor <strong>em</strong> Hidráulica e Saneamento pela Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos (USP),<br />

Professor/pesquisador no Programa <strong>de</strong> Pós-graduação <strong>em</strong> Ciências Ambientais/Mestrado (<strong>Unesc</strong>)<br />

e-mail: edv@unesc.net<br />

Resumo - Este trabalho buscou elaborar e avaliar uma <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong> com ênfase<br />

<strong>em</strong> resíduos sólidos junto aos alunos da terceira série da Escola <strong>de</strong> Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC. A <strong>proposta</strong> pedagógica elaborada constituiu-se <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

envolvendo professores e alunos da escola. Para avaliar a <strong>proposta</strong> junto aos alunos, foi elaborado<br />

um questionário com informações referentes ao conhecimento <strong>de</strong>les <strong>em</strong> resíduos sólidos e aplicado<br />

antes e <strong>de</strong>pois da execução das ativida<strong>de</strong>s. Os resultados mostraram mudanças na própria escola<br />

pela adoção da prática da coleta seletiva e da compostag<strong>em</strong> e o envolvimento <strong>de</strong> professores na<br />

manutenção <strong>de</strong>stas práticas. O questionário aplicado comprovou a observação feita pela<br />

pesquisadora <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, pois <strong>em</strong> praticamente todas as questões houve uma melhoria não<br />

apenas quanto ao modo como os alunos visualizam os resíduos sólidos, mas no aumento da adoção<br />

<strong>de</strong> práticas no seu dia-a-dia que contribuam <strong>para</strong> a minimização dos impactos provocados por tais<br />

resíduos na natureza. Outro ponto muito importante foi o fato <strong>de</strong> que a <strong>proposta</strong> elaborada teve êxito<br />

e fará parte do plano <strong>de</strong> ensino da turma do terceiro ano da escola, o que possibilitará a continuida<strong>de</strong><br />

da <strong>proposta</strong> elaborada.<br />

Palavras-chave: educação <strong>ambiental</strong>; resíduos sólidos; 3R’s; escola pública.<br />

Abstract – This work sought to <strong>de</strong>velop and to estimate a proposal of Ambiental Education with<br />

<strong>em</strong>phasis in residues together to the pupils of the third gra<strong>de</strong> of the medium teach Education Basic<br />

João Colo<strong>de</strong>l of city Turvo-SC. The pedagogic proposal <strong>de</strong>veloped if constituted of a set activities<br />

involving, teachers and pupils of the school. To estimate the proposal together to the pupils was<br />

<strong>de</strong>veloped a questionnaire with referent informations to the knowledge him in solids and aplicate<br />

residues before and after of the execution of the activities. The results <strong>de</strong>monstrated changes in the<br />

proper school by the adoption of the practice of the selective collect and of the compoun<strong>de</strong> and the<br />

envolviment of teachers in the maintain of this practices. The questionnaire aplicated comproved an<br />

observation ma<strong>de</strong> by the search in classroom, for in practing every the questions there was a better<br />

don’t only how much to the mo<strong>de</strong> with the pupils to visualize the solid residues, but in the increase of<br />

the adoption of practices in your day-the-day that contribute to the minimization of the impacts<br />

provoked for residues in the nature. Other point very important was the fate of that a proposal<br />

<strong>de</strong>veloped had success and will make part of the plan of the teach of the class the third gra<strong>de</strong> of the<br />

medium teach of the school, that will possibilite the continuation of the proposal <strong>de</strong>veloped.<br />

.<br />

Key words: environmental education program; solid residues; 3R”s (Reduce, reuse, and<br />

recycling);public school.


1 Introdução<br />

Os resíduos sólidos são constituídos por um conjunto amplo <strong>de</strong> resíduos gerados no dia-adia<br />

dos seres humanos D’ALMEIDA, (2002), BIDONE, (2001), FUNASA, (2004) e cuja geração está<br />

condicionada a um conjunto <strong>de</strong> fatores como a cultura <strong>de</strong> um povo, a classe social, a localização<br />

geográfica, o grau <strong>de</strong> informação veiculada, <strong>de</strong>ntre outros fatores. Até mesmo o status <strong>em</strong>ocional do<br />

indivíduo exerce forte influência na geração <strong>de</strong> resíduos, pois aos objetos são atribuídos valores<br />

<strong>em</strong>ocionais os quais, a medida <strong>em</strong> que se transformam <strong>em</strong> sentimentos negativos, aquele objeto não<br />

mais passa a fazer parte da vida do indivíduo e vai <strong>para</strong> a lixeira. Por outro lado, n<strong>em</strong> tudo o que é<br />

<strong>de</strong>scartado po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado lixo VILHENA,(1999), GRIMBERG e BLAUTH, (1998), pois o que é<br />

lixo <strong>para</strong> um indivíduo po<strong>de</strong> não ser <strong>para</strong> outro e este conceito t<strong>em</strong> passado por algumas<br />

transformações nos últimos t<strong>em</strong>pos.<br />

Lixo, do ponto <strong>de</strong> vista científico, é <strong>de</strong>finido como resíduos sólidos, gerados pelos seres<br />

humanos, como mostra a NBR 10.004 e BRANCO (1989 apud DAGOSTIM, 1999, p.21). Para a<br />

população, <strong>de</strong> modo geral, lixo é tudo o que não serve mais <strong>para</strong> o indivíduo ou que não se quer por<br />

perto.<br />

Com o surgimento <strong>de</strong> outras práticas como a reciclag<strong>em</strong> e a reutilização, o conceito <strong>de</strong> lixo<br />

t<strong>em</strong> mudado, pois n<strong>em</strong> tudo o que é lixo <strong>para</strong> um indivíduo o é <strong>para</strong> outro. Assim, <strong>em</strong> um conceito<br />

mais mo<strong>de</strong>rno e atual, “lixo” passa a ser consi<strong>de</strong>rado apenas aqueles resíduos que realmente não<br />

têm condições <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> reutilizados ou reciclados, ou ainda todos aqueles resíduos que no processo<br />

<strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> geram um componente perigoso do ponto <strong>de</strong> vista sanitário e <strong>ambiental</strong>.<br />

Apesar <strong>de</strong>ssa mudança <strong>de</strong> conceito que v<strong>em</strong> se processando, o modo <strong>de</strong> vida da socieda<strong>de</strong><br />

atual ainda t<strong>em</strong> condicionado a uma produção exagerada <strong>de</strong> resíduos, que aliada a falta <strong>de</strong> cuidados<br />

no seu processo <strong>de</strong> gestão por muitas municipalida<strong>de</strong>s, t<strong>em</strong> contribuído <strong>para</strong> agravar os probl<strong>em</strong>as<br />

sanitários e ambientais nos municípios OLIVEIRA,(2002), DEUS, et.al(2004), AZEVEDO e<br />

AZEVEDO, (2003), ROMANCINI, (2005).<br />

É tanto “lixo” sendo gerado que não se sabe mais on<strong>de</strong> colocar tantos resíduos. Os centros<br />

urbanos, principalmente os <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, estão entrando <strong>em</strong> colapso, porque não se t<strong>em</strong> mais<br />

áreas a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> aterrar todo esse “lixo” próximo as áreas urbanas. Por outro lado, áreas muito<br />

distantes po<strong>de</strong>m inviabilizar o transporte dos resíduos pelo alto custo representado.<br />

Porém, algumas medidas po<strong>de</strong>m ser muito eficazes <strong>para</strong> diminuir tamanha quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos que vão <strong>para</strong> os métodos <strong>de</strong> disposição, como a prática dos 3R’s, ou seja, a<br />

redução, reuso e reciclag<strong>em</strong>. Isto porque, dos resíduos gerados pelo hom<strong>em</strong>, uma elevada<br />

quantida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong> aos resíduos domiciliares, constituídos na sua maioria por recicláveis<br />

(CORRÊA e FINKLER 2002 p.168). A se<strong>para</strong>ção e <strong>de</strong>svio <strong>de</strong>stes recicláveis <strong>para</strong> o processo<br />

produtivo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, por sua vez, da coleta seletiva.<br />

Segundo SILVA (2004, p.2), a coleta seletiva mostra-se, quando aliada a educação<br />

<strong>ambiental</strong>, como um dos caminhos viáveis à consecução dos quatro “Rs”: reduzir, reutilizar, reciclar e<br />

repensar. Este processo <strong>de</strong>ve ter início na escola <strong>para</strong>, <strong>em</strong> seguida, atingir os <strong>de</strong>mais segmentos da<br />

socieda<strong>de</strong>, uma vez que a escola, como centro <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cidadãos, colabora <strong>para</strong> o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> agentes multiplicadores <strong>de</strong> novas concepções, pensamentos, <strong>para</strong>digmas e<br />

mudanças sociais. Enfim, a implantação da coleta seletiva na escola, integrada à educação<br />

<strong>ambiental</strong>, representa importante contribuição <strong>para</strong> amenizar os impactos ambientais, incentivar<br />

mudanças <strong>de</strong> percepção, inserir a dimensão <strong>ambiental</strong> no currículo escolar, motivar o exercício da<br />

cidadania, possibilitar mudanças na postura pedagógica, fomentar atitu<strong>de</strong>s <strong>ambiental</strong>mente<br />

sustentáveis e promover a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no ambiente, escolar, além <strong>de</strong> difundir<br />

novos pensamentos novos olhares, novos hábitos.<br />

Segundo JUNKES, (2002, p.40) a compostag<strong>em</strong> t<strong>em</strong> como função eliminar 50% dos<br />

resíduos sólidos urbanos, dando um <strong>de</strong>stino útil aos resíduos orgânicos e com isso evitando a sua<br />

acumulação <strong>em</strong> aterro sanitário, ou melhor, aumentando o seu t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida útil e produzindo um<br />

composto que melhora a estrutura do solo, <strong>de</strong>volve à terra os nutrientes <strong>de</strong> que necessita, aumenta a<br />

sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água, permite o controle da erosão e ainda reduz o uso <strong>de</strong><br />

fertilizantes sintéticos. Este processo permite tratar os resíduos orgânicos domésticos (restos <strong>de</strong><br />

comida e resíduos <strong>de</strong> jardim) b<strong>em</strong> como resíduos provenientes da limpeza <strong>de</strong> jardins e parques<br />

públicos.<br />

Por outro lado, como mencionado, todo o contexto <strong>de</strong> redução, reuso e reciclag<strong>em</strong>,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> intrinsicamente, da educação <strong>ambiental</strong>, que é um instrumento que facilita e contribui à<br />

mudança <strong>de</strong> <strong>para</strong>digmas da socieda<strong>de</strong> atual, envolvendo todos os entes relacionados ao meio<br />

ambiente mas principalmente alunos e professores, no sentido <strong>de</strong> proteger e melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida do ser humano.<br />

70


71<br />

Segundo FERNANDES, (1999, p.13), a educação <strong>ambiental</strong> é um processo permanente no<br />

qual os indivíduos e a comunida<strong>de</strong> tomam consciência do meio ambiente e adquir<strong>em</strong> o conhecimento,<br />

os valores, as habilida<strong>de</strong>s, as experiências e a <strong>de</strong>terminação que os tornam aptos a agir e resolver<br />

probl<strong>em</strong>as ambientais presentes e futuros. O autor comenta que a educação <strong>ambiental</strong> realizará suas<br />

funções quando suscitar uma vinculação estreita entre o processo educativo e a realida<strong>de</strong>,<br />

estruturando suas ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> torno dos probl<strong>em</strong>as concretos que se impõ<strong>em</strong> à comunida<strong>de</strong>,<br />

enfocando o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> uma perspectiva interdisciplinar.<br />

A educação <strong>ambiental</strong> <strong>de</strong>ve promover ainda uma tomada <strong>de</strong> consciência e uma<br />

compreensão da evolução do meio social e físico <strong>em</strong> sua totalida<strong>de</strong>, seus recursos naturais, artificiais,<br />

culturais e espirituais junto ao uso e a conservação racional <strong>de</strong>stes recursos <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável (SCHIMIEDER,1977 apud SILVEIRA, 1996 p.17).<br />

PENTEADO (1994) apud FERNANDES, (1999, p.24) relata que a formação da consciência<br />

<strong>ambiental</strong> <strong>de</strong> nossa juventu<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento do exercício <strong>de</strong> sua cidadania passa pela<br />

transformação da escola informadora <strong>em</strong> escola formadora. Esta será aquela que fomos capazes <strong>de</strong><br />

construir a partir da consciência <strong>ambiental</strong> e das participações escolares que formos capazes <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nar no dia-a-dia do nosso trabalho escolar, organizando o processo <strong>de</strong> ensino num amplo<br />

processo <strong>de</strong> comunicação escola.<br />

Apresentando a importância da redução, da reutilização e da reciclag<strong>em</strong> dos resíduos<br />

sólidos como forma <strong>de</strong> colaborar na gestão dos recursos naturais e na preservação dos impactos<br />

ambientais ocasionados por estes, estar-se-á oportunizando aos educandos, meios <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

uma socieda<strong>de</strong> consciente, crítica e transformadora, apta à exercer a cidadania e acima <strong>de</strong> tudo<br />

propositada a garantir o futuro, tão incerto da humanida<strong>de</strong>.<br />

Fundamentada na ciência <strong>de</strong> que somente a conscientização <strong>ambiental</strong> resultaria <strong>em</strong><br />

mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, buscou-se através <strong>de</strong>ste projeto, um meio viável <strong>para</strong> que <strong>em</strong> um processo<br />

gradativo, possa atingir a comunida<strong>de</strong> envolvida a <strong>de</strong>senvolver valores que viriam <strong>de</strong> encontro aos da<br />

adoção da prática dos 3R’s.<br />

2 Metodologia<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto <strong>de</strong> pesquisa envolveu um conjunto <strong>de</strong> etapas<br />

consecutivas, iniciadas pela elaboração da <strong>proposta</strong> pedagógica e culminando com a avaliação <strong>de</strong>sta<br />

através <strong>de</strong> questionário. O presente trabalho teve início no mês <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2005 e se esten<strong>de</strong>u<br />

até maio do mesmo ano e foi realizado na Escola <strong>de</strong> Educação Básica João Colo<strong>de</strong>l, instituição <strong>de</strong><br />

ensino médio do município <strong>de</strong> Turvo/SC e composta por 33 professores, 7 servidores administrativos<br />

e 6 agentes <strong>de</strong> serviços gerais. Tal escola aten<strong>de</strong> atualmente 873 alunos <strong>de</strong> Ensino Fundamental e<br />

Ensino Médio nos turnos diurno e noturno. Este projeto <strong>de</strong> pesquisa teve o apoio da direção da<br />

escola, que o apresentou <strong>em</strong> ass<strong>em</strong>bléia com os professores, contando com a participação <strong>de</strong> todo o<br />

corpo docente da escola. Além dos professores, partici<strong>para</strong>m também do projeto todos os 61 alunos<br />

da terceira série da escola, período diurno. O trabalho <strong>de</strong>senvolvido com professores e alunos da<br />

terceira série é <strong>de</strong>scrito abaixo.<br />

2.1 Professores<br />

Inicialmente, foi realizada uma reunião com todos os professores durante a reunião <strong>de</strong><br />

planejamento da escola, que ocorre todo início <strong>de</strong> ano. Nesta reunião foi apresentado o projeto <strong>de</strong><br />

pesquisa e a sua finalida<strong>de</strong> e importância diante dos impasses ambientais atribuídos aos resíduos<br />

sólidos na atualida<strong>de</strong>. Além da reunião, também foi programada uma oficina <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong><br />

com os professores, realizada conforme <strong>de</strong>scrito no it<strong>em</strong> abaixo.<br />

2.1.1 Oficina com os professores:<br />

Para que os professores enten<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> a probl<strong>em</strong>ática do “lixo” e facilitasse o alcance dos<br />

objetivos propostos neste trabalho, foi elaborada uma oficina contendo os seguintes procedimentos:<br />

• Prática <strong>de</strong> apresentação dos vários tipos <strong>de</strong> resíduos que todos produzimos no dia-a-dia<br />

(orgânico, inorgânico e rejeitos). Esta apresentação foi realizada <strong>em</strong> reunião pedagógica que ocorre<br />

bimestralmente.<br />

• Em seguida pediu-se que cada professor apontasse o que era realmente lixo <strong>de</strong>ntre as<br />

amostras, o que era anotado <strong>em</strong> lousa <strong>para</strong> todos os participantes.<br />

• Em um segundo momento, discutiu-se os dados anotados <strong>em</strong> lousa, on<strong>de</strong>, através do<br />

princípio dos 3R’s, explicou-se que poucos resíduos po<strong>de</strong>riam ser consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> fato lixo. Logo<br />

após, houve um <strong>de</strong>bate sobre o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação dos resíduos sólidos na natureza.<br />

• Por fim, foi exposto que a concepção <strong>de</strong> lixo <strong>para</strong> cada pessoa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores<br />

como; situação econômica, cultura, informação, <strong>em</strong>ocional, etc. A partir <strong>de</strong>ssa oficina muitos<br />

professores passaram a se interessar mais sobre a probl<strong>em</strong>ática do “lixo” e também a esclarecer


72<br />

mais os alunos e <strong>de</strong>mais colegas sobre a importância <strong>de</strong> se mudar hábitos com relação as questões<br />

ambientais.<br />

2.2 Alunos<br />

Com os alunos, inicialmente foram abordados conceitos <strong>em</strong> lousa sobre os resíduos sólidos<br />

e <strong>de</strong>pois realizadas diversas ativida<strong>de</strong>s como as oficinas, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> divulgação pelos alunos,<br />

ativida<strong>de</strong>s durante o recreio, compostag<strong>em</strong> na escola, questionário <strong>para</strong> a família, <strong>de</strong>stino dado aos<br />

resíduos sólidos da unida<strong>de</strong> escolar, visita ao centro <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> do município, visita ao supermercado,<br />

dramatização com a crônica “lixo” e ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, <strong>de</strong>scritas <strong>em</strong> <strong>de</strong>talhe abaixo.<br />

2.2.1 Oficinas com os alunos<br />

Foi elaborada uma oficina com os alunos das séries <strong>em</strong> estudo <strong>para</strong> que eles percebess<strong>em</strong><br />

o que significa “lixo” e o papel <strong>de</strong> cada um quanto a prática dos 3R’s <strong>em</strong> seu dia-a-dia. Esta oficina foi<br />

feita da seguinte forma:<br />

• Em sala <strong>de</strong> aula apresentou-se vários materiais que compunham o “lixo” (orgânico,<br />

inorgânico e rejeito) e perguntou-se <strong>para</strong> cada aluno o que era “lixo” <strong>de</strong>ntre aqueles materiais<br />

apresentados. As respostas foram anotadas na lousa. Depois da gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> respostas,<br />

estas foram discutidas e <strong>de</strong>batido o princípio dos 3R’s;<br />

• Além da visão pessoal <strong>de</strong> cada aluno sobre o “lixo”, foi apresentado o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradação dos resíduos na natureza e o impacto que isto provoca <strong>para</strong> o meio ambiente a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> das gerações futuras. Também foi abordada a importância <strong>de</strong> se aplicar o que<br />

apren<strong>de</strong>ram no cotidiano familiar.<br />

2.2.2 Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Divulgação<br />

Formou-se uma equipe <strong>de</strong> alunos <strong>para</strong> atuar<strong>em</strong> nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> divulgação e<br />

manutenção do projeto, confeccionando murais com notícias sobre resíduos sólidos, 3R’s, coleta<br />

seletiva e compostag<strong>em</strong>. Materiais como cartazes e informativos fizeram parte do trabalho inicial e<br />

foram afixados no pátio da escola.<br />

2.2.3 Ativida<strong>de</strong>s durante o recreio<br />

Durante o recreio fez-se um momento <strong>de</strong> conscientização na escola sobre os resíduos<br />

gerados pelos próprios alunos. Isto implicou na visualização do lixo produzido na escola e possíveis<br />

alternativas <strong>para</strong> seu <strong>de</strong>stino e reciclag<strong>em</strong>. Por uma s<strong>em</strong>ana os alunos (<strong>em</strong> grupo <strong>de</strong> cinco) coletaram<br />

os resíduos gerados no intervalo. Ao final da s<strong>em</strong>ana foi feita a análise e discussão sobre o “lixo”<br />

produzido na escola e após a classificação e se<strong>para</strong>ção dos resíduos <strong>em</strong> recicláveis e não<br />

recicláveis, foram fornecidas as seguintes questões <strong>para</strong> posterior <strong>de</strong>bate:<br />

- É significativa a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “lixo” produzida <strong>em</strong> minha escola<br />

- De que forma eu posso contribuir <strong>para</strong> a diminuição da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “lixo” produzida<br />

<strong>em</strong> minha escola<br />

Em seguida os grupos voltaram a se reunir <strong>para</strong> incorporar as discussões que foram<br />

feitas coletivamente e pre<strong>para</strong>ram a próxima etapa que foi a confecção do painel. Os grupos<br />

selecionaram as informações e reflexões que consi<strong>de</strong>raram mais significativas e estas foram<br />

expostas <strong>em</strong> toda a escola.<br />

2.2.4 Compostag<strong>em</strong><br />

Nesta prática preten<strong>de</strong>u-se mostrar como um resíduo que po<strong>de</strong> ser um probl<strong>em</strong>a no “lixo”,<br />

po<strong>de</strong> se tornar um ótimo “adubo” apenas pelo uso <strong>de</strong> uma técnica simples: a compostag<strong>em</strong>. Além<br />

disso preten<strong>de</strong>u-se mostrar que alguns componentes do lixo <strong>de</strong>gradam-se rapidamente e outros<br />

<strong>de</strong>moram muitos e muitos anos <strong>para</strong> se <strong>de</strong>compor<strong>em</strong>. Assim fez-se uma experiência sobre<br />

<strong>de</strong>gradação utilizando-se alguns metais, plásticos e vidros e ao final <strong>de</strong> 3 meses observou-se quais<br />

os que <strong>de</strong>gradaram e os que não <strong>de</strong>gradaram. Este momento serviu <strong>para</strong> retomar a discussão sobre<br />

o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vida dos resíduos sólidos no “lixo” e as conseqüências <strong>para</strong> o meio ambiente às futuras<br />

gerações.<br />

Na compostag<strong>em</strong> foram utilizados os resíduos orgânicos produzidos <strong>de</strong>ntro da unida<strong>de</strong><br />

escolar e também <strong>em</strong> suas residências. A compostag<strong>em</strong> foi realizada junto com os alunos e a cada<br />

dois dias era feita a aeração do composto através <strong>de</strong> revolvimento da massa <strong>de</strong> resíduos e verificada<br />

a t<strong>em</strong>peratura do processo. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> composteira utilizado foi o do tipo leira e o composto<br />

produzido foi utilizado <strong>para</strong> confecção <strong>de</strong> canteiros <strong>de</strong>stinados ao plantio <strong>de</strong> flores, ervas medicinais e<br />

t<strong>em</strong>peros. Ao final <strong>de</strong>sta prática fez-se uma reflexão sobre o quanto se t<strong>em</strong> <strong>de</strong> resíduo orgânico no<br />

“lixo” domiciliar e os benefícios gerados pela prática da compostag<strong>em</strong> nas residências.<br />

2.2.5 Família<br />

Fez-se um questionário <strong>para</strong> avaliar o grau <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> cada família sobre o<br />

“lixo” produzido <strong>em</strong> suas residências, o qual continha as seguintes questões:<br />

- Como você <strong>de</strong>fine “lixo” ou resíduo


- Você acha que qualquer resíduo po<strong>de</strong> ser reaproveitado<br />

- Você sabe como é feita a coleta <strong>de</strong> “lixo” <strong>em</strong> sua cida<strong>de</strong><br />

- Você sabe como funciona a coleta seletiva <strong>para</strong> a reciclag<strong>em</strong><br />

- Sobre a disposição ina<strong>de</strong>quada do “lixo”, você sabe que probl<strong>em</strong>as ela po<strong>de</strong> causar<br />

2.2.6 Destino dos Resíduos da Unida<strong>de</strong> escolar<br />

A cada dia um grupo <strong>de</strong> no máximo cinco alunos, acompanharam o trabalho das<br />

serventes <strong>de</strong>ntro da unida<strong>de</strong> escolar com o intuito <strong>de</strong> observar como era feito o acondicionamento e<br />

qual o <strong>de</strong>stino dado aos resíduos gerados na escola. Em seguida a turma apresentou os resultados<br />

<strong>de</strong> suas observações ao gran<strong>de</strong> grupo. Alguns <strong>de</strong>sses “lixos” produzido na Unida<strong>de</strong> Escolar foi<br />

utilizado na confecção <strong>de</strong> porta-retrato, porta-lápis, <strong>em</strong>balagens <strong>para</strong> presente, bolsas e brinquedos<br />

simples e educativos. Em seguida estes alunos passaram nas salas <strong>para</strong> apresentar<strong>em</strong> o seus<br />

trabalhos aos outros alunos da escola e também explicar que muito do “lixo” jogado fora po<strong>de</strong> ser<br />

reaproveitado <strong>para</strong> confecção <strong>de</strong> artesanato. Esta prática buscou formar “agentes ambientais” ou<br />

multiplicadores, atuantes na escola mesmo após o período <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong>ste projeto.<br />

2.2.7 Visita ao Centro <strong>de</strong> Triag<strong>em</strong> do Município<br />

Foi feita uma visita à <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> do município <strong>de</strong> Turvo/SC, <strong>para</strong> visualizar<br />

como é realizada a coleta seletiva do “lixo”, ressaltando-se a importância <strong>de</strong> se<strong>para</strong>r os resíduos <strong>em</strong><br />

suas residências. Destacou-se também a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos que po<strong>de</strong>m ser coletados por uma<br />

prática simples como a coleta seletiva e que reduzindo, reutilizando e reciclando se está poupando os<br />

recursos naturais e com isso contribuindo <strong>para</strong> preservação <strong>de</strong> nosso planeta.<br />

Na visita fez-se também uma breve explanação dos perigos representados pela<br />

disposição ina<strong>de</strong>quada dos resíduos sólidos e sobre a conscientização do educando no sentido <strong>de</strong><br />

que propagu<strong>em</strong> a idéia dos 3R’s.<br />

2.2.8 Visita ao Supermercado<br />

Trabalhando os 3R’s, os alunos foram levados <strong>para</strong> um supermercado da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-<br />

SC <strong>para</strong> supostas compras. Esta prática foi feita se<strong>para</strong>ndo-os <strong>em</strong> pequenos grupos, os quais<br />

anotavam o que iriam comprar. Os dados <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>stas anotações seriam utilizados <strong>para</strong><br />

discussão <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, pelo gran<strong>de</strong> grupo, através dos seguintes questionamentos:<br />

- O que po<strong>de</strong>mos reduzir na hora da compra<br />

- Daquilo que foi comprado, o que se po<strong>de</strong> reutilizar<br />

- Dos materiais que não po<strong>de</strong>m mais ser<strong>em</strong> reutilizados, o que e <strong>de</strong> que forma se po<strong>de</strong><br />

reciclar<br />

Depois da visita ao supermercado houve também um <strong>de</strong>bate sobre como somos levados a<br />

comprar o <strong>de</strong>snecessário e que muitos resíduos <strong>de</strong>scartados no “lixo” po<strong>de</strong>riam ser evitados.<br />

2.2.9 Dramatização<br />

Para melhor vivenciar o <strong>de</strong>scarte dos resíduos e a relação com o ser humano, montou-se<br />

uma peça teatral baseada na crônica ”lixo”, <strong>de</strong> Luís Fernando Veríssimo.<br />

2.2.10 Ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> Sala <strong>de</strong> Aula<br />

Estas ativida<strong>de</strong>s foram uma adaptação das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritas por ADAMS (2003), no<br />

processo <strong>de</strong> educação <strong>ambiental</strong> e compunham-se das seguintes práticas:<br />

a) Para esta ativida<strong>de</strong> os alunos formaram grupos <strong>de</strong> dois indivíduos cada e se reuniram<br />

<strong>em</strong> círculo e <strong>em</strong> seguida feita uma pilha <strong>de</strong> “lixo” seco no meio do gran<strong>de</strong> grupo. Nesta prática o “lixo”<br />

<strong>de</strong>ve ter resíduos que se sub-agrup<strong>em</strong> e que sejam proporcionais ao número <strong>de</strong> participantes, como<br />

por ex<strong>em</strong>plo:<br />

- 5 tampas plásticas;<br />

- 5 garrafas PET;<br />

- 5 caixas <strong>de</strong> suco longa vida;<br />

- 5 potes <strong>de</strong> vidro;<br />

- 5 copos <strong>de</strong>scartáveis.<br />

Iniciou-se a aula com um texto reflexivo sobre “lixo”, no caso uma notícia <strong>de</strong> jornal. Aqui<br />

também po<strong>de</strong> ser utilizado um artigo ou história. Pediu-se <strong>para</strong> os alunos observar<strong>em</strong> o “lixo” que<br />

estava ali no centro do grupo e cada participante foi convidado a escolher um dos seus el<strong>em</strong>entos.<br />

Os grupos foram distribuídos <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> resíduo escolhido.<br />

Após ter<strong>em</strong> se agrupado, foram feitos os seguintes questionamentos <strong>para</strong> análise <strong>de</strong><br />

cada grupo:<br />

- T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição;<br />

- Impacto causado pela produção das <strong>em</strong>balagens no meio ambiente;<br />

- Qual o “slogam” publicitário;<br />

- Qual opção <strong>para</strong> reutilização dos resíduos;<br />

- Apresentação da análise pelo gran<strong>de</strong> grupo.<br />

73


74<br />

b) Nesta ativida<strong>de</strong> dividiu-se a turma <strong>em</strong> quatro grupos. Apresentou-se, <strong>para</strong> cada grupo,<br />

a seguinte questão:<br />

Uma comunida<strong>de</strong> v<strong>em</strong> enfrentando probl<strong>em</strong>as com o seu “lixo”. As pessoas <strong>de</strong>spejam o<br />

“lixo” <strong>em</strong> terrenos baldios e, quando chove muito, esse “lixo” se espalha pelas ruas. Após<br />

a chuva é aquele caos. Alguém v<strong>em</strong> pedir a ajuda <strong>de</strong> vocês <strong>para</strong> resolver o probl<strong>em</strong>a. O<br />

que vocês fariam <strong>para</strong> ajudar<br />

Cada grupo <strong>de</strong>bateu sobre a questão apresentada e elaborou uma apresentação, <strong>de</strong><br />

forma criativa. No painel, que po<strong>de</strong> ser <strong>em</strong> cartolina ou papel pardo, eles escreveram as sugestões<br />

que encontraram <strong>para</strong> amenizar o probl<strong>em</strong>a. Ao final do trabalho foi solicitado que cada grupo<br />

apresentasse e explicasse o seu painel.<br />

c) Esta ativida<strong>de</strong> constitui-se <strong>em</strong> relacionar o maior número possível <strong>de</strong> materiais<br />

<strong>de</strong>scartáveis e montar uma tabela relacionando o material, a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu uso e possíveis<br />

alternativas <strong>para</strong> substituí-lo por outros não <strong>de</strong>scartáveis, ou medidas <strong>para</strong> diminuir o seu consumo.<br />

Após a confecção da tabela, houveram <strong>de</strong>bates e a conclusão <strong>de</strong> cada grupo sobre os dados obtidos,<br />

enfocando principalmente a redução <strong>de</strong> resíduos.<br />

2.2.11 Avaliação da <strong>proposta</strong><br />

A avaliação da <strong>proposta</strong> feita <strong>para</strong> os alunos da terceira série da Escola <strong>de</strong> Ensino Médio<br />

João Colo<strong>de</strong>l da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC foi realizada através <strong>de</strong> questionário aplicado antes e <strong>de</strong>pois da<br />

realização das ativida<strong>de</strong>s <strong>proposta</strong>s. A aplicação do questionário após a realização das ativida<strong>de</strong>s<br />

não foi comunicada anteriormente <strong>para</strong> não induzir respostas pré-elaboradas. Este questionário<br />

buscou reunir informações sobre as questões ambientais relacionadas aos resíduos sólidos e o<br />

conhecimento <strong>de</strong>les sobre coleta seletiva, compostag<strong>em</strong>, visão pessoal do “lixo”, recursos naturais,<br />

<strong>de</strong>stino do “lixo”, reciclag<strong>em</strong>, etc, conforme <strong>de</strong>scrito abaixo.<br />

Questionário <strong>de</strong> avaliação da <strong>proposta</strong> elaborada<br />

E.E.B.João Colo<strong>de</strong>l – Turvo/SC<br />

Data:______________________ Série:__________<br />

Nome_____________________________________<br />

1- Como você vê o lixo<br />

_______________________________________________________________________<br />

2- Tudo o que você joga fora po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado lixo Justifique.<br />

_______________________________________________________________________<br />

3-Você faz coleta seletiva <strong>em</strong> sua residência<br />

_______________________________________________________________________<br />

4-Você sabe o que é compostag<strong>em</strong> Você faz compostag<strong>em</strong> <strong>em</strong> sua casa<br />

_______________________________________________________________________<br />

5- Você acha que o lixo causa probl<strong>em</strong>as Cite alguns.<br />

______________________________________________________________________<br />

6- Para on<strong>de</strong> você acha que vai o seu lixo<br />

_______________________________________________________________________<br />

7- O que você po<strong>de</strong>ria fazer <strong>para</strong> produzir menos lixo<br />

_______________________________________________________________________<br />

8- De on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> o lixo<br />

_______________________________________________________________________


75<br />

9- De on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> o papel, o plástico, o vidro e o metal<br />

_______________________________________________________________________<br />

10- Qual a relação entre lixo e recursos naturais<br />

_______________________________________________________________________<br />

11- Você sabe o que é redução, reuso e reciclag<strong>em</strong> Defina cada um <strong>de</strong>les. Cite um<br />

ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> redução, um <strong>de</strong> reuso e um <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong>.<br />

_______________________________________________________________________<br />

12- Na sua opinião, <strong>para</strong> on<strong>de</strong> o seu lixo <strong>de</strong>ve ser encaminhado<br />

_______________________________________________________________________<br />

13- Em alguns países o lixo orgânico e o lixo inorgânico são colocados <strong>em</strong> recipientes<br />

diferentes. Dev<strong>em</strong> ser colocados no recipiente chamado “lixo inorgânico” quais dos<br />

seguintes resíduos abaixo<br />

a) Cacos <strong>de</strong> vidro e latas <strong>de</strong> refrigerante;<br />

b) Trapos <strong>de</strong> limpeza e cacos <strong>de</strong> louça;<br />

c) Cascas <strong>de</strong> ovos e <strong>de</strong> frutas;<br />

d) Embalagens <strong>de</strong> plástico e <strong>de</strong> alumínio;<br />

e) Papel e flores murchas.<br />

14- Quais são os benefícios da reciclag<strong>em</strong> do lixo<br />

_______________________________________________________________________<br />

quê<br />

15- Dos materiais apresentados abaixo, qual você escolheria <strong>para</strong> seu uso diárioPor<br />

a) Copo <strong>de</strong>scartável.<br />

b) Copo <strong>de</strong> vidro.<br />

c) Bloco <strong>de</strong> papel novo.<br />

d) Papel com verso já usado (<strong>para</strong> rascunho ou <strong>para</strong> anotar recados).<br />

e) Embalagens com papel reciclado.<br />

f) Embalagens com papel especial.<br />

16- Comente o que você enten<strong>de</strong> por:<br />

a) Lixão:_______________________________________________________________<br />

b) Aterro Controlado: _____________________________________________________<br />

c) Incineração: __________________________________________________________<br />

d) Aterro Sanitário: _______________________________________________________<br />

3 Resultados e Discussão<br />

A <strong>proposta</strong> pedagógica elaborada <strong>para</strong> a Escola Estadual <strong>de</strong> Educação Básica João<br />

Colo<strong>de</strong>l envolveu 61 alunos, referentes as duas turmas aqui <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> turma A e turma B.<br />

Os resultados advindos <strong>de</strong>ste estudo referiram-se a observações no pátio da escola,<br />

expansão do programa <strong>para</strong> outras esferas da socieda<strong>de</strong> civil, ao engajamento dos alunos <strong>em</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s relacionadas a coleta seletiva e principalmente ao questionário aplicado aos alunos antes e<br />

<strong>de</strong>pois da <strong>proposta</strong> pedagógica.<br />

Para melhor visualizar os resultados do questionário acima <strong>de</strong>scrito, estes são tratados<br />

por turma <strong>de</strong> alunos trabalhada, ou seja, turma A e turma B.<br />

a) Turma A<br />

1- A respeito da questão que tratava sobre como eles viam o lixo, antes da aplicação do programa,<br />

46,42% achavam que o lixo po<strong>de</strong>ria ser reaproveitado enquanto 53,58% <strong>de</strong>screveram que o lixo<br />

representava sujeira ou algo que não se quer mais. Após a realização do programa observou-se que<br />

houve uma significativa mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, sendo que 78,57% já estão cientes <strong>de</strong> que o lixo


76<br />

proveniente <strong>de</strong> suas residências e escola servirá então como matéria-prima <strong>para</strong> a transformação <strong>de</strong><br />

novos produtos.<br />

2- A respeito da questão que tratava do que é lixo <strong>de</strong> fato, antes do programa 64,28% tinham<br />

conhecimento a respeito, enquanto 35,72% consi<strong>de</strong>rava que o lixo não po<strong>de</strong>ria ser reaproveitado.<br />

Após a aplicação do programa 89,28% já acha que o lixo po<strong>de</strong> ser reaproveitado <strong>de</strong> alguma forma e<br />

até mesmo reciclado. Somente 10,72% ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> a utilida<strong>de</strong> do lixo. Esta conscientização<br />

<strong>de</strong>u-se principalmente a partir do momento <strong>em</strong> que se mostrou a transformação do lixo <strong>em</strong> materiais<br />

como: porta-retrato, porta- caneta, bolsinhas, etc, além da visita a central <strong>de</strong> triag<strong>em</strong>.<br />

3- A primeira questão procurou saber se os alunos faziam coleta seletiva <strong>em</strong> suas residências. A<br />

análise do questionário mostrou que antes da aplicação da <strong>proposta</strong> 17,9% faziam coleta seletiva e<br />

após o programa este índice subiu <strong>para</strong> 67,85%. Isto <strong>de</strong>monstra que houve uma a<strong>de</strong>são dos alunos<br />

quanto a questão da coleta seletiva e a importância da realização <strong>de</strong>sta, tanto <strong>em</strong> suas residências<br />

quanto <strong>em</strong> âmbito escolar. Um ponto importante neste resultado foi a visita a central <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> da<br />

prefeitura, montada recent<strong>em</strong>ente, na qual os alunos se mostraram perplexos com a gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria-prima que po<strong>de</strong> ser retirada do “lixo” e que eles normalmente não o faziam.<br />

4- Com relação ao conhecimento do processo <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong>, antes do programa pedagógico,<br />

apenas 1,12% faziam compostag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>pois do programa esta porcentag<strong>em</strong> foi <strong>de</strong> 3,64%. Embora o<br />

número <strong>de</strong> alunos que passaram a realizar a compostag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>pois do programa pedagógico, ainda é<br />

pequeno quando consi<strong>de</strong>rado os probl<strong>em</strong>as ambientais que estes resíduos causam e a gran<strong>de</strong><br />

parcela que eles representam no lixo domiciliar, o acréscimo <strong>em</strong> porcentag<strong>em</strong> foi <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100%, o<br />

que é significativo. Observou-se que a maioria dos alunos, antes do programa, sabiam o que é<br />

compostag<strong>em</strong>, mas não o faziam <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> hábito e por ter<strong>em</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> visualizar os<br />

probl<strong>em</strong>as que o lixo orgânico po<strong>de</strong> causar a saú<strong>de</strong> humana se <strong>de</strong>scartado incorretamente ou mesmo<br />

as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento dos líquidos advindos <strong>de</strong>les, quando dispostos <strong>em</strong> aterro sanitário. Um<br />

outro fator envolvido neste baixo índice <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que n<strong>em</strong> toda<br />

residência possui espaço <strong>para</strong> realizar este tipo <strong>de</strong> prática. Estes dados po<strong>de</strong>m ser indicativos do<br />

gran<strong>de</strong> impasse que representa a compostag<strong>em</strong> dos resíduos orgânicos <strong>em</strong> programas <strong>de</strong> coleta<br />

seletiva junto a população.<br />

5- Antes da realização do programa, 71,43% achavam que o lixo po<strong>de</strong>ria trazer probl<strong>em</strong>as e 28,57%<br />

não sabiam. Depois da aplicação do programa observou-se que houve um avanço, pois 82,14% já<br />

sab<strong>em</strong> que o lixo po<strong>de</strong> causar probl<strong>em</strong>as como doenças, poluição, enchentes e 17,86% ainda<br />

<strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> os probl<strong>em</strong>as que o lixo po<strong>de</strong> causar se colocado <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada no ambiente.<br />

Houve um certo questionamento por parte dos alunos sobre quais doenças o lixo po<strong>de</strong>ria gerar. Isto<br />

<strong>de</strong>monstra que os alunos, após a aplicação do programa, começaram a se preocupar com as<br />

conseqüências geradas pelo lixo quando acumulado e colocado <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada no ambiente.<br />

6- Esta questão procurou investigar se os alunos sabiam <strong>para</strong> on<strong>de</strong> eram encaminhados os resíduos<br />

produzidos por eles. Antes do programa, 60,71% tinham conhecimento a respeito e 39,29%<br />

<strong>de</strong>sconheciam este <strong>de</strong>stino. Após a aplicação do programa observa-se que 92,85% já têm<br />

consciência do <strong>de</strong>stino dado aos seus resíduos.<br />

7- Quanto a questão que tratava da redução na produção <strong>de</strong> resíduos, antes do programa, 75% só<br />

comprariam o necessário, s<strong>em</strong> muita <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> <strong>para</strong> evitar o <strong>de</strong>sperdício e 25% não sabiam o que<br />

fazer <strong>para</strong> produzir menos lixo. Após a aplicação do programa, com visita ao supermercado da cida<strong>de</strong><br />

<strong>para</strong> posterior compras e análise do que tinham comprado, percebe-se que houve um avanço na<br />

conscientização <strong>de</strong>les, sendo que 85,71% só comprariam o necessário e 14,29% ainda não sab<strong>em</strong> o<br />

que fazer <strong>para</strong> produzir menos lixo.<br />

8- A respeito da questão que tratava <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vinha o lixo, antes da aplicação do programa a maioria<br />

<strong>de</strong>sconhecia esse fato e somente 32,15% sabiam. Após a aplicação da <strong>proposta</strong> houve um<br />

significativo aumento das informações, sendo que agora 82,14% já t<strong>em</strong> conhecimento <strong>de</strong> que o lixo é<br />

proveniente das casas, comércios, hospitais, etc...<br />

9- Quanto a orig<strong>em</strong> do papel, plástico, vidro e metal, 37,71% sabiam <strong>de</strong> on<strong>de</strong> eles vêm e 79,13<br />

<strong>de</strong>sconheciam totalmente. Após a aplicação da <strong>proposta</strong>, 89,28% assimilaram a informação, pois<br />

agora já sab<strong>em</strong> que o plástico v<strong>em</strong> do petróleo, o metal da bauxita e o vidro da extração da areia. As


77<br />

práticas utilizadas nas oficinas po<strong>de</strong>m ter tido um papel importante na aquisição <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />

conhecimento.<br />

10- Indagados sobre a relação entre lixo e recursos naturais, 14,28% respon<strong>de</strong>ram a<strong>de</strong>quadamente.<br />

Após a aplicação, este índice aumentou <strong>para</strong> 50%, mostrando que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas são<br />

importantes <strong>para</strong> que eles visualiz<strong>em</strong> a importância <strong>de</strong> se reduzir, reutilizar e reciclar o lixo<br />

<strong>de</strong>scartado.<br />

11- Antes da aplicação do programa, havia pouco conhecimento do que seriam os 3R´s, ou seja,<br />

35,72% sabiam do que se tratava. Mas após o <strong>de</strong>senvolvimento do programa 96,42%<br />

compreen<strong>de</strong>ram a importância <strong>de</strong> se reduzir, pois assim estariam diminuindo o lixo produzido e só<br />

utilizando o necessário e s<strong>em</strong> exageros. Reutilizando estariam dando nova vida aos resíduos, que na<br />

maioria das vezes seriam consi<strong>de</strong>rados inúteis e reciclando os resíduos seriam fabricados novos<br />

produtos.<br />

12- Com relação ao <strong>de</strong>stino a<strong>de</strong>quado dos seus resíduos, 78,57% achavam que seu lixo <strong>de</strong>veria ser<br />

encaminhado <strong>para</strong> um centro <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> enquanto que 21,43% não tinham noção <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>stino.<br />

Após a aplicação do programa, observa-se que 85,71% já sab<strong>em</strong> que os resíduos provenientes das<br />

ativida<strong>de</strong>s domésticas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser encaminhados <strong>para</strong> um centro <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> <strong>para</strong> ser<strong>em</strong><br />

transformados <strong>em</strong> novos produtos.<br />

13- Na questão que tratava do que era lixo orgânico e inorgânico, antes do programa apenas 17,28%<br />

sabiam o que era e 82,72% <strong>de</strong>sconheciam totalmente. Após a realização da <strong>proposta</strong>, nota-se que<br />

eles tiveram dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> assimilar os conceitos quanto a este assunto, pois apenas 35,71%<br />

assimilaram as informações.<br />

14- Com relação ao conhecimento sobre os benefícios da reciclag<strong>em</strong> antes do programa, 50%<br />

conheciam os benefícios e 50% <strong>de</strong>sconheciam. Após a aplicação do programa e visita a usina <strong>de</strong><br />

reciclag<strong>em</strong> no município <strong>de</strong> Turvo/SC, esta concepção mudou pois 92,85% passaram a ter<br />

conhecimento sobre tais benefícios.<br />

15- Antes <strong>de</strong> aplicar o programa, 50% foi consciente na escolha do tipo <strong>de</strong> material, restringindo-se<br />

mais ao copo <strong>de</strong> vidro. Por outro lado, 50% dos alunos tiveram uma escolha voltada <strong>para</strong> o<br />

<strong>de</strong>scartável e o novo. Após a realização da <strong>proposta</strong> houve apropriação <strong>de</strong> conhecimento com<br />

relação a esta questão, pois 92,85% fizeram suas escolhas <strong>de</strong>ntro do princípios do 3R´s, ou seja,<br />

optando por bens duráveis ou que pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> ser reutilizados.<br />

16- A respeito da questão que tratava sobre a disposição final dos resíduos sólidos, antes <strong>de</strong> aplicar a<br />

<strong>proposta</strong>, 3,57% tinham conhecimento dos métodos e 96,43% <strong>de</strong>sconheciam totalmente. Mas após a<br />

aplicação do programa e ví<strong>de</strong>os informativos, observou-se que 92,85% assimilaram a informação<br />

quanto as várias formas <strong>de</strong> disposição dos resíduos sólidos.<br />

b)Turma B<br />

1- A respeito da questão que tratava da visão <strong>de</strong>les sobre o lixo, antes da aplicação do programa,<br />

39,39% viam o lixo como algo que é possível reaproveitar e 60,61% viam como sujeira, aquilo que<br />

não se aproveita mais. Por outro lado, após aplicação da <strong>proposta</strong> observou-se que houve uma<br />

mudança <strong>de</strong> concepção, sendo que agora 69,69% já sab<strong>em</strong> que o lixo po<strong>de</strong>rá ser transformado <strong>em</strong><br />

outros produtos. A visita à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo po<strong>de</strong> ter contribuído <strong>para</strong> este<br />

incr<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> conhecimento.<br />

2- Dentre os alunos questionados sobre a questão que tratava se tudo que se joga fora po<strong>de</strong>ria ser<br />

consi<strong>de</strong>rado lixo, antes da realização do programa 75,75% achavam que tudo o que se joga fora não<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado lixo e após a realização do programa houve uma sensibilização, sendo que<br />

93,93% sab<strong>em</strong> que lixo, não necessariamente, é tudo aquilo que vai <strong>para</strong> a lixeira nas residências.<br />

3- A primeira questão procurou saber se os alunos faziam a coleta seletiva <strong>em</strong> suas residências. A<br />

análise do questionário mostrou que 21,21% realizavam coleta seletiva e 78,79% não. Após a<br />

aplicação do programa este índice continuou o mesmo. Este índice po<strong>de</strong> estar relacionado ao fato <strong>de</strong>


78<br />

que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo ainda se encontrava, na época da realização <strong>de</strong>sta pesquisa, <strong>em</strong> fase <strong>de</strong><br />

implantação <strong>de</strong> coleta seletiva e <strong>de</strong> que n<strong>em</strong> todos os bairros dispunham <strong>de</strong> coleta <strong>para</strong> os<br />

recicláveis.<br />

4- Com relação ao conhecimento do processo <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong>, antes do programa pedagógico,<br />

apenas 1,98% faziam a compostag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>pois do programa, esta porcentag<strong>em</strong> foi <strong>de</strong> 4,29%.<br />

Embora o número <strong>de</strong> alunos que passaram a realizar a compostag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>pois do programa<br />

pedagógico, ainda é pequena quando consi<strong>de</strong>rado os probl<strong>em</strong>as ambientais, o acréscimo <strong>em</strong><br />

porcentag<strong>em</strong> foi significativo.<br />

5- Antes da realização do programa, 72,72% relataram que o lixo po<strong>de</strong>ria causar doenças, poluição e<br />

enchentes e 27,28% não sabiam. Após a aplicação do programa houve uma maior sensibilização<br />

pelos alunos, sendo que agora 87,87% <strong>de</strong>les enten<strong>de</strong>m que o lixo po<strong>de</strong> causar probl<strong>em</strong>as e 12,13%<br />

ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> totalmente este fato.<br />

6- Esta questão procurou investigar se os alunos sabiam <strong>para</strong> on<strong>de</strong> eram encaminhados os seus<br />

resíduos. Antes do programa, 45,46% dos alunos <strong>de</strong>sconheciam o <strong>de</strong>stino final dos resíduos sólidos<br />

<strong>de</strong> suas residências. Mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplicar o programa, vê-se que o conhecimento cresceu <strong>para</strong><br />

84,84%, sendo que a maioria foi sensibilizada e sab<strong>em</strong> agora <strong>para</strong> on<strong>de</strong> o seu lixo é encaminhado.<br />

7- Quanto a questão que tratava da redução na produção <strong>de</strong> resíduos, antes do programa, 57,57% só<br />

comprariam o necessário s<strong>em</strong> <strong>de</strong>sperdício e 42,43% não sabiam o que fazer <strong>para</strong> produzir menos<br />

lixo. Após a aplicação do programa e com visita ao supermercado da cida<strong>de</strong>, nota-se que este índice<br />

subiu, sendo que agora 81,81% só comprariam o necessário e 18,19% ainda não sab<strong>em</strong> o que fazer<br />

<strong>para</strong> produzir menos lixo. As visitas ao supermercado <strong>para</strong> posterior compras e após <strong>de</strong>bates <strong>em</strong> sala<br />

<strong>de</strong> aula, po<strong>de</strong>m ter contribuído muito <strong>para</strong> esta mudança <strong>de</strong> visão dos alunos.<br />

8- Quanto ao conhecimento da orig<strong>em</strong> dos resíduos, antes da aplicação da <strong>proposta</strong> a maioria<br />

<strong>de</strong>sconhecia <strong>de</strong> on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> o lixo e apenas 27,27% sabiam. Após a aplicação da <strong>proposta</strong>, houve um<br />

aumento significativo <strong>de</strong> conhecimento, sendo que agora a maioria <strong>de</strong>les sab<strong>em</strong> que o lixo v<strong>em</strong> dos<br />

domicílios, comércio, etc...<br />

9- A respeito da questão que tratava do tipo <strong>de</strong> recurso natural do qual são originados os resíduos,<br />

antes da aplicação do programa, 12,12% sabiam e 87,88% não sabiam. Após a realização do<br />

programa observa-se que 57,57% já sab<strong>em</strong> que o plástico é proveniente do petróleo, o metal da<br />

bauxita e 42,43% ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong>. Um fator importante neste incr<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> conhecimento po<strong>de</strong><br />

ter sido a realização da oficina com os diversos tipos <strong>de</strong> resíduos que compõ<strong>em</strong> o lixo domiciliar e<br />

que eles próprios <strong>de</strong>scartam, on<strong>de</strong> foi mostrado o quanto t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>mora cada tipo <strong>de</strong> resíduo <strong>para</strong> se<br />

<strong>de</strong>compor na natureza.<br />

10- Com relação à questão que tratava sobre a relação entre recursos naturais e lixo, nota-se que<br />

somente 9,09% dos alunos sabiam <strong>de</strong>sta relação e 90,91% não sabiam. Após aplicação do<br />

programa, este índice aumentou <strong>para</strong> 48,48%, sendo que foram sensibilizados sobre a importância<br />

<strong>de</strong> dar um outro <strong>de</strong>stino às matérias-primas contidas ali e que contribu<strong>em</strong> direta ou indiretamente<br />

<strong>para</strong> a economia <strong>de</strong> recursos naturais.<br />

11- A questão que tratava sobre o que sabiam sobre redução, reutilização e reciclag<strong>em</strong>, antes do<br />

programa observa-se que 42,42% sabiam e 57,58% não sabiam. Mas após a aplicação do programa,<br />

84,84% passaram a ter conhecimento sobre os 3R´s. Por estar<strong>em</strong> mais conscientes <strong>em</strong> preservar o<br />

meio ambiente e por conhecer<strong>em</strong> agora a acelerada <strong>de</strong>struição dos recursos naturais, eles parec<strong>em</strong><br />

enten<strong>de</strong>r que só reduzindo o consumo estariam contribuindo <strong>para</strong> a preservação do meio ambiente,<br />

reutilizando po<strong>de</strong>riam dar nova utilida<strong>de</strong> a materiais que po<strong>de</strong>riam ser inúteis e reciclando<br />

transformariam o lixo <strong>de</strong>scartado <strong>em</strong> novos produtos. B<strong>em</strong> poucos ainda <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> a importância<br />

do princípio dos 3R’s.<br />

12- Com relação ao <strong>de</strong>stino dos próprios resíduos, antes do programa, 66,66% achavam que os<br />

resíduos <strong>de</strong>veriam ser encaminhados <strong>para</strong> uma usina <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> e 33,34% respon<strong>de</strong>ram que não<br />

sabiam <strong>para</strong> on<strong>de</strong> os seus resíduos <strong>de</strong>veriam ser encaminhados. Mas após a aplicação do programa,<br />

viu-se que os alunos foram sensibilizados, sendo que agora 90,90% já sab<strong>em</strong> que o lixo <strong>de</strong>ve ser<br />

encaminhado <strong>para</strong> a reciclag<strong>em</strong>. Apenas 9,10% ainda não sab<strong>em</strong> <strong>para</strong> on<strong>de</strong> o lixo <strong>de</strong>ve ser


79<br />

encaminhado. Esta sensibilização foi auxiliada pela visita a usina <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> do município.<br />

13- Quanto a questão que tratava sobre lixo orgânico e inorgânico, antes <strong>de</strong> aplicar o programa<br />

9,09% sabiam do que se tratava e 90,91 não sabiam. Após a realização do programa, 42,42%<br />

assimilaram a informação e 57,58% ainda não assimilaram. Isso <strong>de</strong>monstra que os alunos pouco<br />

trabalharam estas questões anteriormente, mesmo porque não havia programa <strong>de</strong> compostag<strong>em</strong><br />

municipal na cida<strong>de</strong> até a data <strong>de</strong> execução <strong>de</strong>sta <strong>proposta</strong>.<br />

14- Cabe <strong>de</strong>stacar aqui nesta questão que tanto antes como <strong>de</strong>pois do programa, os alunos já<br />

estavam sensibilizados quanto a questão dos benefícios da reciclag<strong>em</strong>. Sendo que antes do<br />

programa, 90,90% sabiam e 9,01% não sabiam. Após a realização da <strong>proposta</strong> este índice subiu <strong>para</strong><br />

93,94%.<br />

15- A respeito da questão que tratava sobre quais materiais seriam utilizados <strong>para</strong> seu uso diário,<br />

observou-se que antes do programa 75,75% restringiram-se mais ao copo <strong>de</strong> vidro pois já têm o<br />

hábito <strong>de</strong> usar <strong>em</strong> suas residências e 25,25% não foram conscientes na escolha. Após a realização<br />

do programa, 81,81% foram conscientes na escolha e 18,19% ainda têm dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> escolher<br />

bens duráveis <strong>para</strong> o consumo ou adotar o hábito da reutilização no seu dia-a-dia.<br />

16- Nesta questão, que tratava da disposição final dos resíduos sólidos, antes da aplicação do<br />

programa nenhum dos alunos conheciam <strong>de</strong> fato o que era um lixão, aterro controlado, incineração e<br />

aterro sanitário. Após a aplicação do programa, mostrando ví<strong>de</strong>os informativos e outras informações,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que meta<strong>de</strong> dos alunos, ou seja, 48,48% assimilaram tais conceitos e consegu<strong>em</strong><br />

portanto, enten<strong>de</strong>r melhor o <strong>de</strong>stino a<strong>de</strong>quado que se <strong>de</strong>ve dar aos resíduos sólidos. Embora uma<br />

gran<strong>de</strong> parte dos alunos sab<strong>em</strong> o que significa cada método <strong>de</strong> disposição, na questão 12, que trata<br />

da visão <strong>de</strong>le sobre o <strong>de</strong>stino do seu próprio lixo, a quase totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les vê<strong>em</strong> a reciclag<strong>em</strong> com<br />

este <strong>de</strong>stino, mas ainda não consegu<strong>em</strong> relacionar a associação <strong>de</strong> outros métodos como os aterros<br />

sanitários <strong>para</strong> o <strong>de</strong>stino daquilo que não se t<strong>em</strong> como reutilizar ou reciclar naquela região. Isto po<strong>de</strong><br />

estar relacionado ao fato <strong>de</strong> que nunca tiveram contato com tais práticas e conceitos antes <strong>de</strong>sta<br />

<strong>proposta</strong>.<br />

4 Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

Os resultados <strong>de</strong>ste trabalho mostraram mudanças na própria escola como a adoção da<br />

pratica da coleta seletiva e da compostag<strong>em</strong> e o envolvimento <strong>de</strong> professores na manutenção <strong>de</strong>stas<br />

práticas. Além disso, a <strong>proposta</strong> elaborada terá continuida<strong>de</strong> na U.E, fazendo parte do plano <strong>de</strong><br />

ensino da turma do terceiro ano da escola, o que possibilitará a continuida<strong>de</strong> da <strong>proposta</strong>, que po<strong>de</strong>rá<br />

representar uma base <strong>para</strong> a diss<strong>em</strong>inação futura das ativida<strong>de</strong>s ali aplicadas e <strong>para</strong> a formação <strong>de</strong><br />

multiplicadores com relação à prática dos 3R´s.<br />

Os resultados do questionário aplicado mostraram, <strong>de</strong> modo geral, que o processo <strong>de</strong><br />

educação <strong>ambiental</strong> é gradual, por isso o acréscimo <strong>de</strong> conhecimento não foi tão significativo <strong>para</strong><br />

algumas questões. Por isso, este tipo <strong>de</strong> <strong>proposta</strong> <strong>de</strong>veria ser aplicado <strong>em</strong> todas as séries da escola,<br />

<strong>de</strong> modo que o aluno, ao chegar no final do ensino médio (terceira série), já pu<strong>de</strong>sse ter tido um<br />

contato mais prolongado com as práticas elaboradas e os conceitos oferecidos. Por outro lado,<br />

mostra ainda que houve um consi<strong>de</strong>rável incr<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> conhecimento <strong>para</strong> a gran<strong>de</strong> maioria das<br />

questões elaboradas, o que mostra que estes alunos são receptivos aos conhecimentos oferecidos e<br />

ainda <strong>de</strong> que é possível e necessário trabalhar a mudança <strong>de</strong> conceitos no ensino, na construção <strong>de</strong><br />

uma nova visão do cidadão e rumo à sustentabilida<strong>de</strong> dos recursos naturais e da vida no planeta.<br />

De modo geral, <strong>em</strong>bora os alunos tenham adquirido conhecimento sobre a importância da<br />

reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ntro do processo dos 3R´s, eles ainda têm dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> realizar, a compostag<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

suas residências e poucos ainda faz<strong>em</strong> a coleta seletiva. Este fato, como <strong>de</strong>scrito no it<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

resultados, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> espaço a<strong>de</strong>quado <strong>em</strong> suas residências <strong>para</strong> a compostag<strong>em</strong> e<br />

a ausência <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> coleta seletiva mais abrangente na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turvo-SC. Porém, o fato<br />

<strong>de</strong> muitos dos alunos, após a aplicação <strong>de</strong>sta <strong>proposta</strong>, passar<strong>em</strong> a visualizar o “lixo” pela ótica dos<br />

3R´s, como é <strong>de</strong>monstrado principalmente pelas questões 1, 11, 12, 14 e 15 acima <strong>de</strong>scritas, indicam<br />

o potencial <strong>de</strong> transformação que representam as ativida<strong>de</strong>s elaboradas nesta <strong>proposta</strong> <strong>de</strong> estudo no<br />

ensino.<br />

Depois <strong>de</strong>ssa experiência <strong>de</strong>senvolvida, a partir <strong>de</strong> um trabalho participativo, conclui-se<br />

ainda que o passo dado foi pequeno diante da tamanha responsabilida<strong>de</strong> que todos os cidadãos têm<br />

diante dos gran<strong>de</strong>s probl<strong>em</strong>as ambientais. Mais uma vez observa-se que é possível e necessária


80<br />

mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s que contribuam efetivamente <strong>para</strong> educar <strong>para</strong> a vida e a cidadania. A<br />

educação <strong>ambiental</strong> realmente <strong>de</strong>ve começar na escola, pois é aí que se formam os multiplicadores<br />

que irão propagar idéias que vê-se agora criando forma e expandindo-se cada vez mais longe e<br />

envolvendo mais pessoas interessadas <strong>em</strong> fazer algo <strong>para</strong> preservar o meio ambiente.<br />

5 – Referências<br />

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