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Perfil de intemperismo e infiltração 119<br />

ar, colocando-a sob pressão positiva e fazendo com que atue obstruindo o fluxo. Essa mesma<br />

pressão pode ainda atuar promovendo a desagregação do solo superficial ao atingir níveis que<br />

superam a coesão e a tensão efetiva do solo.<br />

Parte dos solos encontrados no Distrito Federal possui uma camada de argila porosa<br />

colapsível que, de acordo com Cardoso et al. (1995), são solos profundamente intemperizados,<br />

formados por agregados de matriz fortemente argilosa, interligados por pontes de argila,<br />

apresentando elevados índices de vazios, com valores entre 1,0 e 4,0. Tais características do<br />

solo proporcionam grande facilidade de infiltração das águas de chuva e, consequentemente,<br />

alteração das propriedades mecânicas dos solos, devido à variação do grau de saturação e, por<br />

conseguinte, da sucção matricial (Mortari e Camapum de Carvalho, 1994).<br />

Restrepo (2010), por meio de ensaios de infiltração em um furo de 10 cm de diâmetro e<br />

2 m de profundidade, identificou como avança a frente de umedecimento no campo. A autora<br />

monitorou a umidade antes e depois de ensaios de infiltração em 39 furos a trado manual. Os<br />

resultados mostraram que a infiltração ocorre com mais intensidade na porção inferior do<br />

furo principal, apontando, assim, para a grande relevância de se preservar a infiltrabilidade na<br />

base das trincheiras e poços em solos porosos colapsíveis, tendo em vista a elevada permeabilidade<br />

vertical dos solos regionais. A maior ou menor capacidade de infiltração vertical está<br />

atrelada ao próprio processo de formação do solo e, portanto, pode mudar de um local para<br />

outro, mesmo dentro de uma única região, segundo as condições de formação do perfil de<br />

intemperismo, em especial a drenagem.<br />

2.1 Perfis de intemperismo<br />

Segundo Salomão e Antunes (1998), simplificadamente, pode-se afirmar que o desenvolvimento<br />

do solo inicia-se com o intemperismo, representado pelos fenômenos físicos e<br />

químicos que, agindo sobre a rocha, conduzem à formação de resíduos não consolidados que<br />

constituem o substrato pedogenético. Esse material, proveniente da desagregação e decomposição<br />

da rocha, poderá permanecer no local em que se desenvolveu, ou ser transportado<br />

para outro local.<br />

Os perfis lateríticos mais conhecidos, quase sempre, apresentam uma zonalidade vertical<br />

possível de ser identificada no próprio campo, sendo nitidamente estruturados em horizontes.<br />

À medida que se transforma em solo, o material de origem vai se diferenciando em camadas<br />

mais ou menos paralelas à superfície, denominadas horizontes. A quantidade de horizontes e<br />

o nível de diferenciação depende do grau de evolução do perfil e também do tipo litológico da<br />

rocha-mãe (Aleva, 1983; BÁRDOSSy e Aleva, 1990; Tardy, 1993). Em todo caso, deve-<br />

-se evitar, nos perfis de intemperismo tropicais, fazer associações diretas do comportamento<br />

hidráulico e mecânico com características como cor e textura obtidas táctil-visualmente sem<br />

que se proceda a análises complementares sobre a química, a mineralogia e a estrutura ou se<br />

avalie diretamente o comportamento por meio de ensaios.<br />

Cardoso (2002), diante da grande variedade de horizontes encontrados na região do<br />

Distrito Federal, apresentou uma nova proposta de descrição dos horizontes em perfis de<br />

solos lateríticos, prevendo, inclusive, a existência do horizonte ferruginoso. Na realidade, a<br />

proposta é uma adaptação realizada a partir das descrições de perfis de Martins (2000), de

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