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554<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

de animais e plantas. A ação de microrganismos, como bactérias, poderá propiciar o aumento<br />

ou a redução da infiltrabilidade e da desagregabilidade a depender, por exemplo, dos nutrientes<br />

presentes ou incorporados ao solo (González, 2009).<br />

Além desses aspectos que passam a ser intrínsecos ao estado do solo, facilitando ou<br />

dificultando a infiltração, é necessário considerar o processo de infiltração e seus reflexos no<br />

comportamento do fluxo e na estabilidade estrutural do solo. Iniciado o processo de infiltração<br />

em consequência direta da precipitação ou por meio de um poço, trincheira ou vala de<br />

coleta, ao se formar uma lâmina d’água contínua na superfície do terreno não saturado com<br />

fase ar contínua, quando a frente de saturação avança para o interior do maciço em consequência<br />

da energia gravitacional oriunda da coluna de água e devido à atuação da sucção/<br />

capilaridade, surgem dois efeitos: a) a frente de saturação coloca a fase ar sob pressão positiva,<br />

a qual passa a atuar como barreira ao fluxo; b) caso a pressão gerada na fase ar ultrapasse a<br />

resistência ao cisalhamento do solo em condição saturada, ocorrerá a sua desagregação. Eventualmente,<br />

em solos muito ressecados, para os quais a umidade seja inferior à de entrada de ar<br />

nos microporos que compõem os vazios dos agregados, poderá ainda ocorrer o esfacelamento<br />

desses agregados quando a pressão positiva na fase ar superar a coesão e/ou cimentação que<br />

dá sustentação ao agregado. Esses fenômenos relativos ao processo de infiltração se relacionam<br />

tanto à própria infiltração como ao fenômeno da erosão, pois, quanto mais desagregado,<br />

mais erodível é o solo.<br />

Poder-se-ia considerar que o fenômeno da erosão por desgaste do solo de superfície,<br />

incluindo-se as erosões laminares, sulcos, ravinas e voçorocas, guarda íntima relação com o<br />

da infiltração, embora essa relação não seja direta. A infiltrabilidade está ligada à porosidade,<br />

à distribuição de poros, à composição químico-mineralógica, à textura do solo e ao seu<br />

estado de saturação inicial. A erodibilidade também está ligada a esses aspectos; entretanto,<br />

neste caso, tende a variar quase sempre em sentido inverso. Para avaliar a influência de cada<br />

elemento, é razoável refletir em termos de energia. Assim, solos mais granulares, por gerarem<br />

menor perda de carga para a água que flui, apresentam maior infiltrabilidade e, por apresentarem<br />

maior energia de contato, serão menos erodíveis. Solos texturalmente argilosos em<br />

estado natural, ou seja, não agregados, apresentam maior energia de superfície e geralmente<br />

menores poros, o que propicia a ocorrência de baixa infiltrabilidade. Quanto ao processo<br />

erosivo, a consequência de sua natureza não é necessariamente inversamente proporcional à<br />

infiltrabilidade, pois, se por um lado um solo argiloso com baixa coesão real será provavelmente<br />

muito erodível, por outro, se possuir elevada coesão real ou for cimentado, apesar de<br />

argiloso, ele tenderá a resistir à energia geradora da erosão. Quanto à porosidade, devem-se<br />

avaliar o seu valor e a sua distribuição, pois a perda de energia durante o fluxo termina sendo<br />

menor em macroporos que em microporos. Os solos profundamente intemperizados são,<br />

geralmente, marcados pela presença de macro e de microporos, constituindo-se em materiais<br />

bem drenados, de elevada infiltrabilidade. No entanto, apesar de agregados e cimentados,<br />

quase sempre não oferecem resistência suficiente para cambarem a energia erosiva da água.<br />

Sobre o estado de saturação, no processo de infiltração, a sucção capilaridade, quando a fase<br />

ar é contínua, atua ampliando a energia hidráulica e, por consequência, o gradiente favorável<br />

ao fluxo. Nesse caso, quando do avanço da frente de saturação, a fase ar colocada sob pressão<br />

positiva pode gerar uma camada gasosa que se opõe à infiltração, ou seja, a rápida infiltração

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