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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

área urbana haverá obras nas mais diversas orientações; no entanto, o Plano Urbanístico deve<br />

atentar para a questão da insolação, de modo a maximizar o seu benefício e minimizar os<br />

problemas dele oriundos. Com relação à infiltração, quanto maior o nível de insolação, maior<br />

será a desidratação do solo e maior a sucção nele atuante. Restrepo (2010) e Silva (2012), ao<br />

estudarem a infiltração em um prefil de solo profundamente intemperizado, constaram que<br />

a taxa de infiltração inicial tende a aumentar com o aumento da sucção e, portanto, com o<br />

nível de insolação.<br />

2.1.2 Temperatura<br />

Por um lado, a temperatura intervém na taxa de infiltração de água no solo na medida<br />

em que, ao se elevar a temperatura dos fluidos, diminui a viscosidade desses fluidos, aumentando<br />

a velocidade de infiltração. Por outro lado, a temperatura afeta a umidade, a porosidade<br />

e, por consequência, a sucção do solo, intervindo na taxa de infiltração. Além disso, a temperatura<br />

guarda relação importante com a insolação e é desencadeadora de vários fenômenos<br />

atmosféricos e ambientais.<br />

A insolação, ao ser associada aos fatores físicos geográficos, como latitude, maritimidade/continentalidade<br />

e relevo (altitude e forma), constitui-se em fator relevante à compreensão<br />

do comportamento da temperatura do ar. Tais fatores devem ser contemplados nos planejamentos<br />

urbanísticos no sentido de avaliarem-se as implicações das modificações impostas no<br />

ambiente e o efeito feedback dos valores da temperatura, tanto no ambiente (local) quanto nas<br />

cidades como um todo.<br />

Nos Planos Urbanísticos, a temperatura é geralmente vista como uma característica<br />

climática regional, muitas vezes observada pelas Normais Climatológicas. No entanto, essas<br />

médias são generalistas e não evidenciam as particularidades locais. É importante ressaltar<br />

que a temperatura apresenta estreita relação com fatores associados à dinâmica regional do<br />

clima e à própria ocupação e uso do solo. A cidade de Goiânia-GO, situada no interior do<br />

continente, entre as coordenadas planas E: 662.000 e 760.000 m e N: 8.141.000 e 8.179.000 m,<br />

é um exemplo da influência dos processos urbanos no comportamento da temperatura do ar<br />

em uma região tropical.<br />

A Figura 5 mostra que, para a cidade de Goiânia, a temperatura média compensada<br />

anual vem aumentando com o número de habitantes. Esse aumento foi verificado na elevação<br />

tanto na média da temperatura máxima quanto na mínima, entre 1,6 e 2,4 C nos últimos 48<br />

anos. Esse comportamento da temperatura do ar apresenta forte relação com os fatores relacionados<br />

à continentalidade e ao ângulo solar, associados à ocupação urbana e à baixa velocidade<br />

dos ventos. (Luiz, 2012). Os fatores continentalidade e ângulo solar acentuam o ganho<br />

de energia dada à característica de continentalidade da cidade. Por outro lado, o crescimento<br />

da população está atrelado a vários fatores que funcionam como forçantes radioativos responsáveis<br />

pelo aumento da temperatura, tais como: elevação na frota de veículos, aumento na<br />

concentração de particulados na atmosfera, aumento de área construída e pavimentada. Além<br />

disso, a baixa velocidade dos ventos impõe ao local a característica, popularmente chamada,<br />

de “abafada”, por não haver a renovação do ar. Segundo Campos et al. (2003), a média anual<br />

da velocidade dos ventos na região de Goânia fica em torno de 1 m/s.

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